sexta-feira, 30 de junho de 2023

Pelo menos 48 mortos em acidente rodoviário no Quénia

© iStock

Notícias ao Minuto   30/06/23 

A Cruz Vermelha do Quénia informou que o camião abalroou mais de seis veículos e atropelou vários peões. Mais de 20 vítimas foram levadas para hospitais locais.

Pelo menos 48 pessoas morreram num acidente rodoviário em Londiani, na zona oeste do Quénia, na noite desta sexta-feira, quando um camião que transportava um contentor saiu da estrada onde seguia e embateu em vários veículos, segundo a polícia e testemunhas citadas pela Reuters.

Imagens que estão a ser difundidas na televisão mostram os destroços resultantes do acidente, que causou danos em veículos ligeiros, motociclos e vários camiões.

No mais recente balanço sobre a ocorrência, o comandante da polícia regional, Tom Odera, deu conta de que foram contabilizados 48 mortos.

"Vi um reboque em excesso de velocidade em sentido contrário. Desviei-me e evitei bater de frente com ele. A pessoa que estava atrás de mim pensou que eu queria comprar alguma coisa. Ele ultrapassou-me e foi aí que foi atingido. O reboque saiu da estrada e embateu noutros veículos", relatou Peter Otieno, um condutor que presenciou o incidente. 

E acrescentou: "Vi cerca de 20 corpos com os meus próprios olhos. Havia outros corpos debaixo do veículo".

A Cruz Vermelha do Quénia informou que o camião abalroou mais de seis veículos e atropelou vários peões. Mais de 20 vítimas foram levadas para hospitais locais, segundo a fonte aqui citada.

O presidente do Quénia, William Ruto, também já reagiu ao incidente, através de uma publicação na rede social Twitter. "O país está de luto com as famílias que perderam entes queridos num terrível acidente rodoviário em Londiani", escreveu.

O chefe de Estado apontou ainda ser "angustiante que algumas das vítimas mortais sejam jovens com um futuro promissor e empresários que estavam a fazer as suas tarefas diárias".

O acidente é um dos mais mortíferos nas estradas do Quénia nos últimos anos. No ano passado, 34 pessoas também morreram no centro do Quénia, quando um autocarro se desviou de uma ponte e caiu no vale de um rio.


Leia Também: Quase 60 milhões em situação de insegurança alimentar no Corno de África

Austrália autoriza uso médico de 'ecstasy' e de cogumelos alucinogénicos

© Shutterstock

POR LUSA   30/06/23 

A Austrália torna-se este sábado um dos primeiros países do mundo a autorizar o ecstasy e os cogumelos alucinogénicos para fins médicos, na esperança de combater determinadas patologias mentais.

Apartir de 01 de julho os psiquiatras poderão prescrever estas substâncias, conhecidas pela designação de MDMA e psilocibina, para o tratamento de estados de 'stress' pós-traumático e certo tipo de depressões, segundo uma decisão adotada em fevereiro pelo organismo australiano de vigilância das drogas.

O Canadá e alguns estados dos Estados Unidos autorizaram o uso médico de psilocibina e/ou de MDMA, mas apenas no quadro de ensaios clínicos ou autorizações especiais.

A Austrália vai reclassificar estas substâncias, após os ensaios da Therapeutic Goods Administration australiana (TGA), avaliando-as como "relativamente seguras" quando forem utilizadas "em ambiente médico controlado".

Os defensores desta decisão esperam que estas substâncias possam permitir avanços decisivos no tratamento de determinadas perturbações mentais.

Mike Musker, investigador em saúde mental e em prevenção do suicídio na universidade Austrália-Meridional, declarou à agência noticiosa AFP que o MDMA pode ser útil para tratar o 'stress' pós-traumático, enquanto a psilocibina pode ajudar no combate à depressão.

Nas suas declarações, explicou que a MDMA fornece aos pacientes "um sentimento de conexão" que lhes permite o contacto com o terapeuta e discutir as suas experiências traumáticas.

O "efeito psico-espiritual" da psilocibina, "que não se obtém com medicamentos tradicionais", disse, "pode alterar a vossa perceção de vós próprios e da vossa vida (...) e com alguma sorte, pode fornecer-vos o desejo de viver".

Musker duvida que estas drogas sejam "amplamente utilizadas" pelos doentes antes de 2024, e declarou que o processo não consiste em "tomar um comprimido e desaparecer na Natureza".

O ecstasy, por exemplo, necessitará provavelmente de três tratamentos num período de cinco a oito semanas, com cada sessão a prolongar-se por cerca de oito horas.

Precisou ainda que os terapeutas permanecerão com os doentes enquanto estiveram sob o efeito da droga e durante sessões que poderão custar, cada uma, cerca de 1.000 dólares australianos (609 euros).

O doutor David Caldicott, consultor em medicina de urgência e investigador em substâncias clínicas na Universidade nacional australiana de Camberra, declarou à AFP que esta decisão permite à Austrália uma vantagem na exploração dos benefícios médicos das drogas.

No entanto, Susan Rossel, neuropsicóloga cognitiva na universidade de Swinburne, declarou que apesar de estes tratamentos "possuírem um potencial", a Austrália "está a avançar em cinco anos antes de o dever fazer".

"Para outros tipos de doença, seja uma doença cardiovascular ou um cancro, é impossível colocar um medicamento no mercado de forma tão rápida como foi feito no caso presente", indicou à AFP.

"Não existem medicamentos no mercado que não tenham sido objeto de ensaios clínicos de fase três e de fase quatro -- e é o que fazemos aqui".

