domingo, 23 de outubro de 2022

UCRÂNIA/RÚSSIA: Nova forma de guerra. Por que quer a Rússia deixar a Ucrânia às escuras?... Entenda como os ataques das tropas russas podem afetar a população civil.

© REUTERS

Notícias ao Minuto  23/10/22 

Depois das centrais nucleares, as instalações elétricas. A Rússia voltou a atacar, este sábado, infraestruturas elétricas na Ucrânia, deixando mais de um milhão de habitações sem energia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já veio garantir que os ataques russos à rede elétrica do país não impedirão o avanço das tropas para recuperar os territórios ocupados. Contudo, a nova estratégia de Moscovo parece afastar cada vez mais a possibilidade de uma resolução pacífica para o conflito.

Esta semana, o próprio presidente ucraniano confirmou que cerca de 30% das centrais elétricas do país foram destruídas num espaço de oito dias.

Nas palavras do chefe de Estado ucraniano, tem sido realizado um "outro tipo de ataques terroristas russos: a destruição da infraestrutura crítica e energética ucraniana".

A estratégia vem sendo seguida pela Rússia nos últimos dez dias e já nos permite ver imagens de várias cidades mergulhadas na escuridão. Mas qual o objetivo de Moscovo com esta estratégia?

Atingir a população civil

À medida que a contraofensiva ucraniana ganha terreno, Vladimir Putin opta pela estratégia do terror, deixando a população "refém".

Há uma semana, depois de ter efetuado bombardeamentos em grande escala um pouco por toda a Ucrânia, o país voltaria a acordar sob vários ataques contra alvos militares e instalações de energia.

"Hoje, as forças armadas russas continuaram a realizar ataques maciços com armas de longo alcance e de alta precisão a partir de bases terrestres e marítimas contra locais militares e instalações elétricas na Ucrânia", disse o porta-voz do ministério da Defesa russo, garantindo que os objetivos tinham sido alcançados. 

Sem precisar o número de ataques nem os locais visados, o porta-voz militar disse que os objetivos foram alcançados.

Minar a resistência ucraniana

Saudados desde o início da guerra pela sua perseverança, os ucranianos têm sido elogiados pela coragem e pelos avanços no terreno, pelo que é natural que o objetivo dos russos passe por quebrar essa resistência, causando pânico e pavor entre a população, que se prepara para enfrentar um inverno rigoroso.

Se não houver eletricidade, o funcionamento dos hospitais, das escolas e dos transportes – essenciais para retirar as populações de regiões afetadas – fica comprometido.

Em Kyiv, o autarca Vitaly Klitschko já teve que instalar geradores para manter a eletricidade em certos lugares estratégicos.

A nova arma de guerra

Os apelos para que os ucranianos reduzam o consumo de eletricidade têm sido obedecidos pela população. Dependendo das regiões, o consumo já baixou entre 5% a 20%, em média, em determinados dias.

"Cada quilowatt economizado é uma arma contra os planos do inimigo", escreveu há uns dias, no Telegram, o chefe da administração militar de Kryvyi Rih, Oleksandr Vilkoul.

Apesar de constituir um crime de guerra, já que estes ataques visam bens civis e não têm objetivos militares, a Rússia pretende com eles que a população enfrente um rigoroso inverno, voltando-a contra o regime de Kyiv.


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