terça-feira, 29 de julho de 2025

Ministro israelita afirma que não haverá Estado palestiniano com Hamas.... O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar, declarou hoje que a criação de um Estado palestiniano não vai acontecer e que a ofensiva militar na Faixa de Gaza não terminará enquanto o Hamas se mantiver no poder.

Por LUSA 

"Estabelecer um Estado palestiniano hoje é estabelecer um Estado do Hamas, um Estado 'jihadista'. Isso não vai acontecer", afirmou o ministro israelita numa conferência de imprensa.

Estamos conscientes de que hoje existem países na Europa com grandes populações muçulmanas. Por vezes, isso afeta as políticas dos seus governos. Mas isso não pode nem deve levar Israel ao suicídio. Não permitiremos um Estado terrorista 'jihadista' no coração da nossa terra ancestral", afirmou.

Sa'ar explicou que a pressão diplomática não irá alterar a política do Governo israelita e que "nenhuma força externa fará com que Israel sacrifique a sua segurança".

Para o ministro israelita, a pressão sobre Israel está a "sabotar" as perspetivas de um acordo de cessar-fogo com o Hamas, levando o grupo islamita a "endurecer a sua posição".

"A pressão internacional não deve recair sobre Israel. Deve recair sobre o Hamas", observou, acrescentando que o fim da ofensiva israelita enquanto este grupo se mantiver no poder em Gaza seria uma "tragédia para israelitas e palestinianos".

Sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza e a escassez de alimentos devido ao bloqueio israelita, que levou a ONU a alertar para o grave risco de fome no enclave, o ministro afirmou que "a situação é difícil".

No entanto, acrescentou que o Governo israelita "está a trabalhar arduamente em circunstâncias muito difíceis, desde o início da guerra até hoje, para facilitar a entrada de ajuda humanitária".

O ministro negou que Israel esteja a adotar uma "política de fome" em Gaza e atribuiu a responsabilidade da situação no enclave palestiniano ao Hamas.

Israel, segundo Sa'ar, está a facilitar o trabalho de países como os Emirados e a Jordânia, que participaram nos últimos dias em lançamentos aéreos de alimentos para a Faixa de Gaza, e que fará o mesmo com outros que manifestaram interesse, como Marrocos, Alemanha e Itália.

Estes lançamentos aéreos estão a acontecer desde o passado domingo, quando Israel anunciou uma "pausa humanitária" na sua ofensiva militar em algumas zonas de Gaza. Isso não impediu o exército israelita de continuar a atacar a Faixa de Gaza, deixando dezenas de mortos todos os dias [quase 100 este domingo, segundo o Ministério da Saúde de Gaza].

Sa'ar afirmou que Israel estabeleceu "corredores humanitários" através dos quais 200 camiões com ajuda humanitária entraram na Faixa na segunda-feira.

Nos últimos dois meses, acrescentou o ministro, entraram 5.000 camiões, um terço dos 15.000 [cerca de 500 por dia] que as organizações humanitárias consideram necessários para atender as necessidades da população no enclave palestiniano.


Leia Também: Mais de 60 mil palestinianos já morreram na guerra

Mais de 60 mil palestinianos morreram na guerra entre Israel e o Hamas, que começou há 21 meses, declarou hoje o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo islamita palestiniano.


Ministro da Educação Nacional Herry Mané abre Workshop Técnico para a Implementação do Projecto da União Africana ligado a Integração da Educação CADEG no Currículo Escolar.

Governo através do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, quer adotar novas medidas nas aquisições dos terrenos entre os quais, não reconhecer os terrenos com declaração de cedência sem título de concessão da parte do Governo.

A garantia é do Ministro da tutela, José Carlos Esteves na cerimónia do encerramento do curso de formação em sistema de informação geográfica destinada aos técnicos do Ministério A formação que durou três meses teve o financiamento da União Europeia e executado pela UN-Habitat. 

Protestos contra custo de vida lançam caos em Luanda. Bastou uma greve... Os distúrbios coincidiram com o primeiro dia de greve dos taxistas em Luanda, que reclamam a subida dos combustíveis, e com as manifestações contra o aumento do custo de vida em Angola. O presidente tinha também acabado de regressar ao país.

Por noticiasaominuto.com  29/07/2025

A capital angolana foi abalada por uma onda de protestos violentos, marcada por episódios de vandalismo e pilhagens, que já causaram vítimas mortais - apesar de ainda não haver dados oficiais.

Os distúrbios coincidiram com o primeiro dia de greve dos taxistas em Luanda, que reclamam a subida dos combustíveis, e com as manifestações (programadas também para terça e quarta-feira) contra o aumento do custo de vida em Angola.

Os ânimos inflamaram e grupos de jovens revoltados com as condições no país invadiram diversas zonas da cidade e das periferias, causando o caos. Estradas bloqueadas com barricadas e pneus incendiados, estabelecimentos comerciais e viaturas vandalizadas, incluindo autocarros e carros da polícia.

Em vídeos divulgados nas redes sociais, milhares de pessoas são vistas pelas ruas, carregadas com produtos pilhados de lojas ou a perseguir transportes que circulavam nas ruas. Alguns queimaram cartazes com a imagem do presidente angolano João Lourenço, que regressou ao país no dia dos tumultos, depois de uma visita de três dias a Portugal.