Um porta-voz do ministério da Saúde declarou à AFP que a decisão "tem em consideração o facto de as provas relacionadas com a utilização destas substâncias no tratamento de doenças mentais ainda não terem sido totalmente estabelecidas".

"As vantagens para certos doentes (...) sobrepõem-se aos riscos, e existe atualmente uma ausência de opções para os doentes resistentes aos tratamentos que sofrem de doenças mentais específicas".

"Penso ser necessário advertir o doente, antes de participar no programa, que [as 'bad trips' (más viagens)] constituem em efeito secundário potencial", assinalou Musker.

MALI: Conselho de Segurança da ONU encerra missão no Mali após 10 anos

© Shutterstock

POR LUSA   30/06/23 

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje o fim do mandato da sua missão no Mali (Minusma) a partir de 30 de junho e a sua retirada do país após 10 anos de serviço.

"Sou funcionário público há 15 anos e vivo aqui há 30. Nunca vi nada igual. Nem os octogenários se lembram de algo assim", afirmou Sahane Yusuf Barjadle, comissário da aldeia de Magalo Qaran no município etíope-somali de Wajale.

A região afetada regista agora um colapso das temperaturas acompanhado de "neve, também em forma de granizo pedras, e ainda ventos gelados", descreveu o mesmo responsável.

As autoridades estimam que pelo menos 10 quilómetros de estradas entre as cidades de Gobyarrey e Haroreys estão obstruídos pela neve.

Há ainda registo de danos materiais nos telhados das casas, bem como em alguns veículos, mas não de pessoas feridas em resultado da tempestade.


Senegal. Amadou Ba garante eleições "transparentes" e "pacíficas" em 2024

© Mamadou Ba/Facebook

POR LUSA   30/06/23 

O primeiro-ministro senegalês, Amadou Ba, garantiu hoje que o Governo vai organizar eleições "transparentes, inclusivas e pacíficas" em 2024, apesar das críticas da oposição sobre a alegada intenção do Presidente Macky Sall concorrer a um terceiro mandato, proibido constitucionalmente.

"O Presidente pediu ao Governo que preparasse e lhe enviasse o mais rapidamente possível os textos das leis necessárias para criar pontos de convergência para que o país avance, de acordo com o interesse geral, para eleições transparentes, inclusivas e pacíficas", disse Ba, citado pela agência noticiosa senegalesa APS.

Macky Sall vai reunir-se em breve com representantes do setor económico e empresarial do país, acrescentou Ba, salientando que "o diálogo nacional não é apenas político".

"As conclusões do diálogo nacional serão examinadas e aplicadas de forma diligente", afirmou ainda.

A comissão de diálogo propôs na semana passada alterações à legislação eleitoral para permitir que figuras proeminentes da oposição, Khalifa Sall e Karim Wade, condenados por corrupção, concorram à Presidência, numa aparente tentativa de reduzir as tensões.

Sall afirmou durante o fim de semana que irá dirigir-se à nação "muito em breve" para esclarecer se irá candidatar-se a um terceiro mandato, tendo em conta o recrudescimento dos protestos contra essa possibilidade e a recente condenação a dois anos de prisão do líder da oposição Ousmane Sonko por "corrupção da juventude", que este considera uma tentativa de o afastar da corrida presidencial.

O líder senegalês nunca esclareceu se iria concorrer a um terceiro mandato, mas indicou que essa decisão, a acontecer, estaria dentro da lei, apesar de a Constituição do país vizinho da Guiné-Bissau limitar o número de mandatos a dois.

A repressão dos protestos dos apoiantes de Sonko, que é também presidente da câmara de Ziguinchor, sul do país, pelas forças de segurança senegalesas causou mais de 15 mortos e levou as Nações Unidas a pedir investigações "independentes e exaustivas" sobre os incidentes.


Madonna recebe alta hospitalar após internação em UTI

A cantora Madonna recebeu alta hospitalar após ter sido internada em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A artista, que desenvolveu uma grave infecção bacteriana e precisou adiar a turnê mundial The Celebration Tour, já está em sua casa, em Nova York. A artista foi levada ao hospital no sábado (24), quando teria sido encontrada inconsciente.
© Record News  Jun 29, 2023

O assustador momento em que um homem é atingido por um raio na Rússia... Vítima morreu no local e as imagens foram captadas por uma câmara de videovigiância.

© @WeatherSarov1/Twitter

Notícias ao Minuto   30/06/23 

Um homem de 49 anos morreu na terça-feira, ao ser atingido na cabeça por um raio, num parque de estacionamento, na cidade de Krasnodar, no oeste da Rússia.

O momento - que foi registado por uma câmara de videovigiância no local - pode ser visto no vídeo que acompanha esta notícia.

Quando os serviços de emergência chegaram ao local, a vítima já não tinha sinais vitais. 

A polícia de Krasnodar está a investigar o incidente.


Leia Também: “Os espiões russos caem um por um”: Polónia anuncia a detenção de um atleta


A Ministra da Justiça considera que o acesso à informação é um direito fundamental e para o fortalecimento da democracia. Ela enfatizou a importância de fiscalizar as ações do governo, exigir a prestação de contas e contribuir para a formulação de políticas públicas mais transparentes e eficazes.

Teresa Alexandrina da Silva fez estas declarações durante o encerramento de um workshop no âmbito do projeto do Fundo de Construção da Paz, intitulado "Estabilização Política e Reforma através da Construção de Confiança e Diálogo Inclusivo".

