domingo, 13 de julho de 2025

Ex-Presidente da Nigéria Muhammadu Buhari morre em Londres. Tinha 82 anos

Por LUSA 

O antigo Presidente da Nigéria Muhammadu Buhari, que liderou o país em duas ocasiões, como líder militar e como Presidente democraticamente eleito, morreu aos 82 anos, divulgou hoje o seu secretário de imprensa.

A família do antigo Presidente anunciou a morte de Muhammadu Buhari esta tarde numa clínica em Londres", anunciou nas redes sociais Garba Shehu, que foi o seu porta-voz durante os dois últimos mandatos presidenciais (2015-2023).

Buhari foi o primeiro a derrotar um Presidente em exercício quando foi eleito em 2015, derrotando Goodluck Jonathan, supervisionando o pior período económico do país e a luta contra os rebeldes.  

Na sequência do golpe militar de dezembro de 1983, que derrubou o então Presidente Shehu Shagari, Buhari, então um dos líderes militares revoltosos, ocupou a Presidência entre 31 de dezembro de 1983 e 27 de agosto de 1985. 

 A segunda vez que ocupou o cargo foi em 2015, quando, já na qualidade de militar na reserva, civil, venceu democraticamente as eleições presidenciais, exercendo o mandato até 2023, após a reeleição em 2019.  

iniciar a 50ª Reunião Técnica dos Pontos Focais de Cooperação de forma profissional e acolhedora.

Guiné-Bissau cancela participação na Assembleia Parlamentar da CPLP em Maputo... O parlamento da Guiné-Bissau cancelou a sua participação na 14.ª Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que vai decorrer em 14 e 15 de julho, em Maputo, foi hoje anunciado.

Por LUSA 

"Tínhamos a confirmação de Guiné-Bissau, mas à última hora cancelou a sua vinda que seria representada pelo chefe do grupo nacional", disse, em Maputo, o deputado Feliz Sílvia, chefe do grupo nacional da Assembleia da República junto da CPLP.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento do país em dezembro de 2023, antes de passados os 12 meses, fixados pela Constituição, das eleições legislativas ganhas pela Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). 

O presidente do partido que lidera a coligação, o PAIGC, Domingos Simões Pereira, foi também afastado da presidência da Assembleia e da comissão permanente.

Membros do grupo Nacional do parlamento da Guiné-Bissau tinham antes confirmado representar aquele órgão na 14.ª AP-CPLP, entretanto, cancelada, conforme avançou hoje o deputado Feliz Sílvia, em conferência de imprensa.

"Conforme dissemos quando fizemos o lançamento desta cerimónia, eles tinham confirmado, mas sabemos que o parlamento da Guiné-Bissau foi dissolvido e isso faz com que os deputados tenham limitações de participar em eventos internacionais e já tínhamos dito que é nossa vontade que se restabeleça o parlamento guineense como instituição. Sabemos que contamos muito com a participação deste país, mas à última hora eles cancelaram", esclareceu Sílvia, que é deputado da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

O parlamento moçambicano disse antes que não vai interferir no caso da dissolução do parlamento da Guiné-Bissau em 2023, mas apelou à retoma do funcionamento o "mais rápido possível".

Mais de 100 delegados confirmaram a presença na 14.ª AP-CPLP, avançou, em 09 de julho, o chefe do grupo nacional da Assembleia da República junto da CPLP, referindo que os órgãos vão debater, durante dois dias, a promoção da paz, democracia e boa governação na CPLP.

Moçambique vai assumir a presidência rotativa da AP-CPLP na 14.ª reunião que vai decorrer no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, sucedendo a Guiné Equatorial, num mandato focado na paz e inclusão.

Conforme esclareceu Feliz Sílvia, no seu mandato de dois anos Moçambique vai apostar no fortalecimento da democracia e Estado de Direito e o acompanhamento da implementação do acordo de mobilidade entre os países-membros, incluindo a realização de reuniões periódicas entre os membros com vista a assegurar acordos que facilitem a mobilidade na CPLP.

O responsável avançou também que Moçambique vai focar-se na atração de investimentos privados com harmonização de taxas alfandegárias e fiscais entre países-membros e a promoção da língua portuguesa e da cultura dos países da CPLP.

Em julho de 2024, Moçambique acolheu a reunião anual, a 13.ª sessão ordinária, da AP-CPLP, sob presidência da presidente do Senado da Guiné-Equatorial, Teresa Efua Asangono, país que manifestou dificuldade para receber o evento anual.

Fundada em 1996, a CPLP integra nove países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

As ilhas dos Bijagós, na Guiné-Bissau, foram elevadas a Património Mundial Natural, tornando-se no primeiro sítio do país africano a integrar a lista da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

© Lusa  13/07/2025 

 Ilhas dos Bijagós elevadas a Património Mundial Natural

A decisão foi anunciada esta manhã, em Paris, França, durante a 47.ª reunião do Comité do Património Mundial da Unesco, que decorre até dia 16, na sede da organização na capital francesa.

Esta é "uma conquista histórica " para a Guiné-Bissau, com as ilhas consideradas um tesouro natural reconhecidas com o estatuto mundial.

A comitiva chefiada pelo ministro do Ambiente, Viriato Cassamá, festejou na sala da Unesco, em Paris, o anúncio, que será motivo de celebração, também hoje em Bissau.

Delegação da Guiné-Bissau em Paris na UNESCO a 11 de Julho de 2025. © Facebook Viriato Cassamá


Leia Também: Parque Nacional de Maputo elevado a Património Mundial pela UNESCO  

Ucrânia/Rússia: "Temos de neutralizar ameaça". Zelensky pede apoio a aliados... O Presidente da Ucrânia pediu hoje a todos os seus aliados que ajudem Kiev a neutralizar os drones russos, depois de contabilizar mais de 1.800 daquelas aeronaves não tripuladas lançadas por Moscovo na última semana.