Nas ruas, as autoridades disparavam para o ar para tentar dispersar as multidões e repor a ordem na capital, e foram obrigados a interditar as vias barricadas e com pneus incendiados para controlar os distúrbios.

Estabelecimentos encerraram mais cedo em Luanda 

A Associação das Empresas do Comércio e da Distribuição Moderna de Angola (Ecodima) anunciou que todos os estabelecimentos comerciais iam fechar mais cedo temporariamente para assegurar a "salvaguarda de pessoas e bens". Pelo menos nos próximos dias, o horário de encerramento passa a ser às 17h.

Ao longo do dia, outros estabelecimentos foram anunciando o encerramento dos balcões, pelo menos, até quarta-feira. Lojas, supermercados, e até algumas escolas, fecharam as portas por precaução, enquanto a capital angolana não regressa à normalidade.

Estado angolano diz que desacatos são um "ataque ao estado democrático"

O estado angolano não demorou a reagir aos desacatos em Luanda. Num comunicado lido em televisão nacional, o governo disse que as "ações criminosas que atentam contra a estabilidade pública representam um ataque ao Estado democrático e de direito e ao bem-estar dos cidadãos".

Segundo o Ministério do Interior, "são atos premeditados de sabotagem e intimidação que não serão, em hipótese alguma, tolerados, pelo que as autoridades estão a tomar todas as medidas necessárias para a manutenção da ordem e tranquilidade públicas, bem como para identificar, responsabilizar e levar à justiça os mandantes e executores desses atos deploráveis".

Autoridades dizem que foram detidas mais de 100 pessoas

Em conferência de imprensa, o porta-voz da Polícia Nacional, o subcomissário Mateus Rodrigues garante que a situação já está sob controlo, e que cerca de 100 pessoas foram detidas por perturbação da ordem pública. E frisa que mais pessoas vão ser detidas e levadas à justiça pelos desacatos em Luanda.

"Temos dados, temos imagens, nós continuamos com a investigação e todos aqueles que praticaram os atos de pilhagem serão detidos, para além destes 100, haverá outras detenções e todos eles serão levados aos órgãos de justiça", afirmou o subcomissário.

Neste último balanço (até ao momento) as autoridades deram conta de pelo menos 20 autocarros destruídos, sendo que os que foram danificados ainda estão por contabilizar.

Quanto a vítimas, a polícia não forneceu qualquer tipo de informação, nem sobre feridos durante os tumultos. Na primeira intervenção, tinham mencionado uma pessoa ferida, que terá sido, entretanto, socorrida.

No entanto, os enviados da agência Lusa em Luanda dizem ter visto, pelo menos, um corpo na via pública, numa altura em que eles próprios eram ameaçados com apedrejamento pelos populares exaltados nas ruas. 

Outras testemunhas garantem que há mais mortos, apesar de a polícia não adiantar estas informações.

O porta-voz da Polícia Nacional fez, no entanto, questão de realçar que os dados apresentados ainda são preliminares e que a polícia continua a receber informações de vários pontos da cidade onde os tumultos ocorreram.

Consulado português em Luanda desaconselha deslocações

O consulado apela que os portugueses mantenham a "prudência e vigilância" e que evitem deslocações desnecessárias para a capital angolana. 

Em comunicado, publicado na página oficial do consultado, dizem que "a atual situação de segurança em Luanda é objeto de monitorização e acompanhamento próximo por parte da representação diplomática de Portugal em Angola". 

E sugerem que os cidadãos portugueses em Luanda adiram ao canal de WhatsApp do Consulado-Geral de Portugal em Luanda, disponível através da ligação: https://whatsapp.com/channel/0029Vb60CvfEquiG2BpxWf2g.


Leia Também: Taxistas angolanos demarcam-se de atos de vandalismo e cancelam greve

A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) demarcou-se hoje dos atos de vandalismo praticados por "oportunistas" contra pessoas inocentes, bens públicos e privados, no âmbito da paralisação dos taxistas em Luanda, e anunciou a suspensão da greve.

Nova tecnologia pode usar Wi-Fi para te rastrear... Pesquisadores italianos criam tecnologia que usa distorções em sinais Wi-Fi para reidentificar indivíduos com 95% de precisão

Imagem: GreenTech/Shutterstock  Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi  olhardigital.com.br

Na era digital, a vigilância vai muito além de câmeras e smartphones. Pesquisadores da Universidade La Sapienza, em Roma, desenvolveram um sistema chamado WhoFi, capaz de identificar pessoas com base em como seus corpos interferem nos sinais de Wi-Fi — sem necessidade de dispositivos ou câmeras.

Utilizando a técnica conhecida como Channel State Information (CSI), o WhoFi detecta alterações nos sinais Wi-Fi causadas pelas características físicas dos indivíduos.

Essas variações funcionam como uma “impressão digital biométrica” e, quando analisadas por redes neurais profundas baseadas em arquiteturas de transformadores, permitem reidentificação com até 95,5% de precisão, segundo testes com o banco de dados NTU-Fi.

