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Soldados russos em Rostov (Getty Images) Por cnnportugal.iol.pt
Perante as incongruências e as retóricas diferentes fica uma certeza: 2024 foi “ano mais letal”. Só em novembro, as estimativas britânicas. Só em novembro, a Rússia terá perdido 45.000 homens e gasto três mil milhões de dólares em equipamentos militares.
Numa investigação jornalística conjunta a BBC Rússia e a Mediazona, citada pelo jornal ucraniano The Kyiv Independent, identificaram os nomes de 84.761 soldados russos mortos na invasão de larga escala da Ucrânia.
Desde o início do dezembro, foram incluídos os nomes de mais 2.711 soldados à lista de baixas.
Os jornalistas apontam ainda que 2024 foi o “ano mais letal da guerra”, com uma contagem atual que já ultrapassa as 20 mil mortes, todas elas confirmadas com os nomes das vítimas mortais ao longo dos últimos 12 meses. As contas anuais ainda não foram fechadas, porque, a cada dia, surgem novas baixas.
Os números surgem, na mesma altura, em que o Reino Unido anunciou que as estimativas britânicas apontavam para que Rússia já tivesse perdido mais de 750 mil homens, com Londres a antever inclusivamente que este número passaria o milhão de baixas nos próximos seis meses.
Nos últimos meses, o número de mortes de soldados russos aumentou significativamente como reflexo do esforço para ganhar terreno – ordenado pelo Kremlin – no leste da Ucrânia e no Oblast de Kursk.
As perdas russas atingiram novos máximos nos meses de novembro e dezembro, com um pico de 2.030 baixas por dia no mês no penúltimo mês do ano. Só em novembro, a Rússia terá perdido 45.000 homens e gasto três mil milhões de dólares em equipamentos militares.
Desde 24 de fevereiro 2022, o Kremlin nunca divulgou o número de soldados mortos. O único deslize aconteceu recentemente quando um membro do Ministério da Defesa de Moscovo deixou escapar que o gabinete tinha recebido 48.000 pedidos de identificação de soldados.
Do lado de Kiev, Zelensky revelou, numa rara declaração, que a Ucrânia tinha perdido 43.000 soldados no campo de batalha desde o início da guerra.
Por SIC Notícias
O anúncio dos ataques americanos surge depois de os rebeldes Houthis terem reivindicado a responsabilidade pelo disparo de um míssil contra Telavive, que causou 16 feridos ligeiros na noite de sexta-feira.
As forças armadas americanas anunciaram este sábado que realizaram ataques contra instalações militares dos Houthis em Sanaa, capital do Iémen.
Os ataques tiveram como alvo "uma instalação de armazenamento de mísseis e um centro de comando operado pelos Houthis apoiados pelo Irão", anunciou o Comando do Médio Oriente (Centcom) das Forças Armadas dos Estados Unidos na rede social X.
Os militares dizem ter abatido também vários drones disparados pelos Houthis e mísseis de cruzeiro sobre o Mar Vermelho durante a operação.
As forças norte-americanas levaram a cabo estes ataques "para desestabilizar as operações dos Houthis, tais como ataques a navios de guerra e cargueiros da Marinha dos EUA" na região, é referido no comunicado do exército.
Os Houthis, que controlam uma grande parte do Iémen, incluindo Sanaa, atacam regularmente navios que acreditam estar ligados a Israel, aos Estados Unidos ou ao Reino Unido no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, apesar dos ataques realizados pelo exército americano, por vezes com a ajuda de forças britânicas.
O anúncio dos ataques americanos surge depois de os rebeldes Houthis terem reivindicado a responsabilidade pelo disparo de um míssil contra Telavive, que causou 16 feridos ligeiros na noite de sexta-feira.
Em Saana, um correspondente da agência de notícias francesa AFP disse ter ouvido explosões hoje à noite.
Desde o início da guerra desencadeada em 7 de outubro de 2023 pelo ataque sem precedentes em solo israelita do movimento islamita palestiniano Hamas, os Houthis apoiados pelo Irão no Iémen lançaram numerosos ataques contra Israel, que retaliou em várias ocasiões.
