terça-feira, 25 de junho de 2024

Seis comunidades dos sectores de Bissorã e Bula, ambos da província norte, receberam esta segunda-feira de forma oficial, fontenários canalizados, máquinas de descasques do arroz e perímetros hortícolas vedadas

POPULARES DE ALGUMAS TABANCAS DOS SECTORES DE BISSORÃ E BULA MINIMIZARAM AGORA AS SUAS DIFICULDADES NA PROCURA DE ÁGUA

Seis comunidades dos sectores de Bissorã e Bula, ambos da província norte, receberam esta segunda-feira de forma oficial, fontenários canalizados, máquinas de descasques do arroz e perímetros hortícolas vedadas.

As doações destinadas a cada uma das tabancas nomeadamente Biambi Ndjoct, Tadjar, Pete Nquida, Pete Calobi, Nhinte Centro e Nhinte Aboga, foram conseguidas no âmbito do projecto Well Found Guiné-Bissau, através de assistência japonesa para os Projetos de Segurança Humana (GGP sigla em ingles).

Aos jornalistas, e à margem da cerimónia realizada na comunidade de Biambi Ndjoct, uma aldeia de sector de Bissorã, Região de Oio e que contou com a presença da Coordenadora da Well Found na Guiné-Bissau e Serra Leoa, falou igualmente Odete João Blete em representação das mulheres da comunidade de Biambi Ndjoct, com o sorriso na cara, afirmando que é um de alívio para as mulheres das tabancas beneficiárias, porque dantes encontravam enormes dificuldades para obter a água sobretudo na aldeia de Biambi Ndjoct.

“Passamos muitas dificuldades para apanhar água aqui em Ndjoct, primeiro procurávamos a água numa lagoa, temos um poço, mas não era suficiente para toda a comunidade, sobretudo no período da seca, tínhamos que ir procurar água na lagoa distante da tabanca, onde os porcos, vaca e outros animais selvagem bebiam. Mas agora, com este fontenário canalizado, em diferentes zonas da tabanca feita pela Well Found, estamos a consumir uma água de qualidade, sem grandes problemas de saúde”, explica a voz feminina registada em Ndjoct.

Odete Blete disse ainda que, também se reduziu os seus esforços físico no descasque do arroz, “dantes fazíamos a mão ou percorrer alguns quilómetros para encontrar uma máquina de descasque”. Com a vedação dos perímetros hortícolas diz a porta-voz “conseguimos legumes para o consumo e até para vender”.      

As mesmas dificuldades foram narradas pelo Chefe da Tabanca de Ndjoct, Paulo Bidé que igualmente apelou que “a iniciativa como esta deve ser levada para às outras comunidades” que se confrontam com o mesmo problema.

“Nós aqui temos água, mas não é da qualidade, porque é da lagoa onde os animais tanto domésticos como selvagens da floresta também bebem, mas agora temos água de qualidade na comunidade e esperamos que a iniciativa seja levada para outras comunidades”.

A comunidade de Biambi Ndjoct está constituída de 25 casas, habitadas por cerca de trezentas pessoas e a maioria delas consumiam aquela água da lagoa.

Segundo o relato da Coordenadora de saúde do projeto Well Found da Guiné-Bissau, Hertumisa Lima, a comunidade se deparava com sérios problemas de tifoide, diarreia e dores da barriga, provocadas pela qualidade da água que bebiam.

“Os problemas de saúde mais frequente que se regista na tabanca de Biambi Ndjoct era o tifoide, diarreia e dores de barrigas, mas agora tudo se reduziu nesta comunidade”.

As comunidades começaram a beneficiar da água através do fontenário canalizado para as diferentes zonas da aldeia em maio do ano passado.   

Entretanto, o administrador da Well Found Guiné-Bissau, Jonas Gomes Ferreira, afirma que o objetivo principal do projecto está direcionado na questão da água de qualidade para o consumo.

“O objetivo principal do projecto é a água, porque é um líquido precioso para a sobrevivência de cada indivíduo, por isso, é que estamos mais focalizados na questão da água, mas também apoiamos as comunidades com as máquinas de descasque do arroz, para reduzir os esforços das mulheres na sua tarefa de descasques e nas vedações dos perímetros para cultivo de horticulturas, com o qual possam conseguir alguns dinheiros para as suas necessidades básicas”.

Já a Secretária da Embaixada do Japão no país, através da sua porta-voz, Dara Fernandes, o projecto quer apoiar as comunidades a obterem as suas autonomias financeira, sobretudo as mulheres enquanto base da família.

“Esta vez, esforçamos muito para desenvolver estas hortas de legumes, para conseguir este fontanário com as suas rédeas de distribuição, assim como das máquinas de descasques do arroz, porque o Japão aposta muito num futuro sem fome, num futuro em que toda a população possa ter a possibilidade de conseguir algo de comer e num futuro em que as mulheres sejam atribuídas os seus valores, porque são as bases das famílias”.

O projecto a atuar em seis comunidades das regiões de Oio e Cacheu faz parte de uma doação de cerca de 45 milhões de francos cfa, concretizada através da assistência japonesa para o Projetos de Segurança Humana (GGP sigla em inglês).

Por: Braima Sigá

 

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