A apresentar mensagens correspondentes à consulta ACORDO DE PESCA ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta ACORDO DE PESCA ordenadas por data. Ordenar por relevância Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Cooperação: Presidente da República considera de “histórica” visita do Chefe de Estado gambiano à Guiné-Bissau

Bissau 08 Set 25 (ANG) – O Presidente da República considerou hoje de “histórica” a visita de Estado do seu homólogo gambiano Adama Barrow à  Guiné-Bissau, por ser a primeira desde independência do país.

Umaro Sissoco Embalo fez estas afirmações durante um encontro bilateral entre as delegações dos dois países onde afirmou que desde a libertação da Guiné-Bissau do jugo colonial português esta foi a primeira visita de Estado de um Chefe de Estado gambiano o que segundo afirmou torna o momento especial e memorável .

Embalo salientou que, a Guiné-Bissau e Gâmbia, são países ligados por uma herança comum, pelas tradições culturais, espirituais e pelas etnias, bem como as línguas partilhadas e laços herdados do glorioso império de Gabú.

“Por isso ao trabalharmos hoje para reforçar as relações entre os nossos dois Estados soberanos, devemos lembrar destes raízes profundas da nossa irmandade que unem a Guiné-Bissau e a Gâmbia  e que assim devem permanecer e como líderes temos a responsabilidade de agir sempre juntos pelo bem-estar dos nossos povos", disse Embalo.

O Chefe de Estado guineense salientou que a cooperação bilateral e regional entre estes dois países, são de grande relevância e os dois governos têm mostrado a vontade política de aprofundar esses laços criando mecanismos eficazes que tornem essa parceria mais forte, eficiente e mais benéfica para todos e unidos a Guiné-Bissau e a Gâmbia podem enfrentar em conjunto os desafios do desenvolvimento.

Isso, segundo Embalo, é pela construção de infraestruturas partilhadas e da criação de zonas industriais transfronteiriças, sobretudo no setor do caju e processamento de frutas e legumes, sendo países costeiros, enfrentam impacto crescente das alterações climáticas por isso é essencial continuar na reflorestação dos mangais, na restauração costeira e na proteção do ecossistemas.

Em março do ano passado o país, segundo o Chefe de Estado guineense, conseguiu resultados positivos durante a visita da delegação gambiana a Bissau liderado pelo seu vice-Presidente Moamed Djalo, onde resultou em importantes decisões destinadas a impulsionar a implementação dos acordos nos domínios da defesa, segurança ,justiça, educação, ensino superior, comércio, turismo, pesca, agricultura e a comunicação social .

“Vamos estar juntos na defesa dos nossos valores comuns, na promoção de uma maior integração económica na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e na luta pela paz e estabilidade, desenvolvimento, justiça social em África e no mundo mais uma vez bem vindo a Guiné-Bissau Presidente Adama Barrow que é a sua própria casa", disse.

Por seu turno, o Chefe de Estado gambiano Adama Barrow explicou que desde a independência do seu país em 1965, esta é a primeira vez que um Presidente da Gâmbia faz uma visita de Estado a Guiné-Bissau o que diz mostra os laços comum que ligam os dois países, em termos culturais, linguísticos e no passado as duas Nações pertenciam o Império da Gabu.

Segundo ele, esses laços enraizados entre os dois povos, devem ser vistas cada vez que se unem para falar da situação que tem a ver com o desenvolvimento ou intercâmbio entre eles.

Adama falou na necessidade da construção do troço rodoviário comum, bem como a criação da zona industrial misto para poder acompanhar o sistema de desenvolvimento dos dois países.

Frisou que, que existem muitos acordos assinados entre os dois Estados nomeadamente no domínio da defesa, segurança, agricultura, comunicação social e educação em Junho de 2024 e segundo diz o foco deve ser agora no investimento benéfico para os dois os países.

Barrow salientou que vai apoiar a ideia do Presidente Sissoco Embalo em criar um polo de desenvolvimento entre Guiné-Bissau, Senegal e Gâmbia para facilitar sobretudo as movimentações de pessoas e bens nas fronteiras, realçando que ficou surpreendido com as obras a serem executadas no país depois de muitos anos da independência ,salientando  que ´é tempo de avançar com projetos concretos para descendimento destes países.

De acordo com o Programa, o último dia da visita,  dia 09 de Setembro, terça-feira os dois Presidentes vão visitar a nova fábrica de farinha do MC Group, sita na Zona Industrial de Blola, onde serão recebidos pelo ministro da Indústria, Promoção e e Transfomação de Produtos  Locais, Florentino Fernando Dias, na companhia do seu Administrador.

ANG/MSC/ÂC

quarta-feira, 23 de julho de 2025

CORPO DE UM JOVEM DE MAIS DE TRINTA (30) ANOS DE IDADE ENCONTRADO SOBRE AS ÀGUAS DO RIO MANSOA CONCRETAMENTE EM JOÃO LANDIM

Por: Ussumane Mané  radiosolmansi.net

Foi encontrado esta quarta-feira (23 de julho) sobre as águas do “Rio Mansoa”, concretamente em João Landim, o corpo de um jovem aparentemente de trinta (30) anos de idade, amarrado contra um pilar e baleado nas águas.

Segundo informações a que a Rádio Sol Mansi teve acesso, através de testemunhas, o corpo foi descoberto por um pescador que estava em sua prática diária de pesca. De acordo com Luís Pansau, responsável dos pescadores de João Landim, o homem encontrou o corpo amarrado há três quilômetro da ponte.

“Foi um homem que encontrou o corpo e ele estava no mar a pescar há três quilômetro para a ponte e viu-o de longe e foi até lá depois descobriu que era uma pessoa. O corpo foi encontrado bem amarrado com arame queimado e contra um pilar”, declarou Pansau, e informou à nossa reportagem que este se encontra com o calçado preto e roupas.

Luis Pansau, destaca que esta não é a primeira vez, foram várias vezes encontrados corpos naquela zona. Por isso, Pansau apela ao reforço de vigilância aos mares.

“É uma preocupação para nós que todos os dias estamos no mar a praticar a nossa atividade. Esta não é a primeira vez que deparamos com essa situação foi já várias vezes”, afirmou o pescador apelando a maior vigilância aos mares do país.

A ponte "Amílcar Cabral", sobre o rio Mansoa na localidade de João Landim, 20 quilómetros de Bissau, tem 785 metros de comprimento e 11,4 metros de largura.


quarta-feira, 9 de julho de 2025

FMI. Exportação de peixe da Guiné-Bissau vale mais que as vendas de caju

 Jornal Económico com Lusa    9 Julho 2025

Na análise ao setor pesqueiro e às implicações para os indicadores macroeconómicos da Guiné-Bissau, os economistas do FMI apontam que “a produção pesqueira industrial é significativa” neste país lusófono africano e detalha que “o volume das capturas na Zona Económica Exclusiva atingiu cerca de 167 mil toneladas por ano nos últimos cinco anos”, no seguimento da reativação do acordo de pesca com a União Europeia, em 2014.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que as exportações de peixe da Guiné-Bissau estão significativamente sub-representadas, valendo mais do que as vendas de caju, e influenciando decisivamente indicadores como o PIB e a dívida.