© Lusa   13/07/2025

"Sete dias de ataques russos de grande escala contra a Ucrânia: mais de 1.800 drones, mais de 1.200 bombas aéreas guiadas e 83 mísseis de diversos tipos. Os russos estão a intensificar o terror contra cidades e comunidades para intimidar cada vez mais o nosso povo", afirmou Volodymyr Zelensky, na sua conta na rede social X (antigo Twitter).

Apesar disso, o Presidente ucraniano afirmou que os sistemas antiaéreos têm tido "bons resultados" contra as aeronaves não tripuladas lançadas pela Rússia, especialmente drones usados para interceção desses ataques.

Na publicação, Zelensky afirmou que Kyiv irá tentar escalar o uso desta tecnologia, face ao sucesso desses drones intercetores na defesa ucraniana contra as investidas de Moscovo.

Apesar de "grato" por todo o apoio dado, o Presidente ucraniano considerou que é preciso um reforço da defesa ucraniana, esperando "decisões fortes dos Estados Unidos, Europa, G7" e todos os aliados de Kyiv

Para Zelensky, os drones lançados por Moscovo -- 'Shaheds', de 'design' iraniano -- "são uma das formas da Rússia prolongar a guerra".

"Nós temos de neutralizar esta ameaça para pôr em marcha a diplomacia", disse.

Kyiv realiza ataques aéreos quase diários contra a Rússia, enquanto as forças russas também continuam a bombardear cidades ucranianas, no âmbito da ofensiva russa contra a Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022.

O enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, vai iniciar na segunda-feira uma visita a Kiev, onde espera permanecer toda a semana.

A visita de Kellogg acontece depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter expressado publicamente desagrado com o homólogo russo, Vladimir Putin, sobre o desenvolvimento do conflito na Ucrânia e falta de compromisso do Kremlin com um processo de paz.

Alem disso, a administração norte-americana retomou os envios de armas à Ucrânia para se defender da invasão russa, após uma pausa.

Kyiv precisa urgentemente de mais sistemas de defesa aérea Patriot, de fabrico norte-americano, para travar os bombardeamentos aéreos russos, que têm atingido dimensões recorde nos últimos dias.


Leia Também: A Rússia reivindicou hoje que controlou mais uma aldeia na região oeste de Donetsk, na Ucrânia, possibilitando que as tropas avencem lentamente em direção à região vizinha de Dnipropetrovsk.

A 50ª Reunião dos Pontos Focais de Cooperação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai decorrer a 13 e 14 de julho de 2025, em Bissau.

Por CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

➡️ A sessão de abertura contemplas as intervenções do Secretário Executivo da CPLP, da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e do Ponto Focal de Cooperação de São Tomé e Príncipe.

➡️ Conforme a agenda prevista, as delegações dos Estados-Membros da CPLP vão proceder ao acompanhamento das atividades em execução no âmbito do Fundo Especial da CPLP e de outros temas de cooperação, debruçar-se sobre o Quadro Bienal de Cooperação para o período de 2023-2025 e deliberar sobre novas propostas de atividade.

➡️ Entre outros assuntos, a agenda prevista contempla, ainda, as visitas de monitorização a diversos locais onde estão ou estiveram a ser implementados projetos de cooperação, nomeadamente, ao Centro de Processamento do Caju, ao Laboratório de Engenharia da Guiné-Bissau (LEGUI), ao Centro de Formação Profissional Brasil–Guiné-Bissau, ao Instituto Nacional de Saúde Pública da Guiné-Bissau (INSP-GB) e à Faculdade de Educação Física e Desporto.

#CPLP #Angola #Brasil #CaboVerde #GuineBissau #GuineEquatorial #Mocambique #Portugal #SaoTomeePrincipe #TimorLeste #Cimeira #XVCCEG #CimeiradeBissau

Cancro: Água da torneira mais limpa pode prevenir mais de 50 mil casos de cancro... Um novo estudo do Environmental Working Group (EWG) sugere que a água da torneira mais limpa pode prevenir mais de 50 mil casos de cancro. A investigação aponta que a melhor regulamentação dos contaminantes da água da torneira poderia ser a chave para esta prevenção.

© Shutterstock  por  Mariana Moniz   noticiasaominuto.com  13/07/2025 

Se estava a pensar em instalar um purificador de água, um novo estudo do Environmental Working Group (EWG) pode ser o empurrãozinho que precisa.

Embora jarras com filtro de água como sejam úteis para remover cloro, chumbo e outras impurezas da água da torneira, não reduzem os níveis de produtos químicos tóxicos na água, como nitrato e arsénio.

Mas os investigadores do EWG podem ter encontrado uma solução - uma solução que pode reduzir drasticamente os casos de cancro nos EUA.

Um novo estudo revisto por pares do EWG concluiu que uma melhor regulamentação dos contaminantes da água da torneira poderia prevenir mais de 50 mil casos de cancro. O relatório foi publicado na revista Environmental Research.

De acordo com as diretrizes federais atuais, a regulamentação da água restringe-se a um contaminante por vez - geralmente, nitrato. No entanto, ao tratar dois contaminantes simultaneamente, poder-se-ia observar uma redução imensa nos casos de cancro.

A sua "abordagem multicontaminante" tem como alvo dois produtos químicos cancerígenos encontrados em mais de 17 mil sistemas de água comunitários: o arsénio e o cromo hexavalente (cromo-6).

