sexta-feira, 4 de agosto de 2023
Cabo Verde: Alertas de retrocesso na liberdade de expressão
Televisão de Cabo Verde (Foto de Arquivo)
Por voaportugues.com
Avistos surgem na sequência do afastamento do painel de comentadores do Jornal de Domingo da televisão pública do antigo presidente da Assembleia Nacional e ex-Provedor de Justiça, António Espirito Santo.
Em Cabo Verde, vozes de vários quadrantes políticos e sociais têm manifestado preocupação com o que classificam de retrocesso na liberdade de expressão no arquipélago.
Tais posições surgem na sequência do afastamento há bem poucos dias do painel de comentadores do Jornal de Domingo da televisão pública do antigo presidente da Assembleia Nacional e ex-Provedor de Justiça, António Espirito Santo.
Para muitos, tal decisão foi tomada a partir da orientação do Governo, ideia contraposta pelos partidários do MpD, partido no poder, que defendem maior equilíbrio na escolha dos comentadores.
O próprio Presidente da República já veio dizer na sua página no Facebook, que ninguém deve ser impedido de expressar a sua opinião, mormente uma figura que já foi presidente do Parlamento e Provedor de Justiça.
Para o sociólogo Redi Lima, em Cabo Verde existe apenas democracia eleitoral, falta a cultura e vivência no respeito pelas opiniões contrárias.
Lima afirma que este episódio não é isolado, porquanto, no passado, já tinha acontecido com outras figuras da sociedade civil pelo fato de ter um ponto de vista crítico em relação à forma como as coisas funcionam em termos políticos e da governação.
António Espírito Santo Fonseca, ex-Presidente do Parlamento e antigo Provedor de Justiça, Cabo Verde
“Nós temos um discurso de liberdade de expressão e tudo isso, mas na prática o que tem-se mostrado ao longo dos tempos não é uma coisa isolada... é que nós não sabemos lidar com a crítica,e a questão é esta", continua aquele investigador, que acrescenta que tal se "afigura uma violação dos direitos humanos, direito de informação constitui direito de pensamento livre”.
Redy Lima conclui que, “no fundo, quando se vai meter nesses tipos de debates pessoas que têm lealdade partidária a verdade não está a ser discutida, mas sim a posição dos partidos, sobretudo os dois principais da cena política nacional”.
Por sua vez, o cientista político Aquilino Varela entende que o que aconteceu é grave e atentatório à liberdade de expressão dos cidadãos.
Ele lamenta que se queria introduzir apenas espaço de opiniões político-partiadrias na sociedade, que se diz plural.
"Há sinais de retrocesso efetivamente das nossas conquistas democráticas... esperemos que a Agência Reguladora da Comunicação Social venha exigir uma explicação cabal da Televisão de Cabo Verde no que tange ao formato do programa em causa... penso que o formato é para comentar os casos da semana e semanalmente não ocorrem (porque) apenas somente assuntos políticos partidários, de modo que não se justifica pegar no Jornal de Domingo da televisão pública e transformá-lo meramente para casos partidarios”, sustenta Varela.
António Espirito Santo considera que “a democracia cabo-verdiana e mesmo o Estado de Direito estão em perigo no arquipelago”.
Ñuma declaração à rádio pública, o antigo presidente da Assembleia Nacional realçou que o episódio se compara a “um passado político de má memória, vivido dentro do MpD", partido que ele ajudou a fundar.
Confrontado com este tema, há bem poucos dias quando efetuou uma visita à Rário Televisão Caboverdaina, o secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro e responsável pela pasta da comunicação Social, Lourenço Lopes descartou qualquer interferência do Governo nas decisões tomadas pelos órgãos de informação.
Níger corta relações diplomáticas com a França, EUA, Togo e Nigéria... País vive tumultos após golpe de Estado contra presidente Mohamed Bazoum.
© Getty Images
Notícias ao Minuto 04/08/23
A junta militar do Níger cortou relações diplomáticas com França, Estados Unidos, Togo e Nigéria, após terem fracassado as negociações com uma delegação do bloco regional, a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (ECOWAS, em inglês), que procuravam resolver o impasse político após a deposição do presidente Mohamed Bazoum, na semana passada.
A BBC cita Col Amadou Abdramane, porta-voz da junta militar, que fez o anúncio na televisão estatal do Níger, dirigindo-se aos embaixadores destes quatro países no país.
Na quinta-feira, membros da junta reuniram-se com uma delegação liderada pelo general Abdulsalami Abubakar, antigo chefe de Estado militar da Nigéria, para discutir uma possível solução ao impasse em que o país africano se encontra. Os membros da junta acabaram por abandonar ao fim de apenas algumas horas, sem qualquer sinal de progresso nas negociações.
Os chefes de defesa da África Ocidental devem concluir, na Nigéria, uma reunião de três dias sobre eventuais intervenções militares no Níger, caso a via diplomática não se prove frutuosa.
O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
Níger. CEDEAO já definiu contornos para eventual intervenção militar
© AFP via Getty Images
POR LUSA 04/08/23
Os contornos de uma "possível intervenção militar" contra os militares golpistas no Níger foram "definidos", anunciou hoje um responsável da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O anúncio foi feito pelo comissão para os Assuntos Políticos e de Segurança da CEDEAO, Abdel-Fatau Musah, no final da reunião de três dias, em Abuja, dos chefes de Estado-Maior da organização.
