quarta-feira, 7 de maio de 2025

No cumprimento do programa de visita à Bielorrússia, o Presidente da República, visitou a fábrica de tractores e alfaias agrícolas Belorus Tractors, símbolo da mecanização agrícola do país, onde sublinhou a importância de apostar na mecanização como caminho para combater a insegurança alimentar na Guiné-Bissau.

A agenda incluiu igualmente visitas à holding tecnológica BELOMO, referência no fabrico de dispositivos ópticos e sistemas a laser, e a uma moderna quinta de produção leiteira, com capacidade para 70 mil litros por dia.

O Chefe de Estado conheceu ainda o sector de transformação de carnes, responsável pela produção de 20 mil toneladas por ano.

  Presidência da República da Guiné-Bissau

Rádio Sol Mansi emite nota de protesto contra instalação indevida de estruturas da empresa MAGI em Bissau

 @Radio Voz Do Povo

A Direção da Rádio Sol Mansi tornou pública uma nota de protesto formal dirigida à Câmara Municipal de Bissau, manifestando forte oposição à instalação de estruturas da empresa MAGI em frente às suas instalações, situadas na Cúria Diocesana.

Segundo o comunicado, a empresa MAGI terá montado palcos e equipamentos de som sem qualquer aviso, consulta ou autorização prévia da Direção da rádio, o que, segundo a emissora, compromete seriamente a normal realização das suas atividades diárias – em especial as emissões em direto, que exigem condições adequadas de tranquilidade sonora e estabilidade operacional.

“A proximidade e o tipo de atividade em causa têm elevado potencial de causar transtornos graves ao bom funcionamento da estação e à qualidade do serviço prestado aos ouvintes”, destaca o documento assinado pelo diretor da rádio, Pe. Jorge Cajucam.

Face à situação, a Rádio Sol Mansi solicita, com caráter de urgência, a suspensão imediata das atividades da empresa MAGI na área em frente às suas instalações. A rádio apela ainda à identificação de soluções viáveis que permitam uma convivência respeitosa entre as partes envolvidas, garantindo a continuidade do seu serviço de comunicação.

A nota termina com um apelo ao diálogo com as autoridades municipais e eclesiais, reforçando a total disponibilidade da rádio para colaborar na resolução do conflito.

Até ao momento, não houve qualquer reação pública por parte da Câmara Municipal de Bissau ou da empresa MAGI.

TEXTO: TV VOZ DO POVO - TIDJANE CANDE 

Imagem/Comunicado: RSM

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, foi recebido com um abraço fraterno por Alexander Lukashenko, Presidente da Bielorrússia, no Palácio da Independência, em Minsk.

Trata-se da primeira visita oficial de um Chefe de Estado da Guiné-Bissau à Bielorrússia.

Durante o encontro bilateral, os dois líderes reforçaram os laços de cooperação nos domínios da agricultura, educação, tecnologia, defesa e segurança.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Governo guineense promete pagar salários em atraso para acabar com greves

Por LUSA 

O secretário-geral do Ministério da Saúde da Guiné-Bissau, Suande Camará, disse hoje à Lusa que compreende as reivindicações dos funcionários que reclamam o pagamento de salários em atraso, assegurando que a situação será resolvida nos próximos tempos.

"Em termos das reivindicações, acho que quem trabalha e não recebe não é bom. Essas pessoas todas estão a reivindicar, algumas sobre o salário e outras sobre as melhorias de condições de serviço. Eu compreendo", declarou Camará.

O secretário-geral comentava dois dos principais motivos invocados por vários sindicatos do setor da saúde guineense para fazer greve ou anunciar paralisações laborais nos últimos tempos.

Por outro lado, em finais de 2024, o Governo suspendeu de funções um grupo de 230 técnicos do setor da saúde, dos denominados novos ingressos, alegando que a sua integração na Função Pública tinha ocorrido de forma ilegal.

Os sindicatos do setor têm exigido a sua reintegração e ainda o pagamento de 15 meses de salários correspondentes ao tempo em que trabalharam nos hospitais e centros de saúde do país.

A suspensão de funções destes técnicos tem sido um dos motivos das greves dos profissionais, mas o secretário-geral do Ministério da Saúde afirmou hoje que "ninguém foi suspenso" e que a sua reintegração está a ser tratada pelo Ministério das Finanças e por uma instituição internacional.

O que está em causa é a sua integração "de forma legal" na Função Pública, disse Suande Camará.

"Ninguém vai ficar de fora", observou o dirigente do Ministério da Saúde Pública guineense, que tem sido confrontado igualmente pelos sindicatos da saúde com exigências de cessação de nomeações de diretores e administradores de hospitais ou centros de saúde sem formação na área da saúde.

No passado mês de março, o sindicato dos trabalhadores do Hospital Regional de Bafatá, no leste do país e a segunda capital da Guiné-Bissau, ameaçou paralisar os serviços se o Governo não demitisse o diretor do hospital que alega ser um professor primário.