Após analisar mais de uma década de dados, os investigadores descobriram que arsénio e cromo-6 frequentemente coincidem em sistemas de água potável. Assim, um processo de dupla eliminação pode economizar tempo e vidas.

"Se os sistemas de água com contaminação por cromo-6 também reduzirem os níveis de arsénio para uma faixa de 27% a 42%, isso poderá evitar o aumento do número de casos de cancro em comparação com apenas a redução dos níveis de cromo-6",  explicaram os autores num comunicado de imprensa.

"A água potável é contaminada principalmente em misturas, mas o nosso sistema regulatório ainda age como se elas aparecessem uma de cada vez", comentou a principal autora do estudo, Tasha Stoiber. "Esta investigação mostra que tratar múltiplos contaminantes em conjunto pode prevenir dezenas de milhares de casos de cancro".

Contaminantes da água associados a vários riscos para a saúde

O nitrato é há muito considerado um dos contaminantes mais comuns - e perigosos - da água potável. Mas um novo relatório do EWG também destaca concentrações de arsénio e cromo-6 na água da torneira dos EUA. Os três têm sido associados a vários tipos de cancro.

Arsénio

Estudos mostram que a poluição por arsénio pode causar cancro de pele, pulmão, bexiga, rim e fígado. Investigadores também identificaram correlações entre a exposição crónica ao arsénio e problemas dermatológicos, neurológicos, respiratórios, cardiovasculares, imunológicos, endócrinos e de desenvolvimento.

Cromo-6

Mais de 260 milhões de americanos têm cromo-6 na água potável. Essa substância química cancerígena é conhecida por prejudicar o fígado e o sistema reprodutor.

Nitrato

De acordo com um estudo do EWG, o nitrato está associado ao cancro colorretal, dos ovários, da tiróide, dos rim e da bexiga. Estima-se que a água potável poluída com nitrato cause até 12.594 casos de cancro anualmente nos EUA. Além disso, o baixo peso ao nascer e o parto prematuro também têm sido associados à incidência de água potável poluída com nitrato.

Em suma...

Especialistas ambientais dizem que uma redução de 20% nos níveis de nitrato poderia prevenir 130 casos de cancro anualmente nos EUA.

"Isto é mais do que apenas água limpa - é sobre proteger a saúde e promover a equidade", explicou David Andrews, diretor científico interino do EWG. "Temos as soluções de engenharia para consertar o sistema de água potável nos EUA, mas precisamos de políticas estatais e federais que reflitam a realidade que as pessoas enfrentam quando abrem a torneira."


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Um estudo do genoma descobriu que a poluição atmosférica e a fuligem externas estão fortemente associadas a mutações de ADN relacionadas com o cancro do pulmão - incluindo fatores conhecidos observados em fumadores e novos fatores exclusivos de não fumadores.


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Perguntámos a uma médica qual a forma mais correta de desinfetar feridas e quando é preciso pedir ajuda a um profissional de saúde. Deolinda Chaves Beça, especialista em medicina geral e familiar, responde.

Museu do Dinheiro: Caurins (usadas para comprar escravos) no Museu do Dinheiro... Caurins são conchinhas que foram das primeiras 'moedas' utilizadas pelos portugueses para comprar pessoas na costa ocidental de África e podem atualmente ser vistas e tocadas na visita-guiada 'Testemunhos da Escravatura' do Museu do Dinheiro, em Lisboa.

© Lusa    13/07/2025

"Uma pessoa valia cerca de 100 mil caurins. Imaginemos o trabalho de recolher manualmente 100 mil caurins numa praia", diz o historiador Davide Santos, enquanto pega alguns caurins cuidadosamente com uma luva e os mostra e passa aos visitantes.

Caurins são as conchas de um molusco muito valorizadas durante séculos na Ásia e em África. São conchas brancas, brilhantes, como que um búzio pequeno.

Os caurins vinham das praias do Índico, particularmente das Maldivas, e foram cruciais no comércio esclavagista na costa ocidental de África. O ano de 1515 é apontado como o primeiro ano do comércio estruturado e sistemático com caurins.

Dos séculos XVI ao XVIII, foi uma das 'moedas' usadas pelos portugueses em África para comprar pessoas e as escravizar, conta Davide Santos durante a visita no Museu do Dinheiro, que fica na baixa lisboeta e bem perto de um dos principais locais de venda de escravos em Lisboa (o Terreiro do Pelourinho Velho, junto à atual Praça do Comércio).

Estas conchinhas tinham a vantagem de ser transportáveis, duráveis, como as moedas de hoje, e tinham ainda o valor de objeto raro e belo, que dava estatuto a quem o tinha e ostentava. Eram muito usadas em cintos ou colares, como ainda hoje.

Além de caurins, 'Testemunhos da Escravatura' também mostra outros objetos usados para comprar pessoas, como zimbos (pequenas conchas colhidas na costa de Luanda, sobretudo por mulheres) e manilhas (argolas largas de metal que também tinham a função de adorno, tipo pulseira, habitualmente produzidas em Veneza, Flandres, Liverpool e Birmingham).

Durante a visita, Davide Santos recorda as cartas que o rei Afonso I do Congo (1507-1542) enviou a reis portugueses (com quem mantinha boas relações) a pedir que Portugal parasse com o comércio de escravos, com que inicialmente tinha concordado. Argumentava que se tinha descontrolado e estava a deixar o seu reino despovoado.

A visita passa ainda pela maior moeda de ouro cunhada em Portugal, a dobra de 24 escudos, uma moeda de ouro com 85 gramas que, também na sua função de propaganda, simbolizava a riqueza e poder do rei D. João V (1706-1750), em cujo reinado chegaram grandes remessas de ouro do Brasil.

