O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, afirmou que "discorda pessoalmente" da decisão do Supremo Tribunal que hoje anulou a sua eleição no mês passado, mas irá respeitá-la.
No entanto, Kenyatta criticou os juízes, afirmando que "seis pessoas decidiram ir contra a vontade do povo".
Kenyatta falava hoje ao país após o Supremo anunciar hoje de manhã a sua decisão.
O Supremo Tribunal do Quénia anulou a reeleição de Uhuru Kenyatta, alegando irregularidades -- sem atribuir responsabilidades ao Presidente ou ao seu partido - e convocou novo escrutínio para daqui a dois meses.
O candidato da oposição queniana às presidenciais, Raila Odinga, disse que hoje é um "dia histórico" para o país "e por extensão para o povo de África".
"Pela primeira vez na história da democratização africana, foi tomada uma decisão por um tribunal anulando a eleição irregular de um Presidente. Esta é uma decisão que estabelece um precedente", adiantou.
Kenyatta foi declarado vencedor no passado dia 11 de agosto, com 54,27% dos votos, contra 44,74% para Odinga, que aos 72 anos se candidatava pela quarta vez, depois de ter sido derrotado em 1997, 2007 e 2013.
O anúncio da vitória de Kenyatta desencadeou dois dias de protestos e motins reprimidos pela polícia, tendo sido mortas pelo menos 21 pessoas, entre as quais um bebé e uma menina de nove anos, segundo um balanço da agência noticiosa francesa France-Presse.
A organização Human Rights Watch estimou que o escrutínio foi "marcado por graves violações dos direitos humanos, incluindo assassínios ilegais e espancamentos pela polícia em manifestações e operações de busca em casas do oeste do Quénia".
NAOM
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