O presidente eleito da Gâmbia, Adama Barrow, pediu hoje ao antecessor, Yahya Jammeh, para aceitar a derrota nas presidenciais de 01 de dezembro e apelou à calma no país.
Jammeh, que esteve 22 anos no poder, admitiu inicialmente a derrota, mas na sexta-feira à noite voltou atrás e recusou aceitar o resultado das eleições, alegando irregularidades na votação.
O 'volte-face' suscitou reações de condenação e apelos para que reconheça a derrota da União Africana, da União Europeia e do Senegal, único país com fronteira com a Gâmbia, pequeno país da África ocidental.
"Aconselho-o a mudar de posição e a aceitar de boa-fé o veredicto do povo", disse Adama Barrow à imprensa após uma reunião da oposição na sua residência, acrescentando que Jammeh não tem neste momento o poder constitucional de anular a eleições ou de convocar nova votação.
"A Comissão Eleitoral Independente é a única autoridade competente para anunciar os resultados das eleições e proclamar um vencedor. Foi o que fez e eu sou agora o presidente eleito", disse.
"O presidente Jammeh é o presidente cessante. Deve transferir para mim os poderes executivos quando o seu mandato expirar, em janeiro".
Barrow pediu ainda à população que mantenha a calma e "faça a sua vida normal" e aos seus apoiantes que deem mostras de "disciplina e maturidade".
A diretora da Amnistia Internacional para a África Ocidental, Sabrina Mahtani, emitiu hoje um comunicado condenando a mudança de posição de Jammeh, que qualificou de "extremamente perigosa", e advertindo para o risco de "instabilidade e repressão".
Yahya Jammeh, que chegou ao poder em 1994 através de um golpe de Estado, é há muito acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de deter, torturar e assassinar opositores.
Por Lusa
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