“O domínio acentuado das exportações de caju, como é comummente percecionado, não representa adequadamente a verdadeira situação da diversificação económica na Guiné-Bissau”, lê-se numa nota técnica de enquadramento para o mais recente relatório de análise do país, datado deste mês, assinada pelos economistas Nour Bouzouita, Yugo Koshima e Babacar Sarr.

Na análise ao setor pesqueiro e às implicações para os indicadores macroeconómicos da Guiné-Bissau, os economistas do FMI apontam que “a produção pesqueira industrial é significativa” neste país lusófono africano e detalha que “o volume das capturas na Zona Económica Exclusiva atingiu cerca de 167 mil toneladas por ano nos últimos cinco anos”, no seguimento da reativação do acordo de pesca com a União Europeia, em 2014.

“Utilizando os preços de desembarque do peixe nos portos portugueses obtidos pelo EUROSTAT, estima-se que o valor das capturas seja de 310 milhões de euros por ano, em média, nos últimos cinco anos, muito superior ao valor das exportações de caju, que ascendeu a 201 milhões de euros por ano no mesmo período”, acrescenta o FMI.

Contrariando a perceção geral de que o caju é o principal motor do crescimento económico da Guiné-Bissau, a análise do FMI mostra que “se todas as capturas dos barcos de pesca industrial fossem registadas como exportações oficiais da Guiné-Bissau, teriam acrescentado 20,8% ao PIB por ano, em média, nos últimos cinco anos, mais do que as exportações de castanha de caju, que representaram 13,4% do PIB”.

Isto, salientam, “alteraria drasticamente o panorama dos principais indicadores macroeconómicos”, como o saldo da balança corrente, que passaria a apresentar um excedente significativo em todos esses anos.

Em 2022, por exemplo, o PIB nominal seria reajustado em 20%, o que, por seu turno, reduziria o rácio da dívida pública de 80,7% para 67,1% do PIB nesse ano, com potenciais implicações significativas nas escolhas dos investidores internacionais.

Na nota técnica, os analistas do departamento africano do FMI explicam que a exportação de peixe da Guiné-Bissau está “severamente sub-representada” por falta de atribuição da origem do peixe.

“Os relatórios das contrapartes [dos países que compram o peixe pescado nas águas da Guiné-Bissau] incluem um volume significativo de importações de peixe da Guiné-Bissau, que não são registadas nos dados oficiais de exportação das autoridades; se as exportações de peixe fossem incluídas, a quota-parte do caju ficaria limitada a 65% do total das exportações”, lê-se no artigo consultado pela Lusa.

As exportações de peixe da Guiné-Bissau seriam “pelo menos o dobro das registadas nos dados oficiais se as exportações das capturas dos barcos de pesca industrial fossem formalizadas na Guiné-Bissau”, ao invés de serem contabilizadas “noutros países da região, de onde o peixe guineense é enviado para os destinos finais na Europa e na Ásia”.

O FMI afirma também que vários países ‘escondem’ a verdadeira origem do pescado por a Guiné-Bissau não ter a certificação da União Europeia relativa a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU), o que fez com que em 2023 mais de 85% das capturas não estejam nos relatórios dos países compradores, “tornando-se invisíveis nos dados do comércio internacional”.

O peixe da Guiné-Bissau “ainda não obteve a certificação de qualidade necessária para exportar para a UE, o que suscita sérias preocupações em matéria de IUU se um país terceiro importar peixe da Guiné-Bissau e o reexportar para a UE, sendo suscetível de motivar os compradores dos países terceiros a não declarar as importações de peixe da Guiné-Bissau, ocultando a sua origem”, alerta o FMI.

domingo, 8 de junho de 2025

Quase 1.700 espécies marinhas estão ameaçadas de extinção e, em 2024, o nível global do mar atingiu o valor mais elevado já registado, alerta um novo barómetro científico sobre a saúde dos oceanos.

Por LUSA 

Barómetro alerta que quase 1.700 espécies estão ameaçadas de extinção

Quase 1.700 espécies marinhas estão ameaçadas de extinção e, em 2024, o nível global do mar atingiu o valor mais elevado já registado, alerta um novo barómetro científico sobre a saúde dos oceanos.

Os dados constam do estudo Starfish que é apresentado hoje aos chefes de Estado e de governo que participam na Conferência dos Oceanos da ONU (UNOC3), em Nice, e que conclui que os oceanos estão em declínio, a registar recordes de temperaturas e de subida do nível do mar, com um declínio generalizado de espécies e com importantes ecossistemas ameaçados.

Segundo este primeiro barómetro global sobre a saúde dos oceanos, desenvolvido por uma equipa de especialistas de várias áreas e supervisionado pelo comité científico internacional do One Ocean Science Congress, 1.677 espécies marinhas estão ameaçadas de extinção, incluindo um terço dos tubarões e das raias, e 26% dos cetáceos estão em risco.

O documento alerta ainda que o nível global do mar aumentou 23 centímetros desde 1901 e, em 2024, atingiu o nível mais elevado alguma vez registado, enquanto a temperatura dos oceanos ultrapassou, no último ano, o recorde anterior em 0,25 graus à superfície.

Quanto à pressão das atividades humanas, o Starfish salienta que todos os indicadores estão a aumentar, apontando o exemplo das emissões provenientes do transporte marítimo, que subiram 2,7%, para 600 milhões de toneladas, representando 1,6% das emissões globais.

O barómetro, que é publicado hoje na revista State of The Planet, conclui também que a "pesca insustentável persiste a nível global", tendo em conta que 37,7% dos `stocks´ de peixe marinho foram sobre-explorados em 2021, face aos 10% de 1974, e que, em 2022, 75% das embarcações de grande porte - com mais de 15 metros - permaneceram sem monitorização.

A produção de alimentos marinhos atingiu o recorde de 115 milhões de toneladas para fazer face à procura global, com a pesca de pequena escala a contribuir com apenas 25 milhões de toneladas, mas a gerar 88% dos empregos no setor.

Os resíduos plásticos representam mais de 80% dos detritos aquáticos, com 75 a 199 milhões de toneladas acumuladas nos rios e no oceano em 2021, realça o documento, que estima que 500 milhões de pessoas são expostas anualmente a tempestades tropicais e furacões cada vez mais recorrentes.

De acordo com o Starfish, as perdas económicas destas catástrofes naturais atingiram os 102 mil milhões de dólares em 2023 (89 mil milhões de euros), ultrapassando regularmente os 100 mil milhões de dólares por ano (87 mil milhões de euros) e aumentando 25% a cada década.

Os investigadores salientam ainda que as áreas marinhas protegidas cobrem agora 8,34% do oceano, mas uma em cada quatro existe "apenas no papel e apenas um terço está total ou altamente protegida", avisando que ainda são necessárias ações urgentes para atingir eficazmente a meta de 30 x 30 - 30% das áreas protegidas até 2030.

