Quatro anos em trabalhos com outra vacina podem ajudar cientistas israelitas a encontrar vacina para a Covid-19 até junho. O ministro com a tutela da ciência no país está "confiante com progressos".
AFP via Getty Images
Junho é a meta para uma equipa de investigadores israelitas começar a experimentar uma vacina contra a Covid-19 em humanos. O grupo do Instituto de Pesquisa da Galileia [MIGAL] garante estar nos estágios finais do processo, num trabalho que está a ser financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia de Israel. A esperança surge pelas palavras do chefe da equipa e do diretor do Instituto, mas também do próprio ministro com a tutela da Ciência: “Estou confiante de que teremos rápidos progressos”, afirma Ofir Akunis.
Num momento em que ainda não se consegue avistar o fim do surto do coronavírus — que vai a caminho dos 2 milhões de infetados em todo o mundo — diversos países puseram equipas de investigação à procura de uma solução. No caso da israelita MIGAL, o avanço chegou depois de terem estado quatro anos a desenvolver uma vacina para o vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas (BIG) e que, segundo a conclusão a desta equipa científica, possui aspetos semelhantes ao vírus da Covid-19: o mecanismo de infeção é parecido, por isso, “tudo o que é necessário fazer é ajustar o sistema para a nova sequência”. É isto que pode tornar possível alcançar uma vacina eficaz em humanos num curto período de tempo, segundo Chen Katz, chefe da equipa de investigadores.
O diretor do Instituto de Pesquisa da Galileia garante estar em conversações com parceiros que “potencialmente podem ajudar a acelerar a fase de testes em humanos”. É David Zigdon quem reforça a urgência de uma resposta: “Dada a urgente necessidade global de uma vacina contra o coronavírus, estamos a fazer o possível para acelerar o desenvolvimento”, destacou.
A vacina a ser desenvolvida por esta equipa passa por uma solução oral, que a “torna particularmente acessível ao público em geral”, garante Zigdon. Contudo, a procura em larga escala por esta solução obrigará à colaboração com outros centros e institutos — ainda que seja desenvolvida pelo Instituto, os ensaios e a produção poderão ter de ser delegados a terceiros.
Esta é mais uma das centenas de vacinas que estão a ser a ser desenvolvidas por todo o mundo. Na semana passada, a revista científica Nature contabilizava pelo menos cerca de 115 candidatas, das quais apenas cinco estão já a ser efetivamente testadas em pessoas.
observador.pt
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