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Por LUSA 11/03/22
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou hoje que as novas sanções económicas que o G7 e a União Europeia vão adotar no sábado contra Moscovo pela invasão da Ucrânia vão isolar "ainda mais" a Rússia.
"A UE e os nossos parceiros do G7 continuam a trabalhar em uníssono para aumentar a pressão económica contra o Kremlin", disse von der Leyen, em comunicado, após os líderes do grupo dos países mais industrializados do mundo - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - anunciarem novas medidas restritivas contra a Rússia.
A presidente da Comissão Europeia destacou que os pacotes anteriores de sanções "atingiram duramente a economia da Rússia" e que "o rublo tombou", enquanto "muitos dos principais bancos russos estão isolados do sistema bancário internacional".
"As empresas (estrangeiras) estão a deixar o país uma após uma, não querendo que as suas marcas sejam associadas a um regime assassino", acrescentou, avançando: "Amanhã adotaremos um quarto pacote de medidas para isolar ainda mais a Rússia e drenar os recursos que o país usa para financiar esta guerra bárbara".
Especificamente, Ursula von der Leyen sublinhou que será negado à Rússia o estatuto de "nação mais favorecida" nos seus mercados, revogando "benefícios importantes" no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
De acordo com a OMC, a cláusula de nação mais favorecida exige que os países não discriminem entre os seus parceiros comerciais, de modo que uma concessão ou privilégio especial concedido a um país significa que todos os outros parceiros comerciais devem gozar dos mesmos benefícios.
A retirada desse estatuto à Rússia, algo que o Canadá já tinha feito, levará a um aumento nas tarifas dos produtos russos.
Von der Leyen observou que os países também irão trabalhar para suspender os direitos de participação da Rússia em instituições financeiras multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para que não possa obter mais empréstimos ou benefícios dessas instituições.
A presidente da Comissão Europeia disse que os países continuarão a "pressionar" as elites russas próximas do presidente russo, Vladimir Putin, e que os ministros das finanças, justiça e interior do G7 se reunirão na próxima semana.
Da mesma forma, os países irão procurar garantir que o Estado russo e as suas elites não possam usar criptoativos para contornar as sanções impostas e proibirão as exportações de quaisquer bens de luxo da UE para a Rússia.
Outra medida será vetar a importação de bens-chave do setor siderúrgico da Rússia e, por fim, Von der Leyen afirmou que vão propor a proibição de novos investimentos europeus em todo o setor energético russo, da exploração à produção.
"Esta crise não tem precedentes. Nem a unidade e a velocidade de reação que as nossas democracias mostraram até agora", disse a presidente da Comissão, que concluiu declarado que "a Ucrânia prevalecerá".
O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, disse que com as próximas sanções a UE vai continuar a "perseguir os oligarcas, as elites filiadas ao regime, as suas famílias e empresários de destaque, que estão envolvidos nos setores económicos".
São pessoas ou entidades que atuam "na indústria siderúrgica, fornecem produtos e tecnologia militar ou prestam serviços financeiros e de investimento", disse Borrell.
Por sua vez, o presidente da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, Bernd Lange, avançou em comunicado que o G7 anunciou sua intenção de revogar o estatuto de nação mais favorecida da Rússia.
"Como a situação na Ucrânia, que está sob ataque da Rússia, está a piorar a cada dia, não podemos continuar os negócios como de costume quando se trata de comércio com o regime de Vladimir Putin", disse Lange.
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Notícias ao Minuto 11/03/22
A empresa diz ainda que desde 1 de março já removeu mais de mil canais e 15 mil vídeos que violavam não só as políticas contra o discurso de ódio, como também espalhavam desinformações ou conteúdos gráficos.
O Youtube anunciou, esta sexta-feira, que vai bloquear o acesso global a todos meios de comunicação estatais russos.
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“À luz de circunstâncias extraordinárias, estamos a suspender os anúncios do Google na Rússia. A situação está a evoluir rapidamente e continuaremos a partilhar atualizações quando for apropriado”, pode ler-se no comunicado da Google.
Dado que a venda de anúncios é uma das maiores fontes de receita da Google, não deixa de ser impressionante que a empresa tenha decidido abdicar dela nesta altura.
Esta é a mais recente medida da tecnológica de Mountain View que visa pressionar a Rússia a desistir do conflito na Ucrânia. Este objetivo até levou a empresa norte-americana a bloquear os canais dos órgãos de comunicação estatais russos RT e Sputnik no YouTube, banindo ainda as respetivas apps na Play Store.