"Todos os elementos de uma possível intervenção foram trabalhados nesta reunião, incluindo os recursos necessários, mas também como e quando vamos projetar a força", disse Musah.
"Os chefes de Estado-Maior e as suas equipas têm trabalhado 24 horas por dia (desde quarta-feira) para desenvolver um conceito de operações para uma possível intervenção militar na República do Níger, a fim de restaurar a ordem constitucional e garantir a libertação do Presidente detido", acrescentou.
No entanto, "a CEDEAO não vai dizer aos golpistas quando e onde vai atacar", disse, adiantando que se trata de uma "decisão operacional que será tomada pelos chefes de Estado" da organização.
Em 30 de julho, a CEDEAO, que impôs pesadas sanções a Niamey, deu aos golpistas sete dias para restabelecerem a Presidência de Mohamed Bazoum, derrubado em 26 de julho, sob pena do recurso à "força".
Os golpistas autointitulam-se Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP), que é liderado pelo general Abdourahamane Tiani.
A dois dias do fim do ultimato, a CEDEAO continua a afirmar que privilegia a via diplomática para resolver a crise no Níger, nomeadamente através do envio de uma delegação a Niamey.
A opção militar é, na sua opinião, a última a ser posta em cima da mesa.
"Queremos que a diplomacia funcione e queremos que esta mensagem seja claramente transmitida (aos golpistas), nomeadamente que lhes damos todas as oportunidades para inverterem o que fizeram", acrescentou o responsável da CEDEAO.
Os golpistas garantiram já uma "resposta imediata" a "qualquer agressão" por parte de um país da CEDEAO.
O Mali e o Burkina Faso, vizinhos do Níger governados também por militares após os golpes de Estado de 2020 e 2022, respetivamente, apoiam a junta.
Os dois países, que foram suspensos dos órgãos de governo do bloco da África Ocidental, declararam que qualquer intervenção armada seria considerada "uma declaração de guerra" e teria como consequência a sua retirada da CEDEAO.
Leia Também: Níger. Países Baixos anunciam suspensão de ajuda após golpe militar
SAÚDE: O leitor perguntou: Beber muita água é perigoso? Pode ser fatal?... Pois bem, eis as respostas.
© Shutterstock
Notícias ao Minuto 04/08/23
A notícia caiu que nem uma bomba na quinta-feira e tem feito manchetes por todo o mundo. Ashley Summers, de 35 anos, estava com o marido e as duas filhas quando começou a sentir-se desidratada e com dores de cabeça. Depois de beber quatro garrafas de água em 20 minutos, a mulher acabou por morrer devido a uma intoxicação rara, designada hiponatremia.
A tragédia tem feito manchetes por todo o mundo e levado várias pessoas a refletir sobre a situação. Alina Fernandes, nutricionista do Hospital Lusíadas Porto, afirma que a ingestão excessiva de água pode resultar num quadro de hiponatremia, ou seja, na descida da concentração de sódio no sangue. Náuseas, vómitos, cólicas, confusão mental e fadiga são alguns dos principais sintomas. E, "caso a hiponatremia fique mais grave, podem verificar-se espasmos e convulsões, e, em casos mais graves, coma e morte", pode ler-se num artigo do portal Cardio 365º.
De qualquer forma, Alina Fernandes faz questão de tranquilizar a população, sublinhando que "o risco de sofrer de hiponatremia é baixo e, na maioria dos casos, a condição pode ser tratada e, desta forma, as situações perigosas são facilmente evitadas". A nutricionista explica que a ingestão excessiva de água pode também levar a uma sobrecarga renal ou a um edema cerebral. "Contudo, para estas situações extremas ocorrerem uma pessoa saudável precisa de consumir cerca de sete litros em muito pouco tempo."
Explica também que é necessário ter em consideração a água presente nos alimentos, assim como dados pessoais, como idade, peso, nível de atividade física, clima, função renal e grau de hidratação.
Recorde-se que, para que não haja desidratação do organismo, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar recomenda a ingestão de 2,5 litros de água por dia para homens adultos e dois litros para mulheres adultas. Por cá, a Direção-Geral da Saúde aconselha o mesmo.
Leia Também: EUA. Mulher morre após beber dois litros de água em 20 minutos
Como descobrir câmaras escondidas num quarto de hotel ou alojamento... Aprenda, caro leitor.
© Shutterstock
Notícias ao Minuto 04/08/23
Imagine que está hospedado num hotel ou apartamento e deteta uma câmara escondida que tem captado todos os passos do seu dia a dia, mas sem autorização. Ainda que seja algo ilegal, não é inédito. O caso mais recente em Portugal é o de duas peregrinas sul-coreanas que denunciaram a existência de câmaras na zona de duches no jardim do colégio dominicano Bom Sucesso, em Belém, onde se encontram alojadas durante a Jornada Mundial da Juventude.
As autoridades recomendam que todos estejamos atentos. Impõe-se, então, a pergunta: a quê exatamente?
Existem diversas formas de detetar uma câmera escondida numa casa alugada, por exemplo. A principal é o uso de uma lanterna, que pode ser a do próprio telemóvel, para procurar pontos que reflitam luz. "Uma forma de ver se o dispositivo é uma câmera é direcionar uma luz forte para ele. Se acertar a lente da câmera, ela terá um reflexo azulado", explica Marcus Hutchins, especialista em cibersegurança, em entrevista à revista Newsweek.