Os Houthis fazem parte daquilo a que o Irão chama o "eixo da resistência", que inclui outros movimentos hostis a Israel, como o Hamas, grupos iraquianos e o Hezbollah libanês.
© Lusa 22/12/2024
Famílias em dificuldades aumentam e muitas pedem crédito para pagar renda
A subida do custo de vida ultrapassou o aumento dos rendimentos e a Deco tem observado um significativo acréscimo de famílias em dificuldades, com cada vez mais pessoas a recorrerem ao crédito para pagar a renda e até a prestação.
O alerta para esta realidade é dado pela coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da Deco, Natália Nunes, que, em declarações à Lusa, referiu que esta é uma situação que acaba a contribuir para um cenário de maior endividamento.
"Temos muitas famílias a recorrer a crédito para conseguir manter não só a prestação da casa, mas também a própria renda da casa", precisou Natália Nunes, notando que, apesar de esta solução se poder tornar um perigo para a gestão do orçamento familiar, é muitas vezes a única alternativa.
Segundo a coordenadora do GPF, são muitas as famílias que estão no mercado de arrendamento e com contratos a termo que, quando estes terminam, se veem confrontadas com a necessidade de procurar uma nova casa, com valores de renda elevados.
E, muitas vezes, "a forma que têm para conseguir pagar o mês da caução, o primeiro mês de renda, é recorrer a crédito", acentua, precisando ques perante a falta de resposta do mercado, as famílias acabam por se sujeitar a pagar valores que estão muito para lá daquilo que é o seu orçamento.
Ainda sem dados fechados sobre o ano de 2024, a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira assinala que ao longo dos últimos quatro anos se tem registado "um aumento significativo do número de famílias em situação de dificuldade".
"É verdade que estamos com as taxas [de juro] a descer, mas a verdade é que as prestações [do empréstimo da casa] ainda estão significativamente elevadas face àquilo que tínhamos em 2021", diz Natália Nunes, acrescentando que as dificuldades vêm do facto de ao elevado custo da fatura da casa se somar a cada vez mais cara conta do supermercado ou dos serviços essenciais -- despesas que "subiram de forma bastante significativa", lembra.
A par deste agravamento das dificuldades causado pela subida do custo de vida acima do aumento dos rendimentos, Natália Nunes nota ainda outra diferença face à situação vivida nas crises de 2008 e 2012.
Agora, refere, "estamos a falar de outra realidade" porque olhando para as famílias que recorreram ao apoio da Deco ao longo deste ano, em 2024, verifica-se "que mais de 75%" está a trabalhar, tem rendimentos do seu trabalho.
"Portanto, não é a questão do desemprego, não é a questão da diminuição dos rendimentos por esta via que está a levar as famílias a estar em dificuldades. É precisamente pelo lado da despesa, ou seja, as despesas estão a aumentar muito para além daquilo que é o aumento dos rendimentos", sublinha.
"Hoje, eu diria que para as famílias que têm rendimentos mais baixos é uma aventura conseguirem sobreviver e fazer face a tudo aquilo que é as despesas essenciais para a sobrevivência da própria família", acentua a coordenadora do GPF.
A única vantagem face às anteriores crises, remata, é que houve alguma aprendizagem por parte das famílias para se prepararem, dos bancos e do próprio regulador que acabou por ganhar outras ferramentas.
© Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images Por Lusa 21/12/2024
Israel acusa Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas"
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel acusou hoje o Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas", depois de o líder da igreja católica ter condenado a "crueldade" de um ataque israelita na Faixa de Gaza.
Neste ataque, terão sido mortas sete crianças, segundo a Defesa Civil do território palestiniano.
"Os comentários do Papa são particularmente dececionantes, porque estão desligados do contexto real e factual da luta de Israel contra o terrorismo jihadista", disse o Ministério israelita em comunicado, acrescentando que "os dois pesos e duas medidas" do pontífice em relação a Israel devem acabar.
