Embaixador brasileiro pediu apoio internacional ao processo eleitoral; vice-chefe dos Assuntos Políticos disse que preparação da votação é momento essencial mas cheio de incertezas.
O Conselho de Segurança realizou esta quarta-feira uma sessão sobre a situação na Guiné-Bissau.
O secretário-geral assistente para os Assuntos Políticos falou de “razões para otimismo”, após os esforços junto às partes pelo fim do impasse político e intuticional e para lançar o país rumo à paz e ao desenvolvimento sustentáveis.
Eleições
Tayé-Brook Zerihoun disse que o momento atual de preparação das eleições legislativas deste ano, e particularmente das presidenciais de 2019, é essencial e cheio de incertezas.
Ele falou do contributo “sem precedentes de US$ 1,8 milhão” dado pelo governo da Guiné-Bissau para realizar as eleições legislativas.
O total para o processo é de US$ 7,7 milhões para apoiar a parte técnica, a aquisição de material para o registo eleitoral, a logística e outros.
Paz
O embaixador do Brasil junto à ONU, Mauro Vieira, também falou no encontro na qualidade de presidente da estratégia para a Guiné-Bissau da Comissão para a Consolidação da Paz, PBC.
Vieira disse que o governo guineense já formalizou a sua colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, e a União Europeia também vai ajudar.
Apesar destes avanços, Vieira informou que “fundos adicionais são necessários” e pediu o envolvimento da comunidade internacional. O embaixador manifestou também a intenção de visitar o país em julho.
Missão
O embaixador mencionou um encontro com os membros da organização que preside, que aconteceu na segunda-feira. Os membros da PBC reiteraram a importância do envolvimento da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental, Cedeao, através da sua missão no país, Ecomib.
O embaixador disse que os países destacaram também “que é importante assegurar a sua continuidade até que as condições necessárias para a sua saída sejam completamente conseguidas, pelo menos até as eleições presidências de 2019. ”
Liderança
Mauro Vieira disse que “é necessário continuar com o cumprimento de outras provisões do Acordo de Conacri, como a adoção de um pacto de estabilidade. ” O embaixador afirmou ter “a certeza de que as autoridades da Guiné-Bissau e os atores políticos chave vão continuar a demonstrar a liderança e determinação nesta direção.”
Na sessão também discursou o diretor executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, Unodc.
Na sua primeira intervenção ao órgão para falar do país lusófono, Yury Fedotov disse que é preciso reforçar capacidades locais para ajudar a combater fluxos financeiros ilícitos e fortalecer as respostas da polícia ao crime marítimo.
Um dos exemplos é o Arquipélago dos Bijagós, com 88 ilhas, que expõe a Guiné-Bissau a atividades criminosas, devido às dificuldades de controlar vastas águas territoriais.
Apresentação: Alexandre Soares.
news.un.org/pt
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