Nova tecnologia faz Wi-Fi pode identificar pessoas só pelo jeito que o corpo interfere no sinal (Imagem: Shutterstock/A_stockphoto)

Preocupações sobre privacidade

  • Diferente de sistemas visuais, o Wi-Fi pode atravessar paredes, operar no escuro e não depende de imagens, o que levanta preocupações éticas: embora aparente ser mais “respeitoso à privacidade”, o método facilita rastreamento passivo e invisível.
  • A reidentificação, usada há tempos em câmeras de segurança, ganha nova força com essa abordagem sem imagem e sem dispositivo.
  • O avanço se insere em um contexto de crescente investimento em sensoriamento por Wi-Fi, com organizações como a Wi-Fi Alliance promovendo roteadores como sensores ambientais.

Sinal do Wi-fi é afetado pelos corpos das pessoas, algo chamado de “impressão digital biométrica”, que pode ser usado como ferramenta de vigilância (Imagem: UnImages/Shutterstock)

Novo sistema é melhor que tecnologias já conhecidas

O WhoFi supera sistemas anteriores, como o EyeFi (2020), que atingia 75% de precisão, e marca um salto significativo no uso de redes Wi-Fi como ferramenta de vigilância biométrica passiva.

O estudo foi publicado no repositório arXiv.

Novo sistema reacende debate sobre privacidade em ambientes conectados (Imagem: Miha Creative / Shutterstock.com)

Presidente de Taiwan impedido de fazer escala nos EUA após objeção da China... O executivo de Donald Trump negou permissão ao Presidente de Taiwan, Lai Ching-te, para fazer escala em Nova Iorque a caminho da América Central, após a China levantar objeções à visita, segundo o Financial Times.

© Lusa   29/07/2025 

O Presidente de Taiwan planeava transitar pelos EUA em agosto a caminho do Paraguai, Guatemala e Belize - países que reconhecem Taiwan como um estado - mas os EUA informaram Lai que não poderia escalar em Nova Iorque, disseram três fontes ao diário britânico.

O gabinete de Lai emitiu hoje um comunicado afirmando que não tinha planos para viajar para o estrangeiro num futuro próximo, uma vez que Taiwan estava a recuperar de um tufão recente e que estava em negociações com Washington sobre tarifas alfandegárias.

Segundo o Financial Times, a decisão de não viajar ocorreu depois de Lai ter sido informado de que não teria permissão para visitar Nova Iorque.

 A decisão norte-americana surge numa altura em que Washington dá sinais de adotar uma postura mais branda em relação à China, enquanto pressiona para uma cimeira entre Trump e o Presidente Xi Jinping.

O Financial Times noticiou na segunda-feira que o Departamento de Comércio dos EUA tinha sido instruído para congelar os rigorosos controlos de exportação planeados contra a China, enquanto os países realizam negociações comerciais e discutem uma cimeira.

A China opõe-se à visita dos dirigentes taiwaneses aos EUA, que não mantêm relações diplomáticas oficiais com Taipé.  

Em 2023, o governo de Joe Biden permitiu que a então Presidente Tsai Ing-wen parasse em Nova Iorque a caminho do Belize e da Guatemala.

Interpelada pelo FT, a Casa Branca escusou-se a fazer comentários.  

O Gabinete de Representação Económica e Cultural de Taipé, em Washington, que serve como embaixada de facto, referiu apenas que Lai "não tem atualmente planos para visitas ao estrangeiro num futuro próximo".

Taiwan é governado de forma autónoma desde 1949 sob o nome de República da China e possui Forças Armadas e um sistema político, económico e social diferente do da República Popular da China, destacando-se como uma das democracias mais avançadas da Ásia.

As autoridades de Pequim consideram Taiwan como uma "parte inalienável" do território chinês e não descartam o uso da força para concretizar a "reunificação" da ilha e do continente, um dos objetivos de longo prazo traçados por Xi Jinping, após a sua chegada ao poder em 2012.

Fontes consultadas pelo FT indicaram que a administração Trump estava a tentar evitar comprometer as negociações comerciais com a China.  

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, iniciaram hoje uma terceira ronda de negociações em Estocolmo.  

A reunião decorre no início de uma semana decisiva para a política comercial do Presidente norte-americano, Donald Trump, uma vez que as tarifas aplicadas à maioria dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos deverão sofrer um forte aumento a partir de 01 de agosto.

As discussões em Estocolmo visam prolongar a pausa de 90 dias negociada em maio, em Genebra, que pôs fim às represálias de ambos os lados do Pacífico, responsáveis por sobretaxas de 125% sobre produtos norte-americanos e 145% sobre produtos chineses.

 A administração Trump também evitou tomar medidas duras contra a China depois de Pequim ter abrandado a exportação de terras raras para os EUA em maio, usando o seu domínio no sector como alavanca contra Washington.


Três brigadas russas eliminadas em Sumy por forças de elite de Kyiv... Forças de elite ucranianas eliminaram três brigadas russas que lideravam a incursão na região fronteiriça de Sumy, na Ucrânia, matando ou ferindo centenas de inimigos e capturando prisioneiros, segundo media locais.

© Yehor Kryvoruchko/Kordon.Media/Global Images Ukraine via Getty Images   Lusa   29/07/2025 

A batalha, que durou duas semanas, terminou com as unidades de fuzileiros motorizados e fuzileiros navais de elite de Moscovo cercadas e bombardeadas durante dias por 'drones', obuses e artilharia de foguetes ucranianos, segundo o Kyiv Post, que cita notícias e relatos de combate de fontes pró-Kremlin e pró-Kyiv.