A terceira conferência dos oceanos realiza-se em Nice, França, a partir de hoje até 13 de junho, depois de uma primeira que decorreu em Nova Iorque e da segunda em Lisboa, e vai contar com a participação do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e de vários ministros do seu executivo.

Vai ter como tema "acelerar a ação e mobilizar todos os intervenientes para conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos".


Leia Também: UNESCO pede financiamento para oceanos e mobilização científica mundial 

quinta-feira, 22 de maio de 2025

GUINÉ-BISSAU CELEBRA DIA INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE EM MEIO A AMEAÇAS À SUA RIQUEZA NATURAL

  Rádio Sol Mansi   22 05 2025

O mundo celebra nesta quinta-feira, 22 de maio, o Dia Internacional da Biodiversidade. Na Guiné-Bissau, a efeméride está a ser assinalada num contexto preocupante, marcado por múltiplas ameaças à sua rica diversidade natural.

A Guiné-Bissau possui uma biodiversidade significativa, com uma vasta gama de espécies animais e vegetais. No entanto, essa riqueza encontra-se em risco devido a fatores como a desflorestação, a caça furtiva, a pesca excessiva e os impactos das alterações climáticas.

Num discurso gravado esta manhã, o Ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Cassamá, anunciou que “a Guiné-Bissau tornou-se recentemente um dos primeiros países africanos a ratificar o Acordo sobre a Biodiversidade Marinha em Áreas Fora da Jurisdição Nacional”.

O governante assegurou ainda que o país está a caminhar “com esperança e determinação para um futuro em que a proteção da biodiversidade seja o alicerce do desenvolvimento económico e da coesão social”.

Por sua vez, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, na sua mensagem alusiva à data, criticou os interesses de curto prazo “que incentivam a utilização insustentável dos recursos naturais do planeta” e alertou que a perda de biodiversidade é uma crise global que nenhum país, por mais rico ou poderoso que seja, pode enfrentar sozinho.

António Guterres advertiu que “a humanidade está a destruir a biodiversidade a passos largos, através da poluição, da crise climática e da destruição dos ecossistemas”, sublinhando que “é urgente mudar a forma como produzimos e consumimos”.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

‼Guiné-Bissau assina quatro acordos de cooperação com a Rússia‼

DW Português para África 

O Governo da Guiné-Bissau assinou hoje quatro acordos de cooperação com a Rússia no âmbito da primeira visita de Estado de um Presidente guineense àquele país. 

O primeiro é na área de cooperação no ensino superior. Atualmente, mais de 300 estudantes guineenses frequentam instituições de ensino superior na Rússia. 

O segundo é relativo à instituição de mecanismo de consultas sobre questões de cooperação económica, comercial e na área de investimentos. 

O terceiro acordo é sobre a cooperação no ensino geral e no ensino secundário profissional. 

E o quarto é sobre a cooperação no domínio da geologia e da utilização do subsolo. O acordo vai permitir a prospeção de hidrocarbonetos e gás, exploração da bauxita, fosfatos, bem como formação de quadro e pesca, disse Malam Sambu. 

Umaro Sissoco Embaló reúne-se hoje com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na primeira visita de Estado de um Presidente guineense à Rússia em que, entre outros, deverá igualmente abordar a possibilidade de o país africano adquirir equipamentos de vigilância e fiscalização marítima. 


terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Pescas/Guiné-Bissau assina convenção sobre controle e fiscalização das atividades pesqueiras na zonas sob jurisdição da CSRP

Bissau, 28 Jan 25 (ANG) – O Governo, através do Ministério das Pescas e Economia Marítima assinou, segunda-feira, uma Convenção sobre Atividades de Pesca nas Zonas Marítimas sob jurisdição dos Estados membros da Comissão Sub-Regional das Pescas (CSRP).

A  convenção tem entre outros objetivos facilitar a recolha, tratamento e a troca de informações entre os Estados Membros da CSRP e institui um dispositivo sub-regional de partilha de informações relativas aos aspetos ligados à ativadas dos navios de pesca.

O documento prevê ainda um programa de observadores de pesca com competência sub-regional, destinado a garantir o monitoramento das atividades dos navios de pescas que operam nas águas sob jurisdição dos Estados Membros e enquadra  as preocupações dos Estados membros em matéria de monitoramento ,controlo , fiscalização e harmonização  dos procedimentos de intervenção da CSRP e dos seus membros contra a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN).

Falando no ato da assinatura , o ministro das Pescas, Mário Mussante da Silva salientou que a convencão visa  o reforço da vigilância aos aos recursos helieuticos.

 “Unimos para poder, não só cooperar  para obter meios ,mas também para assegurar formação para o pessoal técnico saber como abordar um navio entre outros trabalhos. Por isso  se chegou à conclusão de que  todos os países da Costa Ocidental Africana devem conjugar seus esforços através desse protocolo, partilhando experiências sobre o controlo eficaz dos nossos mares”,explicou.

Segundo o governante, o acordo entra em vigor 100 dias após a sua assinatura.

Da parte da Comissão Sub-Regional das Pescas (CSRP) assinou a convenção o seu Secretário-Geral, Ibraim Kali. 

ANG/MSC//SG

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Pescas. ONU realça impacto social da unidade de fabrico de gelo da região de Cacheu

Bissau, 06 Dez 24 (ANG) – A representante do Sistema da Nações Unidas no país realçou  o impacto social da Câmara de Produção de Gelo de Cacheu “pelo seu grau de conformidade com as normas de qualidade internacional exigidas no fabrico e manuseio de alimentos e pelo seu modelo de negócio único.

O elogio foi feito pela Coordenadora Residente da ONU, Genevieve Boutin, no final de uma visita efetuada recentemente  por uma equipa das Nações Unidas à Câmara de Produção de Gelo de Cacheu, uma  iniciativa do Projeto DESPAR, implementado pela Organização das Nações Unidas para Desenvolvimento Industrial (ONUDI).

De acordo com um documento entregue hoje a redação da ANG, o projeto visa fortalecer a pesca artesanal na região de Cacheu e é  gerida pela Associação de Pescadores local.

O DESPAR é implementado pela Organização das Nações Unidas para Desenvolvimento Industrial ONUDI e financiado pela União Europeia na Guiné-Bissau, através do Projeto de Melhoria da Competitividade da Cadeia de Valor da Manga na Guiné-Bissau, WACOMP-GB.

No documento lê-se que o referido projecto representa um  avanço para a região, através de apoio a economia local, promoção de práticas sustentáveis e aumento da competitividade dos produtos locais.

O documento refere que a  visita permitiu a Coordenadora do Sistema da Nações Unidas no país conhecer  as necessidades e os desafios da região, monitorar o progresso dos projetos implementados ao longo de anos pelas diferentes agências, como a Câmara de Produção de Gelo e a Unidade de Processamento de Frutas e Legumes.

Ainda permitiu o  fortalecimento de laços com as autoridades locais e incentivar o papel das mulheres na economia de Cacheu.

