"Não lave o frango cru!"
Este foi o alerta publicado recentemente no Twitter pelos Centro de Controle de Doenças norte-americano (CDCs), advertindo que lavar a carne desta ave antes de a cozinhar pode fazer com que micróbios se propaguem para outros alimentos e utensílios de cozinha.
Recomendação esta que gerou polémica. Entre os que agradeceram a dica, os que a rejeitaram - afirmando não confiar na higiene das embalagens de frango - e os que ironizaram, considerando a mensagem excessivamente alarmista ou justificando que basta lavar o lava-louças depois de limpar o frango de modo a acabar com as bactérias.
O CDC manteve, porém, sua recomendação original, salientando o que a melhor forma de limpar uma ave é através do processo de cozedura.
"Não se deve lavar nem o frango nem outras carnes ou ovos antes de cozinhá-los. Tal pode levar à propagação de micróbios por toda a cozinha", reforça a agência.
Em 2014, a Agência de Regulamentação Alimentar do Reino Unido (FSA) também havia advertido que lavar o frango antes da cozedura aumenta o risco de propagação da bactéria campylobacter nas mãos, nas superfícies e utensílios de cozinha e até na roupa, através das gotas de água que se espalham.
Hábito e boatos
A bactéria campylobacter, citada pelo FSA, é por sinal uma das causas mais comuns de intoxicação alimentar - provocando dores abdominais, diarreia, febre, náuseas e vómitos - e está presente em carnes e vegetais crus ou em leite não pasteurizado.
A forma mais eficaz de a combater, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é justamente cozinhando bem os alimentos, garantindo que o seu interior esteja quente e bem passado (no caso da carne).
"A campylobacter espalha-se facilmente, e bastam algumas bactérias para causar doenças", diz o FSA.
Em geral, essas intoxicações passam depois de alguns dias, mas em determinados grupos - crianças pequenas, idosos e pessoas que sofrem de doenças que fragilizam o sistema imunitário, como SIDA - a infeção pode ser fatal.
Em casos mais raros, pode haver complicações como hepatite, pancreatite (infeção do fígado e do pâncreas, respetivamente) e síndrome de Guillain-Barré, na qual a infeção leva o sistema imunitário a atacar o sistema nervoso, causando paralisia.
NAOM
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