 Com base nas referidas fontes, o jornal ucraniano estima que cerca de 700 soldados russos foram eliminados, juntamente com material de guerra, na região fronteiriça.

Relatos de uma vitória ucraniana significativa perto da aldeia de Kindrativka, a cerca de quatro quilómetros (2,5 milhas) da região ocidental de Kursk, na Rússia, surgiram pela primeira vez nos meios de comunicação ucranianos na sexta-feira.  

A confirmação oficial chegou no domingo, e o 225º regimento ucraniano publicou na segunda-feira um vídeo que mostra a sua infantaria a caminhar alegadamente dentro da aldeia de Kindrativka e soldados russos mortos.

Segundo algumas fontes, as forças de Kyiv também capturaram a aldeia adjacente de Andriivka, a cerca de três quilómetros a leste, mas ainda há relatos de combates intensos em curso na zona.

Os 'bloggers' de ambos os lados apontaram os 30º e 40º Regimentos de Fuzileiros Motorizados da Rússia, juntamente com a 155ª Brigada de Infantaria Naval de elite, como as unidades derrotadas.  

Uma única brigada ou regimento russo em pleno efectivo conta - no papel - com cerca de 2.000 homens.  

Os bloggers militares ucranianos estimam entre 700 e 1.000 o número de soldados russos mortos, feridos ou feitos prisioneiros.  

Fontes de ambos os lados disseram que as unidades que estavam presas em Kindrativka foram eliminadas.

A confirmar-se, a vitória representa o maior sucesso terrestre das Forças Armadas da Ucrânia (AFU) desde junho de 2024, quando avançaram dezenas de quilómetros na região russa de Kursk contra uma oposição inicialmente fraca e, por vezes, em pânico.

Os bloggers russos identificaram a 158ª Brigada Motorizada, a 17ª Brigada Mecanizada Pesada e a 78ª Brigada de Assalto da Ucrânia em apoio dos ataques da mais recente ofensiva do 225º Regimento.

Se os detalhes do envolvimento destas unidades ucranianas forem confirmados, a dimensão das forças destacadas nas batalhas de Kindrativka-Andriivka representa a maior operação ofensiva terrestre ucraniana desde o início de 2025.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  


"Hamas deve abdicar do controlo sobre a Faixa de Gaza e entregar armas"... O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Mustafa, defendeu hoje na Assembleia Geral da ONU que o movimento islamita Hamas "deve abdicar do controlo" da Faixa de Gaza e entregar as suas armas.

© Palestinian Presidency / Handout/Anadolu via Getty Images   Lusa   28/07/2025 

"A firmamos que o Estado Palestiniano está pronto para assumir a total responsabilidade pela governação e segurança em Gaza, com o apoio árabe e internacional", afirmou o primeiro-ministro palestiniano, numa intervenção no primeiro dia da Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente, organizada pela França e pela Arábia Saudita na ONU.

"O Hamas deve abdicar do seu controlo sobre a Faixa de Gaza e entregar as suas armas à Autoridade Palestiniana", declarou Mustafa, fazendo eco dos compromissos assumidos em junho pelo Presidente Mahmoud Abbas de governar o território.

 A conferência internacional dedicada à solução de dois Estados (Palestina e Israel), organizada pela França e pela Arábia Saudita, teve hoje início na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Portugal está representado na reunião de alto nível pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Na sessão de abertura, o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Faisal bin Farhan, saudou a decisão do Presidente francês, Emmanuel Macron, de reconhecer o Estado da Palestina em setembro, refletindo "um consenso internacional crescente sobre o direito do povo palestiniano a estabelecer o seu Estado independente".

Até ao momento, pelo menos 142 dos 193 países-membros da ONU reconhecem o Estado palestiniano, segundo dados da agência noticiosa France-Presse.

Entre os 27 da União Europeia, cinco países reconhecem o Estado palestiniano: Espanha, Irlanda, Noruega, Eslovénia e Suécia.

Perante o plenário das Nações Unidas, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, defendeu que não há alternativa à solução de dois Estados, israelita e palestiniano, para alcançar a paz no Médio Oriente.

"Só uma solução política de dois Estados pode ir ao encontro das legítimas aspirações dos israelitas e dos palestinianos de viver em paz e em segurança. Não há alternativa", declarou Barrot, na mesma linha que grande parte dos intervenientes na conferência.

"Após 22 meses de tentativas falhadas, é irrealista esperar um cessar-fogo duradouro sem delinear uma visão partilhada para o período pós-guerra em Gaza, sem delinear um horizonte político e uma alternativa a um estado de guerra permanente", insistiu.

O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelaty, apelou para salvar a solução de dois Estados e "evitar o veto de Israel" à criação de um Estado palestiniano independente, uma medida que conta com um amplo consenso internacional.

Por seu lado, o chefe da diplomacia da Jordânia, Ayman Safadi, denunciou que a criação de um Estado palestiniano não pode ser negociada porque Israel "não está disposto a sentar-se à mesa e negociar uma solução de dois Estados".