Veja abaixo o vídeo divulgado por Hutchins, através da rede social TikTok:
PANP recebe embaixador da União Europeia
Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau
O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Domingos Simões Pereira recebeu em audiência no Palácio Colinas do Boé uma delegação da representacão da União Europeia, chefiada pelo embaixador Artis Bertulis.
No decorrer da audiência, foi passada em revista a cooperação entre a UE e a ANP, tendo o representante da União Europeia reafirmado a vontade daquela organização em apoiar o desenvolvimento do nosso país.
Níger. Países Baixos anunciam suspensão de ajuda após golpe militar
© Getty Images
POR LUSA 04/08/23
Depois da França e da Alemanha, os Países Baixos anunciaram hoje a suspensão da sua ajuda ao desenvolvimento e da cooperação direta com o Níger, na sequência do golpe militar contra o Presidente eleito Mohamed Bazoum.
"Na sequência do golpe de Estado no Níger, o Conselho de Ministros suspendeu, por enquanto, a cooperação direta com o Governo central deste país africano", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros neerlandês.
"Trata-se do apoio a programas no domínio da cooperação para o desenvolvimento e da segurança, que são canalizados através do Governo central", declarou em comunicado, sublinhando que não pretendia "cooperar com os líderes do golpe".
Em particular, foi suspensa uma contribuição de mais de seis milhões de euros para um projeto de saúde e uma ajuda de quase quatro milhões de euros para um programa de reforço do sistema prisional.
O apoio no valor de cinco milhões de euros para a formação de guardas de fronteira móveis, no âmbito de uma missão europeia, foi também "suspenso por enquanto".
No entanto, o Governo demissionário afirmou que estava a estudar "que outros programas poderiam ser prosseguidos", sem passar pelo Governo central, para apoiar a população, por exemplo através da ONU, de outras organizações internacionais e de parceiros locais.
No início deste ano, os Países Baixos concluíram acordos com o Governo do Níger sobre uma parceria relativa à migração. A sua preparação está "suspensa enquanto se aguardam novos desenvolvimentos".
Dezanove cidadãos neerlandeses deixaram o Níger em diferentes aviões na quarta-feira. Cerca de 25 pessoas presentes no país foram registadas no ministério. A embaixada neerlandesa no país foi encerrada ao público até nova ordem.
O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
Leia Também: Níger. "Só as autoridades legítimas" em condições para romper acordos
Lituânia expulsa bielorrussos e russos por ameaça à segurança nacional
© Reuters
POR LUSA 04/08/23
A Lituânia recusou renovar a autorização de residência no país a mais de mil russos e bielorrussos por considerar que constituem uma ameaça para a segurança nacional, anunciou hoje o Governo lituano.
A decisão foi tomada depois de o Governo ter pedido aos russos e bielorrussos que respondessem a um questionário que incluía perguntas sobre a invasão russa da Ucrânia e o estatuto da Crimeia, segundo a agência norte-americana AP.
A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014 e está em guerra com a Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022, quando invadiu o país vizinho.
A Lituânia, uma nação báltica que declarou a independência da União Soviética há mais de 30 anos, é uma democracia que pertence à NATO e à União Europeia.
O país tem sido um forte apoiante da Ucrânia e também um local de refúgio nos últimos anos para bielorrussos e russos alegadamente vítimas de repressão nos dois países.
De acordo com dados do Departamento de Migração lituano, mais de 58 mil bielorrussos e 16 mil russos residem atualmente na Lituânia. Estes cidadãos são obrigados a renovar as autorizações de residência de três em três anos.
O mesmo departamento disse hoje que a decisão sobre a ameaça à segurança nacional se aplica a 1.164 bielorrussos e russos.
Segundo a Comissão Europeia, 910 desses cidadãos são bielorrussos e 254 russos, precisou a AP.
A forma como as pessoas responderam ao questionário foi tida em consideração na decisão de conceder ou recusar a residência, de acordo com o Departamento de Migração, o serviço governamental que efetuou o inquérito.
As pessoas a quem foram retiradas as autorizações podem recorrer da decisão em tribunal.
Os outros terão até um mês para deixar o país, segundo o Departamento de Migração.
Não houve reação imediata dos governos russo ou bielorrusso.
Viktor Voroncov, um homem de negócios que se mudou da Rússia há vários anos, aprendeu lituano e obteve a cidadania, disse concordar com a medida.
"Conheço muitos russos que serviram no exército soviético e, mais tarde, no exército de Putin. São casados com mulheres lituanas, vivem aqui, mantêm contactos estreitos com camaradas de armas na Rússia e estão constantemente a difundir a propaganda do Kremlin", disse Voroncov.
"A Lituânia é um país democrático e tolera opiniões diferentes. Até a sua propaganda era aceitável até ao início da guerra [na Ucrânia], mas as coisas mudaram e eles têm de sair", acrescentou, citado pela AP.
A Lituânia tem também uma minoria étnica russa que representa cerca de 5% da população. São cidadãos da Lituânia e não foram obrigados a responder ao questionário.
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Lusa/Fim
Leia Também: Lituânia poderá fechar fronteira com Bielorrússia devido a Grupo Wagner
Níger. "Só as autoridades legítimas" em condições para romper acordos
© Filip Singer - Pool / Getty Images
POR LUSA 04/08/23
A França reagiu hoje à denúncia dos acordos de cooperação militar pelos golpistas do Níger, sublinhando que "só as autoridades legítimas" desse país africano estavam em condições de os romper.