"São objetos extraordinários, jóias, obras de arte, que contam uma história trágica. A estética esconde acontecimentos históricos terríveis", diz Davide Santos.

Segundo Daniela Viela, técnica de museologia no Museu do Dinheiro, que pertence ao Banco de Portugal, esta visita foi criada em 2017 quando Lisboa foi capital ibero-americana da cultura, incluída no eixo programático da memória africana relativamente à escravatura.

"Confirmámos que tínhamos objetos que fazia todo o sentido entrarem para este projeto e não quisemos fugir à responsabilidade de admitir que a escravatura africana foi parte do desenvolvimento económico de Portugal", afirma Daniela Viela à Lusa.

Para a responsável, o Museu do Dinheiro tem várias dimensões, "é um museu de história, de arqueologia, de economia, de arte", que conta a história do mundo através do dinheiro e da sua importância na vida das sociedades.

"Nós temos um dever de verdade para com a história, para com estes milhões de pessoas escravizadas", diz Daniela Viela.

"Se haverá outros culpados, isso não retira a responsabilidade de falar do papel de Portugal neste comércio transatlântico de pessoas escravizadas. Eu, enquanto português, descendente de pessoas que terão participado neste comércio, tenho uma responsabilidade histórica de a contar, de validar a dor", afirma, por seu lado, Davide Santos.

Os números da escravatura são muito difíceis de estimar por vários fatores - como contradição e insuficiência das fontes - e serão sempre razão para debate.

Segundo o Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos (recentemente publicado em Portugal pela Imprensa da Universidade de Lisboa), foram levados da Costa Ocidental Africana para o continente americano mais de 12 milhões de pessoas escravizadas.

Segundo o 'site' SlaveVoyages (resultado da colaboração de várias universidades), entre 1501 e 1875, no 'ranking' de países que mais escravizaram Portugal está no topo, com 5,8 milhões de pessoas escravizadas. Seguem-se Reino Unido, França, Espanha, Países Baixos, Estados Unidos e, por fim, Dinamarca com outros países Bálticos.

Da costa Oriental de África, também houve tráfico (em menor quantidade) designadamente para a Ásia.

O tráfico de escravos desde África também teve como destino a Europa, incluindo Portugal.

O ano de 1444 marca a chegada a Portugal (a Lagos) dos primeiros escravos trazidos de África, iniciando-se então a sua comercialização. Nessa primeira venda, terá estado presente o Infante Dom Henrique.

No final do século XVI, estima-se que 20% da população de Lisboa fossem pessoas escravizadas.

Foi apenas nos anos 1930 do século XX que morreu a última pessoa escravizada, uma mulher que vivia no Bairro Alto.

Em 2015, o Reino Unido terminou de pagar uma dívida que contraiu no século XIX para pagar indemnizações a várias famílias que então se sentiram prejudicadas com a abolição da escravatura.


Aproximação de caça chinês a avião japonês? Manobra foi "legítima"... O Governo da China defendeu hoje a aproximação de um caça chinês a uma aeronave militar japonesa em águas internacionais, no mar da Leste da China, garantindo que a manobra foi "legítima, razoável [e] profissional".

© Lusa   13/07/2025

O incidente ocorreu na quarta-feira, quando um caça-bombardeiro chinês JH-7 se aproximou de uma aeronave de inteligência eletrónica japonesa YS-11EB a uma distância considerada insegura pelas autoridades japonesas, que apresentaram um protesto formal a Pequim sobre a manobra.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bin, afirmou que as aeronaves de reconhecimento japonesas entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea do mar do leste da China em "múltiplas ocasiões" para realizar "reconhecimento de aproximação".

Esta zona aérea - que inclui as ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim sob o nome de Diaoyu - foi anunciada unilateralmente pela China em 2013 e não é reconhecida pelos vizinhos Japão e Coreia do Sul.

"As aeronaves militares chinesas, em conformidade com a lei, realizaram verificações de identificação, rastreio e vigilância, e todas as ações correspondentes foram completamente legítimas, razoáveis, profissionais e em conformidade com os regulamentos", afirmou Jiang Bin.

O porta-voz realçou que tais atividades de "aproximação e interferência" por parte de navios e aeronaves japonesas "são a causa raiz dos riscos para a segurança aérea e marítima entre a China e o Japão".

"Esperamos que o lado japonês avance na mesma direção que a China e crie um ambiente favorável ao desenvolvimento estável das relações bilaterais", disse Jiang, em declarações citadas pela televisão estatal chinesa CCTV.

No início de junho, ocorreu um incidente semelhante em águas internacionais no Pacífico, quando um caça chinês J-15, armado com mísseis, ao levantar voo do porta-aviões Shandong, chegou a estar a apenas 45 metros de um avião militar japonês.

De acordo com o Ministério da Defesa japonês, a aeronave de patrulha marítima P-3C da Força de Autodefesa Marítima procedia a uma operação de vigilância sobre o Oceano Pacífico.

O Governo japonês expressou "grave preocupação" à China com este incidente e exigiu que sejam tomadas medidas para evitar que se repita.

Também em junho, o Japão manifestou preocupação com o aumento das manobras militares chinesas perto do seu território, levando-o a divulgar, de forma pouco habitual, informação detalhada sobre essas atividades.

Os dois porta-aviões da Marinha chinesa, o Shandong e o Liaoning, "realizaram cerca de mil aterragens de aviões de combate" entre o final de maio e meados de junho, revelou o ministro japonês da Defesa.