© Radio TV Bantaba

Já são 667 detidos nos protestos em França. Macron convoca nova reunião


© Getty Images

Notícias ao Minuto   30/06/23 

Pelo menos 307 detenções aconteceram na região de Paris. Além disso, 249 elementos da polícia ficaram feridos nos tumultos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, vai presidir a uma nova reunião de emergência ainda esta sexta-feira, depois da terceira noite consecutiva de tumultos no país em protesto contra a morte de um jovem às mãos da polícia, no início da semana, informou a BFMTV, citando o palácio do Eliseu.

A reunião acontecerá às 13h locais (menos uma hora em Lisboa), o que obrigará Macron a encurtar a viagem a Bruxelas, onde se encontra a participar na cimeira europeia.

É a segunda reunião de emergência em dois dias, frisa o Eliseu.

A convocação deste encontro acontece quando o mais recente balanço, feito pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, dá conta de 667 detidos na última noite.

Pelo menos 307 detenções aconteceram na região de Paris, tendo a maioria dos detidos idades entre os 14 e os 18 anos.

Além disso, 249 elementos da polícia ficaram feridos nos tumultos.

A polícia recebeu "instruções sistemáticas de intervenção", escreveu o ministro, numa mensagem na rede social Twitter, onde adianta que estes tiveram de responder a uma "violência rara".

Também a presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, convocou uma unidade de crise às 9h (8h em Lisboa).

Milhares de pessoas protestaram, na quinta-feira, em Nanterre, contra a morte do jovem de 17 anos Nahel, num controlo de trânsito na terça-feira, captado pelas câmaras de vigilância.

Foram destacados 40.000 polícias para tentar travar os distúrbios que se arrastam há alguns dias nos bairros sociais em Nanterre, arredores de Paris, e noutros bairros desfavorecidos da capital francesa.

Os manifestantes incendiaram carros, fecharam ruas e lançaram projéteis contra a polícia, após uma vigília pacífica realizada anteriormente.

De acordo com a autarquia de Seine-et-Marne, foi ateado fogo a um centro comercial em Mée-sur-Seine, o que obrigou a realojar os moradores de dois prédios adjacentes. Os bombeiros ainda estavam, esta manhã, no combate às chamas.

Em Estrasburgo, 66 carros foram incendiados e, em Pantin, foi ateado fogo a 12 autocarros.

A morte do jovem Naël de 17 anos, num controlo de trânsito na terça-feira, captado pelas câmaras de vigilância, fez regressar a tensão entre jovens e a polícia nos bairros sociais em Nanterre, arredores de Paris, e noutros bairros desfavorecidos da capital francesa.

Os confrontos contra as forças de segurança surgiram logo na noite de terça-feira em Nanterre e, na madrugada de quinta-feira, foram danificados edifícios públicos e queimados carros, tendo sido detidas cerca de 150 pessoas.

O agente da polícia suspeito da morte do jovem, acusado de homicídio, foi detido e vai ficar em prisão preventiva.




Leia Também: "Todos os bairros típicos de Lisboa estão cheios de Alojamento Local"

Banco Mundial anuncia nova ajuda de 1,4 mil milhões à Ucrânia

ALEX BABENKO

Por sicnoticias.pt   30/06/23

Novo empréstimo pretende "responder às necessidades dos novos pobres e deslocados pela guerra", "apoiar reformas para melhorar a transparência e a responsabilidade das despesas públicas" e “ajudar os mercados a funcionar melhor durante e depois da guerra”.

O Banco Mundial (BM) anunciou uma nova ajuda à Ucrânia no valor de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros), a ser subsidiada pelo Japão.

Este novo empréstimo tem como objetivo "responder às necessidades dos novos pobres e deslocados pela guerra", "apoiar reformas para melhorar a transparência e a responsabilidade das despesas públicas" e "ajudar os mercados a funcionar melhor durante e depois da guerra", indicou a instituição, em comunicado.

"Desde fevereiro de 2022, o Banco Mundial tem trabalhado incansavelmente com a comunidade internacional de doadores para fornecer financiamento de emergência que está a ajudar o Governo da Ucrânia a manter as crianças na escola, os hospitais abertos e a assegurar as funções básicas do governo", disse a vice-presidente do BM para a Europa e Ásia Central, Antonella Bassani, na mesma nota.

"A Ucrânia, por sua vez, tem demonstrado uma imensa resistência face à invasão russa. Louvamos o Governo por ter empreendido reformas difíceis durante uma guerra, tendo em vista o futuro e os ganhos de desenvolvimento do país a longo prazo. O Banco Mundial vai continuar a apoiar, de forma inabalável, a Ucrânia a recuperar e a reconstruir uma economia ainda mais forte", acrescentou Bassani.

Ajuda do Banco Mundial

Desde o início da invasão, o BM concedeu mais de 37,5 mil milhões de dólares (cerca de 34 mil milhões de euros) para apoiar cerca de 13 milhões de ucranianos.

Os países que emprestaram dinheiro incluem os Estados Unidos, o Japão, o Reino Unido, a Noruega, os Países Baixos, a Espanha, a Alemanha, o Canadá, a Suíça, a Suécia, a Dinamarca, a Áustria, a Finlândia, a Irlanda, a Lituânia, a Letónia, a Islândia e a Bélgica.

O dinheiro será canalizado para o projeto PEACE (Public Expenditure for Administrative Capacity Resilience in Ukraine) do BM.