"A França recorda que o quadro jurídico da sua cooperação em matéria de defesa com o Níger se baseia em acordos concluídos com as autoridades legítimas" do país, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
Estas autoridades "são as únicas que a França, tal como toda a comunidade internacional, reconhece", acrescentou, ao mesmo tempo que "registava" a declaração da junta.
O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
Leia Também: Níger: "Inaceitável" suspensão das emissões da France 24 e RFI
Papa Francisco diz que transexuais "são filhos de Deus" que os "ama como são"
Por SIC Notícias
A entrevista é publicada quando nestes últimos dias a questão da comunidade trans tem gerado algumas polémicas e controvérsias na JMJ, tendo havido uma pessoa com a bandeira hasteada confrontada no Parque Eduardo VII.
O Papa Francisco afirmou numa entrevista que os transexuais são "filhos de Deus" e referiu que o Vaticano pretende nomear um representante permanente que "faça a ponte" entre Moscovo e Kiev sobre o regresso de crianças ucranianas deportadas.
Numa entrevista à publicação espanhola Vida Nueva Digital, conduzida antes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), mas só esta sexta-feira divulgada, o Papa Francisco referiu que lhe "atiram à cara" que recebe transexuais nas audiências gerais.
O líder da Igreja Católica disse que quem costuma levar transexuais às audiências é uma monja francesa que pertence à fraternidade das Irmãzinhas de Jesus, fundadas por Charles de Foucauld, que vive num circo e se dedica aos transexuais.
"Da primeira vez que as trouxe, as raparigas saíram a chorar. Deram-me a mão e disseram: 'Dei a mão ao Papa e deu-me um beijo'. Vocês são filhas de Deus: (...) continua a amar-vos como são", afirmou o Papa.
Estas declarações, filmadas antes da JMJ, vêm após algumas polémicas no que diz respeito à presença de trans em Lisboa durante o evento católico.
Enquanto um peregrino hasteava a bandeira que representa a comunidade transgénero foi censurado e criticado por outros peregrinos, durante a missa de abertura no Parque Eduardo VII.
No vídeo é possível ver duas pessoas a questionarem o rapaz por estar a erguer a bandeira. O autor do vídeo responde: "Estou a representar o meu povo, tal como todos os outros, com a bandeira" e reforça que "Deus ama toda a gente".
A discussão fica mais acesa e o jovem acaba por perguntar se eles são da organização e termina o vídeo.
Questionada pela SIC, a organização da Jornada Mundial da Juventude colocou-se ao lado da vítima.
Numa peça da SIC, enquanto entrevistávamos uma pessoa trans, dois peregrinos fizeram um gesto a assinalar “isqueiro” para a bandeira que carregava consigo e identificava a comunidade.
Presidente deposto do Níger alerta que região "pode cair sob influência russa"
Mohamed Bazoum apela aos Estados Unidos e seus aliados para "restaurarem a ordem constitucional" no país.
O presidente deposto do Níger apelou aos Estados Unidos e seus aliados para "restaurarem a ordem constitucional" no país enquanto ele está detido desde o golpe militar da semana passada. Num artigo de opinião publicado no Washington Post, Mohamed Bazoum descreveu-se como um "refém".
Bazoum disse que, sem a intervenção ocidental, "toda a região central do Sahel pode cair sob a influência da Rússia por meio do grupo mercenário Wagner". Bazoum acrescentou que os extremistas islâmicos irão explorar a situação para colocar os jovens contra o Ocidente.
A Comunidade Económica dos Estados e da África Ocidental deu aos golpistas um prazo até domingo para que deixem Bazoum regressar ao poder. Em último recurso, não descartam uma intervenção militar.
Níger. Delegação da CEDEAO abandona país sem se reunir com Junta Militar
© Getty Images
POR LUSA 04/08/23
A delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deslocaram-se à capital do Níger, mas abandonou o país poucas horas depois sem se encontrar com o chefe da Junta Militar.
"Os enviados da CEDEAO partiram" na noite de quinta-feira e não se encontraram com o general Abdourahamane Tiani, o líder dos militares que afastaram do poder o chefe de Estado Mohamed Bazoum, disse à France Presse um dos membros da delegação.
A delegação, chefiada pelo antigo chefe de Estado nigeriano Abdulsalami Abubakar, devia inicialmente encontrar-se com os militares golpistas do Níger "para apresentar as exigências dos líderes da CEDEAO", segundo um comunicado da presidência nigeriana.
O presidente da CEDEAO, Bola Tinubu, tinha exortado a delegação a "fazer tudo o que fosse possível" para encontrar uma "solução amigável" para a crise no Níger.
A CEDEAO impôs pesadas sanções a Niamey e deu aos golpistas um prazo até domingo para permitirem que o presidente Mohamed Bazoum, afastado do poder a 26 de julho, volte à presidência, alertando que é possível o uso da força.
Na quinta-feira à noite, os militares da Junta Militar do Níger anunciaram "retaliação imediata" em caso de "agressão ou tentativa de agressão" contra seu país por parte da CEDEAO.
Entretanto, o chefe de Estado deposto, Mohamed Bazoum, advertiu em entrevista ao jornal norte-americano Washington Post que se o golpe de Estado prevalece "toda a região pode cair sob influência russa".
Num artigo publicado na quinta-feira, Bazoum pediu aos Estados Unidos e à "comunidade internacional" para apoiar o governo legítimo.
Bazoum criticou o Mali e o Burkina Faso por "apoiarem o golpe [de Estado] ilegal" e acusando os dois países de contratarem mercenários do grupo russo Wagner.
