quinta-feira, 8 de setembro de 2022

União Europeia é o "parceiro fiável" de África frente à Rússia

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Por LUSA  08/09/22 

O Alto-Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa considerou hoje que a Europa é o "parceiro fiável" de África face à Rússia e que a guerra na Ucrânia prejudica o continente e o resto do mundo.

Num artigo de opinião publicado no jornal queniano Daily Nation, Josep Borrell salientou que África é um "continente vibrante" que está a forjar o seu futuro através da transformação digital, de uma agricultura mais eficiente e sustentável, da construção de infraestruturas, do reforço da segurança e do investimento na sua juventude.

"Por esta razão, propomos que a Europa seja o parceiro de escolha da África", disse o alto-representante, que hoje inicia uma viagem a Moçambique que o levará também ao Quénia e à Somália, salientando que "o investimento europeu em África é mais de cinco vezes maior do que o da China".

No entanto, acrescentou, o futuro do mundo está ensombrado pelas "consequências devastadoras da guerra da Rússia contra a Ucrânia sobre a segurança alimentar, os preços da energia, a dívida e a insegurança".

A guerra afeta toda a gente, mas "África é uma das suas principais vítimas colaterais", referiu o chefe da diplomacia europeia, que admitiu que "alguns países africanos olham para esta guerra de uma perspetiva diferente" da UE.

Borrell disse ainda que a UE e o continente africano podem chegar a acordo sobre "quatro pontos fundamentais".

O primeiro é que "a Europa, a África e o mundo inteiro não podem aceitar um mundo de 'poder faz bem', onde grandes potências podem reivindicar 'esferas de influência' e atacar os vizinhos para anexar o seu território".

O alto-representante propõe defender e revitalizar a ordem multilateral, daí o seu apoio à exigência do continente de que a União Africana tenha um assento no G20, grupo de 20 países desenvolvidos e emergentes.

Em segundo lugar, defendeu "o alívio da crise alimentar" em muitos países africanos, causada em parte pela disputa na Ucrânia, um importante fornecedor de cereais para o continente.

"Outros tentam distrair a atenção da sua responsabilidade culpando as sanções da UE [à Rússia]. Mas estes não proíbem os países africanos de importar e transportar produtos agrícolas russos ou de pagar por eles. A guerra é o problema", argumentou.

O terceiro ponto é intensificar o trabalho conjunto para preservar a segurança do continente africano, e neste campo, a UE é o "parceiro mais fiável" de África, apoiando 11 missões de manutenção da paz, disse.

"A Rússia contribui com 78 pessoas de segurança para as operações de manutenção da paz da ONU em África, em comparação com os 6.000 da UE. Mas a Rússia também contribui para a deterioração da situação de segurança em África com várias centenas de mercenários de empresas militares privadas, como vemos no Mali e na República Centro-Africana", acrescentou Borrell.

Finalmente, o chefe da diplomacia europeia considera que "África e a Europa devem continuar a preparar-se para o futuro, e não regressar ao passado".

"Embora o colonialismo seja uma mancha indelével na consciência da Europa, enfrentar a nossa responsabilidade pelo passado fez de nós melhores parceiros para o futuro. A Europa está a olhar para África com novos olhos: com otimismo e confiança", referiu.

O chefe da diplomacia da UE começa hoje uma visita de dois dias a Moçambique, em que vai reunir-se com o Presidente, Filipe Nyusi, e entregar equipamento não bélico para apoiar o combate em Cabo Delgado.

Na sexta-feira, Borrell vai visitar a Missão de Formação Militar da União Europeia (EUTM Moçambique), no campo de treino da Katembe, margem sul de Maputo, "onde vai testemunhar a cerimónia de entrega de equipamento financiado pelo Mecanismo de Paz Europeia".

A missão apoia o treino de unidades de reação rápida das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e conta com 119 membros de 12 países. 

Portugal assume o comando da missão e é o país com o maior contingente, atualmente de 68 militares dos três ramos das forças armadas e GNR.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Vídeo mostra explosão antes de apagão em cidade russa. Ataque ucraniano?

© explosão belgorod

Notícias ao Minuto  08/09/22 

O incidente terá ocorrido na cidade de Belgorod, onde desde o início da guerra já aconteceram várias explosões.

© explosão belgorod
Uma explosão numa subestação elétrica deixou, esta quinta-feira, deixou metade da população de Belgorod, na Rússia, sem eletricidade.

De acordo com a agência de notícias estatal Ria Novosti, tratou-se de um "acidente", mas há quem questione se terá sido um ataque ucraniano, dada a proximidade com a fronteira.

Uma subestação elétrica em Belgorod, na Rússia, foi palco de uma explosão nas últimas horas, deixando parte da cidade sem eletricidade.

"Ataque, qualidade da manutenção russa ou o regresso da tour dos Chainsmokers?", questionou um utilizador no Twitter.

As imagens foram também partilhadas pelo jornalista de investigação búlgaro Christo Grozev, descrevendo a situação como "algo que parece ser um ataque ucraniano".

Este não é o primeiro incidente reportado na zona desde o início da invasão das tropas russas, tendo já a cidade sido palco de um incêndio num paiol ou mesmo o que terá sido uma explosão num depósito de munições


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EUA aprovaram novo pacote de ajuda militar ao governo de Kyiv

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Por LUSA  08/09/22

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou um pacote de ajuda militar à Ucrânia de 675 milhões de dólares, anunciou hoje o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, reiterando o auxílio de "longo prazo" a Kyiv.

Austin, que se encontra na base área de Ramstein, na Alemanha, para encontros com representantes dos países aliados, disse que Joe Biden aprovou hoje a última tranche de apoio norte-americano à Ucrânia, que enfrenta desde fevereiro uma invasão militar russa. 

O secretário da Defesa disse que o pacote de ajuda também incluiu obuses, munições de artilharia, ambulâncias blindadas e sistemas de defesa antitanque, entre outros equipamentos. 