De acordo com a instituição, aquele projeto disponibilizou um total de 19,7 mil milhões de dólares (18,2 mil milhões de euros) para os mais necessitados, e para o Fundo Fiduciário de Auxílio, Recuperação, Reconstrução e Reforma da Ucrânia (URTF), que responde a necessidades em setores como os transportes, a energia e a saúde.


Leia Também: As autoridades ucranianas revelaram hoje que a Rússia está a reduzir a presença na central nuclear de Zaporíjia, cerca de uma semana após o presidente ucraniano ter alertado que Moscovo planeava um "ato terrorista" naquelas instalações

MIGRAÇÕES: Lampedusa, a ilha onde o paraíso e o inferno se tocam

© Reuters

POR LUSA   30/06/23 

Em poucos locais da Europa haverá uma convivência tão chocante entre cenários idílicos e de horror como na ilha italiana de Lampedusa, cujas praias e águas turquesa são atração turística para uns, mas uma miragem e cemitério para outros.

Mais próxima da costa africana do que da própria Sicília, à qual pertence administrativamente, Lampedusa, uma pequena ilha de 20 quilómetros quadrados com cerca de seis mil habitantes, é o ponto mais a sul de Itália, que no início do século se tornou um dos principais pontos de entrada na Europa de migrantes irregulares, na sua maioria subsaarianos, que atravessam o Mediterrâneo em embarcações precárias operadas por redes de traficantes desde a Líbia e Tunísia.

Os que conseguem chegar ao largo da ilha são levados diretamente para o «centro de acolhimento» ('hotspot') de Lampedusa, por estes dias sistematicamente sobrelotado e com condições muito precárias, apesar de também diariamente centenas de migrantes serem transferidos dali para outros centros na Sicília e na península italiana, tal é o fluxo de chegadas que se verifica este ano, o maior desde 2017.

Mas muitos morrem no mar durante a travessia daquela que é hoje apontada pela Organização Internacional para as Migrações como "a rota mais perigosa do mundo", a do Mediterrâneo Central, onde este ano já terão perdido a vida mais de 1.500 pessoas, segundo estimativas 'por baixo'.

"É muito provável que o número trágico de pessoas que se sabe terem perecido ou desaparecido no Mediterrâneo esteja significativamente subestimado. Muitos naufrágios podem ter ocorrido sem testemunhas", diz à Lusa Laurence Bondard, da SOS Mediterranee, uma das várias organizações não-governamentais que prestam socorro no Mediterrâneo.

Lampedusa é também destino de eleição para muitos turistas que, nos meses de verão, 'invadem' a ilha, conhecida pelas suas praias exóticas, onde tartarugas depositam ovos, e fundos marinhos protegidos.

A artéria principal é como a de qualquer destino balnear de sucesso, com restaurantes e bares cheios, lojas de artigos de praia e de 'souvernirs', bancas de venda de bijuteria, artesanato ou fruta, e agências turísticas que organizam excursões de barco.

Desde o café do seu amigo Giacomo, localizado no ponto de interceção entre o porto velho e o porto novo da ilha, localizados na mesma baía, Gianluca habitou-se a ver embarcações turísticas com festa e luxos a bordo cruzarem-se diariamente com os navios da guarda-costeira que trazem os migrantes recolhidos ao largo da costa.

"Chegam, fazem-nos sentar ali, por vezes uma hora ou mais ao sol, enquanto tratam das burocracias, para depois os levarem para o 'hotspot'", diz à Lusa este músico radicado há muitos anos na ilha, apontando para o local habitual de desembarque dos migrantes, que da ilha só conhecerão o centro de acolhimento. "Centro de detenção", corrige Giacomo.

Natural de Lampedusa, a maior das três Ilhas Pelágias que formam o pequeno arquipélago, Giacomo sente-se revoltado com a gestão da crise migratória e criou mesmo um "movimento político e cultural", denominado «Pelagie Mediterranee», cujo grande objetivo é travar aquilo que classifica como "a militarização de Lampedusa, que chegou a um nível nunca antes visto, com a presença de casernas e áreas militares disseminadas por toda a ilha e a deturpação da ilha com antenas e radares que poluem o ambiente".

"Apenas é aceitável uma pequena presença militar, proporcional à dimensão de Lampedusa", defende Giacomo, que, num espaço adjacente ao seu café construiu um pequeno museu de homenagem aos migrantes, com objetos recuperados das embarcações precárias tão distintas dos barcos turísticos, como biberões, latas de conserva, medicamentos, panelas e até sapatos.

De "visita técnica" de poucos dias a Lampedusa, Rafael, um académico brasileiro da Universidade de Vale do Itajai, em Santa Catarina, que coordena um mestrado em direito das migrações transnacionais, diz à Lusa que a principal impressão que leva de Lampedusa é precisamente "o contraste de duas realidades tão contraditórias", que seria ainda mais evidente não fosse a criação de áreas de acesso extremamente restrito, longe dos olhares dos turistas, como o prório 'hotspot', que a Lusa teve autorização para visitar.

"Há um esforço no sentido de tornar os migrantes irregulares invisíveis, esconder essa realidade para não prejudicar a chegada dos migrantes que lhes interessam, os que têm dinheiro", comenta.

Também Gianluca admite que o contraste de duas realidades tão opostas, "entre os que tudo têm e os que nada têm senão desespero", é "particularmente intenso em Lampedusa".

De amigos ouviu o testemunho de quando Lampedusa assistiu, a 06 de outubro de 2013, à que foi a maior tragédia no Mediterrâneo até ao recente naufrágio em águas gregas, cujo número de vítimas mortais está ainda por apurar.