Ucrânia diz ter colocado navio russo fora de ação
ARQUIVO: Navio no porto russo de Novorossiysk, no Mar Negro
Por Euronews 04/08/2023
Navio russo no porto de Novorossiysk foi alvo de um ataque com drones, dizem serviços secretos ucranianos.
Os serviços secretos ucranianos afirmam ter atingido o navio russo da frota do Mar Negro Olenegorsky Gornyak, alegando que a embarcação sofreu uma grave avaria que a impede de realizar missões de combate.
Uma fonte dos serviços secretos revelou à agência de notícias Reuters que o incidente se deve a um ataque com drones realizado pelo serviço de segurança ucraniano SBU e pela sua marinha.
Vídeos não verificados, que parecem ser da base naval de Novorossiysk, mostram um navio militar russo a inclinar-se gravemente para um lado.
O ministério russo da Defesa diz, por sua vez, ter travado ataques ucranianos, durante a noite, ao porto de Novorossiysk, no Mar Negro, e à península da Crimeia.
"Ontem à noite, as forças armadas ucranianas, com a ajuda de dois barcos não tripulados, tentaram atacar a base naval de Novorossïysk" no Mar Negro, afirmou o Ministério da Defesa da Rússia no Telegram.
"Os barcos não tripulados foram detetados visualmente e destruídos por tiros regulares de navios russos" que protegem a base, acrescentou.
O porto de Novorossiysk tem uma importância estratégica para Moscovo ao deter o fim de um oleoduto de cerca de 1.500 km que liga o oeste do Cazaquistão às regiões russas localizadas a norte do Mar Cáspio. A maior parte do petróleo do Cazaquistão destinado à exportação passa por este oleoduto.
Não foram registados quaisquer danos e o petróleo continuou a fluir normalmente a bordo dos navios atracados no porto, segundo a imprensa russa, citada pelo Consórcio do Oleoduto do Cáspio (CPC).
No entanto, o receio de perturbações no abastecimento de cereais levou já a um aumento superior a 3% no preço do trigo na bolsa de Chicago.
Insurgência islâmica do Boko Haram já deslocou 2,6 milhões na Nigéria
Polícia detém suspeito de novo ataque com faca na Coreia do Sul
© iStock
POR LUSA 04/08/23
A polícia sul-coreana anunciou ter detido o suspeito de um ataque com uma faca ocorrido hoje numa escola na cidade de Daejeon, um dia após um outro ataque ter causado 14 feridos.
O departamento de polícia metropolitana de Daejeon não divulgou a identidade do suspeito, dizendo apenas que se trata de "um homem na casa dos 20 ou 30 anos".
O suspeito esperou que um professor da escola secundária Songchon High School saísse de uma sala de aula para o esfaquear, antes de se colocar em fuga, algo que sugere serem conhecidos, referiu a polícia.
A polícia não revelou pormenores sobre o estado de saúde da vítima.
O ataque ocorreu um dia depois de 14 pessoas terem ficado feridas na cidade de Seongnam, após um homem ter atropelado cinco pessoas e, de seguida, esfaqueado outras dentro de um centro comercial, naquele que foi o segundo esfaqueamento em massa no país num mês.
As autoridades detiveram um suspeito de 22 anos no local do crime. A polícia não identificou o homem, nem forneceu qualquer informação imediata sobre um possível motivo.
De acordo com um responsável da esquadra de polícia do distrito de Bundang, em Gyeonggi, Park Gyeong-won, o suspeito falou de forma incoerente durante os interrogatórios policiais e disse que estava a ser perseguido.
A família do suspeito disse à polícia que o jovem tinha um historial de doença mental.
Embora o suspeito tenha comprado na quarta-feira, num outro centro comercial, as duas facas usadas no ataque, não há provas claras de que tenha planeado os ataques com antecedência, disse Park.
Um responsável dos bombeiros da província de Gyeonggi, Ha Dong-geun, disse que pelo menos duas das pessoas atropeladas foram hospitalizadas em estado crítico. Entre os nove esfaqueados, oito estavam a ser tratados por ferimentos considerados graves.
No mês passado, um homem armado com uma faca esfaqueou pelo menos quatro pessoas numa rua da capital, Seul, matando uma pessoa.
A Agência Nacional de Polícia realizou uma reunião 'online' na quinta-feira com os chefes de polícia regionais para discutir formas de lidar com esfaqueamentos e outros ataques contra alvos aleatórios. De acordo com a agência, as autoridades discutiram o aumento das patrulhas noturnas em zonas de maior afluência e o reforço da videovigilância.
O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, apelou a um controlo mais rigoroso das redes sociais para detetar ameaças, destacando mais agentes da autoridade para a prevenção e equipando-os com melhor equipamento, de acordo com o gabinete presidencial de Seul.
Leia Também: Um ferido em novo ataque com faca na Coreia do Sul. Suspeito em fuga
Rússia acusa Ucrânia de tentar atacar com drones um dos maiores portos do Mar Negro
Por sicnoticias.pt 04/08/23
O Ministério da Defesa da Rússia diz que “duas embarcações não tripuladas” das forças armadas da Ucrânia foram “detetadas e destruídas” por navios russos na base naval da cidade de Novorossiysk, na Rússia.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou esta sexta-feira ter frustrado um ataque noturno com drones marítimos à base naval da cidade de Novorossiysk, onde se situa um dos principais portos russos do Mar Negro.