Por outro lado, Austin afirmou que a "guerra (contra a Ucrânia) encontra-se num outro 'momento chave'", referindo-se à contraofensiva de Kyiv no sul do país.

"Neste momento estão a ser demonstrados os êxitos dos nossos esforços comuns, no campo de batalha", disse. 

O responsável norte-americano considerou que "os contornos da guerra (na Ucrânia) estão a mudar, assim como a missão deste grupo de contacto", referindo-se ao Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, em cujos encontros participam o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, o ministro da Defesa do Executivo de Kyiv e representantes dos aliados. 

"No longo prazo, vamos trabalhar em conjunto para treinarmos as forças ucranianas", garantiu ainda Lloyd Austin, destacando a atualização da "base industrial da defesa no sentido de atender aos requisitos da Ucrânia, a longo prazo".

"Devemos evoluir à medida que a luta evolui", declarou o governante da Administração norte-americano em declarações à margem das reuniões na Alemanha.


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Presidente da República discursa no Congresso brasileiro em comemoração dos 200 anos do Brasil

Por SIC Notícias

Nesta sessão solene estará presente o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, vai discursar esta quinta-feira numa sessão solene comemorativa dos 200 anos da independência do Brasil, no Congresso Nacional brasileiro, em Brasília.

Estão previstas intervenções nesta sessão do Presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, assim como dos responsáveis pelas comissões constituídas nas duas câmaras brasileiras para estas comemorações.

Nesta sessão solene estará presente o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, segunda figura do Estado português, que participa nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil a convite do presidente do Senado Federal brasileiro.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Brasília na terça-feira para participar nas comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, a convite de Bolsonaro, com quem nesse dia teve um encontro bilateral de cerca de 20 minutos no Palácio Itamaraty.

PRESIDENTE MARCELO REBELO DE SOUSA REJEITA POSSIBILIDADE DE ESTAR ASSOCIADO A CAMPANHA ELEITORAL BRASILEIRA

O Presidente português defendeu que "seria incompreensível que Portugal não estivesse representado ao mais alto nível" nas comemorações dos 200 anos do Brasil e rejeitou a possibilidade de ficar associado à campanha eleitoral brasileira, sustentando que "são duas coisas completamente separadas".

Cabo Verde e Guiné-Bissau são os outros dois países representados nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil pelos respetivos chefes de Estado, José Maria Neves e Umaro Sissoco Embaló.

Na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa assistiu ao desfile cívico-militar do 7 de Setembro, no centro da tribuna de honra, ao lado de Jair Bolsonaro, e ofereceu um jantar a representantes de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) presentes em Brasília.

As comemorações do bicentenário da independência do Brasil acontecem quando está em curso a campanha oficial para as eleições presidenciais brasileiras de 2 de outubro, com uma eventual segunda volta em 30 de outubro, às quais são candidatos, entre outros, Jair Bolsonaro e o ex-Presidente Lula da Silva.

O programa do Presidente português no Brasil termina com uma receção à comunidade portuguesa no Navio Escola Sagres, no Rio de Janeiro, na sexta-feira.

GUERRA NA UCRÂNIA: Kyiv reconhece pela primeira vez ter atingido bases russas na Crimeia

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Por LUSA  07/09/22 

O chefe do Estado-Maior do Exército ucraniano, o general Valery Zaluzhny, reconheceu hoje, pela primeira vez, que bases russas na Crimeia anexada foram atingidas por mísseis em agosto, e ameaçou prosseguir estas operações.

A Ucrânia "efetuou com sucesso ataques de mísseis sobre bases militares do inimigo, designadamente no aeródromo de Saki", indicou num artigo publicado pela agência noticiosa pública Ukrinform.

No início de agosto diversas explosões atingiram este aeródromo russo situado na Crimeia, provocando um morto, vários feridos, e destruindo munições destinadas à aviação militar, entre outro material.

Kyiv não tinha reconhecido oficialmente até ao momento a responsabilidade por este ataque, nem um outro que alguns dias mais tarde atingiu um depósito de munições no norte da Crimeia.

"A tarefa das Forças Armadas para 2023" consiste em prosseguir "o deslocamento das hostilidades" em direção a esta península, onde Moscovo dispõe de "importantes agrupamentos de tropas" para a sua invasão, acrescentou Zaluzhny.

O chefe militar, que raramente se exprime nos 'media', apelou para a continuidade do apoio militar do Ocidente, sobretudo através do envio de armamento de longo alcance.

O raio de ação dos mísseis de cruzeiro russos atinge os 2.000 quilómetros, enquanto o das forças ucranianas não ultrapassa os 100 quilómetros, segundo precisou o representante militar.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que entrou hoje no seu 196.º dia, 5.718 civis mortos e 8.199 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Suspensão de novos ingressos: SINDICATOS CRITICAM MEDIDA “IMPOPULAR” E PEDEM GOVERNO MAIS ESCLARECIMENTOS

 JORNAL ODEMOCRATA  07/09/2022 

Os sindicatos do setor de saúde e da educação ouvidos pelo nosso semanário criticam a decisão do executivo guineense que suspendeu a admissão dos novos ingressos destes setores na função pública. Uma decisão que consideram impular e pedem ao governo mais esclarecimentos sobre o grupo de funcionários referidos no comunicado do executivo. 

Os sindicalistas ouvidos são o porta-voz do coletivo de novos ingressos no setor de saúde, bem como os responsáveis da Frente Comum, uma organização de professores que integra o Sindicato Democrático dos Professores (Sindeprof) e a Frente Nacional dos Professores e Educadores.

NOVOS INGRESSOS CONFIRMAM PAGAMENTO DE 99% DA DÍVIDA A TÉCNICOS CLÍNICOS

O porta-voz dos técnicos de saúde de novos ingressos, confirmou na entrevista ao nosso seminário que o governo pagou 99% da dívida  a técnicos da área clínica, mas alguns técnicos ligados aos serviços da administração e inspeção não foram pagos. Segundo Dencio Florentino Ié, o fato deve-se à falta de abertura de contas bancárias e à falta de alguns documentos exigidos pelo executivo.

