Tropas francesas em exercícios da NATO na Estónia (AP) António Assis Teixeira | João Guerreiro Rodrigues cnnportugal.iol.pt
Pacote, avaliado em cinco mil milhões de euros, fica muito aquém da proposta original de Kaja Kallas, que valia 40 mil milhões
O grupo de 29 países apelidado de "coligação dos países dispostos" chegou esta quinta-feira a acordo para enviar dois milhões de munições para a Ucrânia, após uma reunião de líderes, em Paris, convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir a paz e a segurança na Ucrânia.
De acordo com fonte da União Europeia, este valor foi determinado em função daquilo que foram as necessidades expressas pelos ucranianos. Recorde-se que, na última reunião do Conselho Europeu, o presidente ucranaino, Volodymyr Zelensky pediu ajuda a Bruxelas para a aquisição de munições de artilharia, no valor de cinco mil milhões de euros.
Entre os participantes do encontro estavam também os primeiros-ministros de Portugal, Reino Unido, da Itália e da Polónia, bem como o secretário-geral da NATO, o vice-presidente turco e Volodymyr Zelensky. Este foi o terceiro encontro deste grupo de países.
O pacote, avaliado em cinco mil milhões de euros, fica muito aquém da proposta original de 40 mil milhões avançada pela Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas. O "plano Kallas" sugeria o envio de 1,5 milhões de munições em 2025 a curto prazo e fundos para a compra de sistemas de defesa antiaérea, mísseis, drones e aeronaves. Mas a oposição de vários países fez com que o projeto caísse por terra.
Fonte de Bruxelas sublinha também o compromisso feito pelos estados-membros em enviar 17 mil milhões de euros em ajuda militar, desde o início de 2025, bem como o empréstimo de 18 mil milhões apoiado pelos ativos russos congelados. Os estados-membros comprometem-se também a aumentar a coordenação para assegurar que a Ucrânia recebe apoio que vá ao encontro das suas necessidades.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, sublinhou que a melhor forma de apoiar a Ucrânia é "manter a consistente" no objetivo de atingir "um cessar-fogo compreensivo e uma paz justa e duradoura". O antigo primeiro-ministro português insiste que isso significa não abrandar a pressão contra a Rússia, particularmente no campo das sanções.
"Seria um erro estratégico ceder à tentação de aliviar as sanções prematuramente", defendeu.
O encontro, que acontece após as negociações de Jeddah, onde os Estados Unidos estão a tentar chegar a um acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, pressionando Kiev a fazer pesadas concessões para não perder o apoio norte-americano. Esta semana, os dois lados chegaram a um acordo de cessar-fogo no Mar Negro que abre as portas ao levantamento de sanções à Rússia.
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