Nesta  sua deslocação a região de Cacheu, a Coordenadora da ONU na Guiné-Bissau  Genevieve Boutin foi acompanhada por representantes de várias agências da Organização, como o Mohamed Hama Garba, da FAO, Claude Kakule Mukanda, do PAM, a Ana Cristina Andrade, do UNODC, e o Nelson Lopes, da ONUDI.

A  delegação reuniu-se com autoridades locais, Agrupamento das Federações, Cooperativas e Associações das Mulheres Transformadoras e Comerciantes de Cacheu e   projetos que estão a promover o desenvolvimento sustentável e a capacitação produtiva na região.

ANG/LPG/ÂC//SG

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Libertados mais 13 detidos acusados de tentativa de golpe na Guiné-Bissau

© Lusa   27/11/2024 

Um tribunal da Guiné-Bissau ordenou hoje a libertação de 13 dos cerca de 50 detidos, entre militares e civis, acusados de tentativa de golpe de Estado em fevereiro de 2022, disseram à Lusa fontes judiciais.

De acordo com um advogado da equipa de defesa dos detidos, as pessoas libertadas são aquelas que o Tribunal Superior Militar ordenou a sua libertação em julho passado por não existir contra si qualquer acusação deduzida pelo Ministério Público.

A lista incluía 17 dos 50 detidos no chamado caso 01 de fevereiro, dos quais um faleceu, entretanto. Trata-se do capitão-de-fragata Papa Fanhé, que morreu, no Hospital Militar de Bissau, aos 37 anos, no passado mês de junho.

Entre os agora libertados encontram-se o general Sanca Bukuké e o coronel António Sofia da Costa, sendo os restantes 11 soldados.

A mesma fonte notou que, do grupo "de detidos, mas sem qualquer acusação", não foram libertados o general Júlio Nhaté Nsulte e o tenente-coronel Júlio Mambali.

No passado mês de outubro, o mesmo tribunal que hoje libertou as 13 pessoas colocou em liberdade Pedro Badji, militar afeto à Marinha de Guerra guineense, Pedro Gomes, da Fiscap (entidade estatal de fiscalização das atividades de Pesca), Dok Ndafa, Geraldo Paulo Nhasse e Marciano Felix, todos das chamadas Unidades Combativas do interior da Guiné-Bissau,

Em julho passado, o Tribunal Superior Militar guineense ordenou a "libertação imediata" de todos os detidos por alegado envolvimento no 'caso 01 de fevereiro' por considerar que os prazos de detenção "foram largamente ultrapassados" e ainda porque alguns dos detidos não tinham sido acusados de nada.

A ordem não tinha sido cumprida pelo tribunal 'ad-hoc' que tem estado a julgar alguns dos detidos já há vários meses, mas com várias polémicas pelo meio, levantadas pelos advogados de defesa que acusam o órgão de falta de lisura no processo.

Entre os detidos que ainda aguardam por julgamento figura o ex-chefe da Armada guineense, o vice-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, acusado pelas autoridades civis e militares do país de ser o "líder da tentativa de golpe".

As mesmas autoridades anunciaram que no dia 01 de fevereiro de 2022, um grupo de pessoas, militares e civis, atacaram com armas do exército guineense o palácio do Governo onde decorria um Conselho de Ministros, presidido pelo chefe do Estado, Umaro Sissoco Embaló.

Nessa ação morreram 12 pessoas, na sua maioria elementos do corpo de segurança presidencial.


Leia Também: A Frente Patriótica Unida (FPU), oposição angolana, disse hoje que o problema da fome em Angola "é grave" e "não deve deixar ninguém sossegado", considerando que o país precisa de medidas efetivas e sustentáveis para o seu combate.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Trabalho infantil: EUA revelam aumento do trabalho infantil para 160 milhões de crianças

© ShutterStock
Por Lusa  06/09/24 
A exploração do trabalho infantil nas cadeias de abastecimento globais está "perturbadoramente" difundida em todas as regiões do mundo, um fenómeno que afeta cerca de 160 milhões de crianças, revelou quinta-feira o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos.

De acordo com o relatório 'Seat & Toil', elaborado pela Administração norte-americana, o trabalho infantil na extração de ouro encontra-se no maior número de países (26), seguido do fabrico de tijolos (18), do trabalho nos campos de cana (18), das plantações de café (17) e do tabaco (17).

Quanto ao trabalho infantil forçado, este afeta quase 28 milhões de crianças, com as fábricas têxteis em primeiro lugar, em 10 países.

Seguem-se o setor da construção (9 países), os campos de algodão (7) e a pesca (6), alertam os relatórios "2024: Lista de bens produzidos por trabalho infantil ou trabalho forçado" e "2023: Conclusões sobre as piores formas de trabalho infantil".

A última lista de bens produzidos através de trabalho infantil ou forçado inclui 204 bens provenientes de 82 países, que os Estados Unidos acreditam serem produzidos através de trabalho infantil ou forçado, em violação das normas internacionais.

Esta edição inclui 72 adições, incluindo um registo de 37 mercadorias que não estavam anteriormente incluídas, como o enxofre, o chumbo, o níquel, o cloreto de polivinilo e as lulas; e retira da lista os mirtilos argentinos, o sal cambojano, o camarão tailandês e o espatoflúor da Mongólia.

"Estes relatórios fornecem uma orientação importante, à medida que trabalhamos para reduzir estrategicamente as práticas flagrantes de trabalho infantil e de trabalho forçado a nível mundial", afirmou a secretária do Trabalho norte-americana, Julie Su.

A governante reconheceu que os Estados Unidos "não estão imunes" a esses abusos, pelo contrário, regista-se um aumento significativo no número de crianças empregadas ilegalmente no país.

O relatório inclui também vários estudos que permitem identificar bens produzidos total ou parcialmente por trabalho forçado ou infantil através de cadeias de abastecimento globais complexas, como produtos têxteis de algodão da China e do Vietname fabricados com algodão chinês, ou produtos de açúcar ligados ao trabalho forçado na indústria da cana-de-açúcar na República Dominicana, entre outros.

A Ásia é a região do mundo com a maior concentração de trabalho infantil, segundo o relatório "Seat & Toil".

Quanto às piores formas de trabalho infantil, que afetam 131 países, o relatório inclui o tráfico, a servidão por dívidas, o trabalho forçado, o trabalho perigoso, a exploração sexual comercial e a utilização de crianças em conflitos armados ou atividades ilícitas.

O estudo fornece cerca de 1.900 recomendações específicas para combater estes flagelos.

As principais áreas de preocupação abrangem numerosas indústrias, incluindo bens de consumo, eletrónica, vestuário, têxteis e indústria transformadora, bem como os setores mineiro e metalúrgico.

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang condenado nos EUA

© Lusa
Por Lusa  08/08/24 
O ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang foi hoje condenado nos Estados Unidos, no âmbito do caso das dívidas ocultas.