"Esta noite, as forças armadas ucranianas tentaram atacar a base naval de Novorossiysk com duas embarcações não tripuladas", que "foram detetadas e destruídas por navios russos que guardavam a área fora da base naval", lê-se num comunicado do ministério, publicado na plataforma de mensagens Telegram.
Esta semana, as autoridades russas deram conta de várias tentativas de ataques a navios civis e navais na zona do Mar Negro, onde os ataques aumentaram desde que a Rússia decidiu retirar-se do acordo ucraniano de exportação de cereais, a 17 de julho, acusando a Ucrânia de incumprir a sua parte do plano.
Tanto Kiev como Moscovo anunciaram, após a rutura do acordo, alcançado pela primeira vez em julho de 2022, que todos os navios que navegam nas águas do Mar Negro serão considerados transportes de carga militar.
A Junta Militar que tomou o poder no Níger a 26 de julho avisou quinta-feira que ripostará imediatamente a qualquer agressão da CEDEAO, denunciou os acordos militares assinados com França e afastou quatro embaixadores noutros tantos países.
© Shutterstock
POR LUSA 04/08/23
Níger. Junta Militar avisa que ripostará a qualquer agressão da CEDEAO
A Junta Militar que tomou o poder no Níger a 26 de julho avisou quinta-feira que ripostará imediatamente a qualquer agressão da CEDEAO, denunciou os acordos militares assinados com França e afastou quatro embaixadores noutros tantos países.
Num comunicado transmitido pela televisão nacional na noite de quinta-feira, lido pelo coronel Amadou Abduramane, os golpistas, organizados no Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), apelam à população para que esteja "vigilante" contra "espiões e forças armadas estrangeiras" e para que alerte as autoridades para quaisquer movimentos suspeitos.
Por outro lado, os golpistas denunciaram os vários acordos militares assinados com a França, nomeadamente no que diz respeito ao "estacionamento" do destacamento francês e ao "estatuto" dos soldados presentes no âmbito da luta contra o 'jihadismo'.
"Perante a atitude e a reação leviana da França face à situação" no Níger, "o CNSP decidiu denunciar os acordos de cooperação no domínio da segurança e da defesa com aquele país", declararam os golpistas.
A Junta Militar anunciou também a "cessação" das "funções" dos embaixadores do Níger em França, nos Estados Unidos, na Nigéria e no Togo.
O comunicado surge poucas horas depois da chegada a Niamey de uma delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), numa tentativa de encontrar uma saída para a crise, oito dias após o golpe de Estado liderado pelo general Abdourahamane Tiani que derrubou o regime do presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum.
Os vizinhos da África Ocidental ameaçaram usar a "força" se o Presidente Bazoum não for reintegrado até ao próximo domingo.
A delegação da CEDEAO, chefiada pelo antigo chefe de Estado nigeriano Abdulsalami Abubakar, deverá "encontrar-se com os líderes do golpe de Estado no Níger para apresentar as exigências dos líderes da CEDEAO", de acordo com um comunicado da presidência nigeriana.
O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, atual Presidente da CEDEAO, pediu-lhe que "fizesse tudo o que fosse possível" para uma "resolução amigável" da crise no Níger, na sequência das sanções impostas ao país e de um ultimato dado aos golpistas para restabelecerem a ordem constitucional, sob pena de recorrerem à "força".
A organização oeste-africana, que suspendeu as transações financeiras com o Níger, declarou que estava a preparar uma operação militar, embora tenha sublinhado que esta era "a última opção em cima da mesa".
Paralelamente, os chefes de Estado-Maior da CEDEAO vão reunir-se ao longo do dia de hoje em Abuja, Nigéria, enquanto vários exércitos da África Ocidental, incluindo o do Senegal, dizem estar prontos a intervir se o ultimato não for respeitado no domingo.
Numa entrevista à agência noticiosa France-Presse (AFP), o embaixador do Níger em Washington, Kiari Liman-Tinguiri, um dos entretanto afastados do cargo, pediu à Junta Militar para "ganhar juízo".
"Se o Níger entrar em colapso, todo o Sahel entrará em colapso e será desestabilizado [...] e teremos [o grupo de mercenários] Wagner e os 'jihadistas' a controlar a África desde a costa até ao Mediterrâneo", advertiu Liman-Tinguri.
Por outro lado, o Mali e o Burkina Faso declararam que qualquer intervenção armada no Níger será considerada "como uma declaração de guerra" contra os dois países.
Se as relações entre Niamey e o bloco da África Ocidental são tensas, também o são com a França, a antiga potência colonial.
Na quinta-feira, os programas da RFI (Radio France Internationale) e do canal de notícias televisivo France 24 foram interrompidos no Níger, "uma decisão tomada fora de qualquer quadro convencional e legal", segundo a empresa-mãe dos dois meios de comunicação, France Médias Monde.
A suspensão das emissões ocorreu no dia do 63.º aniversário da independência do Níger
Desde o golpe de Estado, as relações com Paris deterioraram-se. Os incidentes ocorridos no domingo, durante uma manifestação diante da embaixada francesa, levaram à evacuação de mais de 500 cidadãos franceses.
Milhares de manifestantes que apoiam a junta no poder saíram às ruas de várias cidades nigerianas na quinta-feira, numa manifestação pacífica convocada pelo M62, uma coligação de organizações "soberanistas" da sociedade civil.
