quarta-feira, 25 de julho de 2018
A Guine Bissau retoma, esta quarta-feira (25), as negociações com o Senegal sobre a zona de exploração conjunta entre os dois Estados. As negociações serão retomadas depois de duas rondas sem sucesso
As duas partes sentam a mesma mesa numa altura que é esperada afirmação de um novo acordo que irá proteger os interesses da Guiné-Bissau na Zona Marítima de Exploração Comum.
No entanto, vários sectores guineenses contestam o facto propondo ao presidente da república o cancelamento do reinício das negociações para que a sociedade civil possa desencadear "um grande debate" junto das universidades e centros de investigação com preparação técnica das negociações e para, consequentemente, ser preparada uma estratégia nacional.
Recentemente, um grupo lançou um manifesto, que circula nas redes sociais, para recolha de assinaturas para esta iniciativa.
No anterior acordo - rubricado há 20 anos - a Guiné-Bissau detém 15% dos recursos petrolíferos que possam ser encontrados na zona, cabendo ao Senegal os restantes 85%.
O referido acordo não teve a renovação automática porque foi denunciado pelo próprio José Mário Vaz, em 2014.
“Há receios de que a Guiné-Bissau volte a perder na divisão dos eventuais ganhos”, lê-se no manifesto, já subscrito por cerca de mil guineenses, em três dias.
Entretanto um estudo publicado por um guineense e entrevistado pela Radio Sol Mansi confirmou que a Guiné-Bissau não precisa do Senegal para exploração do seu petróleo daí há toda necessidade de desfazer o acordo da criação da zona de exploração conjunta entre os dois países.
Orlando Cristiano da Silva, formado na área de geologia e pós graduado em energia, actualmente investigador nas universidades Brasileiras, concluiu no seu estudo de que a área onde se encontra a reserva do petróleo em conflito com Senegal é exclusivamente guineense.
Revelando por outro lado que houve erros desde o primeiro processo de delimitação da fronteira marítima entre frança e Portugal em 1960, quando os franceses propuseram a Portugal para que a fronteira entre a Guiné-Bissau e o Senegal seja traçado de uma certa forma chamada “Azimute 240” obrigando inclinação da linha em vez de ser paralela “isso levou o Senegal a entrar no território guineense”.
Segundo especialista e pesquisador guineense, Orlando Cristiano da Silva, o facto não foi questionado na altura pelos portugueses, mais os franceses já sabiam da existência do chamado Zone flor que diziam ser um grande potencial de reserva de petróleo como explica formado em geologia.
As autoridades nacionais recorreram e perderam junto ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegações de existência de um princípio na África que determina que as delimitações das fronteiras herdadas das colónias devem ser intangíveis.
De acordo com orlando o facto fez com que a primeira delimitação seja mantida.
Acontece que anos depois de vários estudos que revelaram que a maior perspectiva de encontrar petróleo estava na zona sul da Guiné-Bissau, Senegal voltou a pedir a participação de 20 graus da Guine Bissau para área de exploração conjunta atingindo de uma forma profunda a área guineense.
Perante toda esta situação, segundo o especialista, a única saída para Guine Bissau, seria a revogação do acordo com o Senegal para dar abertura a outros interessados.
Rádio Sol Mansi
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