Fonte: odemocratagb.comA delegacia regional da educação decidiu anular o ano letivo 2020/2021 em cinco escolas públicas da região de Quínara, sul da Guiné-Bissau, nomeadamente no Liceu Regional de Buba Siaka Turé, a Escola do Ensino Básico Unificado de Buba, a Escola do Ensino Básico Unificado de Companhe, EBU de Bubatumbo e EBU de Sintchan Tcherno.
A decisão da delegacia regional sobre a nulidade do ano letivo foi tomada na sequência do relatório de uma missão de inspeção do Ministério da Educação Nacional.
O relatório indica que as cinco escolas, exceto o nível do 12° (décimo segundo) ano da escola Siaka Turé, carecem de condições pedagógicas para concluir o ano letivo devido à insuficiência das matérias ministradas e da falta de presença dos professores nas salas de escolas, durante o período de greve, salientando que há fortes indícios de que os professores teriam assinado o sumário nos livros de ponto, mas não ministraram os conteúdos.
Sobre a nota informativa da delegacia regional da educação de Quínara enviada às escolas afetadas pelo resultado da avaliação da equipa de Missão do Ministério da Educação Nacional, os alunos daquelas cinco escolas ameaçam sair às ruas do setor de Buba para reclamar a conclusão do último trimestre do presente ano letivo.
Como todas as escolas a nível nacional, as da região de Quínara foram também afetadas pela onda de greves.
Os alunos alegam terem estudado o mês de Junho e Julho, faltando apenas o mês de setembro para concluir o ano.
O presidente da Associação dos Alunos do Liceu Regional Siaka Turé, Alfucene Camará, explicou ao jornal O Democrata que, uma vez retomadas as aulas neste mês de setembro, não entende o motivo pelo qual a delegacia regional da educação de Quínara decidiu anular o ano que teve ” 85% dos conteúdos” administrados.
O também coordenador regional da Carta-21 no setor de Buba disse que a delegacia regional da educação não se dignou em dar explicações sobre a nulalidade do ano letivo.
Camará assegurou que tinham todas as condições para terminarem o ano letivo e que faltava apenas uma semana para findar o ano, afiançando que não vão aceitar que o ano letivo seja anulado por terem gasto as suas energias e dinheiro para propinas e cópias de manuais.
“Recebemos uma carta que nos informa que devemos prepararmo-nos para o próximo ano, mas sem nenhuma justificação e nós trabalhamos até aqui de acordo com o programa curricular” explicou.
“Depois de termos conhecimento da decisão, convocamos todos os alunos afetos a essas escolas para uma reunião com finalidade de encontrar soluções para o problema do ensino. Ao chegarem as escolas, encontraramos as forças de segurança, a Guarda Nacional nas escolas e proibiram a entrada dos estudantes” denunciou.
“Fomos nós que contamos ao governador sobre o ocorrido, ele não tinha conhecimento, fomos nós que facultamos a cópia do documento que anula o ano lertivo” revelou para de seguida contar que as forças da guarda nacional invadiram a rádio por esta ter difundido o comunicado da associação das escolas.
Alfucene Camará acusou a delegacia regional da educação e os inspetores regionais de não estarem a trabalhar para melhor a educação naquela região.
SITUAÇÃO DAS ESCOLAS NA REGIÃO DE QUINARÁ CONTINUA NA MESMA
A situação da educação na região de Quinará contínua sem solução no que concerne à continuidade das aulas. Os alunos reuniram-se em rodas e afirmaram que as forças de segurança não podem travar a luta que estão a fazer, porque estão decididos e ameaçam invadir e vandalizar a delegacia regional caso esta não reconsidere a sua decisão, ameaçando também paralisar as escolas privadas da região de Quínara, se se confirmar a nulidade do ano letivo nas escolas visadas.
Por: Cadidjatu Djamila da Silva