Muitos deles entoaram slogans críticos em relação à França e agitaram bandeiras da Rússia - país do qual o Mali e o Burkina Faso já se aproximaram.
O acesso à embaixada francesa e a outras chancelarias próximas foi bloqueado na quinta-feira pelas forças de segurança nigerianas, observaram os jornalistas da AFP.
Antes da manifestação, Paris tinha reiterado "que a segurança das instalações diplomáticas e do pessoal (eram) obrigações ao abrigo do direito internacional".
O Níger é um dos países mais pobres do mundo, apesar dos seus recursos de urânio.
Assolado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaida, é o terceiro país da região a sofrer um golpe de Estado desde 2020, depois do Mali e do Burkina Faso.
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GUERRA DE CANSALA ???
BRASIL: Polícia brasileira detém homem que ameaçou disparar contra Lula da Silva
© Lusa
POR LUSA 04/08/23
A Polícia Federal do Brasil deteve um fazendeiro que terá ameaçado disparar contra o Presidente em Pará, estado do norte que Luiz Inácio Lula da Silva irá visitar a partir de hoje.
O proprietário de terrenos agrícolas rurais foi detido em Santarém, município no qual o Presidente irá iniciar uma visita ao Pará, que termina na quarta-feira, com a participação na Cimeira da Amazónia, que junta na capital do estado, Belém, representantes e chefes de Estado dos oito países que têm o bioma nos seus territórios.
Num comunicado, a Polícia Federal disse que o homem, identificado como André Luiz Teixeira da Silva, foi detido na tarde de quinta-feira, após fazer ameaças na quarta-feira, que levaram duas testemunhas a apresentar uma queixa.
A polícia disse que, enquanto estava num bar em Santarém, "o homem teria dito que iria disparar contra o estômago do Presidente e perguntado aos presentes se sabiam onde [Lula da Silva] iria ficar durante a sua visita ao município".
O comunicado referiu que, após ser detido, o suspeito confessou ter participado no ataque às sedes dos três poderes, em Brasília, a 08 de janeiro, em que milhares de apoiantes do antigo Presidente Jair Bolsonaro tentaram um golpe de Estado.
O homem terá também dado uma contribuição diária de mil reais (185 euros) e participado, durante 60 dias, num acampamento em frente a um quartel militar em Santarém, que exigia a intervenção do exército para impedir que Lula da Silva assumisse a presidência.
"O suspeito pode responder pelos crimes de ameaça e incitação e preparação de ataque contra autoridade por motivos políticos", disse a Polícia Federal.
De acordo com a imprensa brasileira, o fazendeiro está também a ser investigado pela alegada invasão de terras públicas e desflorestação na Amazónia.
Após a detenção, o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil lamentou haver "pessoas que ameaçam matar ou agredir fisicamente as autoridades dos poderes da República".
"Isso não é 'liberdade de expressão' e a Polícia Federal seguirá aplicando a lei contra criminosos", afirmou Flávio Dino na rede social X (antigo Twitter).
"Renovo os apelos para que as pessoas protestem pacificamente e esperem a eleição de 2026", acrescentou o governante.
Procurador acusa sindicalistas de conspirar "contra Governo venezuelano"
© Lusa
POR LUSA 04/08/23
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou hoje a imprensa local e internacional de "atacar" o país, ao noticiar a condenação de seis dirigentes sindicais a 16 anos de prisão.
Segundo o procurador-geral, os condenados não comprovaram pertencer a nenhum sindicato local e conspiraram contra o Presidente Nicolás Maduro e o alto-comando militar.
"Estas pessoas atuaram fora da lei, conspirando contra a democracia venezuelana, contra o Governo venezuelano (...) os que saíram em sua defesa, como sempre, procuraram um disfarce que neste caso foi rotulá-los de alegados dirigentes sindicais", explicou.
Tarek William Saab falava numa conferência de imprensa, transmitida pela televisão venezuelana, durante a qual insistiu que os condenados "não são líderes sindicais" e que quando foram detidos não realizavam atividades vinculadas à luta sindical.
"O mais interessante é que nenhum deles é trabalhador ativo, nem aparecem registados no Instituto Venezuelano de Segurança Social, como trabalhadores adscritos a alguma empresa (...) aparecem, coloquialmente falando, como pessoas desempregadas", disse, sublinhando que ao não estarem inscritos, tampouco podem pertencer a uma organização sindical.
O procurador-geral explicou que, entre as provas obtidas durante a investigação, incluem-se "extrações telefónicas" que faziam referência à realização de atividades conspirativas, no país, e que mantinham contacto "com um militar desertor", que se encontra na vizinha Colômbia.
"Pertenciam a uma organização clandestina e conspirativa chamada de Unidade de Resistência Popular (...) tinham planeado realizar várias ações contra o Governo, entre elas assaltar um alistamento militar em Mérida e apropriar-se do paiol de armas, que constava de 120 espingardas", explicou.
Segundo o procurador-geral, os seis condenados planeavam realizar atos de sabotagem nas atividades de 05 de julho de 2022, "em que se encontravam presentes o Chefe de Estado, o Presidente Nicolás Maduro e todo o alto comando militar".
Saab precisou que o caso esteve sobre a mesa numa reunião com representantes do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, e uma delegação da ONU.
"Ficaram satisfeitos com a informação que lhes foi dada, através da qual verificaram que estes indivíduos não foram juglados por solicitar melhoras salariais", explicou, durante a conferência de imprensa.
