segunda-feira, 24 de junho de 2019

Geólogos norte-americanos descobrem reservatório de água doce escondido no Atlântico

Os investigadores acreditam que esta reserva pode ser um recurso para as áreas mais secas e que este estudo indica a possibilidade da existência destas formações em outras partes do mundo.


Se estivesse na superfície, criava um lago que cobriria cerca de 40 mil quilómetros quadrados. Um grupo de geólogos da Universidade de Columbia descobriu um reservatório de água doce escondido sob as águas do Oceano Atlântico, que se estende desde a costa de Massachusetts até New Jersey, nos Estados Unidos. O estudo, publicado na Scientific Reports, sugere que esta pode ser a maior maior formação deste tipo já encontrada e indica também a possibilidade de que formações semelhantes possam existir em outras partes do mundo.

Os investigadores acreditam ainda que este reservatório pode ser um recurso para as áreas mais secas que precisam de água, mas avisam: “A utilização destas águas subterrâneas exige a dessalinização e os seus efeitos devem ser considerados antes da extração”, lê-se no artigo publicado. Até porque a água não é completamente doce e, por isso, contém algumas concentrações de sal que teriam de ser retiradas.

Foi através de “medidas inovadoras de ondas eletromagnéticas” para mapear a água no subsolo marinho que os investigadores conseguiram chegar a este resultado, em zonas que muitas vezes permaneceram invisíveis a outras tecnologias, lê-se no comunicado de imprensa enviado pela Universidade de Columbia. Segundo o geólogo Chloe Gustafson, os investigadores “sabiam que existia água doce por baixo de locais isolados”, mas não sabiam “a sua extensão ou geometria”.

Os investigadores acreditam ainda que este reservatório pode ser um recurso para as áreas mais secas que precisam de água (Imagem: Gustafson et al)

As primeiras pistas deste aquífero, contam os investigadores, surgiram em 1970, quando algumas empresas que exploravam petróleo no litoral encontraram vestígios de água doce. Os cientistas debatiam se era apenas um caso isolado ou algo maior. Por isso, durante 10 dias, atiraram recetores para o fundo do mar com o objetivo de medir os campos eletromagnéticos que se encontravam por baixo e a que grau é que fenómenos naturais como os ventos solares e os raios ressoavam através deles. Ao mesmo tempo, um aparelho emitia também pulsos eletromagnéticos para registar o mesmo tipo de reações no subsolo.

Ambos os métodos, refere o comunicado, funcionam de uma forma simples: a água salgada é um melhor condutor de ondas eletromagnéticas do que água doce e, por isso, a água doce destacou-se como uma banda de baixa conduta. Os resultados mostram que estes depósitos não estavam divididos e que são mais ou menos contínuos, começando na costa e estendendo-se para dentro da plataforma continental. Os investigadores falam num “aquífero contínuo de mais de 350 quilómetros na costa atlântica dos Estados Unidos e com cerca de 2,8 mil quilómetros cúbicos de baixa salinidade”.

observador.pt

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