terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Comer carne é fundamental para sobrevivência do planeta, dizem cientistas

Os animais criados para a alimentação contribuem para aumentar a biodiversidade.


Muitas pessoas escolhem o veganismo ou vegetarianismo não apenas como uma forma de manter uma dieta mais saudável, mas também com o intuito de proteger o planeta. Todavia, investigadores indicam que excluir a carne da alimentação diária não é tão ecológico quanto se pensa. Isso porque os animais criados para a alimentação ajudam a aumentar a biodiversidade. Sem eles, portanto, a natureza também poderia ser prejudicada.

Os cientistas sublinharam ainda que a carne é crucial para alimentar a população mundial, especialmente porque contém nutrientes importantes, como a proteína, que acarretam benefícios para a saúde física e mental.

“A carne tem enormes vantagens sociais. É uma fonte importante de proteína, energia, micronutrientes altamente biodisponíveis e até pequenas quantidades de alimentos de origem animal têm um efeito realmente importante no desenvolvimento cognitivo e físico de crianças e adultos”, comentou Geoff Simm, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, ao jornal The Telegraph. 

Mudanças no mercado pecuário

Os cientistas afirmaram ainda que muitos produtores se sentem hostilizados pela recente 'demonização' da carne como solução para o uso da terra. De acordo com os especialistas, embora essa preocupação seja válida, estudos mostram que reduzir a produção pecuária interfere pouco nessa questão. 

Adicionalmente, destacam que muitos produtores estão a procurar soluções para diminuir as emissões de metano para ajudar o meio ambiente. Uma dessas alternativas sustentáveis é a criação de animais que crescem mais rápido e comem menos. Mike Coffey, da Faculdade Rural da Escócia, destacou que a diferença de emissão de metano entre o gado considerado 'melhor' e 'pior' é de cerca de 30%, portanto, se todos os produtores se empenharem em criar um gado mais eficiente, as emissões poderiam cair em um terço. 

Outro projeto em desenvolvimento envolve a rotulagem do produto para que o consumidor possa saber o quão poluente é a carne que está a comprar. Aqueles realmente preocupados com o meio ambiente optariam pela carne mais ecológica, o que estimularia a adaptação do mercado.

Já Andrea Wilson, da Universidade de Edimburgo, acrescentou que pouco se sabe a respeito do real impacto do veganismo no meio ambiente, o que torna necessário a realização de estudos para confirmar se o método realmente poderia ser uma alternativa mais ecológica. “Sabemos muito sobre o setor pecuário porque as pessoas analisaram [essa questão]. Mas sabemos muito pouco sobre o setor vegan. E o perigo disso é que acabamos por demonizar um e dar preferência ao outro demasiado rápido”, concluiu. 

NAOM

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