Cipriano Cassamá, Presidente da Assembleia Nacional Popular, será convidado pela CEDEAO para representar a Guiné-Bissau na próxima Cimeira de Chefes de Estado da organização, a realizar em Abudja, Nigéria, no próximo fim de semana, soube a e-Global junto de fontes partidárias.
Considerando o vazio constitucional criado pela estratégia presidencial, Cipriano tem agora legitimidade para marcar presença na capital nigeriana na qualidade de Presidente da República interino, depois do mandato de José Mário Vaz ter expirado a 23 de Junho último.
O atual estatuto do Presidente da Assembleia Nacional Popular contribui para adensar o imbróglio político guineense, levando a uma situação de ilegal Presidência bicéfala e a um status quo em que o Presidente da República cessante, José Mário Vaz, continuará a lutar, na ribalta e nos bastidores, pela sua perpetuação no poder. JOMAV tenta presentemente comprometer de forma clara os atores políticos internos com a sua estratégia e ao mesmo tempo enredar a comunidade regional num apoio à violação da Constituição guineense e relativamente aos prazos legais dos mandatos de titulares de órgãos políticos.
José Mário Vaz nomeou Aristides Gomes nos últimos dias do seu mandato, mas não aprovou a lista governamental apresentada pelo Primeiro-Ministro. De acordo com a Constituição Guineense, o Governo só pode ser empossado por um presidente da República em funções,? situação que já não abrange a actual situação de José Mário Vaz.
Ainda que esta situação seja de facto um absurdo legal e político, JOMAV está uma vez mais ciente da incapacidade da comunidade internacional para adotar uma posição comum de força suscitável de por um fim ao desnorte político que se continua a viver na Guiné-Bissau.
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