O Papa Francisco denunciou hoje a "crueldade" dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, depois de pelo menos 25 palestinianos, incluindo sete menores, terem sido mortos num bombardeamento em Jabalia, na sexta-feira.
"O ntem [sexta-feira] foram bombardeadas crianças. Isto não é uma guerra. É uma crueldade", lamentou o pontífice, em declarações não previstas, divulgadas pela agência de notícias do Vaticano.
"Quero dizer isto porque me toca o coração", acrescentou.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita criticou o Papa e considerou que "crueldade é os terroristas esconderem-se atrás de crianças enquanto tentam assassinar crianças israelitas".
"Crueldade é manter uma centena de reféns durante 442 dias, incluindo um bebé e uma criança, que estão nas mãos de terroristas que os maltratam", acrescentou, lamentando que o Papa tenha optado "por ignorar tudo isto e também o facto de as ações de Israel terem como alvo os terroristas, que usavam crianças como escudos humanos".
As palavras de Francisco são "particularmente lamentáveis", referiu, porque "estão desligadas da verdade e do contexto dos factos da luta de Israel contra o terrorismo jihadista, uma guerra em várias frentes para a qual foi arrastado desde o seu início, a 07 de outubro".
"A morte de qualquer pessoa inocente numa guerra é uma tragédia. Israel faz um esforço extraordinário para evitar ferir inocentes, enquanto o Hamas faz um esforço extraordinário para aumentar os danos aos civis palestinianos", criticou ainda.
Por isso, "a culpa deve ser atribuída exclusivamente aos terroristas e não à democracia que se está a defender contra eles", salientou, insistindo que "basta de dois pesos e duas medidas e de apontar o dedo ao Estado judeu e ao seu povo".
© Lusa 21/12/2024
Pelo menos 38 pessoas morreram e mais cem foram dadas como desaparecidas no naufrágio de um 'ferry' sobrelotado no rio Burisa, na República Democrática do Congo, na sexta-feira à noite, de acordo com as autoridades locais e várias testemunhas.
Segundo a agência Associated Press (AP), vinte pessoas foram resgatadas com vida no naufrágio, que aconteceu dias depois de um outro barco se ter afundado no mesmo país, matando 25 pessoas.
O 'ferry' deslocava-se no nordeste da República Congo, e os passageiros eram sobretudo comerciantes que regressavam a casa para passarem o Natal, de acordo com fontes locais.
Um residente de Ingende, cidade perto do local do acidente, contou à AP que seguiam no 'ferry' "mais de 400 pessoas, pelo que há razões para acreditar que há mais mortos".
As autoridades congolesas alertam frequentemente para a sobrelotação dos barcos e já prometeram punir aqueles que violem as medidas de segurança no transporte aquático.
Pelo menos 78 pessoas morreram, em outubro, quando um barco sobrelotado se afundou no leste do país, e 80 perderam a vida num acidente semelhante perto de Kinshasa, em junho.
O naufrágio de barcos sobrelotados tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente neste país da África Central, à medida que mais pessoas vão trocando as poucas estradas disponíveis pelos rios, viajando em embarcações de madeira que se desintegram com o peso dos passageiros e dos seus bens.
As estradas são frequentemente palco de confrontos entre as forças de segurança congolesas e os rebeldes, que por vezes bloqueiam as principais vias do país.
O número de mortos no acidente, que ocorreu na madrugada de hoje, envolvendo um autocarro, um camião e outro veículo, no estado de Minas Gerais, centro do Brasil, subiu para pelo menos 37, informaram as forças de segurança.
Inicialmente, os bombeiros tinham informado que havia 22 mortos, número que aumentou à medida que avançaram os trabalhos de resgate dos corpos, alguns deles "carbonizados e presos nos destroços".
A Polícia Rodoviária Federal explicou que o número de vítimas ainda é "preliminar", porque o incêndio no veículo causado pelo acidente dificultou a identificação dos corpos.
