© JOSEPH EID/AFP via Getty Images Lusa 08/12/2024
O líder das Forças Libanesas (FL), principal partido cristão do Líbano, afirmou hoje que a queda de Bashar al-Assad na vizinha Síria é o "fim do jogo" para o Hezbollah, apelando à deposição das armas.
O movimento islamita libanês, aliado de Assad mas enfraquecido após mais de um ano de hostilidades contra Israel, foi forçado a retirar as suas tropas da Síria após a ofensiva relâmpago dos rebeldes que hoje tomaram a capital Damasco ao governo sírio, pondo fim a um reinado que durava desde 2000.
"O jogo acabou (...) cada dia que passa é um dia perdido para vós e para os libaneses", disse Samir Geagea dirigindo-se ao Hezbollah numa conferência de imprensa, saudando a queda de Bashar al-Assad.
No domingo, em várias regiões cristãs e sunitas do Líbano, registaram-se cenas de júbilo depois de os rebeldes terem anunciado a queda do "tirano Assad".
Os rebeldes declararam hoje Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, derrubar o governo sírio.
O Presidente sírio, que esteve no poder 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde e asilou-se na Rússia, segundo as agências de notícias russas TASS e Ria Novost.
Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.