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Notícias ao Minuto 27/02/24
O parlamento húngaro ratificou, na segunda-feira, a adesão da Suécia à NATO, o passo final necessário para o país nórdico que deseja aderir à Aliança Atlântica desde a invasão russa da Ucrânia. Foram precisos 200 anos para que o país nórdico conseguisse finalmente ver a luz (verde).
A candidatura de Estocolmo foi aprovada por uma esmagadora maioria de deputados (188 votos em 199 lugares).
Após a ratificação, há um mês, pelo Parlamento turco, a Hungria era o último dos 31 membros da Aliança que ainda não tinha aprovado a entrada da Suécia, num processo que começou há quase dois anos e até agora era bloqueado por estes dois países.
Recorde-se que após anos a defender uma política de neutralidade e de não alinhamento militar, a fim de evitar qualquer conflito futuro, a Suécia mudou de opinião após a invasão da Ucrânia pela Rússia, tendo, em maio de 2022, uma clara maioria no parlamento votado a favor do pedido de adesão à NATO.
Suécia "pronta para assumir" o seu papel
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, garante que a Suécia está "pronta para assumir as suas responsabilidades" na NATO.
Recorde-se que em janeiro este já havia afirmado que o seu país estava pronto a contribuir com tropas para as forças da NATO na Letónia, e agora reiterou que Estocolmo está pronto para "assumir as suas responsabilidades em termos de segurança euro-atlântica".
A Suécia vem assim reforçar a força militar da Aliança, sendo que o seu Exército conta com cerca de 50.000 soldados, dos quais cerca de metade são reservistas. No ar, conta com mais de 90 caças JAS 39 Gripen do fabricante sueco Saab e dispõe de uma frota de guerra no Mar Báltico que inclui várias corvetas e submarinos.
A adesão da Suécia - e da Finlândia - significa também que o Mar Báltico está agora rodeado de membros da Aliança, com alguns analistas a descreverem-no como um "lago da NATO".
As reações
Após a decisão não tardaram em surgir as reações das principais personalidades europeias.
O secretário-geral da NATO considerou que a Suécia tornará a Aliança Atlântica "mais forte e segura". Agora que todos os Aliados a aprovaram, a Suécia tornar-se-á o 32º Aliado da NATO. A adesão da Suécia tornar-nos-á a todos mais fortes e mais seguros", escreveu Jens Stoltenberg.
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, considerou que esta segunda-feira se tornou num "dia histórico". "Recebo com agrado a decisão do parlamento húngaro de ratificar o protocolo de adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte [NATO], É um dia histórico para a segurança euro-atlântica", escreveu Charles Michel na rede social X (antigo Twitter).
Já o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, saudou a entrada da Suécia na NATO, garantindo que irá fortalecer quer o bloco, quer a Aliança Atlântica, além de promover a parceria estratégia entre ambas as partes.
Da parte de Portugal, João Gomes Cravinho considerou que apesar de chegar "tarde", é uma "boa notícia". "A ratificação da adesão da Suécia à NATO pelo parlamento húngaro é uma excelente notícia, apesar do atraso. Juntos somos mais fortes!", pode ler-se numa nota publicada pelo chefe da diplomacia portuguesa na rede social X.
A ministra da Defesa, Helena Carreiras, também corroborou da opinião. "É uma ótima notícia, uma excelente notícia. (...) É um momento muito importante que vem mostrar como a NATO é uma Aliança que se reforça", disse na segunda-feira à Lusa Helena Carreiras, na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, onde inaugurou uma exposição sobre os 65 anos de participação de Portugal em missões e operações de paz da ONU.
Também o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, saudaram a decisão da Hungria em desbloquear o processo de adesão do país nórdico.
O que se segue?
A Suécia deve agora enquadrar a sua política num quadro coletivo, quando durante muito tempo trabalhou com base no princípio de que tinha de resolver qualquer problema sozinha, sublinham os especialistas.
Num contexto em que a Finlândia ou os Estados Bálticos seriam campos de batalha, a Suécia terá de se posicionar como um país de trânsito para as tropas da NATO.
A adesão também perturba a sua conceção tradicional do equilíbrio de poderes em caso de conflito potencial.
Tradicionalmente, o país via-se como um pequeno Estado e um eventual atacante seria muito maior. Mas, em termos de economia e demografia, a NATO é muito maior do que, por exemplo, a Rússia.
Isto marca uma mudança profunda para a defesa sueca, que passa a fazer parte de um coletivo, e um desenvolvimento geopolítico importante para a região.
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