Gen Nakatani explicou que um dos navios se aproximou das ilhas de Iwojima e Santon e efetuou mais de 100 descolagens e aterragens de aviões na zona económica exclusiva japonesa perto de Okinotori, a ilha mais a sul do Japão.


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Nigéria condena 44 pessoas por financiamento do Boko Haram... A justiça da Nigéria condenou 44 membros do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram a penas de prisão até 30 anos, por financiamento de atividades terroristas.

© Lusa   13/07/2025 

Os condenados no sábado estavam entre os 54 suspeitos julgados em tribunais civis especiais na cidade de Kainji, no leste do país, afirmou o porta-voz do Centro Antiterrorismo da Nigéria.

"Os veredictos proferidos nos julgamentos resultaram em penas de prisão que variam entre 10 e 30 anos, todas com trabalhos forçados", disse Abu Michael, em comunicado.

A Nigéria retomou esta semana os julgamentos, suspensos por sete anos, contra mais de mil pessoas suspeitas de terem ligações ao grupo Boko Haram, que trava uma insurgência desde 2009 para estabelecer um califado.

"Com estas últimas condenações, a Nigéria regista um total de 785 casos relacionados com o financiamento do terrorismo e outros crimes relacionados com o terrorismo", referiu o comunicado.

A campanha de 16 anos do exército nigeriano para reprimir o Boko Haram no nordeste do país fez mais de 40 mil mortos e cerca de dois milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas.

A violência também se alastrou aos países vizinhos, como os Camarões, o Chade e o Níger.

Em outubro de 2017, a Nigéria iniciou julgamentos em massa de rebeldes islâmicos, mais de oito anos após o início da violência.

Ao longo de cinco meses, 200 combatentes do Boko Haram foram condenados a penas que vão desde "pena de morte e prisão perpétua até penas de prisão de 20 a 70 anos", disse Abu Michael.

As condenações foram proferidas, nomeadamente, por ataques contra mulheres e crianças, destruição de locais de culto, assassínio de civis e rapto de mulheres e crianças.

No final de junho, um ataque suicida no nordeste da Nigéria, perpetrado por uma mulher e atribuído ao Boko Haram, deixou pelo menos 20 combatentes anti-fundamentalismo mortos.


Leia Também: Nigéria recusa-se a receber cidadãos deportados dos EUA: "Pressão"

sábado, 12 de julho de 2025

EUA exigem clarificação de países aliados numa potencial guerra em Taiwan... Começaram os exercícios militares anuais em Taiwan previstos desta vez para durar 10 dias. São as operações de teste com fogo real de maior duração até agora conhecidas, na ilha rebelde do oceano pacífico, a 180 quilómetros da costa sudeste chinesa

Por  sicnoticias.pt

Os Estados Unidos exigem clarificação de países aliados numa potencial guerra em Taiwan. A ilha quer demonstrar que está preparada para uma eventual invasão da China e está a realizar os maiores exercícios militares de sempre.

Começaram os exercícios militares anuais em Taiwan previstos desta vez para durar 10 dias. São as operações de teste com fogo real de maior duração até agora conhecidas, na ilha rebelde do oceano pacífico, a 180 quilómetros da costa sudeste chinesa

Com novo armamento a ser testado, num contexto de tensão crescente por parte da China, que reivindica Taiwan como seu território e quer a reunificação, enquanto a maioria dos taiwaneses defende a independência.

A população faz também exercícios de resposta a sirenes e encaminhamento para bunkers como forma de se preparar para possível invasão.

A China desvalorizou os exercícios taiwaneses como sendo encenação, mas Taiwan denunciou incursões da guarda costeira chinesa em águas próximas da ilha de pratas, a 300 quilómetros de Hong Kong.

Dois navios chineses foram detetados sem ativar sistema de identificação, ou seja, a tentar ocultar trajetória.

Os Estados Unidos são o maior fornecedor de armamento de Taiwan.

Taiwan é uma peça importante para a política externa norte-americana na região oeste do pacifico.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, recebeu em audiência a Presidente da Confederação Empresarial da CPLP, Nelma Fernandes.

Durante o encontro, a responsável apresentou os detalhes da participação da Confederação na Cimeira da CPLP, que terá lugar em Bissau, e partilhou com o Chefe de Estado os projectos a serem desenvolvidos no âmbito da presidência guineense da Comunidade.

Secretário da CPLP fala em "declarações infelizes" e deseja sucessos à Guiné-Bissau

Por LUSA 

O secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portugal (CPLP), Zacarias da Costa, classificou hoje como infelizes as declarações que fez sobre a Guiné-Bissau e desejou "os maiores sucessos" à presidência guineense da organização.

O timorense, que está no cargo há quatro anos, chegou hoje a Bissau para a XV Cimeira da CPLP, marcada para 18 de julho, com a passagem da presidência rotativa da organização de São Tomé e Príncipe para a Guiné-Bissau.

Quando, em 2024, foi confirmado que Bissau iria assumir a presidência da CPLP nos próximos dois anos, o secretário executivo pronunciou-se duas vezes sobre a situação política guineense e expressando preocupação com "a situação menos boa" do país africano.

As declarações motivaram reações da diplomacia guineense e do próprio Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que considerou Zacarias da Costa de atrevido e de ter ido além das suas competências dentro da organização.

O secretário-executivo da CPLP chegou hoje a Bissau e foi recebido em audiência pelo Presidente guineense, no palácio da Presidência.

No final do encontro apenas Zacarias da Costa prestou declarações e questionado pelos jornalistas sobre a polémica anterior afirmou que nunca disse que a Guiné-Bissau não tinha condições para assumir a presidência da CPLP.