Em relação à informação que dava conta que todos os técnicos novos ingressos pagos seriam mandados para casa, o porta-voz disse que o coletivo que lidera não recebeu até ao momento nenhum documento oficial sobre esse assunto e que se trata apenas de uma intenção.   

Sobre à medida adotada pelo governo em Conselho de Ministro que suspende novas admissões nos setores de saúde e educação, Dencio Florentino Ié disse que o coletivo que representa ainda está a procurar entender melhor a medida, porque o governo não especificou de forma clara qual grupo de técnicos é visado.

“O que temos reclamado junto do governo é o nosso processo de recenseamento. O primeiro-ministro também produziu uma carta dessa natureza a 2 de agosto e quero acreditar que se trata do mesmo assunto, embora não tenha especificado se se trata apenas de novas contratações ou não. As informações que recebemos de alguns responsáveis do ministério da saúde pública indicam que essa decisão não inclui o nosso grupo”, assegurou.

O porta-voz dos técnicos de saúde novos ingressos disse que o coletivo tem uma média de mil e duzentos técnicos que aguardam para serem inscritos na função pública.

FRENTE COMUM DOS PROFESSORES CONSIDERA A MEDIDA “IMPOPULAR E ABERRANTE”

A Frente Comum, uma organização de professores que integra o Sindicato Democrático dos Professores (Sindeprof) e a Frente Nacional dos Professores e Educadores, considerou a decisão do governo uma medida “ impopular” e “aberrante”.

Em entrevista telefónica, Alfredo Biaguê, porta-voz da Frente Comum dos professores, disse que embora seja da competência do executivo tomar decisões que lhe convém, deveria ter ponderado se era necessário ou não tomar essa decisão, porque “não se deve tomar uma medida impopular”.

“ É uma medida aberrante. Porque no ano letivo findo, o executivo contratou professores sem formação pedagógica. É absurdo contratar uma pessoa formada em culinária, na canalização, na construção civil, na serralheira e até na enfermagem para vinculá-la com o Estado no ministério da Educação”, criticou.

Biaguê defendeu que a medida deveria ter sido acompanhada de um estudo de três anos, porque o setor do ensino não pode e nem deve ser visto apenas no raio do Setor Autónomo de Bissau. Portanto, “essa medida não terá nenhum resultado esperado”.

Segundo Alfredo Biaguê, o mais grave na decisão é a suspensão das promoções, reclassificações e equiparação na administração pública em geral.

Contactado pela redação, o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF), Afonso Martinho Mendes, disse que o sindicato só reagirá à medida do governo depois de concertação interna.

ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO CRITICA MEDIDA DO GOVERNO QUE CONSIDERA “MERAMENTE ECONÓMICA”

Em reação à suspensão de admissão de novos ingressos nos setores de saúde e educação anunciada pelo governo, Miguel Lisandro Soares da Gama, professor universitário, disse que se trata de uma medida “meramente económica” que não reflete as reais necessidades desses setores, uma medida tomada sem ter em consideração as fragilidades e as necessidades dos setores sociais, particularmente a educação.

“Se o governo decidiu abrir exceção a setores sociais é porque tem consciência das demandas que existem”, sustentou.

Miguel Lisandro Soares da Gama salientou que antes de avançar com medida o governo deveria ter realizado um estudo para descobrir se haveria ainda a necessidade “imperiosa” de recrutamento, tanto na educação como no setor de saúde.

“No setor de saúde, por exemplo, tem-se falado sistematicamente de falta de técnicos de saúde  nos diferentes  centros de saúde. Na área de educação, para além de colocações que são feitas anualmente,  o governo recorre ainda a quadros de outras áreas para colmatar o vazio no sistema e a falta de professores para cobertura nacional”, frisou.

Miguel Lisandro Soares da Gama avançou que a medida do governo pode criar um “buraco” no sistema, porque várias escolas funcionarão sem professores suficientes, lembrando que devido à falta de professores especializados, alguns   docentes das escolas de formação de professores acumulam, para além dos horários letivos que têm, algumas cadeiras para colmatar as necessidades.

“Quando o  governo  suspende a admissão de novos ingressos nos setores da educação e da saúde, bem como as promoções, reclassificações e equiparação na administração pública em geral na Guiné-Bissau, está a abrir caminhos para agudizar a crise”, disse, apontando que o  executivo deveria ter controlado primeiro as suas despesas e as dos titulares dos órgãos públicos, acabar com entradas na função pública por vias ilegais e acelerar o processo de reforma na Função Pública.

“Proibir a entrada de novos ingressos não resolve o problema, mas sim, está a criar novo problema com impactos sociais imprevisíveis”, disse.

Na decisão tomada em comunicado do Conselho de Ministros no passado dia 25 de agosto, o executivo argumenta a medida com base nos dados apresentados pelo Ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, segundo os quais, houve um aumento do número do pessoal nos setores da educação e da saúde e, consequentemente a subida da massa salarial.

Sobre esse assunto, Miguel Soares da Gama disse que o governo deveria ter tomado também em consideração o surgimento de novos centros de formação de professores.

“Essas escolas de formação foram instituídas com base num estudo feito sobre as necessidades do setor e concluiu-se que havia a necessidade de formação de professores, porque o número de professores que Tchico Té, 17 de fevereiro, INEFD e a escola de formação de Bolama tirava anualmente era muito insuficiente. Essa medida contraria esse princípio. A construção desses estabelecimentos foi financiada pelo Banco Mundial. Com a política  do FMI,  o governo está a fechar o acesso aos professores  e aos técnicos de saúde”, notou, alertando que a decisão só vai aumentar o nível de desemprego.

“As escolas vão continuar  a formar professores e o  nível de desemprego vai aumentar. Os estudantes que concluíram cursos neste ano letivo, com o anúncio dessa medida, com certeza já estão em desespero   total. Quero acreditar que o Conselho de Ministros não teve tempo de ouvir os técnicos do ministério da educação nacional, porque essa decisão não vai ajudar na melhoria do sistema”, afirmou.

