sexta-feira, 8 de maio de 2020

GRANDES ESPERANÇAS - Covid-19. Seis potenciais vacinas que já estão a ser testadas em humanos

Perante o flagelo da pandemia do novo coronavírus, cientistas de todo o mundo tentam encontrar uma vacina em tempo recorde.

© Shutterstock

O desenvolvimento de uma vacina pode demorar anos ou décadas, por exemplo, e conforme explica uma reportagem publicada pela BBC News, a vacina conta o Ébola desde o ínicio da sua formulação até ser finalmente aprovada demorou uns longos 16 anos.

Normalmente, a criação de uma vacina contra qualquer vírus infeccioso segue várias etapas de produção, sendo que primeiro são realizados testes em laboratório e de seguida em animais. Nesse momento se a droga farmacológica se revelar segura e capaz de causar uma resposta imune então começam os testes nos seres humanos. 

Porém, e após cerca de três meses, já existem seis potenciais vacinais contra a Covid-19, formuladas por 90 equipas de investigadores de todo o mundo. E sim, essas vacinas já estão a ser testadas em humanos.

A BBC compilou uma lista na qual apresenta as seis grandes promessas contra a Covid-19:

Vacina mRNA-1273 - Moderna Therapeutics (Estados Unidos)

Uma vacina procura 'adestrar' o sistema imunológico dos indivíduos de modo a provocar uma resposta para combater os vírus e prevenir o desenvolvimento de doenças.

As vacinas mais comuns, as consideradas tradicionais, optam pelo uso de vírus vivos de baixa intensidade, inativados ou fragmentados.

Contudo, o mRNA-1273 da Moderna não é produzido com o SARS-CoV-2, ou seja com o vírus que causa a Covid-19. Ao invés, este baseia-se num RNA mensageiro (RNAm), ou ácido ribonucleico mensageiro. Por outras palavras, é utilizado um segmento reduzido do código genético do vírus, criado em laboratório. Desta forma, os investigadores procuram incitar uma resposta do sistema imunológico para dizimar infecções.

Vacina INO-4800 - Inovio Pharmaceuticals (Estados Unidos) 

Esta vacina também prima por recorrer a uma nova estratégia de pesquisa. Segundo a BBC, foca-se na injeção direta de ADN cultivado por cientistas no interior das células, para que estas produzam anticorpos capazes de bloquear o vírus. 

Tanto o Inovio quanto a Moderna estão a optar pelo uso de novas tecnologias baseadas na alteração ou manipulação de material genético.

Vacina AD5-nCoV - CanSino Biologics (China)

A vacina AD5-nCoV usa como vetor uma versão de um adenovírus, o 'famoso' vírus que causa a gripe comum. 

Esse vetor transporta o gene da proteína da superfície do coronavírus e, desta forma tenta instigar a reação imune com o intuito de lutar contra a infeção.

Vacina LV-SMENP-DC - Instituto Médico Genoimmune de Shenzhen (China)

Esta vacina LV-SMENP-DC utiliza células dendríticas (leucócitos que protegem o corpo de antígenos) alterados através de vetores lentivirais (método pelo qual genes podem ser inseridos, modificados ou eliminados no corpo humano) para tentar obter uma resposta imune. 

Sem nome - Vacina do Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, subordinada ao Grupo Farmacêutico Nacional da China, Sinopharm(China)

Trata-se, conforme explica a BBC, uma vacina de vírus inativado. Este tipo de vacina é concebida a partir de partículas do vírus, bactéria ou outros patógenos cultivados, sem habilidade de causar patologias. Entretanto, no passado dia 23 de abril, foi administrada uma injeção a 96 voluntários de três faixas etárias distintas. 

"É a tecnologia mais comum e mais usada na produção de vacinas", diz Felipe Tapia, engenheiro biotécnico do Instituto Max Planck e da Bioprocess Engineering Group na Alemanha.

"É uma tecnologia que possui produtos que já estão licenciados e comercializados. Portanto, a maioria das estimativas de que uma vacina ficará pronta entre 12 e 16 meses é baseada nesse tipo de vacina inativada", afirma. 

Vacina ChAdOx1 - Instituto Jenner, Universidade de Oxford (Reino Unido)

O primeiro ensaio clínico na Europa começou no dia 23 de abril. Este é um tipo de vacina que contém genes de diferentes fontes é parecida à da empresa chinesa CanSino.

Todavia, a equipa de investigadores britânicos está a usar uma variedade mais fraca de um adenovírus, vírus comum da gripe que causa infeção em chimpanzés. De salientar que o vírus foi alterado geneticamente para que não se desenvolva nos humanos. 

"Os cientistas estão a conceber um vírus que não é nocivo, porém manifesta a proteína do coronavírus e, assim, pode originar uma resposta imune", conta Tapia. 

Conforme a BBC aponta, o carácter promissor desta vacina reside no facto dos investigadores já terem experiência no manuseamento desta tecnologia. Tendo sido com este método que criaram uma vacina contra o coronavírus MERS, cujos ensaios clínicos tiveram resultados positivos.

noticiasaominuto.com

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