"Eu não vou voltar atrás, eu penso que às vezes somos infelizes nas nossas declarações, o mais importante é que não sou só eu que estou aqui, estão quase todos os chefes de Estado e de Governo. Eu penso que todos os Estados-membros estarão representados ao mais alto nível e, portanto, isso é o que conta", declarou.

Zacarias da Costa defendeu que "a CPLP é uma comunidade de futuro", que os seus membros têm de olhar para o futuro e que a Guiné-Bissau "é também bom exemplo" de que é possível "trabalhar juntos".

"A Guiné-Bissau vai assumir dentro de dias a presidência da CPLP, tudo está a postos e caro lhe garantir que da nossa parte tivemos sempre todo o apoio e articulação necessários com as autoridades de Bissau para que essa cimeira seja um sucesso", disse.

"O sucesso da presidência na Guiné-Bissau é o sucesso de toda a CPLP", acrescentou.

Zacarias da Costa salientou que enquanto secretário-executivo e enquanto secretariado da CPLP, trabalham "com todos os países, sobretudo aqueles que assumem a presidência e para garantir que as cimeiras tenham sucesso.

A cimeira de Bissau decorre com o lema da segurança alimentar, um caminho para o desenvolvimento sustentável.

O secretário-executivo cessante descreveu a audiência com o Presidente guineense como um momento para apresentar os cumprimentos de despedida e para agradecer ao chefe de Estado, ao Governo e ao povo guineense o "acolhimento caloroso, fraternal".

"E também agradecer naturalmente todo o apoio que me foi dado enquanto secretário executivo durante os últimos quatro anos, os dois mandatos que eu tive à frente do nosso secretariado executivo", acrescentou.

Para o novo ciclo, Zacarias da Costa deseja "os maiores sucessos à Guiné-Bissau" e disponibiliza-se para o que for preciso durante a presidência da Guiné-Bissau da CPLP.

"Para apoiar sempre onde estiver todos os esforços deste país no quadro da CPLP para que a nossa comunidade possa ser mais uma comunidade forte, uma comunidade viva, uma comunidade de futuro, uma comunidade de cidadãos e povos", afirmou.

Angola propôs a diplomata e ex-ministra angolana Maria de Fátima Jardim para substituir Zacarias da Costa como secretária-executiva da organização.

Integram a CPLP Angola, Brasil,Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O Presidente da República recebeu hoje, no Palácio Rosa, o Secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa, que já se encontra em Bissau para a XV Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Durante o encontro, foram apresentados cumprimentos institucionais e actualizada a agenda oficial da Cimeira de Bissau.

🇬🇼Presidente da Associação dos Retalhistas apelou hoje aos comerciantes para respeitarem o preço de 15.000 FCFA por saco de arroz Nhelem de 50kg, importado da Índia e, 18 mil por nhelem importado de Paquistão.✅

Durante uma conferência de imprensa, Aliu Seidi elogiou a iniciativa e destacou a importância do abastecimento regular do mercado com produtos alimentares essenciais, especialmente o arroz.  Um passo, segundo Seidi, importante para garantir alimentos acessíveis a todas as famílias 🇬🇼

Exportações agrícolas? Rússia acusa Ocidente de limitar memorando com ONU... A Rússia considerou hoje que o memorando com as Nações Unidas sobre as exportações de produtos agrícolas para o resto do mundo não avançou devido às "políticas destrutivas" do ocidente e às sanções impostas a Moscovo.

© Shutterstock    Lusa    12/07/2025 

"Tendo em conta a política destrutiva das capitais ocidentais, sobretudo da União Europeia, que aumentaram as sanções unilaterais contra a Rússia, nenhuma das etapas foi concluída", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, citado pela agência noticiosa Efe.

Segundo a diplomacia russa, o memorando previa cinco etapas: a reintegração ao sistema SWIFT do banco agrícola russo, o restabelecimento da logística e dos seguros, a retoma das vendas de peças de reposição, a restauração do canal de amoníaco Toliatti-Odessa e a libertação dos ativos russos apreendidos no exterior.

O memorando foi assinado em 22 de julho de 2022 em Istambul, após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, e tinha validade de três anos.

O memorando pretendia garantir o acesso aos produtos agrícolas e fertilizantes russos no mercado internacional, num cenário de graves problemas para a segurança alimentar.

Três anos depois, e sem a implementação do memorando, "conseguiu manter-se a dinâmica das exportações de fertilizantes e alimentos russos, o que exerceu uma influência positiva na estabilização dos preços nos mercados internacionais e na superação dos fenómenos críticos", algo que acabou por favorecer os países do sul global.

A diplomacia russa disse ainda que manterá o diálogo com a ONU após o fim da vigência deste memorando, pretendendo tratar de várias questões, incluindo a criação de um canal bancário para transações agrícolas russas.


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Trump anuncia taxas de 30% contra União Europeia a partir de agosto... O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou hoje a imposição de tarifas de 30% sobre todos os produtos da União Europeia (UE) e do México, a partir de 1 de agosto.

© Bonnie Cash/UPI/Bloomberg via Getty Images    Lusa   12/07/2025 

Trump anunciou as tarifas sobre dois dos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos em cartas publicadas na sua plataforma Truth Social.

As tarifas entrarão em vigor a 01 de agosto, disse Trump, citando o papel do México no escoamento de drogas ilegais para os Estados Unidos e um desequilíbrio comercial com a UE.

"A partir de 01 de agosto de 2025, cobraremos da União Europeia uma tarifa de apenas 30% sobre os produtos da UE enviados aos Estados Unidos, independentemente de todas as tarifas setoriais", lê-se na carta publicada na Truth Social e endereçada à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Nesta carta, Trump afirmou também que o défice comercial dos EUA representava uma ameaça à segurança nacional.

