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POR LUSA 06/02/24
O conselho presidencial do Iémen, internacionalmente reconhecido, demitiu segunda-feira o primeiro-ministro, numa decisão inesperada que ocorre num momento em que uma coligação liderada pelos Estados Unidos tem atacado alvos dos rivais do Governo, os rebeldes Hutis, apoiados pelo Irão.
Um decreto deste conselho nomeou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ahmed Awad Bin Mubarak, como o novo primeiro-ministro do país.
Bin Mubarak, que é próximo da Arábia Saudita, substituiu Maeen Abdulmalik Saeed, que era primeiro-ministro do Iémen desde 2018.
O conselho não adiantou qualquer motivo para esta remodelação, noticiou a agência Associated Press (AP).
O Iémen está envolvido numa guerra civil desde 2014, quando os rebeldes apoiados pelo Irão, conhecidos como Hutis, invadiram a capital, Saná, e grande parte do norte.
Uma coligação liderada pela Arábia Saudita interveio meses depois e tem lutado contra os rebeldes desde 2015, para tentar devolver ao poder o Governo internacionalmente reconhecido.
A guerra devastou o Iémen, já o país árabe mais pobre, e criou um dos piores desastres humanitários do mundo. Mais de 150 mil pessoas, incluindo combatentes e civis, foram mortas.
Nos últimos meses, os Hutis envolveram-se em negociações com a Arábia Saudita, que tem procurado uma saída para a guerra estagnada.
Os dois lados disseram que alcançaram resultados positivos para restaurar um cessar-fogo expirado, sendo que as conversações entre rebeldes e sauditas fizeram parte de esforços mais amplos para encontrar uma solução política para o conflito.
Os esforços de paz têm sido dificultados desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, em outubro.
Os Hutis atacaram rotas marítimas no mar Vermelho como parte do que dizem ser a sua resposta à campanha de Israel contra os militantes palestinianos, que são, tal como os Hutis, apoiados pelo Irão.
Os ataques Hutis levaram os EUA e o Reino Unido a lançar vários ataques contra áreas controladas pelos rebeldes no Iémen.