quarta-feira, 8 de agosto de 2018

SAÚDE PÚBLICA - Mulheres têm maior probabilidade de sobreviver a ataques cardíacos, assim

Um novo estudo alerta que as mulheres que sofreram ataques cardíacos têm uma maior hipótese de sobrevivência quando são tratadas por médicas, ao invés de médicos.


Aquela pesquisa norte-americana, analisou mais meio milhão de ocorrências de ataques cardíacos, e os investigadores apuraram que a ‘diferença de género’ influencia a taxa de sobrevivência dos pacientes. Nomeadamente, as mulheres apresentam mais do triplo de probabilidade de sobrevivência ao serem tratadas por médicas nos hospitais.

Pesquisas anteriores, já tinham apurado que as mulheres em geral correm um maior risco de falecimento após terem experienciado um ataque cardíaco, comparativamente aos doentes masculinos, e os investigadores creem ter descoberto agora o motivo para tal acontecer – já que os homens ainda dominam a profissão médica.

O professor Seth Carnahan, docente na Universidade de St Louis, nos Estados Unidos, um dos investigadores por trás da pesquisa, afirmou em declarações à publicação The Independent que os resultados apurados refletem uma disparidade de género na área da medicina.

“Tratam-se de profissionais imensamente qualificados, mas poderão não estar tão familiarizados com os sintomas e tipo de queixas pertinentes sobretudo às pacientes femininas – e isso pode ser um fator determinante e constituir uma diferença fundamental entre a vida e a morte”, alertou Carnahan.

Juntamente com outros investigadores da Universidade de Harvard e do Minnesota, o professor analisou aproximadamente 582 mil casos de ataques cardíacos que ocorreram em hospitais no estado norte-americano da Florida, durante mais de 19 anos.

Os académicos, concluíram que em média as mulheres apresentam uma menor probabilidade de sobreviver a um ataque cardíaco, comparativamente aos homens, e que esse efeito era mais proeminente quando essas pacientes eram tratadas por profissionais masculinos.

Mais ainda, no geral quando os pacientes eram tratados por médicas, 11,8% dos homens e cerca de 12% das mulheres faleceram – uma ‘diferença de género’ de 0,2%.

Essa ‘diferença de género’ aumentou para 0,7% quando os pacientes foram tratados por médicos – 12,6% dos pacientes homens morreram e 13,3% das mulheres.

O estudo inédito foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

POR LILIANA LOPES MONTEIRO  

NAOM

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