quinta-feira, 20 de junho de 2019

Só há uma raça humana e cientistas contribuíram para o racismo, defende investigador português

Os seres humanos pertencem todos à mesma raça, mas ao longo dos séculos cientistas contribuíram deliberadamente para a ideia de que há várias raças e que a branca europeia é superior, defendeu hoje um especialista em biologia evolutiva e antropologia.


Rui Diogo, professor e investigador português, vive nos Estados Unidos mas está em Portugal para uma série de conferências sobre evolução e racismo.

Numa conferência organizada pelo Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, em conjunto com o Museu Nacional de História Natural e da Ciência, o professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de Howard e membro do Centro de Estudos Avançados de Paleobiologia dos Hominídeos da Universidade George Washington, Estados Unidos, salientou que “biologicamente não há nenhuma raça humana” e não há raças negras ou brancas.

No entanto, disse, o estudo de primatas e da evolução foram usados ao longo da história para reforçar o preconceito e garantir a distinção de “raças humanas”, legitimando a ideia de que há raças superiores e raças inferiores.

Para o investigador, a verdade é que a ciência explica as diferenças de cor da pele como mudanças epigenéticas (mudanças das funções genéticas herdadas, mas que não alteram a sequência de ADN) relacionadas com o clima.

“A cor da pele tem a ver com os raios ultravioleta, não é raça nem é genético”, garantiu o especialista, acrescentando que é a ciência que explica que peles mais escuras existem onde há mais sol e as mais claras em países com pouco sol, precisamente para assim absorverem o pouco sol que existe.

24.sapo.pt

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