Vários sindicalistas abordados pela Lusa deram o Simão Mendes, em Bissau, hospital de referência no país, como o barómetro do setor e foco principal de todas as reivindicações que levam às greves de médicos, enfermeiros e pessoal de apoio.

A sindicalista Mariama Baldé Gamboa disse que a nomeação de um novo diretor-geral para o Simão Mendes está entre os oito pontos de uma greve geral anunciada para esta semana e suspensa a pedido do Governo, que prometeu resolver o problema até ao final da semana. 

Há vários meses que o Simão Mendes tem um diretor-geral interino, facto que os sindicatos contestam.

À Lusa, o secretário-geral do Ministério da Saúde confirmou que será nomeado um novo diretor para o Simão Mendes.

Contudo, rejeitou que seja motivo para as greves o Governo decidir nomear alguém sem formação médica para dirigir um hospital ou centro de saúde.

Um outro grupo de sindicatos do setor da saúde, agrupados na chamada Frente Social, também integrada por sindicatos do setor da educação, acusa o Governo de não ter como prioridade a saúde e a educação dos guineenses.

O porta-voz da Frente Social, Yoyo João Correia, afirmou que "a prioridade do Governo é com o setor da defesa e segurança" e que a sua organização está aberta a sentar-se à mesa com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, "se for o caso, até porque o Governo é da sua iniciativa".

Caso contrário, disse João Correia, a Frente Social "vai continuar com as greves" no setor da educação, no qual alguns trabalhadores estão com 12 meses de salários por receber.

A organização exige igualmente o fim de nomeações políticas nos hospitais e nas escolas públicas e melhorias de condições laborais.

Os profissionais de saúde também exigem segurança nos hospitais e centros de saúde, onde são frequentes relatos de furtos de crianças, assaltos de ladrões ou agressões aos técnicos por parte de utentes.


Leia Também: Investigadores estudam como arroz terá saído de cidade guineense

"Em Portugal, há um incentivo para estudar, mas depois não há um incentivo para permanecer em Portugal"

“Vivemos tempos paradoxais: nunca, como hoje, formámos tanta gente, tivemos jovens tão qualificados, mas os empresários dizem que têm falta de talento”, reflete Paulo Jorge Ferreira, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.  

Investigadores estudam como arroz terá saído de cidade guineense... Investigadores internacionais estão a estudar os vestígios encontrados em escavações arqueológicas na cidade guineense de Cacheu para determinar o impacto da escravatura e do colonialismo sobre práticas agrícolas, nomeadamente do arroz no mundo Atlântico.

© Lusa  07/05/2025 

A informação foi avançada à Lusa pelo arqueólogo português Rui Gomes Coelho, professor na Universidade de Durham, no Reino Unido, coordenador de uma equipa internacional que realizou, durante o mês de abril, escavações arqueológicas em Cacheu, norte da Guiné-Bissau.

A equipa, composta por cientistas portugueses, da Colômbia, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Inglaterra e Senegal realizou escavações arqueológicas numa antiga casa localmente conhecida pela residência de Honório Barreto, um antigo negreiro local.

Em 2022, a equipa tinha já escavado na antiga Casa Gouveia, hoje Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro de Cacheu.

Das escavações, Rui Gomes Coelho assinalou terem sido encontrados "vestígios orgânicos e artefactos" que agora estão a ser estudados para determinar como era a vida em Cacheu e quais as trajetórias que tomaram até aos dias de hoje.

"Por exemplo, saber que tipo de agricultura existia e que se fazia em Cacheu. Saber quando é que a cultura do arroz passou a ser importante e se o arroz que se produziu em Cacheu foi levado por escravizados para outras terras", observou o investigador português.

Relatos de outros cientistas e historiadores garantem existir evidências que indicam que o arroz africano teria sido levado por escravizados para o chamado "novo mundo" a partir da África Ocidental.

Além das análises ambientais, os cientistas também estão a realizar análises de radiocarbono (técnica usada para aferir a idade de vestígios orgânicos como carvões e ossos) para compreender as várias fases de ocupação de Cacheu.

Rui Gomes Coelho assinala que, durante as escavações realizadas em 2022 no atual Memorial de Escravatura e do Tráfico Negreiro, foram encontrados vestígios orgânicos "que mostram que existia uma ocupação em Cacheu antes da chegada dos portugueses".

Os vestígios encontrados neste local indicam também que inicialmente as casas ali erguidas eram de barro e mais tarde reerguidas com pedra, já no século XIX. 

Foram encontrados objetos europeus e chineses associados a essas casas, acrescentou o investigador português.

"Isso mostra que havia muito capital para investir em Cacheu", sublinhou Rui Gomes Coelho para destacar que Cacheu, entre os séculos XVI e XVIII, era o polo de tráfico "mais importante" da então região da Senegâmbia, que engloba o Senegal, Gâmbia e Guiné-Bissau.

