Por visao.sapo.pt
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que há um "grupo de bandidos que pensa que pode desestabilizar" o país, que não há cultura de rapto e que espancamento de jornalistas é lamentável na Guiné-Bissau
“Na Guiné-Bissau não temos a cultura de rapto. Espancamento de jornalistas é lamentável. Mas há um grupo de bandidos que pensa que pode desestabilizar este país, o que não é verdade, ninguém pode desestabilizar este país”, afirmou Umaro Sissoco Embaló, salientando que se acontecer alguma coisa ninguém vai sair do território nacional.
O chefe de Estado guineense falava à comunicação social no Palácio da Presidência, depois de questionado sobre os ataques ocorridos recentemente no país.
“Este país está cansado de perturbações por parte de seis pessoas. A campanha eleitoral acabou. Eu sou o Presidente da Guiné-Bissau durante os próximos anos. Estão a acusar o meu segurança de ter espancado o jornalista [Adão Ramalho], esse estava comigo em Dacar”, disse.
No dia 12, o jornalista guineense Adão Ramalho foi espancado pelas forças de segurança, quando fazia a cobertura da chegada ao país de Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
“É para ver a capacidade de manipulação e de intriga. Eu não sou homem de violência”, salientou o Presidente.
Em relação à alegada tentativa de sequestro do deputado Marciano Indi, na quarta-feira, Umaro Sissoco Embaló lembrou que a Presidência guineense não tem viaturas próprias e que são as suas que estão a ser utilizadas.
“Estou calado a ver as pessoas a fazerem teatro. Vou deixar a cobra entrar, mas vou atuar no momento oportuno. Ouvi as pessoas a virem com o velho truque [golpe de Estado], mas as pessoas não se esqueçam do aviso do general Biagué (chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas). Quem tentar golpe de Estado será morto”, frisou.
Umaro Sissoco Embaló lamentou também que acusem o ministro do Interior de andar a espancar pessoas na “calada da noite”, quando as pode deter à “luz do dia”.
“Este país está hoje num nível que não tínhamos há 20 anos. Aqui não haverá perturbação. É desta forma que perturbaram o Presidente José Mário Vaz até que ele saiu”, sublinhou.
O Presidente guineense reafirmou que sua atuação é outra e que os seus “seguranças são homens de verdade”.
“Aqui não é o Senegal. Não pode existir um Sonko aqui. Temos um ‘modus faciendi’ diferente do Senegal, porque a nossa democracia é diferente”, disse Embaló, referindo-se aos incidentes registados em Dacar nas últimas semanas depois da detenção de Ousmane Sonko, visto como opositor do Presidente senegalês, Macky Sall, e muito popular entre os jovens.
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