Miguel Gama não poupou críticas ao governo e disse que as autoridades nacionais  devem parar de adotar medidas para satisfazer a comunidade internacional, porque “a comunidade internacional deve procurar conhecer primeiro as reais necessidades do país”, para poder tomar medidas  que vão em conformidade aos problemas que o país tem.

Por: Filomeno Sambú

EDUCAÇÃO: Mais de 50 milhões crianças fora do sistema de ensino em África

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Por LUSA  07/09/22 

Um relatório conjunto de três entidades internacionais revelou hoje que 57 milhões de crianças e adolescentes estão fora do sistema educativo na África Central e Ocidental, perfazendo quase um quarto daqueles que não vão à escola no mundo.

No Burkina Fazo, Chade, Mali e Níger, mais de metade das crianças não tem acesso à educação.

Apenas na zona central do Sahel o encerramento de escolas aumentou 66% e, em toda a região, havia mais de 12.400 centros educativos fechados no final de 2021, um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC, sigla em Inglês).

A oficial regional do NRC, Maureen Magee, enfatizou que "cada criança fora da escola, cada dia de aprendizagem perdido, é um tijolo a menos para construir a paz e a prosperidade na região".

Especialistas temem que haja uma geração perdida e, por extensão, anos de entrave ao desenvolvimento global.

Entre os desafios pendentes está também a blindagem de centros educativos contra possíveis ataques, algo que as três organizações quiseram enfatizar ante do Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques, que é comemorado na sexta-feira.

As escolas são, por vezes, alvo de ataques que, por sua vez, fazem com que muitos estudantes optem por não ir às aulas por medo.

A violência também leva à fuga em massa de populações, cenários em que as famílias, inclusive crianças e adolescentes, deixam tudo para trás.

A diretora do ACNUR para a área, Millicent Mutuli, ressaltou que "manter o acesso a uma educação segura e de qualidade é crucial também para refugiados".

O relatório propõe reconstruir as escolas destruídas e oferecer formas de aprendizagem alternativas à presencial.


Leia Também: UE quer metade dos menores de 3 anos com acesso a ensino até 2030

ONU: Igualdade de direitos para as mulheres? "Pode levar até 286 anos"

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Por LUSA  07/09/22 

A ONU Mulheres alertou hoje que, com o atual ritmo de progresso, levará 286 anos para que as mulheres tenham os mesmos direitos e proteções legais que os homens.

"Pode levar até 286 anos, quase três séculos, para que as mulheres tenham os mesmos direitos e proteções legais que os homens", salientou a vice-diretora-geral da ONU Mulheres, Anita Bhatia, durante uma conferência de imprensa que serviu para apresentar o relatório sobre a matéria.

Durante o seu discurso, Bhatia insistiu que "ao ritmo atual de progresso, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do objetivo 5 [focado na igualdade de género] podem levar décadas, e até séculos, para se materializarem".

Além disso, sublinhou que "a paridade na força de trabalho não será alcançada nos próximos 140 anos" e que "é provável que demore 40 anos para alcançar a igualdade de representação nos parlamentos de todo o mundo", caso não ocorram melhorias.

O relatório apresenta que as mulheres perderam cerca de 800.000 milhões de dólares em rendimentos em 2020 devido à pandemia de covid-19 e que, apesar de "um aumento em algumas partes do mundo, a sua participação nos mercados de trabalho será menor em 2022 do que antes da pandemia".

O estudo estima também que até ao final deste ano haverá 383 milhões de mulheres e meninas a viverem abaixo do limiar da pobreza e 386 milhões de homens e meninos nessa situação.

Anita Bhatia alertou ainda para a existência de vários fatores "que agravam um panorama já sombrio para a igualdade de género", como as consequências da pandemia de covid-19 ou a atual crise alimentar, financeira e de combustíveis.

"A guerra em curso na Ucrânia está a piorar a insegurança alimentar, limitando a oferta de trigo, fertilizantes e combustível e impulsionando a inflação. Cerca de 36 países dependem da Rússia e da Ucrânia para mais de metade das suas importações de trigo, incluindo nações afetadas por conflitos como o Sudão, Síria e Iémen", pode ler-se no relatório da ONU Mulheres.

Maria-Francesca Spatolisano, adjunta do secretário-geral da ONU para a coordenação de políticas, sublinhou na conferência de imprensa que "a igualdade de género é a base para alcançar todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável".

Já a diretora de programa da Organização para o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Mulheres (WEDO), Katie Tobin, destacou que o relatório reconhece que mulheres e meninas, especialmente em todo o sul global, são afetadas significativa e desproporcionalmente pela crise climática e pela destruição ambiental".

Para Tobin, a situação "tem suas raízes na discriminação sistémica e nas desigualdades estruturais" sofridas pelas mulheres.


Leia Também: ONU reforça alertas para alegados "campos de filtragem" na Rússia

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

BRASÍLIA! - (...), responder o convite do seu homólogo Jair Bolsonaro, o Comandante em Chefe das Forças Armadas Guineenses, General Umaro Sissoco Embaló chegou a República Federativa do Brasil 🇧🇷 acompanhado da Primeira-Dama Dinisia dos Reis Embalo, para as comemorações dos 200 anos da Independência daquele país irmão;

 Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional   07 de Setembro de 2022.

Biodiversidade: “PAÍS BREVEMENTE PODERÁ TER MAIS SACOS PLÁSTICOS NO MAR EM RELAÇÃO AOS PEIXES”

Por: Diana Bacurim radiosolmansi.net  07/09/22

Os lixos jogados sem proteções estão a constituir uma ameaça aos nossos mares defendeu o Instituto da Biodiversidade das Áreas Protegidas.

A afirmação é do seu diretor-geral registrada hoje, durante uma entrevista aos jornalistas a margem da realização da 3ª assembleia geral da parceria regional para a conservação da zona costeira e marinha na áfrica ocidental, habitualmente realizada em Dakar e que este ano se decidiu transferir para Guiné Bissau e no decurso da qual se fará um balanço do ano transato e as perspetivas para o futuro da organização.

