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Por Lusa 28/06/24
Rússia adverte para aumento do risco de confronto direto com a NATO
A Rússia advertiu hoje que os voos de drones militares norte-americanos no Mar Negro para ajudar as forças ucranianas a atacar alvos russos aumentam “o risco de confronto direto” com a NATO e prometeu responder.
O Ministério da Defesa russo afirmou num comunicado que registou recentemente "um aumento da intensidade de voos de veículos aéreos não tripulados dos Estados Unidos no Mar Negro".
Alegou que os drones são utilizados “para reconhecimento e designação de alvos para armas de precisão fornecidas às forças armadas ucranianas” pelo Ocidente para atacar alvos russos.
“Isto aponta para o envolvimento crescente dos Estados Unidos e dos países da NATO no conflito na Ucrânia, ao lado do regime de Kyiv”, disse o ministério, citado pela agência espanhola Europa Press.
Os voos “multiplicam a probabilidade de incidentes no espaço aéreo com os aviões das forças aeroespaciais russas, o que aumenta o risco de um confronto direto” entre a NATO e a Rússia, advertiu.
O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, “ordenou ao Estado-Maior das Forças Armadas que apresentasse propostas de medidas para responder rapidamente às provocações”, acrescentou.
Nas últimas semanas, Moscovo acusou o Ocidente de se ter tornado parte no conflito na Ucrânia, ao autorizar Kyiv a realizar ataques condicionais com armas ocidentais contra instalações militares em território russo.
Os aliados ocidentais sempre se mostraram relutantes em dar essa autorização com receio de provocar uma escalada, mas acabaram por fazê-lo após a Rússia ter lançado em maio uma nova ofensiva no leste da Ucrânia.
Em 24 de junho, a Rússia ameaçou os Estados Unidos de retaliação, acusando-os de “matar crianças russas”, no dia seguinte a um ataque ucraniano na Crimeia, uma península junto ao Mar Negro anexada por Moscovo em 2014.
De acordo com Moscovo, os ataques com mísseis ATACMS de longo alcance não podem ser executados apenas pela Ucrânia, uma vez que requerem especialistas, tecnologia e informações recolhidas pelos norte-americanos.
O Presidente russo, Vladimir Putin, já tinha ameaçado, no início de junho, entregar armas equivalentes aos inimigos do Ocidente para que pudessem atacar os seus interesses noutras regiões do mundo, segundo a agência francesa AFP.
O Mar Negro tem sido uma zona muito disputada entre ucranianos e russos desde o início da guerra em 2022.
Embora a frota russa tenha uma superioridade numérica na zona, perdeu numerosos navios, alvo de múltiplos ataques de drones navais lançados por Kyiv.
Graças a estes ataques, o exército ucraniano repeliu os navios de guerra russos e estabeleceu um corredor marítimo na zona para exportar cereais.
No plano do curso da guerra, Moscovo anunciou hoje que abateu 25 drones lançados pelas armadas ucranianas contra o território russo nas últimas horas.
Doze foram intercetados em Bryansk, nove em Smolensk, dois em Kursk e um em Voronezh e Rostov, segundo o Ministério da Defesa.
“O regime de Kyiv tentou levar a cabo ataques terroristas utilizando veículos aéreos não tripulados contra o território da Federação Russa”, disse o ministério, sem referir eventuais vítimas ou danos materiais causados pelos ataques.
A guerra foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Kyiv tem recebido apoio financeiro e em armamento dos aliados ocidentais, incluindo de países da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte), de que Portugal é um dos 32 membros.
Os aliados de Kyiv têm igualmente imposto sanções à Rússia para tentar diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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