A arqueologia, indicou ainda Coelho, mostra ainda que Cacheu "continuaria terra próspera mesmo com o fim formal da escravatura", embora, frisa, o dinheiro tivesse origem daquele negócio.

Na antiga casa de Honório Barreto, foram encontrados vestígios de objetos de uso pessoal que precisam ser estudados, nomeadamente louças chinesas, francesas e inglesas, cachimbos, missangas e material africano "provavelmente" produzido na região de Cacheu.

"Honório Barreto é uma figura ainda mal estudada", observou o investigador português, falando deste nativo local, filho de pai cabo-verdiano e de mãe guineense, que chegou a ser governador da então colónia da Guiné.

Rui Gomes Coelho ainda não tem em mãos todos os resultados da segunda escavação realizada no âmbito do projeto "Ecologias da liberdade: Materialidades da escravidão e pós-emancipação no mundo Atlântico", mas não tem duvidas da importância de Cacheu de ponto de vista arqueológico.

O projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal e executado pelas Universidades de Lisboa e de Durham, e conta ainda com a organização não-governamental guineense Ação para o Desenvolvimento como parceira local.


Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal: Encaminhamento da Nota Ref. Nº 0146/GTAPE/2025

 

Pelo menos 350 voos já foram cancelados ou sofreram atrasos na Rússia desde terça-feira, após os ataques com 'drones' realizados pelas forças ucranianas, anunciou hoje a associação de operadores turísticos russos.

© Getty Images  Lusa  07/05/2025 

 "No total, isto afetou pelo menos 350 voos e os planos de viagem de pelo menos 60.000 passageiros", indicou a associação, num comunicado.

As defesas aéreas da Rússia abateram na terça-feira mais de 100 'drones' ucranianos em várias regiões do país, incluindo a região de Moscovo, segundo o Ministério da Defesa russo, que descreveu a ocorrência de perturbações nas operações dos aeroportos russos.

As autoridades militares informaram que a maioria dos 'drones' foi abatida nas regiões de fronteira com a Ucrânia como Bryansk, Voronezh, Belgorod, Kursk e Rostov.

As defesas antiaéreas intercetaram 'drones' noutras regiões russas, nomeadamente em Penza, Kaluga, Lipetsk, Samara e Vladimir.

A Rússia e a Ucrânia continuam a atacar a retaguarda uma da outra, enquanto o Kremlin (presidência) rejeita o cessar-fogo imediato de pelo menos 30 dias, proposto por Kiev e apoiado por Washington.

Por outro lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, declarou um cessar-fogo entre quinta-feira e sábado, medida vista por Kiev como uma forma de evitar ataques a Moscovo durante as celebrações dos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, que são centrais na narrativa patriótica do Kremlin.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


Leia Também: Rússia limita acesso à Internet no Dia da Vitória (e garante segurança)

António Costa: O presidente do Conselho Europeu afirmou hoje, na celebração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, no Parlamento Europeu, que o conflito na Ucrânia transformou o continente, sem possibilidade de retorno.

© Lusa  07/05/2025 

 Guerra na Ucrânia "já transformou a Europa" e "não podemos voltar atrás"

O presidente do Conselho Europeu afirmou hoje, na celebração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, no Parlamento Europeu, que o conflito na Ucrânia transformou o continente, sem possibilidade de retorno.

"Não podemos voltar atrás no tempo", salientou António Costa, afirmando que a guerra lançada contra a Ucrânia pela Rússia "já transformou a Europa". 

O regresso da guerra à Europa, há já três anos, "reforçou a política de defesa comum, não sob a forma de um regresso ao militarismo, mas como um fator de dissuasão contra futuras agressões".

O ex-primeiro-ministro português defendeu ainda que uma defesa europeia verdadeiramente integrada tem de fazer parte da realidade atual da UE.

A agressão russa, por outro lado, aproximou os Estados-membros e parceiros na ajuda à Ucrânia e condenação da Rússia, elencando a cooperação com o Reino Unido, a Noruega, a Islândia e a Turquia.

Na cerimónia, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, salientou que a instituição "estará sempre ao lado daqueles que procuram a paz e contra aqueles que a destroem, pela liberdade e contra a tirania".

"A tarefa que hoje temos pela frente é a mesma de então: Honrar a memória, proteger a democracia e preservar a paz - uma paz que seja justa, real e duradoura", salientou.

Na ocasião estiveram presentes três veteranos, o belga Robert Chot e os polacos Janusz Komorowski e Janusz Maksymowiczm que receberam medalhas de bronze do Parlamento Europeu e, nos discursos, defenderam um futuro melhor.

A UE assinala hoje os 80 anos do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na Europa, e a capitulação dos nazis, em 08 de maio de 1945, na presença de três veteranos, que foram aplaudidos de pé na sessão plenária.