Um tribunal da Venezuela especializado em terrorismo condenou, na terça-feira, seis dirigentes sindicais a 16 anos de prisão, pelos delitos de associação criminosa e conspiração, uma decisão questionada pela defesa e pela oposição venezuelana.
Um dos condenados, Alcides Bracho, é artista plástico e professor, sindicalista da Federação Venezuelana de Professores e também militante do partido opositor Bandera Roja ('Bandeira Vermelha').
Foram também condenados o presidente da Federação de Trabalhadores dos Tribunais, Emílio Negrín, e o diretor da Central de Trabalhadores da Associação Sindical Independente e membro da direção do Sindicato de Funcionários da Assembleia Nacional, o parlamento venezuelano, Gabriel Blanco.
Foi ainda condenado o delegado principal do Conselho Regional de Trabalhadores da Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) no estado de Guárico (centro), Reynaldo Cortés Gutiérrez, e Néstor Astudillo, ativista e sindicalista do partido Bandera Roja, no estado de Miranda (norte).
Por outro lado, foi também condenado Alonso Eduviges Meléndez Rodríguez, um engenheiro de pesca, sindicalista e militante do Bandera Roja.
A condenação, segundo Eduardo Torres, advogado de um dos condenados, teve lugar depois de terem participado, em julho de 2022, em várias manifestações para exigir o respeito pelos direitos humanos dos trabalhadores, salários justos e contra o gabinete responsável do orçamento público da Venezuela (Onapre).
Os condenados, chamados popularmente de "lutadores", tinham sido detidos há um ano e quase dois meses.
Várias organizações não-governamentais venezuelanas condenaram a decisão do tribunal, que dizem ser "perseguição política".
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Líderes africanos pedem desbloqueamento das exportações russas de cereais
© Reuters
POR LUSA 03/08/23
Os líderes africanos envolvidos nas conversações de paz na Ucrânia apelaram hoje, em Pretória, ao desbloqueamento das exportações russas de cereais e fertilizantes, a fim de reavivar o acordo sobre as exportações das sementes através do Mar Negro.
Segundo Vincent Magwenya, porta-voz do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o grupo também pediu às Nações Unidas que tomem medidas para desbloquear 200 mil toneladas de fertilizantes russos presos nos portos da União Europeia (UE).
"Os líderes [africanos] apelaram a medidas específicas para remover os obstáculos às exportações russas de cereais e fertilizantes, permitindo a plena implementação do acordo do Mar Negro", disse Magwenya numa conferência de imprensa em Pretória.
Em julho, a Rússia retirou-se de um acordo patrocinado pela ONU que permitia à Ucrânia exportar cereais através do Mar Negro, o que levou a um aumento dos preços dos cereais que está a afetar duramente os países mais pobres, maioritariamente africanos.
Moscovo exige garantias para outro acordo relativo às suas próprias exportações, em especial de fertilizantes.
O apelo para satisfazer algumas das exigências do Kremlin foi feito por Ramaphosa e por seis outros chefes de Estado, incluindo o egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o senegalês Macky Sall, após as conversações realizadas na semana passada em São Petersburgo com o homólogo russo, Vladimir Putin, disse Magwenya.
Nos últimos dias, a Rússia tem estado a bombardear os portos da região de Odessa, que são cruciais para as exportações de cereais que beneficiam de uma passagem segura ao abrigo do acordo.
O Egito, a África do Sul e o Senegal fazem parte de um esforço diplomático de sete países africanos para tentar negociar o fim das hostilidades entre Kyiv e Moscovo.
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quinta-feira, 3 de agosto de 2023
𝗗𝗢𝗜𝗦 𝗙𝗨𝗡𝗖𝗜𝗢𝗡Á𝗥𝗜𝗢𝗦 𝗗𝗘 𝗖𝗢𝗡𝗧𝗥𝗜𝗕𝗨𝗜ÇÕ𝗘𝗦 𝗘 𝗜𝗠𝗣𝗢𝗦𝗧𝗢𝗦 𝗖𝗢𝗡𝗗𝗘𝗡𝗔𝗗𝗢𝗦 À 𝟴 𝗔𝗡𝗢𝗦 𝗗𝗘 𝗣𝗥𝗜𝗦Ã𝗢 𝗘𝗙𝗘𝗧𝗜𝗩𝗔
Por Rádio Jovem Bissau
Tratam-se da cidadã Maria Santa Lopes, antiga chefe de repartição de Guichet único e o antigo gestor do Sistema nos serviços de registo e cobranças, Joseph Amar Nancassa.
Os arguidos foram condenados por crimes de "Fraude fiscal e de peculato". Na qual Maria Lopes, tenha que pagar 63.656.729 fcfa (sessenta e três milhões e seiscentos e cinquenta e seis mil r setecentos e vinte e nove francos) à favor do Estado guineense; por enquanto o Joseph Nancassa tem que pagar 700.591.146 fcfa (setecentos milhões e quinhentos e noventa e um mil, cento e quarenta e seis francos).
Segundo o acórdão número 266/2022, do Tribunal Regional de Bissau, lido ontem (2.08.2023), os dois decidiram proceder eliminação no sistema "SISEF", de valores tributários pagos e as dividas fiscais das pessoas singulares e coletivas.
Um ato que de acordo com fatos aprovados, decorria no ano 2020 entre a 1 hora da manhã às 7 da manhã (fora do horário do trabalho).
Importa informar que, o arguido Joaquim José Furtado foi absolvido no processo.