Na ocasião, Justino Biai disse numa conversa mantida com o ministro gabonês a quem disse que se o país continuar com esse dinamismo, brevemente terá mais sacos plásticos no mar em relação aos peixes.

“Se compararmos com os países da sub-região, podemos dizer que estamos ainda bem em relação aos distintos, mas o país está a correr muito rápido para atingir nível dos outros felizmente houve a intervenção do ministério das pescas, do interior e das forças armadas há 4 ou 5 anos para desmantelar os acampamentos das pescas ilegais, mas era uma fonte de pressão a zona costeira, porque as pessoas fazem atividades pesqueira e depois cortam os tarrafes para fumarem os pescados depois dessa desmantelação apesar de não foram feitas nas ilhas diminuiu bastante no entanto estive em Gabon numa conversa mantida com o ministro gabonês da biodiversidade quem disse que se o país continuar com esse dinamismo, brevemente terá mais sacos plásticos no mar em relação aos peixes”, frisou.

Biai chamou atenção em relação ao desenvolvimento, defendendo que apesar do país estar entre os mais pobres do mundo, não deve gastar todos os seus recursos naturais, porque senão será um dos legados a deixar para a geração vindoura.

“Muitas das vezes quando falamos da conservação as pessoas pensam que estamos contra o desenvolvimento, mas não precavemos a situação futura porque não se pode pensar em desenvolver apesar do país estar entre os mais pobres do mundo, não deve gastar todos os seus recursos naturais, porque senão será um dos legados a deixar para a geração vindoura comprometendo a sua biodiversidade”. Assegurou                                                                      

Parceria regional para a conservação da zona costeira e marinha na áfrica ocidental integra países como: Senegal, Gambia, Cabo Verde, Mauritânia, Guiné-Bissau, Guine-Conacri, Sara Leoa, e tem por objetivo, conjugar os esforços entre si, no que concerne a conservação, desenvolvimento sustentável e das zonas costeiras.

GUINÉ-BISSAU ACOLHE EM NOVEMBRO CONFERENCIA SOBRE ALBINISMO

Por: Bíbia Mariza Pereira radiosolmansi.net  07/09/22

A Guiné-Bissau acolhe entre os dias 22 a 27 de novembro próximo a primeira Conferencia Africana de Pessoas com Albinismo, onde se espera a presença de mais 400 participantes.

No lançamento, hoje, desta conferência que tem como objectivo facilitar a promoção e divulgação da iniciativa, Simão Carlos Com-nó, coordenador da Plataforma Internacional de Pessoas com Albinismo, defendeu que esta vai trazer para o país um grande benefício, no despertar de atenção da comunidade internacional sobre a situação de albinismo no país.

A Conferencia vai permitir ainda uma maior integração das pessoas com albinismo na sociedade

“Primeiro vai despertar mais atenção de Comunidade internacional sobretudo para a Guiné-Bissau, para que a Comunidade Internacional possa saber que a Guiné-Bissau está a afirmar a sua própria presença a nível da questão ligada à inclusão. A Guiné-Bissau vai acolher mais de que 120 Albinos que virão de diferentes partes do mundo, a Guiné-Bissau está numa linha muito positiva na questão ligada à inclusão em relação aos outros países que não posso mencionar aqui”, explica Simão adiantando que querem passar a imagem de que na Guiné-Bissau as pessoas com albinismo são livres e não existem raptos e nem espancamentos.

O Presidente da Associação de Pessoas com Albinismo no país, Alberto Siga, disse que a realização da conferência na Guiné-Bissau vai ter um “grande impacto” e vai ajudar o próprio país sendo que a Guiné-Bissau foi escolhida como um país da realização da conferência e vão ser abordadas as questões de albinismo.

“Vamos mostrar a nossa ideia e apreender também com deles e depois faremos a comparação e qual tipo de deficiência que muitas das vezes os albinos na Guiné-Bissau sofrem”, explica.

Ainda no decorrer da Conferência serão realizados trabalhos de elaboração, apresentação do plano estratégico e de desenvolvimento da plataforma visão global.

Nova esperança? Curar o cancro com ondas sonoras pode ser o futuro... A técnica inovadora já está a ser testada nos Estados Unidos e na Europa.

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Notícias ao Minuto  07/09/22 

Um novo tratamento contra o cancro está a ser testado nos Estados Unidos e na Europa. É uma técnica inovadora que recorre a ondas sonoras. O objetivo passa por estimular o sistema imunológico e evitar que a doença se espalhe para outros órgãos do corpo.

A técnica está a ser testada em ratos para tratar o cancro do fígado. O tratamento foi desenvolvido pela Universidade de Michigan. A equipa de investigadores conseguiu mostrar que o som é capaz de impedir a propagação do cancro na maioria dos casos.

São concentradas ondas de ultrassom e de forma não invasiva são direcionados para o tecido em causa com uma precisão milimétrica. Em alguns casos, o tumor não pode ser tratado devido à massa, tamanho e ao avanço que tinha.

A técnica acabou por ser eficaz ao remover totalmente os tumores de 50% a 75% através das ondas sonoras. Noutros casos, o sistema imunológico dos animais acabou por destruir o restante tumor e não voltou a aparecer.

“Esperemos que este estudo motive futuras investigações com o objetivo desta técnica vir a ser usada no tratamentos de doentes com cancro no fígado”, explicou Zhen Xu, um dos médicos responsáveis por esta pesquisa.


Leia Também: Somos o que comemos. Eis cinco poderosos alimentos anti-cancro

Mais de 22 milhões de pessoas vão ficar sem alimentos no Corno de África

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Por LUSA   07/09/22 

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) alertou hoje que mais de 22 milhões de pessoas vão ficar sem alimentos no Corno de África e avisou que a situação deve piorar em 2023.