"Se todos concordamos que a solução de dois Estados é o caminho a seguir, e todos sabemos quem nos está a impedir de avançar, então é tempo de o mundo agir contra a parte, que é Israel, que está a impedir que a solução de dois Estados seja concretizada", afirmou o responsável jordano.

A conferência está a decorrer em Nova Iorque numa altura em que a condenação internacional da condução da guerra por parte de Israel em Gaza atinge o seu auge.

Israel e o seu aliado mais próximo, os Estados Unidos, recusaram participar na reunião, que, segundo Barrot, conta com a presença de representantes de 125 países, incluindo 50 ministros.

Os Estados Unidos (EUA) condenaram veementemente hoje a conferência internacional, qualificando-a como um "golpe publicitário" imprudente.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, defendeu num comunicado que a iniciativa está "longe de promover a paz".

"Esta conferência vai prolongar a guerra, encorajar o Hamas, recompensar a sua obstrução e minar os esforços concretos para estabelecer a paz", adiantou Bruce.


Angola: Episódios de violência: Estabelecimentos encerram mais cedo em Luanda... A Associação das Empresas do Comércio e da Distribuição Moderna de Angola (Ecodima) manifestou hoje "profunda preocupação" com os episódios de vandalismo, pilhagem e perturbação da ordem pública" em Luanda e anunciou o encerramento mais cedo dos estabelecimentos comerciais.

© -/AFP via Getty Images     Lusa   28/07/2025

Em comunicado, a Ecodima, que congrega os principais operadores formais do setor do comércio e distribuição no país, frisou que os incidentes causam "perturbações no funcionamento do setor, com impacto direto sobre a integridade das cadeias de abastecimento, a segurança dos colaboradores, e a preservação do património empresarial". 

Para assegurar a "salvaguarda de pessoas e bens", a Ecodima anunciou que vai encerrar temporariamente os estabelecimentos comerciais às 17h00 para "garantir a mobilidade e segurança dos colaboradores que operam no setor do comércio".

Vários estabelecimentos bancários e comerciais foram emitindo, ao longo do dia, alertas dando conta do encerramento de balcões e estabelecimentos até quarta-feira.

Os eventos hoje registados em Luanda coincidiram com a greve de operadores de táxis e as manifestações contra o aumento do custo de vida programadas para hoje, terça e quarta-feira na capital angolana.

No seu comunicado, a Ecodima salienta que foram "registados ataques e vandalismo a diversos estabelecimentos comerciais e centros de distribuição, colocando em risco não apenas investimentos privados, mas também o regular fornecimento de bens essenciais à população".

A Ecodima recorda que o setor que representa "é um dos principais pilares da economia formal, sendo responsável por milhares de postos de trabalho diretos e indiretos, pela maior parte da arrecadação fiscal não petrolífero e pela distribuição regular de bens de primeira necessidade a nível nacional".

"Qualquer perturbação severa ao seu normal funcionamento compromete, não apenas o bem-estar imediato da população, mas também a estabilidade fiscal, social e económica do país, assim como o normal abastecimento e reposição de 'stocks'", adianta.

Nesse sentido, a Ecodima apela à população a não atacar os bens privados e estabelecimentos comerciais, que destaca serem o "garante de postos de trabalho e de subsistência de milhares de famílias", e que sendo vandalizados "compromete a continua manutenção dos postos de trabalhos" relacionados.

Também hoje, em comunicado lido na televisão, o Ministério do Interior angolano classificou como "ações criminosas" os eventos ocorridos em Luanda "desde as primeiras horas" de hoje, considerando que "representam um ataque ao Estado democrático e de direito".

"Essas ações criminosas que atentam contra a estabilidade pública representam um ataque ao Estado democrático e de direito e ao bem-estar dos cidadãos", salienta-se num comunicado lido na televisão nacional.


segunda-feira, 28 de julho de 2025

Zelensky elogia determinação de Trump ao encurtar ultimato a Putin.... O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou hoje a determinação do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que deu à Rússia "10 a 12 dias" para pôr fim ao conflito na Ucrânia, sob pena de sanções severas.

© Vitalii Nosach/Global Images Ukraine via Getty Images    Lusa  28/07/2025 

"Uma posição clara e uma determinação assertiva por parte do Presidente Trump e no momento certo, quando muita coisa pode mudar através da força em prol de uma paz genuína", escreveu Zelensky na rede social X, horas depois de Trump ter anunciado que ia encurtar o prazo de 50 dias dado ao homólogo russo, Vladimir Putin, para cessar as hostilidades na Ucrânia, sob pena de sanções de Washington contra Moscovo. 

O Presidente ucraniano acrescentou que Kyiv "continua empenhada na paz e trabalhará incansavelmente com os Estados Unidos para tornar os dois países mais seguros, mais fortes e mais prósperos".

Trump afirmou hoje que iria dar ao Presidente russo, Vladimir Putin, entre "10 a 12 dias" para acabar a guerra na Ucrânia, porque entende que "não há razão para esperar", uma vez que não observa "qualquer progresso".

A partir de Turnberry, na Escócia, Donald Trump acrescentou estar "muito desiludido" com Putin depois de ter anunciado a 14 de julho que ia aplicar sanções a Moscovo em 50 dias caso a Rússia não terminasse a ofensiva na Ucrânia.

