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Notícias ao Minuto 05/05/23
O diretor-geral da OMS ressalvou, contudo, que esta mudança de classificação não significa que a Covid-19 já não representa uma ameaça à saúde pública a nível global.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou, esta sexta-feira, que a pandemia da Covid-19 chegou, oficialmente, ao fim. Contudo, o vírus "está aqui para ficar", continuando a representar uma ameaça à saúde pública a nível global.
Em conferência de imprensa, o responsável adiantou que, na reunião de quinta-feira, o Comité de Emergência aconselhou que esta classificação, que estava em vigor desde o dia 11 de março de 2020, fosse alterada "para um nível mais baixo de alarme", ditando, assim, o fim da emergência de saúde global.
"Ontem, o Comité de Emergência reuniu pela 15.ª vez e recomendou que declarasse o fim à emergência de saúde pública internacional. Aceitei o conselho. É, assim, com grande esperança que declaro o fim da Covid-19 enquanto emergência de saúde global", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ainda assim, o diretor-geral da OMS ressalvou que esta mudança de classificação não significa que a Covid-19 já não representa uma ameaça à saúde pública a nível global.
"Na semana passada, a Covid-19 tirou uma vida a cada três minutos, e essas são apenas as mortes que temos conhecimento. Enquanto falamos, milhares de pessoas estão a lutar pela vida globalmente nos cuidados intensivos, e milhares continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição 'Covid-19 longa'", salientou.
E prosseguiu: "Este vírus está aqui para ficar. Ainda está a matar e ainda está a mutar. O risco do aparecimento de novas variantes que provocam aumentos no número de casos e de mortes persiste. O pior que qualquer país pode fazer agora é usar esta notícia como motivo para baixar a guarda, para desmantelar os sistemas que construiu, ou transmitir que a Covid-19 não é nada com que nos preocuparmos", reforçou, apontando que, neste momento, o mundo pode "transitar do modo de emergência para a gestão da Covid-19 em paralelo às restantes doenças infecciosas".
Nessa linha, Tedros Adhanom Ghebreyesus salientou que esta não é uma decisão repentina, mas que foi "ponderada durante algum tempo, planeada e tomada com base na análise cuidada dos dados".
"Se for necessário, não hesitarei em convocar outro Comité de Emergência, caso a Covid-19 volte a colocar o nosso mundo em perigo", reiterou.
Expressando a sua gratidão ao organismo, o responsável sublinhou ainda que, apesar do seu fim, o mundo não deverá baixar a guarda, decidindo, por isso, estabelecer um "comité de revisão para desenvolver recomendações a longo prazo" para a doença. Esta semana, a OMS publicará também a quarta edição do plano de resposta global para a Covid-19.
Segundo os dados mais recentes da OMS, a pandemia já provocou mais de 765 milhões de casos confirmados de infeção e mais de 6.9 milhões de mortos a nível mundial.
Em Portugal, os primeiros casos foram diagnosticados a 2 de março de 2020, ditando, duas semanas depois, o brotar do primeiro estado de emergência. A doença tirou a vida a 26 mil pessoas, tendo infetado 5,5 milhões no nosso país. De notar ainda que, até ao momento, foram administradas mais de 13 mil milhões de doses de vacinas contra o vírus.
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