O motorista do autocarro, no qual se estimou inicialmente que viajavam cerca de 45 passageiros, perdeu o controlo do volante num troço da estrada BR-116, quando passava pelo município de Teófilo Otoni.
De acordo com a versão da Polícia Rodoviária Federal, o descontrole aconteceu depois que um "grande bloco de granito" ter caído de um camião que passava, atingindo o autocarro, que acabou depois por incendiar-se e ficar completamente destruído.
Outro veículo que seguia atrás colidiu com o camião carregado de granito, mas os seus três passageiros sobreviveram, embora com "ferimentos graves".
Treze outros sobreviventes do autocarro foram levados para hospitais das redondezas para tratamento, de acordo com os bombeiros.
"Depois de horas de trabalho, os bombeiros conseguiram extinguir as chamas e retirar 22 vítimas carbonizadas que estavam presas no metal", referiu o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que atendeu a ocorrência, hoje de manhã.
© Lusa 21/12/2024
Presidente promete vídeovigilância "por toda a cidade de Bissau"
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, prometeu hoje colocar, em 2025, câmaras de vigilância "por toda a cidade de Bissau" para inspecionar o trabalho dos agentes da polícia de trânsito que "devem parar de pedir dinheiro" aos transeuntes.
"Ai de polícia que for apanhado a pedir mil francos a alguém", avisou Sissoco Embalo, num discurso por ocasião da inauguração das novas instalações da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).
O Presidente guineense afirmou que a Polícia de Trânsito tem como missão inspecionar o comportamento dos motoristas e transeuntes na via pública, mas "não pedir dinheiro", em alusão a processos de corrupção.
Umaro Sissoco Embalo anunciou para 2025 um processo de reforma na Polícia de Trânsito através de recrutamento de novos agentes como, disse, tem acontecido com diversas forças policiais do país.
"Vamos fazer reforma na polícia de trânsito. Temos de recrutar jovens. A partir de janeiro vamos completar a instalação de câmaras de vigilância por toda a cidade de Bissau", esclareceu Embalo.
Logo no início do seu mandato em 2020, Umaro Sissoco Embalo ordenou a instalação de câmaras de vigilância nalgumas zonas da capital guineense, cujo ponto de controlo se encontra no Ministério do Interior.
O Presidente guineense observou hoje que "não gosta da desordem", por isso tem equipado e garantido condições de trabalho às Forças de Defesa e Segurança. Anunciou que a Guarda Nacional e a Brigada de Intervenção Rápida (BIR) também vão ser dotadas de novas instalações em 2025.
"A segurança pública tem de ser protegida e valorizada custe que custar", defendeu Sissoco Embalo.
No próximo ano, anunciou Embalo, a Guiné-Bissau vai criar uma Força Especial, cuja formação será garantida internamente através de instrutores guineenses, disse.
"Não é minha tendência militarizar o país, mas temos de renovar as nossas forças de segurança", afirmou o Presidente guineense, salientando que a cultura de golpe de Estado e de insubordinação nas forças armadas "tem de acabar".
O novo quartel da PIR foi construído de raiz no bairro de Enterramento, nos subúrbios de Bissau.
Até aqui aquela força, especializada em combate aos distúrbios urbanos, tinha o seu quartel nas instalações do Ministério do Interior.
© Jan Woitas/picture alliance via Getty Images Notícias ao Minuto 21/12/2024
Foram divulgadas as primeiras imagens do presumível autor do ataque ao mercado de Natal de Magdeburgo, na Alemanha, na noite de sexta-feira.
Recorde-se que o suspeito, identificado como Taleb A., é um médico saudita, de 50 anos, que se declarou "anti-Islão". Uma das imagens, também já divulgada pelas agências internacionais, foi retirada do passaporte do atacante, enquanto outra é um recorte da Rair Foundation USA.
O último balanço indica que pelo menos cinco pessoas morreram na sequência do ataque, que provocou ainda mais de 200 feridos.
O médico conduziu intencionalmente um carro contra um mercado de Natal repleto de compradores. Foi detido no local e levado sob custódia para interrogatório.