Nesse mesmo dia, o Presidente dos Estados Unidos avançou que ia enviar equipamento militar a Kyiv através da NATO, incluindo sistemas de defesa aérea Patriot.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.


Leia Também: Trump vai dar entre "10 a 12 dias" até aplicar sanções a Moscovo

O Presidente dos Estados Unidos vai dar ao homólogo russo, Vladimir Putin, entre "10 a 12 dias" para acabar a guerra na Ucrânia, caso contrário vai aplicar sanções a Moscovo.


Israel repudia proposta de limitar participação em programa da UE... O Governo israelita repudiou hoje a proposta da União Europeia (UE) de suspender parcialmente o programa de financiamento de 'start-ups' israelitas, devido à situação na Faixa de Gaza.

© Lusa     28/07/2025 

"A recomendação do Colégio de Comissários da União Europeia de minar a participação de Israel numa componente do programa Horizonte é errada, lamentável e injustificada", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, em comunicado, no qual assinala que vai trabalhar para "garantir que esta recomendação não seja adotada pelos Estados-membros". 

Esta proposta surgiu como resposta à revisão do artigo 2.º do Acordo de Associação UE-Israel sobre o respeito pelos direitos humanos, indicou o executivo comunitário, em comunicado, no qual salientou que o cumprimento destas obrigações constitui um "elemento essencial" da cooperação bilateral entre as duas partes, incluindo nas áreas científica e tecnológica.

"Embora Israel tenha anunciado uma pausa humanitária diária nos combates em Gaza e tenha cumprido alguns dos compromissos, ao abrigo do entendimento comum sobre ajuda humanitária e acesso, a situação continua a ser grave", afirmou a Comissão Europeia.

Esta é a primeira ação concreta que Bruxelas propõe ao Conselho da UE devido à situação humanitária na Faixa de Gaza e será debatida na terça-feira, na reunião dos embaixadores dos 27 junto das instituições europeias, disseram fontes comunitárias citadas pela agência de notícias EFE.

A suspensão vai afetar especificamente a participação de entidades estabelecidas em Israel em atividades financiadas pelo Acelerador do Conselho Europeu de Inovação (CEI).

Concretamente e caso seja aprovada, a medida vai afetar "'startups' e pequenas empresas com inovações disruptivas e tecnologias emergentes com possíveis aplicações de dupla utilização, como a cibersegurança, os drones e a Inteligência Artificial", precisou Bruxelas.

O Acordo de Associação, assinado em Bruxelas, a 20 de novembro de 1995 e que entrou em vigor em junho de 2000, estabelece o quadro jurídico para as relações entre a UE e Israel, bem como um diálogo regular sobre questões científicas, tecnológicas, culturais, audiovisuais e sociais.


Leia Também: UE propõe suspender financiamento de "start-ups" de Israel

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebeu hoje no Palácio da República a equipa do FC Pelundo, vencedora da Taça da Guiné 2025.

Em um momento de grande emoção, os Lobos de Pelundo apresentaram o troféu e agradeceram o apoio recebido do Chefe de Estado, cuja magistratura de influência tem contribuído para o desenvolvimento do desporto nacional.

Enquanto filho adotivo de Pelundo, o Presidente felicitou a equipa pela conquista histórica, partilhando a alegria desta vitória inédita para a comunidade. Esta é a primeira vez que o FC Pelundo vence a Taça da Guiné, tornando-se ainda na segunda equipa do norte do país a conquistar o troféu.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

O Presidente da República, recebeu no Palácio da República a visita de cortesia de uma equipa de voluntários espanhóis da Associação Sara Allut Plata, da Andaluzia, composta por mais de três dezenas de profissionais de saúde e apoio.

Durante uma missão humanitária de nove dias na Região Sanitária de Canchungo, a equipa realizou mais de duas mil consultas e oito mil cirurgias gratuitas, em apoio ao Sistema Nacional de Saúde da Guiné‑Bissau.

O trabalho desenvolvido foi publicamente elogiado pelo Director Regional de Saúde, destacando‑se como um contributo relevante para a melhoria do atendimento à população local.

A deslocação destes profissionais ao país contou com a colaboração de um futebolista guineense a residir em Espanha, que facilitou a ligação para a concretização desta iniciativa solidária.

A missão, considerada pela própria equipa como uma experiência enriquecedora e gratificante, foi concluída com uma audiência de agradecimento ao Chefe de Estado.

Presidência da República da Guiné-Bissau

sábado, 26 de julho de 2025

Presidente da República, nas celebrações do Dia Nacional da Libéria. Registos marcantes da participação do Chefe de Estado nas comemorações oficiais deste dia especial para o povo liberiano.


O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, participa nas cerimónias alusivas ao 178.º aniversário da Independência da República da Libéria, em Monróvia, a convite do seu homólogo, Presidente Joseph Nyumah Boakai... A presença do Chefe de Estado simboliza o fortalecimento dos laços de amizade e cooperação entre a Guiné-Bissau e a Libéria.


Família Bari confirma morte de Tano Bari e exige justiça em conferência de imprensa

Os familiares de Tcherno Bari, conhecido por "Tcherninho", e de Tano Bari convocaram hoje uma conferência de imprensa, durante a qual confirmaram oficialmente a morte de Tano Bari.  