A curtíssima distância da mais emblemática e paradisíaca praia da ilha, a Spiaggia dei Conigli (Praia dos Coelhos), que já foi eleita a melhor do mundo, uma embarcação com centenas de somalis e eritreus naufragou cerca das 05:00 da madrugada, causando a morte de pelo menos 368 migrantes,

"Os meus amigos tinham saído para uma noite de festa a bordo de um barco, que se prolongou pela madrugada. Quando começou a alvorecer e a fazer luz, viram o mar cheio de corpos", conta.

"Ainda socorreram aqueles que puderam, enquanto a guarda-costeira, que demorou uma hora a chegar, observava à distância, a aguardar autorização para intervir. Apresentaram denúncia contra as autoridades. Mas ainda hoje estão traumatizados", diz.

Dez anos volvidos, as tragédias nas águas do Mediterrâneo sucedem-se, e, em Bruxelas, os Estados-membros da União Europeia continuam a refletir sobre o tema e a tentar 'fechar' o novo pacto sobre migrações e asilo, a partir de 01 de julho sobre presidência da Espanha, outro dos países europeus mais afetados pela crise migratória e que tem a 'sua' Lampedusa nas Ilhas Canárias, outra das 'portas' procuradas por quem tenta de forma desesperada chegar à Europa.


Leia Também: Mais de 700 migrantes chegaram à ilha de Lampedusa nas últimas horas



Leia Também:  Espanha quer fechar pacto sobre migrações durante presidência da UE

EUA agradecem a países africanos esforços pela paz na Ucrânia

© Getty Images

POR LUSA    30/06/23 

O secretário de Estado norte-americano agradeceu à homóloga sul-africana, Naledi Pandor, pelos esforços na luta pela paz na Ucrânia, no final da visita de uma delegação de países africanos à Rússia e à Ucrânia.

Antony Blinken falou com Pandor sobre a recente visita aos dois países por uma delegação de sete nações africanas, disse, na quinta-feira, em comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado Matthew Miller.

"Blinken agradeceu os esforços da delegação e sublinhou a força do compromisso dos EUA com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e a visão da Ucrânia de uma paz forte e duradoura que ponha fim à guerra brutal da Rússia", notou Miller.

Em meados de junho, a delegação de líderes africanos visitou a Ucrânia e a Rússia numa tentativa de mediar o conflito.

Apesar de os países terem tomado posições diferentes em relação à guerra, a delegação optou por uma estratégia de não-alinhamento.

O grupo incluiu representantes de África do Sul, Senegal, Zâmbia, Comores, Egito, Uganda e República do Congo.

A proposta de paz africana é mais uma das iniciativas apresentadas por atores internacionais para mediar o conflito que se arrasta há mais de 15 meses.

A China e o Brasil também avançaram com propostas, embora a Ucrânia tenha insistido que só vai considerar as que contemplem uma série de condições às quais não está disposta a renunciar, como o regresso às fronteiras internacionalmente reconhecidas até 2014, incluindo a península da Crimeia, o fim do conflito e a apresentação na justiça dos responsáveis por crimes de guerra.

A 24 de fevereiro do ano passado, Moscovo lançou uma ofensiva militar, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.

A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.



Leia Também: Os Estados-membros da União Europeia concordaram na quinta-feira na importância de assegurar "compromissos de segurança" a longo prazo à Ucrânia, para ajudar o país a dissuadir ameaças, e de melhorar a indústria da Defesa europeia.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Os Estados Unidos, gatilhos da Guerra da Coréia

Por Agência Central de Notícias da Coreia

Para reexpor toda a verdade sobre a Guerra de Agressão da Coreia desencadeada pelos Estados Unidos na década de 1950 e a natureza agressiva dos Estados Unidos que hoje luta para acender o pavio de uma guerra nuclear, o Instituto de Estudos dos Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte publicou o seguinte relatório:

73 anos se passaram desde que os Estados Unidos iniciaram a Guerra da Coréia (1950~1953).

Esta foi do começo ao fim a guerra de agressão premeditada e desencadeada pelos Estados Unidos com a intenção de exterminar o DPR da Coréia em seu berço após 2 anos de seu nascimento (setembro de 1948) e dominar a Ásia e o resto do mundo.

No entanto, os Estados Unidos espalham todo tipo de sofisma e falsa propaganda para esconder a verdade criminosa da guerra de agressão que desencadeou, ainda hoje, por décadas e séculos; é assim que eles enganam e zombam do mundo.

Desde meados do século 19, os Estados Unidos lançam seu olhar cobiçoso para a península coreana, porta de entrada para o continente asiático. E no final da Segunda Guerra Mundial, eles finalmente decidiram ocupar a Coreia do Sul sob a máscara de "libertadores" e "protetores".

Em 7 de setembro de 1945, um dia antes de seu desembarque na Coréia do Sul, os Estados Unidos proclamaram a administração militar americana para a parte sul da península para dissolver por baionetas os comitês populares coreanos já estabelecidos nos 131 distritos e 12 cidades de 7 regiões após a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945.

Eles reuniram forças pró-americanas na Coreia do Sul e fabricaram a resolução de “eleições separadas” da ONU para estabelecer o regime fantoche de Syngman Rhee. Eles montaram o exército de fantoches sul-coreano e pagaram US $ 2,627 milhões para armar fortemente antes da guerra de 1950.