O veredito foi dado por um júri federal em Nova Iorque, avançou a agência de notícias Associated Press (AP). Chang foi acusado de aceitar subornos e de conspiração para desviar fundos dos esforços de Moçambique para proteger e expandir as suas indústrias de gás natural e pesca, num plano para enriquecer e enganar investidores.

Chang, que foi o principal responsável financeiro de 2005 a 2015, declarou-se inocente das acusações. Os seus advogados disseram que o ex-ministro estava a fazer o que o seu Governo desejava quando assinou as promessas de que Moçambique pagaria os empréstimos e que não há provas de uma contrapartida financeira para o então governante.

Entre 2013 e 2016, três empresas controladas pelo Governo moçambicano contraíram discretamente empréstimos milionários junto de grandes bancos estrangeiros.

Chang assinou garantias de que o Governo reembolsaria os empréstimos, cruciais para os credores.

As receitas deveriam financiar uma frota de atum, um estaleiro naval, navios da Guarda Costeira e sistemas de radar para proteger os campos de gás natural ao largo da costa do Oceano Índico.

Mas banqueiros e funcionários do Governo desviaram o dinheiro do empréstimo, disseram os procuradores norte-americanos.

"As provas neste caso mostram-vos que existe aqui um esquema internacional de fraude, branqueamento de capitais e suborno de proporções épicas" e que Chang "escolheu participar", disse aos jurados a procuradora adjunta norte-americana, Genny Ngai, nas alegações finais.

Os procuradores acusaram Chang de recolher sete milhões de dólares em subornos, transferidos através de bancos norte-americanos para contas europeias de um associado.

A defesa de Chang disse que não havia provas de que lhe tivesse sido prometido ou recebido um cêntimo.

O único acordo que Chang fez "foi o acordo legal de pedir dinheiro emprestado aos bancos para permitir que o seu país se envolvesse nestas obras de infraestruturas públicas", disse o advogado de defesa Adam Ford.

Descobertas em 2016, as dívidas foram estimadas em cerca de 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2,55 mil milhões de euros), de acordo com valores apresentados pelo Ministério Público moçambicano.

Moçambique era, então, uma das dez economias de crescimento mais rápido do mundo durante duas décadas, segundo o Banco Mundial, mas acabou por mergulhar numa convulsão financeira.

O Governo moçambicano chegou a acordos extrajudiciais com os credores, numa tentativa de pagar parte da dívida.

O escândalo das dívidas ocultas remonta a 2013 e 2014, quando o então ministro das Finanças aprovou, à revelia do parlamento, garantias estatais sobre os empréstimos da Proinducus, Ematum e MAM aos bancos Credit Suisse e VTB.

Chang foi detido no principal aeroporto internacional de Joanesburgo no final de 2018, pouco antes de se tornar pública a acusação dos Estados Unidos.

Leia Também: Presidente de Moçambique exonera ministro das Finanças 


terça-feira, 16 de julho de 2024

Paul Kagame vence as eleições presidenciais de Ruanda com vitória esmagadora

VOA Português  julho 16, 2024 
O presidentee está no poder no Ruanda desde o fim do genocídio em 1994, tendo assumido em várias funções.

Kigali. Ruanda — O presidente ruandês, Paul Kagame, venceu as eleições presidenciais do país com 99% dos votos, de acordo com os resultados preliminares das eleições – 79% dos votos expressos – divulgados na noite de segunda-feira pelo órgão eleitoral do país.

Kagame, que está no poder ocupando vários cargos desde 1994, venceu por margem semelhante em 2017.

Os eleitores fizeram fila pacientemente a partir das 7h, horário local, de segunda-feira, para votar, dizendo que estavam entusiasmadas para exercer seu dever cívico.

Alguns disseram à VOA que queriam um líder que possa realizar o que a população deseja. Outros disseram que viram progresso e votavam para que isso continue.

Kagame disse que as suas prioridades de construir e fazer crescer o país rumo à prosperidade não mudariam.

Kagame, que foi eleito presidente pela primeira vez em 2000, enfrentou dois outros candidatos, incluindo o candidato do Partido Verde Democrático, Frank Habineza, e o candidato independente, Philippe Mpayimana. Habineza terminou em segundo lugar com 0,53% dos votos, enquanto Mpayimana obteve 0,32%.

Esta foi a segunda candidatura ao cargo máximo de Mpayimana, um jornalista que se tornou político, cujas iniciativas de manifesto para desenvolver a agricultura, os transportes, a pesca e outras indústrias receberam cobertura em mais de 50 artigos.

Habineza, que também concorreu contra Kagame nas últimas eleições, disse à VOA que voltou a concorrer este ano porque o titular está no cargo há muito tempo e é altura de ter uma nova visão para o país.

Vários outros candidatos, incluindo alguns dos críticos mais veementes de Kagame, foram impedidos de concorrer à presidência.

Cerca de 9 milhões de uma população de 14 milhões de ruandeses estavam registados para votar – isto é, 2 milhões a mais do que da última vez, de acordo com a Comissão Eleitoral Nacional.

A presidente da CNE, Oda Gasinzigwa, disse que mais de 300 observadores internacionais estão presentes em Ruanda, juntamente com cerca de 700 observadores locais.

Uma das razões pelas quais Kagame, de 66 anos, alcançou a vitória, dizem os críticos, é que ele governou com mão pesada e sufocou a dissidência.

Mas outra razão, dizem os analistas, é a sua capacidade de guiar o país da África Oriental rumo à paz interna desde o genocídio de 1994, quando cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados foram mortos por extremistas hutus.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Guiné-Bissau. Embaló efetua visita de Estado à China de 10 a 12 de julho

© Getty Images
Por Lusa  04/07/24
O Presidente guineense realiza de 10 a 12 deste mês a sua primeira visita oficial à China, onde vai rubricar um acordo quadro geral de cooperação entre Bissau e Pequim, disseram à Lusa fontes governamentais guineenses.


Fonte do Governo indicou à Lusa que Umaro Sissoco Embaló deverá viajar para Pequim na terça-feira, iniciando a visita no dia seguinte para analisar "todos os aspetos" da cooperação entre os dois países.

A mesma fonte assinalou que a China coopera com a Guiné-Bissau nos domínios da Educação, Saúde, Agricultura, Infraestruturas, Pescas e apoios ao setor da Defesa.

No domínio da Educação, a China fornece anualmente bolsas de estudo ao Governo guineense e ainda disponibiliza, através da embaixada em Bissau, oportunidade de formação "aos melhores alunos" do país em universidades chinesas.

No âmbito da Saúde, a China disponibiliza médicos para o hospital de Canchungo, no norte da Guiné-Bissau, e ainda para o Hospital Militar Principal na capital guineense.

Nas pescas, segundo o Governo guineense, até 2020 existiam cerca de 70 navios de empresas privadas de armadores chineses a operar nas águas da Guiné-Bissau.

A China tem ajudado a Guiné-Bissau na construção de infraestruturas, nomeadamente edifícios públicos. Os palácios do Governo, da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento) e da Justiça foram construídos pela cooperação chinesa.