"Tivemos anos para discutir a nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que precisamos de nos afastar desses défices comerciais de longo prazo, grandes e persistentes, gerados pelas políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais", escreveu o Presidente dos EUA.

Assim como fez em dias anteriores com outros países, Trump anunciou que reverterá a sua decisão "se a União Europeia ou as suas empresas decidirem fabricar produtos nos Estados Unidos".

"Na verdade, faremos todos os esforços para obter aprovações de forma rápida, profissional e rotineira --- ou seja, em poucas semanas", acrescenta-se na carta, antes de se alertar, também seguindo o formato usual, que se, por qualquer motivo, a UE decidir aumentar as tarifas e retaliar, "o valor que decidir aumentá-las será adicionado aos 30%" já anunciados.

Já na carta para o líder mexicano, Trump reconheceu que o país tem ajudado a conter o fluxo de migrantes sem documentos e fentanil para os Estados Unidos.

No entanto, disse que o país não fez o suficiente para impedir que a América do Norte se transformasse num "recreio do narcotráfico".

"Não haverá tarifas se o México ou empresas mexicanas optarem por construir ou fabricar produtos nos Estados Unidos e, de facto, faremos todo o possível para que isso seja aprovado de forma rápida, profissional e rotineira em questão de semanas", afirmou Trump, repetindo o apelo feito aos outros países.


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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou hoje que Bruxelas continua disposta a negociar com os EUA para chegar a um acordo antes de 01 de agosto, após Donald Trump anunciar tarifas de 30%.


Comité dos representantes permanentes da CEDEAO reúne-se com o comissário para os assuntos políticos, paz e segurança

Por ecowas 12 Jul, 2025

O Comité Permanente para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do Comité dos Representantes Permanentes da CEDEAO (CRP) reuniu-se com o Comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da Comissão da CEDEAO, Embaixador Abdel-Fatau Musah, no dia 10 de julho de 2025, em Abuja, Nigéria.

As discussões centraram-se em formas de consolidar a colaboração existente entre o CRP e o Departamento dos Assuntos Políticos, Paz e Segurança, bem como no reforço do fluxo estratégico de informação e da implementação das decisões da Autoridade de Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO.

Liderados por Sua Excelência Musa Sani Nuhu, Representante Permanente da Nigéria junto da CEDEAO, os Embaixadores expressaram profundo apreço ao Comissário e ao Departamento pela parceria forte e próxima desenvolvida ao longo dos últimos três anos no domínio da paz e estabilidade na África Ocidental.

Por sua vez, o Embaixador Abdel-Fatau Musah felicitou o Alto-Comissário da Serra Leoa, Sua Excelência Julius Sandy, pela assunção da presidência da Autoridade de Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, sublinhando que a necessidade de interações constantes com os embaixadores não pode ser sobrestimada.

O Comissário, acompanhado pelo Diretor de Manutenção da Paz e Segurança Regional (DPKRS), Dr. Cyriaque Agnekethom, pelo General Mactar Diop, Chefe do Estado-Maior da Força de Reserva da CEDEAO, e por membros do Departamento, destacou que continuará a ser dada atenção prioritária ao trabalho do Departamento, dada a sua função estratégica na resposta às questões centrais da paz sustentável, segurança, estabilidade e integração regional.

Enfatizou ainda a necessidade de um mecanismo orgânico e estruturado para contribuir nos processos de tomada de decisão com carácter vinculativo para as partes interessadas, à semelhança do que acontece nas Nações Unidas e na União Africana.

“É necessário pensar em termos regionais. Precisamos de uma comunicação bidirecional entre o Departamento e os Estados-Membros. Como podemos, enquanto Departamento, contribuir para que o CRP atinja os seus objetivos? Este fórum é, portanto, uma oportunidade a valorizar, pois permite a troca de ideias em benefício da nossa região”, acrescentou o Comissário.

Os membros do Comité dos Representantes Permanentes asseguraram ao Departamento e à CEDEAO a sua contínua cooperação para fazer avançar a região.

África Austral é "linha da frente" da competição entre EUA e China... A consultora Oxford Economics considera que a África Austral, que inclui Angola e Moçambique, é a "linha da frente da competição global por recursos naturais", com os Estados Unidos da América e a China a disputarem influência.

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Num comentário à 17.ª Cimeira de Negócios Estados Unidos da América-África, realizada em junho em Luanda, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que "a luta pelo poder entre os EUA e a China em África ganhou dimensão depois de Pequim ter anunciado a intenção de remover todas as tarifas sobre 53 países africanos". 

"Esta rivalidade entre os EUA e a China elevou a importância geopolítica da África Austral, tornando a região na linha da frente da competição global por recursos naturais", escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica.

Os EUA, por outro lado, "estão a aumentar a sua presença através da Parceria de Segurança dos Minerais e têm direcionado o financiamento de investimentos para infraestruturas com o objetivo de equilibrar o domínio chinês, como por exemplo no corredor do Lobito", dizem os analistas.

A grande diferença de atuação das duas potências económicas em África está, argumentam, no tipo de abordagem: "a China ganhou uma pegada significativa através de investimentos de longo prazo em estradas, caminhos de ferro e infraestruturas de energia", enquanto a postura dos EUA "é mais focada e transacional".

Neste sentido, o corredor do Lobito "é uma alternativa atrativa às atuais rotas de transporte, que obrigam os condutores de camiões a superarem estradas esburacadas e esperar dias a fio nas filas, por vezes superiores a 50 quilómetros, até à alfândega".

