POR LUSA 18/03/23
Milhões de nigerianos votaram hoje para eleger os governadores de estado, mas enfrentaram intimidação e violência em algumas cidades, no meio de tensões acrescidas após uma eleição presidencial, em fevereiro, que gerou polémica.
Foram escolhidos novos governadores para 28 dos 36 estados da Nigéria, com a oposição política a continuar a rejeitar a vitória do Presidente eleito, Bola Tinubu, que pertence ao partido governamental 'All Progressives Congress'.
Esta noite a contagem dos votos já tinha começado na maioria das mesas de voto em todo o país, embora não se espere que os vencedores, na maior parte dos estados, sejam anunciados antes de segunda-feira.
A votação foi adiada em alguns locais, inclusive dentro da cidade de Lagos, por medo de ataques a funcionários eleitorais.
O desempenho da Comissão Nacional Eleitoral Independente "melhorou consideravelmente em comparação com as eleições de 25 de fevereiro, mas a violência tem sido muito mais intensa em todo o país", disse Idayat Hassan, chefe do Centro para a Democracia e Desenvolvimento, o maior grupo defensor da democracia da Nigéria.
O grupo, que destacou mais de 1.200 observadores para as eleições, adiantou que a violência nas eleições foi mais intensa na região sul.
Os observadores locais YIAGA África disseram ter encontrado vários casos em que os eleitores foram intimidados e impedidos de votar, a menos que concordassem em votar em determinados partidos políticos.
Entre os locais referidos estava o estado de Lagos, onde o partido do Presidente eleito procura manter o gabinete do governador.
Nas eleições de hoje também aumentaram as alegações de compra de votos, segundo fontes locais. Devido ao programa em curso de troca de moeda há escassez de dinheiro no país.
Registou-se um recorde de 87,2 milhões de eleitores nas eleições de hoje, mas os observadores relataram uma baixa afluência às urnas, talvez até inferior à das eleições de fevereiro.
A participação de 26,7% de eleitores no mês passado foi a mais baixa da história nigeriana.
Embora a Nigéria seja a maior economia de África e um dos principais produtores de petróleo, a corrupção endémica e a má governação têm impedido o desenvolvimento do país.
A Constituição nigeriana concede poderes enormes aos governadores de estado, que são imunes a processos judiciais durante o mandato.
As sondagens mostraram que muitos cidadãos não têm um elevado nível de interesse nas eleições ou no desempenho dos governadores, uma tendência que, segundo os analistas, afeta o nível de responsabilização em todos os estados.
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