Visivelmente consternados, os membros da família exigiram justiça e um esclarecimento completo sobre as circunstâncias da morte, apelando às autoridades nacionais para uma investigação rigorosa, transparente e célere.  

As autoridades judiciais ainda não pronunciaram sobre o caso.

Radio Voz do Povo 

Açúcar, sexo e a sua saúde: a ligação que pode estar a ignorar

Por  CNN Portugal

O açúcar elevado no sangue pode afetar a vida sexual tanto das mulheres como dos homens

Quando a maioria de nós pensa em açúcar, aposto que não está a pensar na sua vida sexual. Estamos a pensar na sobremesa. E eu estou a escrever isto com a ajuda de uma taça de gelado de baunilha ao meu lado.

O açúcar faz-nos sentir bem no momento, mas com o tempo, em excesso, pode fazer-nos perder alguns dos momentos mais íntimos da vida.

Em 2025, toda a gente tem falado das injeções de GLP-1 para ajudar a controlar o açúcar e a perder peso. Esta nova classe de medicamentos tem ajudado muitos a obter ganhos significativos em termos de saúde - incluindo a melhoria do açúcar no sangue, a perda de peso - e até melhorias na vida sexual das pessoas (porque também poderiam estar a dormir melhor).

O meu objetivo aqui não é descartar o uso de medicamentos GLP-1 ou sugerir que as pessoas os estão a tomar desnecessariamente (embora algumas pessoas possam estar). A minha intenção é desencadear uma conversa mais alargada. E se também prestássemos mais atenção à causa principal: o nosso amor pelo açúcar e os seus efeitos a jusante no humor, metabolismo, sexo e muito mais?

O seu nível de açúcar no sangue é normal?

A maioria das pessoas associa o açúcar no sangue à diabetes, mas poucas sabem o que é "normal".

Os níveis de açúcar no sangue podem ser verificados em tempo real com uma simples picada no dedo, através de um monitor de glicose doméstico ou através de dispositivos portáteis, como os monitores contínuos de glicose (aqueles dispositivos do tamanho de uma moeda que pode ver na parte superior do braço das pessoas), que fornecem informações sobre os níveis de glicose ao longo do dia.

O que é que se vê quando se faz este exame? A seguir é apresentada a gama de referência da Associação Americana de Diabetes para os níveis de glucose no sangue, mas não se destina a diagnosticar a diabetes. Em muitos casos, o seu médico pode verificar duas ou até três vezes estes números antes de o rotular com "diabetes".

Todos os números devem ser avaliados pelo seu profissional de saúde.

Açúcar no sangue em jejum (sem alimentos durante pelo menos oito horas antes):

  • Normal: abaixo de 100 mg/dL (miligramas por decilitro)
  • Pré-diabetes: 100 a 125 mg/dL
  • Diabetes: 126 mg/dL ou mais

Glicemia aleatória (efetuada a qualquer hora do dia):

  • A diabetes é frequentemente diagnosticada se os níveis forem iguais ou superiores a 200 mg/dL com sintomas.

O teste de glicose no local de atendimento fornece um resultado instantâneo, mas há um laboratório que conta a história completa - a hemoglobina A1c.

O que é a hemoglobina A1c e porque é que é importante?

Esta análise ao sangue mede a percentagem de proteínas de hemoglobina no seu sangue que têm glicose ligada a elas - dando-lhe a si e aos profissionais de saúde uma imagem da sua média de açúcar no sangue nos últimos dois a três meses. Isto torna-o um indicador fiável da forma como o seu corpo gere a glicose ao longo do tempo.

Eis como a Associação Americana de Diabetes o divide:

  1. Normal: A1c abaixo de 5,7%
  2. Pré-diabetes: 5,7% a 6,4%
  3. Diabetes: 6,5% ou mais

No meu trabalho como cirurgião, verificar a hemoglobina glicada antes de qualquer procedimento - especialmente os que envolvem implantes - é uma prática comum. Níveis elevados de hemoglobina glicada estão fortemente associados a uma má recuperação, riscos de infeção e complicações cirúrgicas. Por isso, quer se trate de uma intervenção urológica importante ou de outra coisa qualquer, manter a glicemia sob controlo é mais importante do que a maioria das pessoas pensa.

O que o açúcar elevado no sangue faz à sua vida sexual

A saúde sexual raramente é a primeira coisa que as pessoas associam ao açúcar no sangue, mas níveis cronicamente elevados de glicose podem ter um impacto na intimidade - para todos.

Nos homens, o açúcar elevado no sangue pode danificar os nervos e os vasos sanguíneos essenciais para conseguir e manter as ereções. Com o passar do tempo, isto pode apresentar-se como disfunção erétil, antes de um homem ser diagnosticado com diabetes ou de se pensar que corre o risco de a ter. Um nível elevado de açúcar no sangue pode também baixar os níveis de testosterona, o que reduz a libido e a energia.

Muitos dos meus pacientes que não fazem exames de rotina com os médicos de família procuram-me devido a alterações no desempenho sexual - apenas para mais tarde descobrirem que o açúcar no sangue está fora de controlo. Para estes doentes, a primeira pista de que algo estava errado não foi a sede, as alterações de peso ou a fadiga (os sinais iniciais mais comuns da diabetes) - foram os problemas no quarto.