Vários meios de comunicação social alemães ocultaram o apelido do suspeito, em conformidade com as leis de privacidade, e referiram que se tratava de um médico, especialista em psiquiatria e psicoterapia.
Descrevendo-se a si próprio como um antigo muçulmano, partilhou diariamente dezenas de 'tweets' e 'retweets' centrados em temas anti-islâmicos, criticando a religião e felicitando os muçulmanos que abandonaram a fé.
Acusou também as autoridades alemãs de não terem feito o suficiente para combater o que ele disse ser a "islamização da Europa".
Alguns descrevem-no como um ativista que ajudou mulheres sauditas a fugir do seu país. O autor do ataque, que vive na Alemanha há quase duas décadas, também manifestou o seu apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita e anti-imigração.
Recentemente, parecia estar concentrado na sua teoria de que as autoridades alemãs estavam a visar os requerentes de asilo sauditas.
Abel Djassi / Gaitu Baldé /Estamos a Trabalhar / Presidência da República da Guiné-Bissau
© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images Lusa 21/12/2024
Pelo menos 20 mortos em ataques imputados a grupos jihadistas no Mali
Pelo menos 20 pessoas morreram sexta-feira, quando várias aldeias no centro do Mali (África Ocidental) foram atacadas por grupos jihadistas, segundo adiantou um líder comunitário, um conselheiro local e uma fonte de segurança.
"Seis aldeias da região de Bandiagara [cidade na região de Mopti, no Mali] foram atacadas ontem [sexta-feira] por jihadistas. Os celeiros foram queimados e as pessoas fugiram. Há também cerca de vinte mortos", disse hoje à agência francesa AFP um eleito local, sob condição de anonimato.
Cinco aldeias da região de Bandiagara foram atacadas na sexta-feira e "houve 21 mortos e muitos feridos", confirmou, por outro lado, à AFP uma fonte de segurança do Mali.
"O objetivo destes ataques terroristas é fazer com que as pessoas fujam para criar o caos", acrescentou.
Bocary Guindo, chefe de uma associação de jovens Dogons, declarou nas redes sociais que o número de mortos tinha aumentado para mais de 20, após os ataques em Bourari (15 mortos), Madina (2), Banguel Toupè Singuel (2) e Gaza (5).
Outras aldeias, como Massasegué e Sonfounou, foram igualmente incendiadas.
Desde 2012 que o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaeda e no Estado Islâmico, bem como pela violência de grupos comunais e criminosos.
Bocary Guindo, dirigente de uma associação de jovens Dogons, declarou nas redes sociais que o número de mortos tinha aumentado para mais de 20, na sequência de ataques em Bourari (15 mortos), Madina (2), Banguel Toupè Singuel (2) e Gaza (5).
Outras aldeias, como Massasegué e Sonfounou, foram igualmente incendiadas.
Desde 2012, o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaeda e no Estado Islâmico, bem como pela violência de grupos criminosos.
Desde que tomaram o poder através de golpes de Estado em 2020 e 2021, os militares romperam a sua antiga aliança com a antiga potência dominante, a França, e viraram-se militar e politicamente para a Rússia.
© Aziz Karimov/Getty Images Por Lusa 21/12/2024
Filha de ativista azeri avisa que UE financia Rússia apesar das sanções
A filha do ativista azeri Gubad Ibadoghlu advertiu a União Europeia (UE) que para travar a crescente influência da Rússia deve deixar de financiar este país indiretamente, comprando petróleo e gás russo a países como o Azerbaijão.
Zahla Bayramova, filha do académico e ativista anticorrupção detido no Azerbaijão desde julho de 2023, aproveitou a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024, que decorreu esta semana no Parlamento Europeu em Estrasburgo, para denunciar o "segredo mais mal guardado" da UE.
"A Rússia está a usar o Azerbaijão para vender petróleo e gás à União Europeia, contornando as sanções económicas. Toda a gente sabe isso e ninguém faz nada", disse a jovem, em entrevista à Lusa em Estrasburgo, onde representou o seu pai, um dos três finalistas do prémio Sakharov, que foi impedido de participar na cerimónia.