O corredor do Lobito, que liga o porto angolano do Lobito, em Benguela, à Republica Democrática do Congo (RDCongo), é operado por um consórcio europeu composto pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, numa concessão de 30 anos com o governo angolano, e é considerado um eixo estratégico para escoar minerais, facilitar as exportações e promover a agroindústria.

A infraestrutura abrange o porto do Lobito, o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) e os terminais logísticos ao longo da linha ferroviária de mais de 1.300 quilómetros, que liga o litoral angolano à RDCongo, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié, Moxico e Moxico-Leste.

Em junho, à margem da cimeira EUA-África, o Fundo Soberano de Angola (FSDEA) e o empresário israelita Haim Taib anunciaram o lançamento de uma plataforma para mobilizar mil milhões de dólares para projetos no Corredor do Lobito, com um investimento inicial de 100 milhões de dólares.

A Plataforma de Desenvolvimento e Investimento do Corredor do Lobito (LCID Platform) vai funcionar como uma estrutura independente para acelerar investimentos em setores considerados catalisadores de desenvolvimento, incluindo agricultura, infraestruturas, saúde, indústria, educação e inclusão digital.

"Com uma redução projetada dos custos de transporte até 40% e um aumento do comércio intra-SADC [Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral] de até 40%, o Corredor do Lobito tornar-se-á uma das artérias económicas mais estratégicas de África," afirmou o presidente do FSDEA, Armando Manuel, citado num comunicado da empresa no final de junho.

O empresário revelou ainda que decorrem negociações avançadas para que a Zâmbia integre a plataforma, alargando o alcance da iniciativa para lá das fronteiras de Angola e da RDCongo, para ligar, a longo prazo, o porto moçambicano da Beira, no Oceano Índico, ao Atlântico, atravessando África de leste a oeste.


Vestido de óleo de bebé. 50 Cent volta a atacar Sean Diddy Combs... 50 Cent, um dos maiores rivais de Sean Diddy Combs, não perdeu a oportunidade de gozar com o rapper ao partilhar um vídeo no qual este desfila com um vestido de óleo de bebé, numa referências aos crimes de que foi acusado.

50 Cent; Diddy  © Getty Images    noticiasaominuto.com   12/07/2025 

50 Cent tem sido um dos maiores críticos de Sean 'Diddy' Combs desde que o rapper se viu envolvido num escândalo sexual que o levou à prisão em setembro de 2024, após uma investigação policial. 

Esta sexta-feira, 11 de julho, o artista de 'Candy Shop' não perdeu a oportunidade de voltar a gozar com Combs ao partilhar um vídeo no qual este 'desfila' com um vestido cor-de-rosa de óleo de bebé. 

A música do vídeo também não foi escolhida ao acaso, uma vez que se intitula 'Baby Oil Freak Off Party'. 

"Não sabia que o Diddy desfilou para o Michael Amiri", escreveu 50 Cent na legenda da partilha. 

A piada refere-se a um dos pormenores mais polémicos do caso policial. No ano passado, numa busca que o FBI fez às propriedades de Diddy, encontrou mais de mil frascos de óleo para bebé, os quais, alegadamente, seriam usados nas famosas festas de sexo organizadas pelo rapper, que ficaram conhecidas como 'Freak Offs'. 

Porque é que 50 Cent não suporta Diddy?

A quezília entre os dois rappers já é antiga. Em 'The Bomb', música que lançou em 2006, 50 Cent acusava Diddy de ter conhecimento da identidade do assassino de Christopher Wallace, mais conhecido como The Notorious B.I.G.

Wallace, recorde-se, foi morto a tiro em Los Angeles em 1997, enquanto viajava com a sua equipa, na qual Combs, conhecido como Puff Daddy, estava incluído (contudo, o artista seguia num carro diferente). 

Para 50 Cent, Combs também estará de alguma maneira ligado ao assassinato de Tupac Shakur, em 1996.

Numa entrevista que deu ao The Hollywood Repórter, o amigo de Eminem chegou a revelar o motivo pelo qual não gostava de Diddy. "Ele perguntou-me se me podia levar às compras. Achei que aquela era a merda mais estranha do mundo, porque isso é algo que um homem diz a uma mulher. Foi do tipo: 'não, não vou brincar com esta energia estranha ou merda estranha'. Desde aí que não me sinto confortável com ele", garantiu.

Mais tarde acrescentou: "Nunca fui sequer a uma festa com ele. O Puff é um homem de negócios; quando as pessoas dizem que é um produtor, vejo que se aproveitou delas, ele produziu coisas que tirou. E ficou com os créditos. Ele não é produtor. Consegue é tirar vantagens do negócio e criar em cima disso. Não tenho qualquer interesse em fazer isso. Eu enquadro-me no lado criativo. Não queria embarcar nisso".

O documentário de 50 Cent

Pouco tempo depois de Diddy ter sido detido, a imprensa internacional revelou que 50 Cent teria assinado um contrato com a Netflix para produzir uma série documental sobre o caso, uma vez que este terá tido acesso a provas e informações únicas ao longo dos anos. Não se sabe quando é que estreia.

O julgamento de Sean 'Diddy' Combs

No dia 2 de julho, Diddy festejou a decisão do júri do tribunal de Nova Iorque após ter sido ilibado dos crimes mais graves de que estava acusado, nomeadamente  tráfico sexual e organização criminosa. Contudo, foi considerado culpado dos crimes relacionados com transporte de pessoas para a prostituição - pelos quais poderá ser condenado a 10 anos de prisão (pena máxima). Este aguarda a decisão do tribunal na cadeia, uma vez que o pedido de fiança foi-lhe negado, uma vez mais, pelo juiz.