O próprio palácio da Presidência do país, destruído durante o conflito político-militar de 1998/99, foi reconstruído pela China.

A única autoestrada da Guiné-Bissau, num troço de 8,2 quilómetros, que liga o aeroporto internacional Osvaldo Vieira à localidade de Safim, está a ser construída pela China, num valor de 13,6 milhões de euros.

O principal porto de pesca artesanal do país, situado em Bandim, nos arredores de Bissau, foi construído pelos chineses com 26 milhões de dólares (24 milhões de euros).

Em 2019, a China doou ao Governo da Guiné-Bissau 44 tratores e motocultivadores agrícolas, 50 mil sacos de arroz e mais de 20 mil sacos de fertilizantes, num valor global de 53,3 mil euros.

"Como se pode ver, a China é uma das principais parceiras da Guiné-Bissau em quase todos os domínios", observou um diplomata guineense que vê na visita de Umaro Sissoco Embaló "uma oportunidade única".

A visita de Estado de Sissoco Embaló será a segunda de um Presidente guineense à China, após a do falecido ex-Presidente João Bernardo 'Nino' Vieira, em junho de 2006.

Entre outros membros do Governo de iniciativa presidencial, Embaló será acompanhado à China pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, Carlos Pinto Pereira, que segue hoje para Pequim, para preparar a chegada do chefe de Estado guineense.

Fonte militar precisou à Lusa que o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Biague Na Ntan, também fará parte da delegação presidencial.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Agricultura: A Índia, que se tornou o país mais populoso do mundo, deverá também substituir a China como principal motor do crescimento da procura agrícola mundial nos próximos 10 anos, segundo a OCDE e a FAO.

© Getty Images
Por Lusa  02/07/24 
 Índia deverá ultrapassar China no crescimento da procura agrícola mundial
A Índia, que se tornou o país mais populoso do mundo, deverá também substituir a China como principal motor do crescimento da procura agrícola mundial nos próximos 10 anos, segundo a OCDE e a FAO.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) disseram hoje que o consumo mundial de produtos agrícolas deverá aumentar 1,1% na próxima década.

Os países de rendimento médio e baixo serão responsáveis por quase 94% do aumento previsto, segundo o relatório anual conjunto da OCDE e da FAO citado pela agência espanhola EFE.

As razões prendem-se com o facto de ser nestes países que, com diferenças, se prevê um crescimento demográfico, mas também com uma alteração dos padrões alimentares.

Estes fatores justificam o facto de a Índia e o Sudeste Asiático serem os principais intervenientes e absorverem 31% do aumento da procura na próxima década.

Isoladamente, o aumento da procura na Índia até 2033 será de 20,2% na produção vegetal, para 220,1 mil milhões de dólares (186,8 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

O aumento da procura na produção animal será de 41%, para 144,7 mil milhões de dólares (137,8 mil milhões de euros), e de 16% na produção pesqueira, para 48,8 mil milhões de dólares (45,5 mil milhões de euros).

A China continuará a ser, de longe, o maior mercado agrícola, mas com aumentos muito menores em termos relativos e absolutos.

Os peritos preveem que a procura de produtos vegetais na China aumente 4,1%, para 414,4 mil milhões de dólares (386,8 mil milhões de euros).

A procura de produtos animais crescerá 5,55%, para 206,5 mil milhões de dólares (192,7 mil milhões de euros), e a de produtos da pesca 13,8%, para 207,1 mil milhões de dólares (193,3 mil milhões de euros).

Embora a China tenha sido responsável por 28% do consumo adicional de produtos do setor primário na última década, esta percentagem cairá para 12% até 2033, de acordo com os autores do relatório.

A Índia tem 1,42 mil milhões de habitantes e a China 1,41 mil milhões, segundo dados do Banco Mundial.

A outra grande região que registará uma expansão significativa da procura é a África Subsariana, que contribuirá com 18% do aumento previsto, principalmente devido ao crescimento da população, a uma taxa de 2,40% por ano entre 2024 e 2033.

Globalmente, a produção no setor primário crescerá 1,1% por ano durante os próximos 10 anos, com aumentos de 1% para o valor das culturas, 1,3% para a pecuária e 1,1% para a pesca.

Os autores do estudo preveem que o aumento da produção resultará essencialmente de melhorias nos rendimentos, que representarão 80% no caso da agricultura, em que a extensão das terras cultivadas desempenhará um papel marginal.

Quanto ao comércio dos produtos do setor, prevê-se um aumento de 1% por ano, equivalente ao aumento da produção, o que significa que o peso relativo das exportações se manterá estável.

Em relação aos preços, a OCDE e a FAO consideram que continuarão a descer face aos picos atingidos no período 2020-2022, devido a questões como a crise da covid, a invasão russa da Ucrânia ou más colheitas por razões climáticas.

A curto prazo, prevê-se que a descida seja mais rápida e, a médio prazo, os preços reais (descontando o efeito da inflação) dos produtos do setor primário deverão também continuar a tendência histórica para a baixa.

Esta situação deverá aumentar a pressão sobre a situação económica dos agricultores e beneficiar os consumidores.

Os autores do relatório disseram que se trata de uma evolução dos mercados globais e de ser necessário avaliar outros fatores que influenciam as decisões para ver se se transmitem aos mercados nacionais.

Entre esses fatores estão os custos específicos de transporte em cada lugar, as taxas de câmbio das diferentes moedas, as políticas comerciais e o grau de integração dos mercados locais com o comércio internacional.

 

Leia Também: Pelo menos 60 mortos em debandada num evento religioso na Índia... Autoridades dizem que o número de vítimas pode aumentar.  


segunda-feira, 24 de junho de 2024

China tem plano para conquistar Taiwan sem precisar de invadir. Mas há dois riscos: guerra com EUA e crise mundial

Taiwan (fonte Getty)
Cnnportugal.iol.pt, 24/06/2024

A ideia passa por criar uma zona cinzenta, uma espécie de área de "quarentena" em torno da ilha e fazê-la capitular pela escassez de recursos e economicamente. Ainda se lembra dos impactos da crise dos semicondutores - peças presentes em todos os aparelhos eletrónicos? Taiwan é um dos principais exportadores destes componentes à escala global

As forças armadas chinesas podem estar a preparar-se para isolar Taiwan, paralisar a sua economia e fazer com que a ilha democrática sucumba à vontade do Partido Comunista de Pequim, no poder, tudo isto sem nunca disparar um tiro, o alerta vem de um importante grupo de reflexão norte-americano.

Os receios de que o Partido Comunista possa cumprir a sua promessa de um dia assumir o controlo de Taiwan, pela força se necessário, têm sido intensificados nos últimos anos pelas ações cada vez mais bélicas do líder chinês Xi Jinping em relação à ilha auto-governada.

Sendo que a recusa da China em condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia só veio aumentar esses receios.

Num tal cenário, os analistas e estrategas militares há muito que se concentram nas duas principais opções disponíveis para a China - uma invasão em grande escala ou um bloqueio militar.