A União Europeia aprovou recentemente o 15.º pacote de sanções económicas a Moscovo, na sequência da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
"[O governo azeri] não quer que o meu pai fale disto", comentou.
No conflito da Ucrânia, a UE "não pode apoiar a Ucrânia e ao mesmo tempo dar dinheiro de forma indireta à Rússia", sustentou Zahla Bayramova, também ativista dos direitos humanos.
"Isto não vai ajudar ninguém, vai causar muita morte e frustração e é um desperdício de fundos. A UE deve focar-se nisto e compreender quem é um aliado e quem está a ajudar a Rússia, como o Azerbaijão", sublinhou, na entrevista à Lusa.
Zahla Bayramova apela à UE para que suspenda "todas as compras de petróleo e gás do Azerbaijão", porque "está a financiar este governo, que é repressivo e que está a usar este dinheiro para enriquecer e para fortalecer a polícia do Estado, enquanto ajuda a Rússia a lavar petróleo e gás".
Comentando a crescente influência de Moscovo em países como a Roménia, Estado-membro da UE e também da NATO, ou a Geórgia, candidata à adesão, a ativista azeri diz que só há uma solução: "Parar o regime da Rússia".
O partido Sonho Georgiano, no poder na Geórgia, ou Calin Georgescu, o candidato pró-russo que venceu a primeira volta das eleições presidenciais na Roménia, entretanto anuladas pelo Tribunal Constitucional devido a interferências de Moscovo, "têm como principal objetivo receber muito dinheiro do governo russo", frisou a ativista.
"Eles não são nacionalistas, não se preocupam com os seus cidadãos, não são ambientalistas, não têm ideologias. A sua única ideologia é o dinheiro e é isso que estão a ter da Rússia", afirmou.
"Se se conseguir fazer a Rússia passar fome e garantir que nenhum dinheiro chega lá, assim não teria dinheiro para influenciar ninguém, para financiar o exército ou para todas estas repressões. A polícia não vai lutar pelo [Presidente russo, Vladimir] Putin se não tiver ordenados. É exatamente a mesma coisa com o Azerbaijão", disse.
A UE, sublinhou, "tem de parar estes regimes e garantir que o dinheiro não vai para a Rússia de forma alguma, bem como para os países à volta que são basicamente satélites, como Azerbaijão e Bielorrússia".
A ativista denunciou que o pai, em prisão domiciliária desde abril, precisa de uma cirurgia cardíaca urgente, mas está sem acesso a tratamentos médicos e foram-lhe retirados os seus documentos.
"Não estou a pedir à UE que mude o meu país, obviamente isso não vai acontecer. O que peço é que pelo menos arranje um médico e ajuda para presos políticos como o meu pai", disse, exemplificando: "A UE está a investir muito dinheiro para melhorar o sistema penitenciário do Azerbaijão, mas para onde estão a ir estes fundos? Têm de fazer estas perguntas e garantir que os presos políticos têm pelo menos direito a um médico e tratamentos para que as pessoas não morram".
Quando os opositores políticos morrem, disse, recordando o caso do opositor russo, Alexei Navalny, "não há consequências".
"Se o meu pai morrer, eu não quero saber do prémio ou de nada do que foi feito, nada é importante para mim. É isso que estou a tentar fazer, salvar a vida do meu pai", afirmou.
DACAR - Mais de 40 milhões* de pessoas em toda a África Ocidental e Central estão a lutar para se alimentarem durante a época pós-colheita de 2024. Este número deverá aumentar para 52,7 milhões em meados de 2025, incluindo 3,4 milhões de pessoas que enfrentam níveis de fome de emergência (IPC/CH Fase 4), de acordo com uma nova análise de segurança alimentar do Quadro Harmonizado divulgada este mês.