"Milhões de vidas estão em risco, e à medida que a comunidade humanitária acelera a sua resposta, devemos garantir que os erros da década passada não sejam repetidos; é crucial que a ajuda esteja não apenas disponível, mas que chegue às pessoas certas de maneira eficiente", disse o líder do IFRC no Quénia e Somália, Mohamed Babiker, acrescentando que a ajuda tem de ser garantida através de uma resposta local.

No comunicado, o IFRC afirma que quase um milhão de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas à procura de comida e de água nalgumas partes da Somália e do Quénia, que atravessam uma "catastrófica crise alimentar", que continua a piorar.

"Mais de 22 milhões de pessoas estão a aproximar-se ou a passar já por uma completa falta de comida no Corno de África, e a situação deve piorar no princípio de 2023", acrescenta-se no comunicado.

A resposta humanitária, apontou o responsável, enfrenta dois grandes desafios: "o maior é a falta de recursos para comprar materiais de emergência, mas mesmo que haja dinheiro, é preciso que essa ajuda chegue às comunidades nómadas de forma eficiente e consistente".

Até agora, o IFRC no Quénia e na Somália já ajudaram pelo menos 645 mil pessoas afetadas pela seca, proporcionando-lhes serviços de saúde e donativos em dinheiro, bem como água, serviços de saneamento e de higiene, conclui-se no comunicado.


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O Comunicado à Imprensa do Movimento tocante o ato de entrega das viaturas e motos as forças de defesa e segurança.


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Guiné-Bissau: MNE guineense analisa novas perspetivas de cooperação com Cuba

© Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau

Por LUSA  07/09/22 

A Guiné-Bissau e Cuba estão a analisar novas perspetivas de cooperação bilateral nos setores do turismo e pesca, afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, Suzi Barbosa, que se encontra em Havana.

A chefe da diplomacia guineense chegou na terça-feira a Havana, acompanhada do ministro da Saúde, Dionísio Cumba, para preparar a visita oficial do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a Cuba, depois de participar nas celebrações dos 200 anos do Brasil.

Após um encontro com o seu homólogo cubano, Bruno Parrilla, Suzi Barbosa publicou na rede social Facebook uma mensagem na qual refere que a "ocasião serviu para abordarem novas perspetivas de cooperação bilateral, nomeadamente, novos setores, como o turismo e a pesca, além da saúde e educação".

Numa mensagem no Twitter, citada na Agência Cubana de Notícias, o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano afirmou que durante o encontro foi abordado o "bom nível de diálogo político" entre os dois países e a "vontade de continuar a desenvolver os laços económicos e comerciais e a cooperação".

A Guiné-Bissau e Cuba estabeleceram relações diplomáticas a 01 de outubro de 1973 e cooperam essencialmente nos setores da educação e saúde.


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© Lusa

Por LUSA  06/09/22 

O Ministério das Finanças da Guiné-Bissau fixou novos preços de referência para o arroz, açúcar e farinha para minimizar as flutuações do custo dos produtos essenciais no mercado internacional.

O Ministério das Finanças refere, em comunicado, que um saco de arroz de 50 quilogramas passar a custar 19 mil francos cfa (cerca de 29 euros). O valor praticado no mercado interno varia entre os 21 (cerca de 32 euros) e os 22 mil francos cfa (cerca de 33 euros) por cada saco de 50 quilogramas.

O arroz é a base alimentar dos guineenses.

Em relação à farinha, o saco de 50 quilogramas passa a ter como preço de referência 23 mil francos cfa (cerca de 35 euros), enquanto o saco de 50 quilogramas de açúcar passa a custar 27 mil francos cfa (cerca de 41 euros). Os mesmos preços estão a ser praticados pelos comerciantes.

Segundo o ministério, os novos preços respondem ao "contexto atual induzido pela pandemia da covid-19, da guerra na Ucrânia e agravado no plano endógeno pela saída da empresa Maersk Line do país".

O comunicado do Ministério das Finanças refere também que o Governo está "determinado em enfrentar os desafios, mesmo que sejam excecionais" e, "esclarece que a Guiné-Bissau ficou afetada com as flutuações do custo dos produtos essenciais no mercado internacional".


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Putin quer impedir exportação de cereais ucranianos para a Europa

© Getty Images

Por LUSA  07/09/22 

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que vai falar com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, para exigir que os cereais ucranianos se dirijam para "os países mais pobres" e não para a Europa.

"Excluindo a Turquia como mediadora, praticamente todos os cereais que saem da Ucrânia não vão para os países mais pobres, mas para a Europa", disse hoje Putin.

O Presidente russo, que falava durante a sessão parlamentar do VII Fórum Económico Oriental, em Vladivostok, disse que "apenas dois em 87 navios foram para países em desenvolvimento. Sessenta mil toneladas de 2 milhões".

"Vale a pena pensar em como limitar os destinos de exportação de cereais e outros alimentos por esta rota. De certeza que falarei sobre isso com o Presidente da Turquia, (Recep Tayyip] Erdogan", disse o líder russo.

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente de quebrar o acordo internacional de Istambul, ao impedir a exportação de cereais e fertilizantes russos através do Mar Negro.

"Os nossos colegas ocidentais não estão a fazer o que nos foi prometido pelo secretário-geral da ONU [António Guterres]", disse Lavrov, numa conferência de imprensa.

O ministro russo acusou os países ocidentais de se recusarem a tomar medidas para "levantar sanções logísticas que obstruem o livre acesso aos cereais e aos fertilizantes (russos) no mercado mundial".

Lavrov sublinhou que Moscovo está a trabalhar com a ONU para cumprir integralmente os acordos alcançados em julho em Istambul, que criaram um corredor marítimo da costa ucraniana - que foi bloqueada pelos russos após a invasão na Ucrânia em 24 de fevereiro - ao Mediterrâneo para a exportação de cereais ucranianos.

O acordo, selado com a mediação do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pressupunha também o fornecimento de cereais e fertilizantes russos através do Estreito de Bósforo.

