segunda-feira, 29 de julho de 2024

A Turquia avisou hoje Israel que se testar a paciência do país "terá uma resposta rápida e decisiva", referindo-se às críticas israelitas ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

© REUTERS/Bernadett Szabo
Por Lusa  29/07/24 
 Turquia avisa Israel para não testar paciência turca e alerta para reação
A Turquia avisou hoje Israel que se testar a paciência do país "terá uma resposta rápida e decisiva", referindo-se às críticas israelitas ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.


"Aqueles que forem suficientemente corajosos para testar a nossa paciência receberão uma resposta rápida e decisiva", afirmou o porta-voz da presidência turca, Fahrettin Altun, num comunicado.

"A nossa mensagem para Israel é clara: se querem paz e segurança duradouras, parem com o genocídio e aceitem a soberania palestiniana. Aqueles que governam Israel condenam a nossa região a uma guerra permanente. As tentativas de encobrir este facto através da manipulação da opinião pública não funcionarão. Não podem camuflar os seus crimes de guerra atacando o nosso Presidente, Recep Tayyip Erdogan", acrescentou o porta-voz presidencial.

Fahrettin Altun frisou que o "estimado" Presidente turco "não é um líder que alguém possa intimidar ou silenciar".

"Estamos unidos em relação à questão palestiniana e não permitiremos que ninguém se atreva a dar-nos lições ou a ameaçar-nos", prosseguiu.

Altun referiu-se também aos membros do Governo israelita como "participantes ativos no genocídio em curso na Palestina".

"É apenas uma questão de tempo até que sejam condenados pelos tribunais internacionais", anteviu o porta-voz.

No domingo, Erdogan afirmou que as forças turcas poderiam intervir militarmente contra Israel tal como fez no enclave de Nagorno-Karabakh (situado entre a Arménia e o Azerbaijão) ou na Líbia, uma declaração que provocou reações imediatas por parte de responsáveis israelitas, incluindo do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, que comparou Erdogan ao Presidente iraquiano, Saddam Hussein.

"Devia lembrar-se do que aconteceu lá e de como acabou", afirmou Katz.

Entretanto, em Washington, a Casa Branca (presidência norte-americana) afirmou hoje estar "confiante" de que uma guerra mais alargada entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah pode ser evitada, após um forte aumento das tensões na região na sequência do ataque de sábado que matou 12 crianças e adolescentes nos Montes Golã anexados.

"Ninguém quer uma guerra mais alargada e estou confiante de que podemos evitar esse desfecho", afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

"Embora todos tenhamos ouvido falar várias vezes desta guerra total nos últimos dez meses, essas previsões foram exageradas. Francamente, ainda hoje pensamos que são exageradas", acrescentou.

Também hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu uma "resposta severa" ao ataque.

Durante os últimos meses, a comunidade internacional tem estado preocupada com uma conflagração regional ligada à guerra em curso em Gaza entre Israel e o Hamas, desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em solo israelita, a 07 de outubro de 2023.

Um ataque com 'rockets' que visou a parte dos Montes Golã sírios, ocupados por Israel, foi atribuído pelo Governo israelita ao Hezbollah, que o nega.

"Não há qualquer indicação, neste momento, de que haja um impacto significativo" nas conversações de cessar-fogo em curso, disse ainda John Kirby, a propósito dos últimos acontecimentos.

O Hezbollah, um movimento xiita libanês aliado do Irão, abriu uma frente contra Israel, que faz fronteira com o Líbano, no dia seguinte ao início da guerra na Faixa de Gaza, em apoio ao Hamas.

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