© iStock
Por Lusa 15/06/24
Nova Iorque registou um total de 4.140 pessoas em situação de sem-abrigo em janeiro, o nível mais alto em quase duas décadas, de acordo com o último estudo do Departamento de Serviços Sociais (DSS) da cidade.
Este valor representa 2,4% a mais que em 2023 e é o valor mais elevado desde 2005, quando a Câmara nova-iorquina começou a elaborar este relatório.
Por ordem do governo dos EUA, o DSS realiza este estudo todos os invernos para determinar o número de pessoas sem-abrigo que vivem nas ruas e noutros espaços públicos, como parques ou estações de metro.
O documento é publicado num momento em que se regista uma profunda crise migratória em Nova Iorque, noticiou a agência Efe.
Em abril, cerca de 147 mil pessoas dormiam em abrigos na cidade, das quais 66 mil eram imigrantes e requerentes de asilo, segundo dados anteriores da autarquia.
No entanto, a comissária do DSS, Molly Wasow, garantiu esta quinta-feira, em entrevista ao portal City Limits, que o aumento de sem-abrigo em 2024 não está diretamente relacionado com a população imigrante.
Perante a crise migratória que Nova Iorque sofre desde 2022, o gabinete do presidente da Câmara respondeu recentemente limitando a permanência dos sem-abrigo em abrigos a 30 dias para solteiros e 60 dias para famílias com crianças.
O relatório foi fortemente criticado pela organização New York Homeless, que sugere que sua metodologia é defeituosa e que a estimativa "não chega nem perto de representar o número de moradores de rua" na cidade ou "a verdadeira extensão da crise dos sem-abrigo".
A associação aponta ainda a dificuldade de contabilizar todas as pessoas que vivem em estações de metro, em casas ilegais, em carros ou em outros locais improvisados.
"Para muitos, passar despercebido e evitar a deteção são técnicas essenciais de sobrevivência", destacou, em comunicado.
Sem comentários:
Enviar um comentário