Em abril de 1949, Syngman Rhee enviou a seu chefe americano uma carta secreta na qual ele escreveu: "A força militar deve ser suficiente para avançar para o norte... a Cortina de Ferro (citada por Churchill contra o comunismo) até o rio Yalu (na fronteira com a China) . »

Em janeiro de 1950, os Estados Unidos chegaram a um acordo com a camarilha fantoche de Syngman Rhee sobre o posicionamento de um grupo de 500 conselheiros militares americanos na Coreia do Sul.

Na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, muitas vezes ouvimos afirmações como as seguintes:

“O exército sul-coreano de mais de 100.000 homens, equipado com armas americanas e treinado por oficiais americanos, está pronto e apto para começar a guerra a qualquer momento. »

Os Estados Unidos enviaram cinco divisões do exército fantoche sul-coreano para a área ao longo do paralelo 38 que separava as Coreias do Norte e do Sul e três divisões do corpo de reserva operacional perto de Seul, preparando assim mais de 70% do exército para o ataque.

Eles empurraram o exército de fantoches sul-coreano para provocações militares contra o Norte na linha do paralelo 38 para testar sua eficácia. O número dessas provocações havia chegado a 2.610 em 1949, ou 2,8 vezes em relação ao ano anterior.

Eles criaram o plano de guerra de agressão “AL-3”, que planejava introduzir os militares dos EUA no Japão na Coréia logo após o início da guerra. Eles também tinham o documento ultrassecreto "NSC-68" sobre a introdução de exércitos de países satélites, não apenas dos Estados Unidos.

Em fevereiro de 1950, o fantoche Syngman Rhee foi chamado a Tóquio por MacArthur, comandante das forças armadas americanas no Extremo Oriente, para receber instruções de 11 pontos, cujo essencial era iniciar a guerra antes de julho.

A partir do final de abril de 1950, os Estados Unidos trouxeram dois porta-aviões, dois cruzadores, seis contratorpedeiros, três unidades de bombardeiros, seis unidades de aviões de caça e duas unidades de aeronaves de transporte para o Japão sob o pretexto de exercícios conjuntos dos exércitos aéreo, terrestre e naval e eles os prepararam para a mobilização imediata para a Guerra da Coréia.

Para a verificação final dos preparativos para a guerra, em 17 de junho de 1950, o presidente Truman despachou para a Coreia do Sul seu enviado especial John Foster Dulles, assessor do Departamento de Estado e ex-diretor da CIA durante a Segunda Guerra Mundial. Ele disse: "A península coreana é a faca de cortar carne da Ásia." Imediatamente após chegar a Seul, ele foi para a linha de frente das forças armadas no paralelo 38 com a tropa de conselheiros militares americanos e altos funcionários do Ministério da Defesa Nacional sul-coreano. Ele finalmente entregou ao fantoche Syngman Rhee a ordem secreta para iniciar a guerra, aprovada por Truman e acompanhada de outra ordem especial para "lançar a propaganda que a Coréia do Norte havia invadido primeiro, ao mesmo tempo em que atacava o Norte".

De acordo com o cenário de guerra elaborado pelos Estados Unidos, o fantoche Syngman Rhee usou todos os meios de propaganda para espalhar a falsa informação segundo a qual o "Estado de emergência" proclamado no início de junho de 1950 foi "levantado" às 00:00. em 24 de junho para “permitir” que os militares sul-coreanos saíssem e ficassem fora do campo e tirassem uma folga.

Ele lançou a falsa informação de que uma cerimônia de conclusão da construção do Clube de Comando da Força Terrestre havia reunido todos os oficiais essenciais de Comando e também das unidades do Exército destacadas na área do paralelo 38 para a noite de 24 de junho.

Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA Truman, o secretário de Estado Acheson, o conselheiro do Departamento de Estado Dulles e outros altos funcionários da administração dos EUA teriam saído para descansar, viajar ou jantar no fim de semana e MacArthur, comandante dos EUA no Extremo Oriente, teria dormido em seu quarto para ser surpreendido pela eclosão da guerra, tudo para enganar o público mundial.

No entanto, ninguém pode esconder a verdade da história.

O Ministro da Defesa Nacional, o Comandante da 8ª Divisão de Infantaria e o Chefe do Estado-Maior Naval do exército sul-coreano confessaram após a guerra:

– Nosso exército havia terminado de se preparar para atacar o Norte e aguardava apenas a ordem de Washginton.

– Eu, como Comandante de Divisão da 1ª linha de frente, sempre estive em estado de emergência. Fui proibido de sair e tive que ir para a guerra na madrugada de 25 de junho.

– A guerra foi realmente iniciada pela provocação do Sul.

O líder do esquadrão de assessores militares dos EUA, Robert, explicou sobre a data de 25 de junho escolhida para começar a guerra: “Por que escolhemos 25 de junho? Esta é a nossa prudente intenção. 25 de junho é domingo. É dia de descanso nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, que são os países do cristianismo. Isso é para fazer o mundo acreditar que não começamos uma guerra no domingo. »

E MacArthur também confessou após a Guerra da Coréia: “Esta guerra foi minha iniciativa. »

Os Estados Unidos finalmente lançaram a guerra de agressão na Coréia em 25 de junho de 1950. Durante os três anos de guerra, mobilizou um grande número de suas forças armadas, totalizando mais de dois milhões, incluindo um terço de seu exército, um quinto de sua força aérea, a maior parte de sua frota do Pacífico, tropas de seus 15 países satélites, fantoches sul-coreanos e japoneses, e eles despejaram mais de vinte bilhões de dólares.

