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Notícias ao Minuto 23/08/23
O presidente da Rússia defende que, "com ajuda dos países ocidentais, foi realizado um golpe de Estado" na Ucrânia, em 2014, e depois foi "desencadeada uma guerra" contra quem não concordava com a revolução.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu, esta quarta-feira, que a chamada "operação militar especial" na Ucrânia teve como objetivo "pôr fim à guerra que foi desencadeada pelo Ocidente e os seus satélites" contra "as pessoas que vivem no Donbass.
"A Rússia decidiu apoiar as pessoas que lutam pela sua cultura, pelas suas tradições, pela sua língua, pelo seu futuro. As nossas ações na Ucrânia são ditadas por apenas uma coisa - pôr fim à guerra que foi desencadeada pelo Ocidente e os seus satélites na Ucrânia contra as pessoas que vivem no Donbass", disse no seu discurso por videoconferência, na 15.ª cimeira dos BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, citado pela agência de notícias TASS.
Putin, que discursou à distância devido a um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmou que o "desejo" do Ocidente em manter a hegemonia no mundo "levou a uma grave crise na Ucrânia".
"Primeiro, com ajuda dos países ocidentais, foi realizado um golpe de Estado inconstitucional neste país, e depois uma guerra foi desencadeada contra aquelas pessoas que não concordaram com este golpe", defendeu Putin, referindo-se à revolução ucraniana de 2014, que levou à deposição do presidente pró-russo, Viktor Yanukovych.
"A guerra é cruel, a guerra de extermínio dura há oito anos", afirmou Putin.
Falando perante os líderes dos BRICS, o presidente russo afirmou que todos "são unânimes a favor da formação de uma ordem mundial multipolar que seja verdadeiramente justa e baseada no direito internacional, respeitando ao mesmo tempo os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas, incluindo a soberania e o respeito pelo direito de cada povo ao seu próprio modelo de desenvolvimento".
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 16 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.