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POR LUSA 23/08/23
Cerca de seis milhões de pessoas, 60% da população do Sudão do Sul, defecam nas florestas, nas hortas ou nas ruas, por falta de casas de banho e saneamento, o que agrava a propagação de doenças, alertou a UNICEF.
Um especialista em saúde pública deste organismo das Nações Unidas para a infância expressou grande preocupação, em declarações feitas na capital sul-sudanesa, Juba, com a "alta percentagem" de pessoas que defecam ao ar livre e expõem toda a população a "doenças epidémicas".
"Esforçamo-nos para ajudar e apoiar iniciativas governamentais que visam eliminar esta prática até 2030", disse Hanchul Kim, que lembrou que as Nações Unidas implementaram medidas nesse sentido, porque é uma questão que "afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo".
De acordo com a ONU, apenas 10% da população do Sudão do Sul tem acesso a serviços de saneamento básico geridos de forma segura, levando à propagação de doenças como cólera, diarreia ou febres transmitidas através de água contaminada com excrementos humanos.
De acordo com as autoridades sul-sudanesas, são necessários cerca de 56 milhões de dólares (cerca de 51,6 milhões de euros) para essa estratégia de apoio às comunidades locais.
A ONU tem apelado repetidamente à eliminação desta prática, que cerca de 673 milhões de pessoas em países, principalmente da África subsaariana, praticam, devido à ameaça à saúde de milhões de pessoas que carecem de serviços básicos adequados.
Em 2017, pelo menos três mil milhões de pessoas em todo o mundo não dispunham de sabão e serviços de saneamento em casa, enquanto todos os anos quase 300.000 crianças com menos de 05 anos morrem de diarreia devido à falta de higiene.
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