Apesar de uma queda ligeira no número de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda em comparação com o ano passado - associada a uma melhor segurança e a uma precipitação acima da média em algumas partes do Sahel, a insegurança alimentar está a agravar-se. O número de pessoas que enfrentam níveis de emergência de fome (IPC/CH Fase 4) aumentou 70% durante a época pós-colheita e 22% durante a época de escassez de junho-agosto de 2025.
Os países mais afetados incluem a Nigéria, os Camarões e o Chade - que, em conjunto, representam mais de metade da população total em situação de insegurança alimentar - enquanto as pessoas deslocadas à força suportam o peso da crise alimentar. Esta situação sublinha a necessidade urgente de uma ação humanitária reforçada e de soluções a longo prazo que resolvam eficazmente a crise alimentar que afeta o Sahel e a região do Lago Chade.
“O ciclo vicioso da fome na África Ocidental e Central pode ser quebrado, mas exige uma mudança substancial na nossa abordagem”, afirmou Margot van der Velden, Diretora Regional do PAM para a África Ocidental. “Precisamos de financiamento atempado, flexível e previsível para chegar às pessoas afetadas pela crise com assistência que salva vidas, e investimentos maciços em preparação, ação antecipada e construção de resiliência para capacitar as comunidades e reduzir as necessidades humanitárias”.
A insegurança alimentar na região é causada por conflitos, deslocações, instabilidade económica e choques climáticos graves. Mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas à força na região, com números significativos no Burkina Faso, Chade, Camarões, Mauritânia, Níger e Nigéria. As pessoas deslocadas à força são, na maioria das vezes, afastadas dos seus campos e zonas de pastagem, o que impossibilita a agricultura - vital para a segurança alimentar. Além disso, os choques climáticos - especialmente as inundações mortais deste ano que afetaram seis milhões de pessoas - ceifam vidas e destroem meios de subsistência, afetando a produtividade agrícola.
“A deterioração contínua da segurança alimentar e da nutrição, apesar dos esforços significativos dos governos e dos parceiros, reforça a necessidade de uma mudança urgente de paradigma na resposta”, afirmou Robert Guei, Coordenador Subregional da FAO para a África Ocidental. Precisamos de reforçar e implementar programas conjuntos integrados de resiliência nos países mais afetados e não só. Além disso, precisamos de facilitar o acesso dos pequenos agricultores a fertilizantes produzidos localmente para impulsionar uma produção alimentar sustentável, acessível e nutritiva”.
Os elevados preços dos alimentos e o baixo poder de compra das famílias estão a agravar a crise, impossibilitando muitas famílias de comprar até mesmo alimentos nutritivos básicos. Estes problemas económicos são particularmente graves em países costeiros como o Senegal, a Guiné, a Serra Leoa e a Nigéria, onde o custo de vida disparou.
A situação está a afetar significativamente o estado nutricional das crianças. Em 2024, estima-se que 16,3 milhões de crianças sofreriam de desnutrição aguda, incluindo 5 milhões na sua forma grave. Inquéritos nutricionais recentes realizados no Sahel revelam igualmente uma deterioração da situação em várias regiões.
“Uma boa nutrição nos primeiros anos de vida é o alicerce para a sobrevivência e desenvolvimento da criança e para uma vida adulta saudável no futuro. Cada dólar investido em nutrição produz até 16 dólares em retornos económicos através de uma saúde melhorada, melhores resultados na educação e maior produtividade ao longo da vida”, afirmou o Diretor Regional da UNICEF, Gilles Fagninou. “Temos de garantir um acesso fiável e suficiente a alimentos terapêuticos para tratar as crianças com menos de 5 anos na região, ao mesmo tempo que procuramos investir a longo prazo para evitar que a desnutrição surja em primeiro lugar”.
Com um financiamento suficiente e previsível, a FAO, a UNICEF e o PAM continuarão a trabalhar com os governos nacionais, intensificando os seus esforços contínuos para aliviar a fome, construir comunidades resilientes, avançar para sistemas alimentares sustentáveis e tirar as pessoas da pobreza através de programas de reforço da resiliência.