Para os Estados Unidos, que sempre se vangloriaram do triunfo nas guerras anteriores, esta foi a primeira vez que tiveram de pleitear um armistício na Coreia: ficaram reduzidos à sorte do sol poente.



Burkina Faso suspende por três meses emissões do canal francês LCI

© iStock

POR LUSA   29/06/23 

A autoridade reguladora dos meios de comunicação social do Burkina Faso anunciou hoje a suspensão por três meses do canal noticioso francês LCI, por alegada difusão de "informações falsas".

O anuncio da suspensão do canal verificou-se após comentários de um jornalista sobre a situação relacionada com a violência extremista islâmica terem sido qualificados como "falsos".

"Os programas do canal de televisão La Chaîne Info (LCI) são suspensos por um período de três meses no Burkina Faso nos pacotes de qualquer distribuidor de serviços audiovisuais pagos a partir da data de notificação desta decisão", declarou em comunicado o Conselho Superior de Comunicação (CSC).

Segundo o CSC, a LCI, canal privado pertencente ao grupo TF1, "difundiu em 25 de abril de 2023 um programa intitulado '24h Pujadas, a informação em questão', durante o qual o seu jornalista, Abnousse Shalmani, forneceu um certo número de informações sobre a crise de segurança no Sahel em geral, mas também sobre o Burkina Faso".

Em particular, o CSC critica o jornalista por ter afirmado que "os 'jihadistas' avançam a toda a velocidade na ausência de qualquer presença do Estado nas localidades conquistadas", por ter especificado, "sem mencionar qualquer fonte, que 40% do território está ocupado pelos 'jihadistas'" e que "cerca de 90.000 civis, os chamados Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP) são utilizados 'como carne para canhão' para proteger os militares do Burkina Faso na luta antiterrorista".

A autoridade reguladora considera que os comentários são "meras suposições e insinuações maliciosas", alguns dos quais "suscetíveis de criar agitação entre a população e minar a necessária colaboração procurada entre o exército e os civis para salvaguardar a pátria burquinabê".

No início de abril, as autoridades de transição do Burkina Faso, cujo Presidente, o capitão Ibrahim Traoré, chegou ao poder através de um golpe de Estado em setembro, expulsaram os correspondentes dos diários franceses Libération e Le Monde.

No final de março, ordenaram a suspensão por tempo indeterminado do canal de televisão France 24, depois de antes terem suspendido a Radio France Internationale (RFI), um meio de comunicação social público francês, em dezembro de 2022.

No entanto, o Governo afirmou que continua "fundamentalmente empenhado" na liberdade de expressão e de opinião.

Desde 2015 que o Burkina Faso está enredado numa espiral de violência extremista islâmica, iniciada anos antes no Mali e no Níger e que posteriormente se espalhou além das fronteiras destes países.

Nos últimos oito anos, a violência custou a vida a mais de 10.000 civis e militares, segundo organizações não-governamentais e forçou mais de dois milhões de pessoas a abandonar as suas áreas de residência.

Prigozhin recusa assinar contratos com o Kremlin e Grupo Wagner fica impedido de combater na Ucrânia

Prigozhin (Imagem AP)

CNN Portugal,  29/06/23 

Para além de não poder participar na operação militar, o grupo Wagner perde ainda o financiamento do Estado russo

O líder do Grupo Wagner recusou assinar quaisquer contratos com o Kremlin, avança o presidente da Comissão de Defesa da Duma, a câmara baixa do parlamento russo, citado pela RIA Novosti.

Segundo Andrey Kartapolov, Yevgeny Prigozhin recusou cumprir a decisão do Ministério da Defesa de reatribuir ao departamento os combatentes envolvidos na zona de operações militares na Ucrânia. Como resultado desta recusa, os combatentes de Yevgeny Prigozhin não podem continuar a combater na Ucrânia.

"Alguns dias antes da tentativa de rebelião, o Ministério da Defesa anunciou que todas as formações que realizam missões de combate devem assinar um contrato. E toda a gente começou a pôr em prática esta decisão, uma decisão absolutamente correcta. Todos, exceto o Sr. Prigozhin", revelou o deputado.

Para além de não poderem participar na operação militar, o grupo Wagner perde ainda o financiamento do Estado russo.

A agência RIA Novosti acrescenta ainda que Prigozhin já tinha sido informado, ainda antes de 24 de junho, de que os seus soldados não podiam continuar a combater na Ucrânia.


SISSOCO EXORTA O GOVERNO A IMPRIMIR CELERIDADE NA ORGANIZAÇÃO DAS CIMEIRAS DA UEMOA E DA CEDEAO

 O DEMOCRATA  29/06/2023 

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, exortou o governo a imprimir, com celeridade requerida, todas as diligências que se afiguram necessárias para o bom êxito das duas “grandes cimeiras” dos chefes de Estado e de governos da União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) e da Comunidade Económica dos Estado da África Ocidental (CEDEAO), que se realizam, pela primeira vez na Guiné-Bissau, nos dias 8 e 9 de julho próximo.

Na sequência, à saída da reunião do Conselho de ministros desta quinta-feira, 29 de junho de 2023, o coletivo governamental debruçou-se de imediato sobre um conjunto de iniciativas em curso para a realização das duas reuniões do bloco sub-regional e orientou os departamentos governamentais envolvidos na preparação dos dois encontros a desenvolverem esforços suplementares para a conclusão, em tempo útil, dos trabalhos preparatórios, evidenciando a qualidade organizacional da Guiné-Bissau, enquanto país anfitrião.