Mas um grupo de reflexão de Washington, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), alerta para a existência de uma terceira via, que tornará muito mais difícil aos Estados Unidos e a outras democracias com ideias semelhantes contrariar: esta quarentena.

Recorrendo a táticas de "zona cinzenta" - ações que se situam um pouco abaixo do que podem ser consideradas atos de guerra - a Guarda Costeira da China, a sua chamada milícia marítima e várias agências policiais e de segurança marítima poderiam iniciar uma quarentena total ou parcial de Taiwan, possivelmente cortando o acesso aos seus portos e impedindo que fornecimentos vitais, como a energia, cheguem aos 23 milhões de habitantes da ilha, segundo um relatório recentemente publicado pelo CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais).

Um navio de guerra chinês navega nas águas perto da ilhota de Pengjia, no norte de Taiwan, nesta imagem de divulgação divulgada a 23 de maio de 2024. (Guarda Costeira de Taiwan/Handout/Reuters)
Os ramos naval, aéreo e terrestre do Exército Popular de Libertação (PLA, sigla em inglês), a maior força militar do mundo, poderão desempenhar apenas papéis auxiliares e de apoio, escrevem os autores Bonny Lin, Brian Hart, Matthew Funaiole, Samantha Lu e Truly Tinsley.

"A China tem aumentado significativamente a pressão sobre Taiwan nos últimos anos, alimentando o receio de que as tensões possam explodir num conflito total. Tem sido dada muita atenção à ameaça de uma invasão, mas Pequim tem outras opções para além da invasão, como coagir, punir ou anexar Taiwan", refere o relatório.

Gráfico: Henrik Pettersson, CNN
Na cimeira de Defesa do Diálogo de Shangri-La, realizada em Singapura no início deste mês, o Ministro da Defesa chinês, Almirante Dong Jun, avisou que aqueles que apoiam quaisquer movimentos a favor da independência de Taiwan "acabarão por se autodestruir".

"Tomaremos medidas resolutas para travar a independência de Taiwan e garantir que tal plano nunca seja bem sucedido", disse Dong, falando através de um tradutor, enquanto criticava as "forças externas interferentes" por venderem armas e terem "contatos oficiais ilegais" com Taiwan.

A escalada das táticas chinesas na zona cinzenta foi claramente demonstrada nos últimos dias, quando navios da Guarda Costeira da China entraram em confronto com barcos da Marinha das Filipinas no Mar do Sul da China.

Vídeos mostraram as tropas de Pequim a ameaçar os filipinos com um machado e outras armas brancas, e Manila afirmou que um dos seus soldados perdeu um polegar numa colisão provocada pela China.

O nível de violência foi muito superior aos anteriores confrontos perto de Second Thomas Shoal, onde as Filipinas mantêm um posto avançado num navio de guerra encalhado em águas reivindicadas por Pequim e Manila.

Da mesma forma, a intimidação militar e económica de Pequim sobre Taiwan, uma economia de mercado livre altamente desenvolvida, tornou-se muito mais pronunciada durante o governo de Xi.

O Partido Comunista da China, no poder, reivindica a ilha como sua, apesar de nunca a ter controlado, e prometeu "reunificá-la", pela força, se necessário.

Mas o relatório do CSIS diz que Pequim tem opções fortes que poderiam não só manter o PLA fora da luta, mas também colocar a democracia da ilha ou os seus apoiantes, como os Estados Unidos, no papel de iniciadores de um conflito militar para preservar a autonomia de Taiwan.

O relatório refere que a Guarda Costeira da China - tal como a maioria das guardas costeiras em todo o mundo - é considerada uma agência de aplicação da lei. Isto significa que pode parar e regular a navegação à volta da ilha no que se designa por quarentena, o que difere em larga escala de um bloqueio.

"Uma quarentena (é) uma operação de aplicação da lei para controlar o tráfego marítimo ou aéreo dentro de uma área específica, enquanto um bloqueio é sobretudo de natureza militar", diz o relatório.

O direito internacional considera o bloqueio um ato de guerra, segundo os especialistas.

"Uma quarentena conduzida pela guarda costeira da China não é uma declaração de guerra contra Taiwan", diz o relatório, e colocaria os EUA numa posição difícil, advertem os seus autores.

Washington é legalmente obrigado - ao abrigo da Lei das Relações com Taiwan - a fornecer à ilha os meios para se defender e fornece-lhe armamento defensivo.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi mais longe do que a obrigação legal, afirmando repetidamente que utilizaria tropas americanas para proteger Taiwan, um aviso que parece desviar-se da anterior posição de Washington de "ambiguidade estratégica" e que os responsáveis da Casa Branca voltaram atrás.

Mas se os navios ou aviões militares americanos interviessem no que a China diz ser uma operação de aplicação da lei, os EUA poderiam ser vistos como iniciando hostilidades militares.

Segundo o relatório, a Guarda Costeira da China conta com 150 navios oceânicos e 400 navios mais pequenos, tal como a Marinha do PLA, a maior força do mundo em termos de dimensão da frota. Pequim tem centenas de outros navios na sua Agência de Segurança Marítima e na milícia marítima, barcos de pesca integrados nos serviços militares e policiais da China.

A guarda costeira de Taiwan, com apenas dez navios de alto mar e cerca de 160 navios mais pequenos, não tem capacidade para fazer recuar uma ação de quarentena, diz o relatório.

Os autores do CSIS observam que as ações de quarentena tomadas por Pequim podem ser extremamente limitadas e, ainda assim, ter o efeito de estrangular economicamente Taiwan. Poucos operadores quereriam enfrentar a possibilidade de verem os seus bens apreendidos pelas autoridades chinesas e poderiam voluntariamente deixar de prestar serviços à ilha.

"A demonstração da vontade chinesa de efetuar buscas e apreender apenas um punhado de navios comerciais poderia ter um impacto dissuador desproporcionado e desencorajar transgressões semelhantes", afirma o relatório.

As ações limitadas de busca e/ou apreensão têm um efeito nos voos para Taiwan, uma vez que a quarentena pode ser facilmente alargada ao ar, afirma o relatório.

De acordo com o documento, bastaria que um pequeno número de voos fosse avisado por aviões chineses para que o tráfego aéreo fosse sufocado.

A China faz regularmente voos com aviões militares à volta da ilha, por vezes dezenas num dia. Nas 24 horas que terminaram às 6:00 de dia 21 de junho, 36 aviões militares chineses atravessaram a zona de identificação da defesa aérea de Taiwan, segundo o Ministério da Defesa de Taiwan.

Entretanto, uma quarentena, em vez de um bloqueio, não exigiria que a China fechasse ou restringisse o acesso ao Estreito de Taiwan, refere o relatório do CSIS. Isto significa que Washington e os seus aliados poderiam perder uma das suas maiores reivindicações para intervir ao abrigo do direito internacional, preservando a liberdade de navegação numa via navegável internacional.

"Se a quarentena for apresentada como uma operação de aplicação da lei, a China pode facilmente anunciar o fim da operação e alegar que os seus objetivos foram atingidos", diz o relatório.