Desde 2018, o PAM e a UNICEF têm trabalhado com os governos nacionais em todo o Sahel para combater as causas profundas da fome e construir um sistema mais robusto e resiliente que forneça alimentos a preços acessíveis, seguros e nutritivos às famílias e comunidades. Recorrendo a uma abordagem multissectorial, as duas agências estão a criar mais oportunidades para que tanto as pessoas como os sistemas se preparem melhor e enfrentem os choques e as crises recorrentes.
Nota para os editores:
Para mais informações sobre o Quadro Harmonizado, visite este website.
* Os dados globais sobre segurança alimentar incluem o Quadro Harmonizado para a África Ocidental e Central e os dados do IPC para a República Centro-Africana.
Fotos e vídeos (vídeos + entrevistas) estão disponíveis aqui.
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Sobre o PAM
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Sobre a FAO
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é a agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para eliminar a fome. O seu objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir o acesso regular e adequado a alimentos de boa qualidade para todos, permitindo que as pessoas tenham uma vida saudável e ativa. Com mais de 194 países membros, a FAO trabalha em mais de 130 países em todo o mundo. As contas da FAO no Twitter são @FAO, @FAOArabic, @FAOenEspanol, @FAOenFrancais
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Fonte: Isabel NUNES CORREIA 20 Dezembro 2024
© Getty Images Lusa 20/12/2024
O governo argentino condenou hoje de forma "enérgica" o ataque russo que atingiu várias representações diplomáticas em Kyiv, incluindo a argentina e a portuguesa, qualificando-o de "grave violação" do direito internacional.
"A República Argentina condena energicamente o ataque da Federação Russa hoje, 20 de dezembro, contra a capital ucraniana, Kyiv, que causou danos materiais à embaixada do nosso país e a outras representações diplomáticas na capital", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino.
Para o governo de Javier Milei, "este ataque constitui uma grave violação do direito internacional, que garante a inviolabilidade das missões diplomáticas".
"Condenamos firmemente qualquer ato que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático e dos civis e apelamos à cessação imediata das hostilidades e ao respeito pelas normas internacionais", acrescenta o comunicado.
A Rússia voltou hoje a atacar o centro de Kyiv, com cinco mísseis balísticos norte-coreanos e de fabrico russo, num ataque que o Kremlin considerou ser uma retaliação ao último ataque ucraniano com dez mísseis ATACMS e Storm Shadow na quarta-feira.
O bombardeamento combinado causou danos em cinco bairros da capital ucraniana. Numa dessas zonas, junto do estádio olímpico de Kyiv, um edifício de escritórios, instalações comerciais e um hotel ficaram gravemente danificados, segundo as autoridades ucranianas.
Segundo o porta-voz da diplomacia ucraniana, Heorhii Tykhyi, as instalações das missões diplomáticas registaram "janelas partidas, portas danificadas e fragmentos do teto destruídos", num ataque que deve servir de "lembrete da agressão bárbara da Rússia contra a Ucrânia, particularmente para as populações destes países".
Entre as representações afetadas estão ainda as da Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro e Palestina.
O Governo português condenou de maneira "veemente os ataques desta madrugada", que "causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da embaixada de Portugal", referiu um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado hoje de manhã.
O Palácio das Necessidades acrescentou que um representante da Federação Russa "foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto" de Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
Atropelamento em massa na Alemanha (AP) cnnportugal.iol.pt
Pelo menos uma pessoa morreu na sequência de um atropelamento em massa num mercado de Natal em Madgeburgo, na Alemanha, avança o jornal Bild. O condutor foi detido no local.
O jornal alemão fala num “ataque terrorista”, confirmado pelo porta-voz do governo Matthias Schuppe.
De acordo com testemunhas no local, o condutor de um BMW escuro atropelou diretamente uma multidão no mercado de Natal, provocando vários feridos e "provavelmente mortes", refere-se no jornal.
A organização decidiu encerrar o mercado de Natal e pediu à população para que deixe o centro da cidade.