Várias dezenas de navios com produtos ucranianos partiram dos portos de Odessa, Chornomorsk e Pivdenny, localizados no Mar Negro.

A Rússia - que transformou o Mar de Azov num oceano interior ao tomar os portos ucranianos de Mariupol e Berdyansk - sustenta que a sua capacidade de exportação é muito maior em relação à da Ucrânia, tornando os seus suprimentos cruciais para evitar uma crise global de alimentos.

Alguns países, especialmente os africanos, pediram o levantamento das sanções que afetam as exportações russas de cereais.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Na guerra, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.

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O secretário-geral da ONU defende que os Estados Unidos devem entregar à delegação russa vistos para ações a decorrer nas Nações Unidas, principalmente durante a Assembleia Geral deste mês, disse hoje o seu porta-voz.

"Esta é uma questão que temos repetidamente levantado com o país anfitrião (EUA) e que nos foi trazida pela Federação Russa. Acho que o secretário-geral acredita muito que os vistos devem ser entregues à delegação russa e às delegações que têm negócios a serem tratados nas Nações Unidas, especialmente durante a Assembleia Geral", disse hoje o porta-voz, Stéphane Dujarric, no seu 'briefing' diário à imprensa.

Em causa estão denúncias feitas na semana passada pela missão russa junto à ONU, de que os EUA se recusaram a conceder vistos à delegação do Ministério da Administração Interna da Rússia, chefiada pelo ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, que se deslocaria a Nova Iorque para participar na Cimeira de Chefes de Polícia das Nações Unidas (UNCOPS)...Ler mais


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terça-feira, 6 de setembro de 2022

FAO APOIA A CRIAÇÃO DO CENTRO DE SEMENTES FLORESTAIS

 JORNAL ODEMOCRATA  06/09/2022  

O representante da Representação do Fundo das Nações para a Agricultura e Alimentação (FAO) na Guiné-Bissau, António N’Bundé, afirmou esta terça-feira, 06 de setembro de 2022, que a criação de um centro de sementes florestais e agroflorestais vai permitir assegurar a capacidade da Guiné-Bissau de ter sementes de todas as espécies requeridas em quantidade e de qualidade e disponíveis para repovoamento florestal. 

N’Bundé falava na cerimónia de abertura do ateliê de lançamento do projeto “Apoio à fileira de sementes e plântulas de espécies lenhosas agro- florestais” que decorre de 07 a 08 do mês, em curso numa das unidades hoteleiras de Bissau. 

António explicou na sua comunicação que o objetivo do projeto é reforçar as atividades de reflorestação através da produção de sementes florestais e agroflorestais de qualidade, cuja a duração é de um ano.  

Avançou que foram construídos de forma improvisada três centros espalhados pelo país: um centro para cada zona agroecologica. Contudo, explicou que são centros que não têm as mínimas condições de armazenar e conservar sementes sustentáveis que possam servir de contraponto à desmatação que o país tem estado a sofrer.    

“Não se pode, de forma alguma, pensar em reverter o estado de degradação das nossas florestas com esse tipo de sementes que se produzem no país, tendo em conta o seu local de armazenamento, as metodologias utilizadas na sua estocagem ou no seu tratamento e sua conservação”, contou.  

Explicou neste particular que o objetivo do ateliê visa fornecer a todos os interessados envolvidos no projeto informações, mas também é uma oportunidade para os participantes discutirem todas as questões relevantes relativas à cadeia de valor das sementes e plantas florestais, a fim de apoiar os esforços de plantação florestal e agroflorestal da Guiné-Bissau.

Por sua vez, o Coordenador do Projeto, Carlos Amarante, sublinhou que é uma oportunidade para os participantes discutirem todas as questões relevantes concernente à cadeia de valor das sementes e plantas florestais a fim de apoiar os esforços de plantação florestal e agroflorestal do país.

“Muitas vezes as grandes dificuldades que se enfrentam na florestação têm a ver com a falta de sementes de qualidade, por isso estamos reunidos para uma reflexão no sentido de vermos o melhor método que deveremos propor e adotar para dar resposta à grande preocupação de florestação”, contou. 

Por: Carolina Djemé 

Fotos: Marcelo Na Riche

ONU alerta para perigosidade e aumento de mortes nas missões em África

© Lusa

Por LUSA  06/09/22

O subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, alertou hoje para a perigosidade de missões de paz em África e lamentou que o número de mortes por atos maliciosos tenha duplicado nos últimos anos.

Num 'briefing' perante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Lacroix indicou que ataques contra forças de manutenção da paz utilizando artilharia explosiva e dispositivos explosivos improvisados persistem em 2022 e estão em níveis tão altos quanto os registados no ano passado.

"Apesar dos enormes esforços, a diminuição anual do número das nossas forças de paz perdidas foi revertida. Em 2021, o número de mortes por atos maliciosos duplicou em relação a 2020, de 13 para 25. Infelizmente, essa tendência continua, com 21 mortes por atos maliciosos até 26 de agosto de 2022", detalhou o subsecretário-geral.

De acordo com o diplomata francês, a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (Minusma) "continua a ser a missão de paz mais perigosa", mas a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca) e a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco) enfrentam uma ameaça crescente e sustentada.

Face às ameaças crescentes, foi feita uma revisão estratégica independente das respostas das operações da ONU e as recomendações estão a ser implementadas, segundo Lacroix.

"Até agora, fizemos um progresso significativo melhorando as capacidades para combater explosivos improvisados em missões onde essa ameaça está a evoluir. E continuaremos a levar adiante as recomendações da revisão, mas é necessário o apoio dos Estados-membros para atender plenamente essas recomendações", disse, apelando à oferta de meios de especialização em defesa de base e exercício em áreas de alta ameaça.

Em relação à exploração e abuso sexual por parte de membros das missões de paz da ONU, o Fundo Fiduciário para apoio às vítimas estabeleceu um projeto no Sudão do Sul para oferecer apoio psicossocial, médico e jurídico.