Nas mulheres, o açúcar elevado no sangue pode levar a uma redução do fluxo sanguíneo e a desequilíbrios hormonais, o que pode causar secura vaginal, relações sexuais dolorosas ou problemas com o orgasmo. Pode também aumentar o risco de infecções recorrentes do trato urinário, o que pode tornar a intimidade dolorosa ou menos apelativa. Muitas mulheres podem sentir-se frustradas e confusas sobre se estas alterações são esperadas do envelhecimento, da pós-menopausa, do stress ou de outra coisa qualquer. Um nível de açúcar baixo é normalmente a última coisa em que pensam.

Como se trata o açúcar elevado no sangue

A diabetes é incrivelmente comum - cerca de 38 milhões de americanos têm-na - e quase 1 em cada 4 nem sequer a conhece, de acordo com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.

Tradicionalmente, o tratamento da diabetes começa com medicamentos orais como a metformina, que ajuda a baixar a glucose reduzindo a produção de açúcar no fígado. Outras classes de comprimidos funcionam de formas diferentes, quer aumentando a libertação de insulina, quer ajudando os rins a eliminar o excesso de açúcar. Estes medicamentos são normalmente prescritos para pessoas nas fases iniciais da diabetes ou com A1c ligeiramente elevada.

Os medicamentos injetáveis podem ser necessários quando os comprimidos orais não são suficientes para tratar a doença. Durante anos, isso significava muitas vezes injeções diárias de insulina, que muitos doentes consideravam pesadas mas necessárias. A insulina tem de ser cuidadosamente programada com as refeições, e a dosagem pode ser complicada. Há também um receio real de episódios de baixa de açúcar no sangue, o que pode fazer com que algumas pessoas hesitem em iniciar ou manter a terapia.

Nos últimos anos, os medicamentos agonistas dos receptores GLP-1 passaram a fazer parte dos regimes de tratamento de muitas pessoas. Esta classe de medicamentos é conhecida por nomes como semaglutide, liraglutide e tirzepatide. Estas injeções imitam uma hormona natural do corpo que ajuda a regular o açúcar no sangue, abranda a digestão e faz com que se sinta saciado mais rapidamente.

Embora tenham sido originalmente desenvolvidas para tratar a diabetes tipo 2, ganharam atenção mundial por ajudarem as pessoas a perder peso. De facto, muitos doentes pedem e obtêm agora estes medicamentos antes de qualquer outra opção - não só para controlar o açúcar no sangue, mas também para perder peso.

Um melhor controlo do açúcar pode melhorar a testosterona

Estes medicamentos também podem ajudar a normalizar os níveis de testosterona em homens com obesidade ou diabetes tipo 2, de acordo com uma investigação preliminar apresentada na reunião anual da Endocrine Society esta semana.

Os investigadores acompanharam 110 homens a quem foram prescritas injeções de GLP-1 mas que não estavam a fazer qualquer terapia com testosterona. Ao longo de 18 meses, à medida que os participantes perdiam, em média, cerca de 10% do seu peso corporal, o número de homens com níveis normais de testosterona aumentou de 53% para 77%. Este aumento mostra como os medicamentos originalmente concebidos para a diabetes e a perda de peso podem também melhorar os níveis hormonais nos homens.

Embora este resumo ainda não tenha sido revisto por especialistas e seja necessária mais investigação, estes resultados juntam-se a um conjunto crescente de provas de que a gestão do peso e do açúcar no sangue pode ter efeitos em cascata em quase todos os aspetos da saúde - incluindo a testosterona, a energia e a função sexual.

A prática regular de exercício físico tem inúmeros efeitos na saúde. PeopleImages/iStockphoto/Getty Images

Experimente primeiro esta alternativa mais difícil

Antes de recorrer imediatamente a medicamentos, não subestime o que as mudanças consistentes no estilo de vida podem fazer, não apenas pelo açúcar no sangue, mas por toda a sua vida.

O exercício regular melhora a sensibilidade à insulina, apoia a perda de peso, aumenta a energia e até melhora a função sexual ao melhorar o fluxo sanguíneo e o equilíbrio hormonal. Uma dieta equilibrada - rica em alimentos integrais, fibras e proteínas magras - pode estabilizar o açúcar no sangue e reduzir a inflamação que contribui para as doenças crónicas. Dormir melhor, reduzir o consumo de álcool e gerir o stress também desempenham um papel importante.

Por isso, se estiver a debater-se entre uma injeção ou uma nova rotina, talvez desta vez pegue no saco do ginásio antes de tentar qualquer outra coisa. Poderá descobrir que muda mais do que as suas análises. Pode mudar a forma como se sente em relação a si próprio.

Quanto a mim, da próxima vez que me servir de uma bola de gelado enquanto escrevo, vou lembrar-me que não se trata apenas da minha cintura - trata-se da minha energia, do meu coração e da minha saúde sexual. E agora que terminei este artigo, vou pegar no meu saco do ginásio e fazer a caminhada (até ao ginásio) de que estou a falar aqui.

*Jamin Brahmbhatt é urologista e cirurgião robótico na Orlando Health e professor assistente na Faculdade de Medicina da Universidade da Florida Central.