Várias dezenas de pessoas foram mortas na segunda-feira, na sequência de confrontos étnicos no Estado de Amhara, no nordeste da Etiópia, como represália perante atos violentos anteriores, revelaram hoje as autoridades do Estado vizinho de Benishangul Gumuz.
Os atacantes não identificados mataram na segunda-feira dezenas de pessoas de étnia gumuz na localidade de Jawi, no Estado de Amhara, na fronteira com o Estado do Benishangul Gumuz, indicou à agência francesa AFP Geleta Hailu, responsável de comunicação do Benishangul Gumuz.
"As missões de busca prosseguem ainda para encontrar as vítimas e sobreviventes do ataque de segunda-feira, mas posso confirmar que o balanço aponta para várias dezenas" de mortos, afirmou.
Geleta explicou que se tratou de represálias face a atos violentos anteriores, na sequência dos quais pelo menos 21 pessoas, de etnia gumuz e amhara, foram mortas sábado e domingo perto da localidade de Dangur, no Estado de Benishangul Gumuz.
Várias casas foram queimadas nestes confrontos, que tiveram por base um diferendo pessoal, segundo as autoridades regionais.
"Eu posso confirmar que mais de 80 pessoas foram feridas no massacre (de segunda-feira) e pelo menos 90 sobreviventes estão atualmente abrigados no terreno de uma escola", referiu Geleta.
O vice-primeiro-ministro etíope, Demeke Mekonen, denunciou este ataque, numa entrevista à agência de informação da região.
"Apelo às forças de segurança para que façam todos os esforços para que a lei seja respeitada. As forças de segurança devem atuar rapidamente quando os conflitos surgem, evitando esta tragédia", afirmou.
Os confrontos violentos intercomunitários com riscos de se tornarem territoriais surgiram no início de mandato do primeiro-ministro reformador Abiy Ahmed, que assumiu as suas funções em abril de 2018.
Segundo departamento da ONU para os assuntos humanitários (Ocha), 2,35 milhões de pessoas estavam deslocadas no final de 2018 na Etiópia, por causa da violência.
Por Lusa
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