Cnnportugal.iol.pt 25/03/22
Resolução apresentada pela Ucrânia, com o apoio de Portugal e outros 90 países aliados, foi aprovada por esmagadora maioria. Só cinco países votaram. Quatro membros da CPLP abstiveram-se, tal como a China
A Assembleia Geral da ONU voltou a condenar por uma esmagadora maioria o ataque da Rússia à Ucrânia, criticando Moscovo por criar uma situação humanitária "terrível" e exigindo que a população civil possa ter acesso a ajuda e proteção.
O resolução, apresentada pela Ucrânia e 90 países aliados, foi aprovada com 140 votos a favor, ou seja, cerca de três quartos dos países que participaram na votação. É a segunda vez que a Assembleia Geral da ONU condena de forma esmagadora aquilo a que Moscovo chama uma "operação militar especial". A votação dividiu ao meio os países-membros da CPLP, com uma vantagem mínima para o lado pró-ucraniano.
Tal como na anterior votação, apenas quatro países alinharam do lado da Rússia contra a resolução: a Bielorrússia, principal aliado de Putin, a Síria, a Coreia do Norte e a Eritreia. Houve 38 abstenções, nas quais se destaca a da China, que um mês após o início da ofensiva russa continua sem a condenar.
CPLP partida ao meio
Entre os 38 países que se abstiveram, contam-se também quatro membros da CPLP: Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Guiné Equatorial. Dos países da comunidade lusófona, só Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor Leste e Brasil votaram a favor da resolução que condena Moscovo. É mínima a maioria dos estados-membro da CPLP que se coloca do lado da Ucrânia contra a invasão russa.
Na votação anterior, a 2 de março, Angola, Moçambique e a Guiné Equatorial já se haviam abstido, e a Guiné Bissau não participou. Os restante cinco países lusófonos votaram pela condenação da guerra de Putin.
Nesta sessão de emergência da Assembleia Geral, uma outra resolução, apresentada pela África do Sul e apoiada pela Rússia, foi recusada, sem sequer ir a votos. O texto, sobre a "Situação humanitária resultante do conflito na Ucrânia", não fazia qualquer referência à Rússia e ignorava o facto desta "situação humanitária" ser o resultado da invasão lançada por Moscovo de forma unilateral e não provocada.
Cinquenta países concordaram que o texto sul-africano podia ser votado, mas isso não chegou para chegar à fase de debate e votação final.
O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergy Kyslytsya, apelou a que a resolução "promovida unilateralmente" pela África do Sul não fosse sequer dignificada com uma votação. Acusou os sul-africanos de se comportarem como se "tendo uma criança a morrer nos seus braços, em vez de lhe dar os medicamentos apropriados, optassem por um placebo."
"Vamos poupar a Assembleia [Geral] a essa vergonha", apelou o representante ucraniano.
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Notícias ao Minuto 24/03/22
Os russos estão com receio das sanções impostas a Moscovo pelo Ocidente para que a Rússia retire as suas tropas da Ucrânia.
Desde o início do conflito na Ucrânia que a compra de antidepressivos e comprimidos para dormir, entre outros medicamentos, aumentou por parte do povo russo, de acordo com dados divulgados esta quinta-feira.
Segundo a Reuters, embora pesquisas oficiais sugiram que a maioria dos russos apoia a decisão de Putin de enviar dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia, entrevistas e dados indicam que muitos estão angustiados com a gravidade das sanções impostas à Rússia pelo Ocidente para que retire as suas tropas do território ucraniano.
Valentina, residente em Moscovo, confessou estar com receio e preocupada porque toma medicamentos diariamente. "Comprei caixas para alguns meses porque não sei se conseguirei encontrá-los nas farmácias mais tarde. As pessoas estão a comprar muitos medicamentos", admitiu.
Dados de vendas, reunidos pela empresa de análise DSM Group, mostraram, esta quinta-feira, que os russos compraram 270,5 milhões de itens medicinais em farmácias de 28 de fevereiro a 13 de março.
Várias marcas estrangeiras anunciaram que vão suspender a sua presença na Rússia, a procura de muitos produtos disparar desde o dia 24 de fevereiro, quando Putin iniciou "uma operação militar" na Ucrânia.
Mamuka Mamulashvil, comandante de cerca de 700 militares da Legião Georgiana, realça que "não quer sanguinários", mas sim pessoas com "motivação para salvar pessoas e civis”
Cerca de 20.000 voluntários de todo o mundo já se juntaram às forças ucranianos nos combates contra os invasores russos, mas os comandantes destas unidades garantem que questionam as intenções dos voluntários e excluem os “sanguinários” e “extremistas”.
O comandante de cerca de 700 militares da Legião Georgiana, Mamuka Mamulashvili, revelou esta quinta-feira ao ‘site’ Politico que está a questionar as intenções de cada voluntário que procura juntar-se ao seu batalhão de combatentes estrangeiros na Ucrânia...Ler Mais
"A devastação de Mariupol tem de ser vista para se acreditar."👇
Notícias ao Minuto 25/03/22
Novas imagens de ‘drone’ divulgadas pelo Stratcom Centre UA, do Ministério da Cultura e Informação Política da Ucrânia, dão um vislumbre do cenário de destruição em Mariupol, cidade portuária que tem sofrido constantes bombardeamentos às mãos das forças russas.
“A devastação de Mariupol tem de ser vista para se acreditar. Uma cidade que antes era pacífica está em ruínas – tudo porque a Rússia lançou uma guerra sem qualquer provocação, com dimensões genocidas”, acusou o organismo, na rede social Twitter.
No vídeo, ao qual pode aceder na galeria acima, é possível ver-se vários edifícios em ruínas, assim como nuvens de fumo.
Na quinta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, apontou que milhares de residentes de Mariupol estão a ser “deportados à força” para a Rússia, acusando o país de ter transitado para um “novo patamar de terror”. A autarquia, por sua vez, denunciou que mais de 15 mil residentes foram “ilegalmente deportados” para a Rússia desde que esta assumiu controlo de algumas zonas da cidade portuária.
Já na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que "quase 100 mil pessoas em condições desumanas" estão presas nas ruínas de Mariupol, "sob cerco total, sem comida, sem água, sem medicamentos, sob constantes bombardeamentos".
Recorde-se que a cidade portuária é um ponto estratégico para os interesses de Moscovo, sendo que a sua ocupação permitiria às tropas russas ligar as regiões de Donbass com a península da Crimeia. Também deixaria a Ucrânia sem um porto no Mar de Azov, permitindo que a Rússia aumentasse a sua ofensiva a partir do sul do país. Assim, através de um corredor terrestre entre Donbass e a Crimeia, seria mais fácil para a Rússia mover tropas e bens de e para a península anexada, uma vez que a Crimeia só está ligada à Rússia através de uma ponte.
O dia de ontem, 24 de março, marcou um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
@The Telegraph ...Drone footage reveals the extent of destruction in Mariupol☝