sexta-feira, 5 de maio de 2023

UCRÂNIA/RÚSSIA: Bill Clinton apontou ter chegado a essa conclusão após um encontro com Putin, em Davos, na Suíça, no qual o presidente russo lhe terá dito que não respeitaria o acordo assinado pelo antecessor.

© Reuters

Notícias ao Minuto  05/05/23 

 "Putin não vai parar". Invasão da Ucrânia "era uma questão de tempo"

Bill Clinton apontou ter chegado a essa conclusão após um encontro com Putin, em Davos, na Suíça, no qual o presidente russo lhe terá dito que não respeitaria o acordo assinado pelo antecessor.

O antigo presidente norte-americano Bill Clinton revelou que, já em 2011, constatou que a invasão da Ucrânia por parte do homólogo russo, Vladimir Putin, seria "uma questão de tempo". 

Em entrevista ao jornal Financial Times, ao lado da esposa, Hillary Clinton, antiga secretária de Estado e candidata à presidência norte-americana, o ex-chefe de Estado apontou ter chegado a essa conclusão após um encontro com Putin, em Davos, na Suíça, no qual o presidente russo lhe terá dito que não respeitaria o acordo assinado pelo antecessor, Boris Iéltsin, que garantia a integridade territorial da Ucrânia em troca do seu arsenal nuclear.

"[Putin] disse 'Não concordo com isso. E não o apoio. Não estou preso a isso.' E soube, a partir daí, que era apenas uma questão de tempo [até à invasão]”, indicou.

O casal apelou, por isso, a que o Ocidente aumente o seu apoio a Kyiv, alertando que o contrário poderá aumentar não só a influência do chefe de Estado russo, como também do chinês, Xi Jinping, tendo em conta a situação em Taiwan.

"Acho que, antes da invasão russa, havia boas hipóteses de que [Jinping] teria avançado em Taiwan dentro de dois ou três anos. Acho que esse plano foi adiado", equacionou Hillary Clinton.

Já Putin, por seu turno, “não vai parar”, uma vez que embarcou “naquilo que considera ser uma luta justa para minar a democracia ocidental e reinstituir, tanto quanto puder, o império russo”.

Nessa linha, a antiga candidata presidencial argumentou que, para derrotar Moscovo, Kyiv terá de recuperar os territórios perdidos no leste do país.

“Não confiaria [em Putin] numa mesa de negociações em qualquer circunstância, a menos que os ucranianos – apoiados por nós – tenham influência suficiente”, complementou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.709 civis desde o início da guerra e 14.666 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.


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