Nesse sentido, o Secretariado da ONU irá envolver-se com os Estados-membros para discutir compromissos concretos para resolver casos de reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia para vítimas.

"Estamos a avançar no desenvolvimento de um mecanismo confidencial para permitir aos Estados-membros um acesso mais fácil a informações sobre alegações contra os seus respetivos funcionários", afirmou o subsecretário-geral.

Apesar de todos os problemas e desafios, o diplomata destacou que as forças de paz da ONU permanecem na linha de frente dos conflitos, esforçando-se para impedir a propagação e escalada do "flagelo da guerra" através das fronteiras.

"Eles protegem civis, apoiam cessar-fogo, promovem os direitos humanos e unem comunidades e países. Eles enfrentam riscos sem precedentes, incluindo alvos de extremistas violentos. Desafios dessa magnitude só podem ser superados trabalhando coletivamente para encontrar soluções políticas para os conflitos", advogou perante as missões diplomáticas junto à ONU.

Líder do PAIGC consegue autorização judicial para viajar hoje para Lisboa

©Rádio Jovem Bissau 

Por LUSA  06/09/22 

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, conseguiu autorização para viajar hoje para Lisboa, após ter sido impedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na sexta-feira passada.

Domingos Simões Pereira embarcou hoje ao início da tarde no voo da TAP, com destino à capital portuguesa, onde deverá chegar ao final do dia. O advogado Carlos Pinto Pereira, que viaja juntamente com o presidente do PAIGC, confirmou aos jornalistas, por telefone, que ambos já estavam sentados no interior do avião.

Fonte da PGR, contactada pela Lusa, confirmou haver um despacho a autorizar a saída de Domingos Simões Pereira do país.

Liz Truss indigitada primeira-ministra britânica pela rainha

© Reuters

Por LUSA  06/09/22 

Liz Truss foi hoje indigitada primeira-ministra do Reino Unido depois de se encontrar com a rainha Isabel II, que lhe pediu para formar um novo governo após aceitar a demissão de Boris Johnson.

"A Rainha recebeu em audiência" Liz Truss "e pediu que formasse um novo governo", anunciou através da rede social Twitter, momentos depois de publicar uma foto da monarca de 96 anos apoiada numa bengala, apertando a mão àquela que se torna a 15.ª primeira-ministra em 70 anos de reinado.

A audiência teve lugar no Castelo de Balmoral, na Escócia, e não no Palácio de Buckingham, em Londres, como é tradicional, devido aos problemas de mobilidade de Isabel II.

Boris Johnson saiu minutos antes, cerca das 12:00, onde tinha chegado esta manhã esta manhã com a esposa, Carrie, para ser recebido pela rainha.

Num comunicado, a família real indicou que Johnson "apresentou a sua demissão como primeiro-ministro e Primeiro Lorde do Tesouro, que sua majestade teve o prazer gracioso de aceitar".

Liz Truss encontra-se agora a viajar de regresso a Londres para a residência oficial em Downing Street, onde fará um discurso pelas 16:00 e começar a anunciar a composição do governo. 

A transição resultou da eleição interna para a liderança do Partido Conservador iniciada em julho, da qual Truss foi declarada vencedora na segunda-feira com 57% dos votos. 

Num breve discurso de despedida à porta de Downing Street pelas 7:30 desta manhã, Boris Johnson reivindicou uma série de medidas tomadas durante o tempo em funções perante de uma multidão de apoiantes, assessores e jornalistas. 

Johnson comparou-se a um "foguetão que completou a missão" e voltou a entrar na atmosfera. 

"Darei a este governo o meu apoio incondicional", prometeu.

O mandato durou três anos e 44 dias, um dos mais curtos na história mas ainda assim um mês a mais do que a antecessora Theresa May, resultado de uma série de escândalos que desencadeou dezenas de demissões no governo no início de Julho.

Eleita por 57% dos 142.000 militantes do Partido Conservador que votaram, contra 43% do rival Rishi Sunak, Liz Truss, 47 anos, foi até agora ministra dos Negócios Estrangeiros.

Na segunda-feira prometeu governar "como Conservadora", pôr em prática "um plano ousado para reduzir impostos e fazer crescer a nossa economia" e derrotar os Trabalhistas nas eleições legislativas previstas para 2024.

Como terceira primeira-ministra depois de Margaret Thatcher (1979-1990) e Theresa May (2016-2019), o anúncio da composição do governo na terça-feira será um primeiro teste de Truss, que fez campanha com políticas à direita.

O ministro da Economia, Kwasi Kwarteng, 47 anos, é apontado pela imprensa como o próximo ministro das Finanças, a procuradora-geral, Suella Braverman, 42 anos, deverá assumir o Ministério do Interior, James Cleverly, de 53 anos, passará da Educação para osNegócios Estrangeiros, e a ministra do Trabalho, Theresa Coffey, é esperada no Ministério da Saúde. 

O ministro da Defesa, Ben Wallace, deverá permanecer em funções, mas Nadine Dorries recusou continuar com a pasta da Cultura e os ministros da Justiça, Dominic Raab, e dos Transportes, Grant Shapps, deverão ser preteridos devido ao apoio a Sunak. 

Depois da estreia de Truss no debate semanal com os deputados e frente ao líder da oposição, o Trabalhista Keir Starmer, no Parlamento, na quarta-feira, o novo governo pretende anunciar já na quinta-feira um pacote para tentar travar a crise económica. 

Segundo a imprensa britânica, este incluirá um congelamento dos preços da energia para famílias e empresas. 

Dentro de dias é esperado o anúncio de cortes fiscais para impulsionar a economia prometidos durante a campanha. 

Truss herda de Boris Johnson um partido Conservador polarizado e um grupo parlamentar que apoiou maioritariamente Rishi Sunak, antigo ministro das Finanças. 

Desde segunda-feira que os apelos à unidade multiplicaram-se, liderados por Boris Johnson, que, por enquanto, se mantém como deputado, ao contrário do que fizeram antecessores como David Cameron ou Tony Blair.