No capítulo deliberativo, o Conselho de Ministros decidiu prorrogar por mais sete dias o prazo da Comissão Interministerial instituída por despacho do primeiro-ministro para estabelecer as medidas de mitigação dos efeitos nefastos provocados pelo mau tempo, em decorrência de chuvas torrenciais acompanhadas de ventos fortes e relâmpagos.

O plenário governamental propôs ainda a aprovação da adenda do contrato de modernização do aeroporto internacional Osvaldo Vieira.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, o ministro do Plano e da Integração Regional informou ao plenário que a nota do Banco Mundial (BM) concluiu que a avaliação da implementação do desempenho económico e as ações políticas da Guiné-Bissau foram satisfeitas.

Assegurou que, segundo o relatório do BM, isso poderá permitir ao país ter acesso à adotação nacional do Banco Mundial para o ano fiscal 2024.

Por: Filomeno Sambú 

Foto: Presidência da República

RÚSSIA: Mais uma morte misteriosa. Vice-presidente de banco russo cai de janela

© Reprodução / Twitter

Notícias ao Minuto   29/06/23 

O caso está a cargo de uma comissão de investigação, já que um amigo da jovem testemunhou a morte.

A cumulam-se as mortes ‘misteriosas’ entre figuras proeminentes na sociedade russa. A vice-presidente do banco russo Loko-Bank, Kristina Baikova, de 28 anos, morreu após cair da janela de um apartamento no 11.º andar do Khodynsky Boulevard, em Moscovo. O incidente terá ocorrido na noite do dia 23 de junho, mas só agora foi tornado público.

O caso está a cargo de uma comissão de investigação, já que um amigo da jovem testemunhou a morte, conta a agência russa Regnum.

"Verificou-se que, na noite de 23 de junho, a vítima telefonou ao seu amigo de 34 anos e convidou-o para uma visita durante o fim de semana. Por volta das 3 da manhã, caiu da janela. O seu corpo foi encontrado perto de uma das entradas da casa onde vivia", adiantou a agência, segundo informações fornecidas por uma fonte próxima do caso.

Antes de assumir o cargo no Loko-Bank, Baikova geria projetos no Banco de Crédito de Moscovo.

Sublinhe-se que várias outras figuras de revelo na sociedade russa foram encontradas sem vida em circunstâncias misteriosas neste último ano, marcado pela invasão russa da Ucrânia, que arrancou a 24 de fevereiro de 2022.

Na verdade, Marina Yankina, chefe financeira do distrito militar ocidental da Rússia, órgão do Ministério da Defesa daquele país, foi encontrada sem vida na manhã do dia 15 de fevereiro, após ter caído da janela de um edifício na Rua Zamshina, em São Petersburgo. A mulher de 58 anos vivia naquele local, de acordo com o jornal russo Fontanka, que salientou que as autoridades estavam, na altura, a investigar a hipótese de a responsável do governo de Vladimir Putin ter colocado termo à vida, saltando da janela.

A notícia da morte de Yankina surgiu dias depois de o major-general Vladimir Makarov, de 72 anos, ter sido encontrado sem vida semanas após ter sido dispensado do cargo pelo presidente russo, naquilo que as autoridades suspeitavam tratar-se, também, de um suicídio.


Leia Também: Chefe financeira da Defesa russa encontrada morta. Terá caído de janela


AGRICULTURA: Coreia do Sul disponível para apoiar Guiné-Bissau na produção de arroz


POR LUSA   29/06/23

O ministro da Agricultura da Coreia do Sul, Chung Hwang-Keun, disse hoje em Bissau que o seu país está disponível para apoiar a produção do arroz na Guiné-Bissau e a construção de infraestruturas agrícolas.

O ministro sul-coreano, que também tutela as pastas da Alimentação e Assuntos Rurais, falava após um encontro com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, no âmbito de uma visita de trabalho para reforçar os laços de cooperação entre os dois países.
© Presidência da República da Guiné-Bissau   PRESIDENTE RECEBE O MINISTRO DA AGRICULTURA SUL-COREANO, CHUNG HWANG-KEUN

"Estamos a celebrar os 40 anos da nossa relação diplomática entre a Coreia do Sul e a Guiné-Bissau. É verdade que até aqui não temos tido muitas trocas, mas esperamos que possamos mudar isso não só no domínio da agricultura, mas também cooperar em vários outros aspetos", observou Chhung Hwang-Keun.

O governante sul-coreano disse que o seu país está disponível para "transmitir todos os conhecimentos para produção de arroz", base da dieta alimentar dos guineenses, mas sempre deficitário no país.

Dados do Governo guineense apontam que o país produz cerca de 110 mil toneladas do arroz anualmente, mas para suprir toda a necessidade da população recorre à importação de cerca de 90 mil toneladas.

O ministro da Agricultura da Coreia do Sul, que falava aos jornalistas à saída da audiência no Palácio da Presidência, em Bissau, indicou que o seu país também poderá ajudar a Guiné-Bissau na construção de infraestruturas agrícolas.

"A Coreia do Sul, em período não muito longo, era um dos países mais pobres e afetado pela fome, que contava muito com apoio exterior, mas atualmente a Coreia do Sul é autossuficiente na produção de arroz e até dá apoios aos países em vias de desenvolvimento", observou.

O governante sul-coreano adiantou ter debatido com o chefe de Estado guineense a possibilidade de o país africano integrar uma iniciativa lançada pelo seu Governo para a produção conjunta de alimentos e a necessidade de os dois países terem representações diplomáticas em Seul e em Bissau, respetivamente.