Guindastes de pórtico no porto de Taichung, em Taichung, Taiwan, na quinta-feira, 23 de maio de 2024. (An Rong Xu/Bloomberg/Getty Images)

Para manter as coisas ainda mais discretas, a China pode nem sequer precisar de usar a palavra "quarentena" para iniciar uma operação de isolamento de Taiwan, dizem os autores.

Ao afirmar que Taiwan é território chinês, Pequim poderia exigir a apresentação de declarações aduaneiras antes de os navios poderem fazer escala em Taiwan. Para os que não cumprirem, estes mecanismos de aplicação da lei poderão ter um efeito inibidor em toda a navegação.

"Os navios chineses responsáveis pela aplicação da lei serão autorizados a abordar os navios, a efetuar inspeções no local, a interrogar o pessoal e a tomar outras medidas contra os navios não conformes", refere o relatório.

Esta ideia permite que a China tenha um âmbito de atuação limitado. Por exemplo, poderia visar apenas o porto mais movimentado da ilha, Kaohsiung, responsável por 57% das importações marítimas de Taiwan e pela maior parte das suas importações de energia, de acordo com o estudo.

Plausível, mas ainda assim repleto de riscos para a China

Os analistas externos que analisaram o relatório do CSIS e falaram com a CNN consideraram-no plausível. Mas, também têm dúvidas importantes sobre o desenrolar da situação.

Alguns referiram que os aspetos económicos não jogam necessariamente a favor de Pequim.

"A manutenção da quarentena será dispendiosa e demorada", disse Carl Schuster, antigo diretor de operações do Centro Conjunto de Informações do Comando do Pacífico dos EUA.

"Taipé não vai desistir em menos de 60 dias", afirma Schuster. "Poderá Pequim suportar o esforço e a possível reação internacional durante tanto tempo?"

Os esforços para perturbar o status quo no Estreito de Taiwan podem prejudicar ainda mais o comércio externo de Pequim, alertam os especialistas.

Alessio Patalano, professor de guerra e estratégia no King's College, em Londres, salienta ainda os desafios que o Partido Comunista Chinês já enfrenta, com uma economia que ainda luta para recuperar do isolamento provocado pela Covid-19, que fez cair as taxas de crescimento, e novas restrições comerciais, como os direitos aduaneiros sobre as exportações de veículos elétricos.

Taiwan é uma economia industrializada proeminente, um nó crucial nas cadeias de abastecimento globais e um fabricante da grande maioria dos semicondutores mais avançados do mundo. Uma quarentena na ilha teria repercussões económicas não só a nível interno, mas também a nível mundial.

Embora a maior parte das nações reconheça diplomaticamente que Pequim detém o poder sobre Taiwan, a ilha tem vindo a estabelecer relações não oficiais cada vez mais fortes com as principais democracias ocidentais, tendo aprofundado esses laços nos últimos anos, à medida que as ameaças de Pequim se foram agravando.

Taiwan e a China estão também profundamente interligadas do ponto de vista económico. No ano passado, 35% das exportações da ilha destinaram-se à China continental, na sua maioria circuitos integrados, células solares e componentes eletrónicos, de acordo com o Ministério dos Assuntos Económicos de Taiwan.

As importações da China continental representaram 20% do total das importações da ilha no mesmo ano. Entre 1991 e 2022, as empresas taiwanesas investiram um total de 203 mil milhões de dólares no continente, de acordo com as estatísticas do governo de Taiwan, criando milhões de postos de trabalho na China.

Além disso, as quarentenas podem levar as populações a unir-se ao governo, em vez de se revoltarem contra ele, diz Sidharth Kaushal, investigador sénior do Royal United Services Institute em Londres.

"As provas históricas mostram que mesmo os bloqueios severos têm um valor coercivo limitado, e uma quarentena limitada pode resultar num efeito de união em torno da bandeira", afirma.

Uma quarentena poderia também levar o governo de Taiwan a declarar a independência, algo que Pequim tem repetidamente afirmado que provavelmente provocaria um conflito armado, alerta Kaushal.

"Isto deixaria o Partido Comunista com a opção de uma escalada ou de um grande revés", afirma.

Patalano diz que, para a China, a paciência é a chave para realizar o seu objetivo de "reunificação".

A escalada, e certamente a invasão, não é "eficiente em termos de custos", diz ele. A guerra custa não só vidas mas também riqueza nacional.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Cólera: Mais de 270 casos de cólera e um morto em duas semanas em Moçambique

© Lusa
Por Lusa  05/06/24 
As autoridades sanitárias moçambicanas registaram mais de 270 novos casos de cólera nas últimas duas semanas, que provocaram mais um morto, indicam dados oficiais a que a Lusa teve hoje acesso.

De acordo com o mais recente relatório sobre a progressão da doença, elaborado pelo Ministério da Saúde e com dados de 01 de outubro de 2023, início do atual surto, até 03 de junho, regista-se um acumulado de 16.285 infetados e 37 mortos, com uma taxa de letalidade que se mantém em 0,2%.

No relatório anterior, com dados até 16 de maio, estavam contabilizados 16.012 casos e 36 mortos.

Do total acumulativo atual, 5.610 casos foram reportados pela província de Nampula, com 15 mortos, foco da doença nas últimas semanas, seguindo-se 2.873 em Tete, com 10 mortos, e 2.431 em Cabo Delgado, com um morto.

Atualmente há surtos ativos da doença em distritos de Nampula, Cabo Delgado, Sofala e em Maputo e à data de 03 de junho estavam internados em unidades sanitárias do país 17 doentes com cólera, praticamente metade face ao relatório anterior.

Por outro lado, pelo menos 121 pessoas morreram devido a ondas de desinformação sobre o surto de cólera em Moçambique, de acordo com os dados oficiais tornados públicos desde outubro.

A maior parte das vítimas, 98 pessoas, morreram numa só circunstância, quando, em 07 de abril, um barco que saía do posto administrativo de Lungo, no distrito de Mossuril, província de Nampula, com destino a Ilha de Moçambique, naufragou, matando 55 crianças, 34 mulheres e nove homens.

De acordo com as autoridades marítimas moçambicanas, a embarcação de pesca, na qual seguiam 130 pessoas, não estava autorizada a transportar passageiros e as pessoas fugiam de um alegado um surto de cólera, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de 100 metros da costa.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visitou o posto administrativo de Lunga para confortar as famílias, tendo reconhecido que o naufrágio resulta "da desinformação protagonizada por pessoas com interesses obscuros".

"Não permitam boatos", declarou Nyusi, durante a interação com as famílias das vítimas.

Os registos apontam para a existência de mais 23 pessoas que desde outubro de 2023 morreram em resultado de ondas de desinformação em temas ligados à cólera, avançou o comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael, no dia 17 de janeiro.

Os líderes comunitários e técnicos de saúde, na sua maioria, têm sido mortos ou feridos por populares sob alegações de estarem a levar a doença às comunidades.

Leia Também: ONU com "preocupação" com casos de cólera devido às inundações no Quénia