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Notícias ao Minuto 05/05/23
Os analistas ouvidos pela Reuters apontam que o Kremlin tem medidas defensivas contra eventuais ataques, e que estes objetos voaram em Moscovo sem terem sido destruídos.
Os drones que foram abatidos no início desta semana junto ao Kremlin deverão, muito provavelmente, terem sido lançados da Rússia, de acordo com o que especialistas norte-americanos apontam, esta sexta-feira.
Segundo o que o presidente da organização Resilient Navigation and Timing Foundation, Dana Goward, disse à Reuters, Moscovo tem vindo a proteger-se de eventuais ataques de drones desde 2015 com recurso a medidas denominadas como 'spoofing', que se verifica quando um sinal de GPS falso é enviado para substituir um legítimo - enganando, desta forma, os sistemas de orientação em drones ou noutros dispositivos.
Com este reforço de medidas de defensivas, Goward diz que a situação que aconteceu esta semana pode significar que os tipos de drones utilizados - que este acredita serem de tamanho médio - "não estavam, provavelmente, a usar GPS, mas estavam sim a ser controlados manualmente - sugerindo um lançamento próximo".
Goward referiu ainda que o governo russo tem vários sistemas - visuais e de radar - que podem usar balas ou mesmo mísseis para destruir objetos como estes drones.
Também o CEO da empresa de drones BRINC falou com a Reuters, e explicou que é "surpreendente como este drone voou por Moscovo e conseguiu chegar ao Kremlin sem ser detetado e destruído".
"O tamanho relativamente pequeno e a baixa altitude podem ter ajudado. Se o drone não estava a comunicar por GPS e também com uma estação terrestre, isso também poderia dificultar técnicas de interferência ou 'spoofing'", apontou Blake Resnick.
Já o engenheiro Dan Gettinger, da Vertical Flight Society, defendeu que, "de todos os tipos de drones de ataque unidirecional, a aeronave usada neste caso parece ter sido uma aeronave de asa fixa e está entre os maiores drones de ataque unidirecional atualmente em uso ou desenvolvimento".
Ainda segundo os especialistas ouvidos pela Reuters, se estes drones tinham capacidades militares, nomeadamente, em relação a longas distâncias, são poucos os países que os têm.
Depois de um vídeo mostrar a destruição destes objetos por cima do Kremlin, Moscovo acusou Kyiv de um "ataque terrorista". Os responsáveis ucranianos vieram, no entanto, negar qualquer responsabilidade neste acontecimento.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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