Tikhon Shevkunov com Vladimir Putin (Mikhail Svetlov/Getty Images) Por cnnportugal.iol.pt
O sacerdote é membro do conselho consultivo do presidente russo para a cultura e as artes
A principal agência de serviços de informação russa disse esta sexta-feira que impediu um atentado contra o líder da igreja ortodoxa na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, tendo responsabilizado a Ucrânia. O Serviço Federal de Segurança russo (FSB, na sigla em inglês) avançou em comunicado que "frustrou um ataque planeado pelos serviços especiais ucranianos contra Tikhon".
Tikhon Shevkunov, de 66 anos, que foi nomeado líder da igreja ortodoxa em Simferopol e na Crimeia em 2023, tem um doutoramento em história e é também editor-chefe do site de notícias ortodoxo Pravoslavie.
O sacerdote é ainda membro do conselho consultivo do presidente russo para a cultura e as artes e foi condecorado em 2024 por Vladimir Putin pela participação na reconstrução de um complexo museológico na Crimeia.
Um cidadão russo e um cidadão ucraniano foram detidos na capital russa, refere o comunicado. Os suspeitos são Alexander Ivankovich, um clérigo, que confirmou que uma primeira tentativa de assassinato estava planeada para o início de janeiro, mas que acabaria por ser cancelada devido à detenção de Popovich, tendo sido marcada uma nova data para o final de fevereiro.
Denis Popovich, o outro suspeito, é o assistente do Metropolitan e foi recrutado pela Direção Principal de Informações do ministério da Defesa da Ucrânia para espiar o líderes de igreja, tendo-lhe sido confiada a tarefa de encontrar um cúmplice e eliminar o hierarca com explosivos.
Segundo a agência estatal de notícias russa RIA, foram encontrados mais de 70 contactos de indivíduos ucranianos, incluindo o da secretária de imprensa das Forças Armadas da Ucrânia, Margarita Rivchachenko, nos telefones dos detidos.
Os suspeitos tinham ainda em sua posse dois passaportes ucranianos falsos que, alegadamente, os ajudariam a sair da Rússia após o ataque terrorista.
Após as averiguações foi aberto um processo-crime com base nos artigos “Preparação de um ato terrorista”, com uma pena máxima de até 20 anos ou prisão perpétua, e “Tráfico ilegal de engenhos explosivos”, com uma pena entre os 8 e os 12 anos.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, várias personalidades russas ou pró-Rússia foram alvos de ataques. A maior parte desses ataques foram atribuídos a Kiev ou reivindicados pelos serviços secretos ucranianos, sendo o mais recente o assassínio do general Igor Kirillov no mês de dezembro, em Moscovo.
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