quinta-feira, 5 de junho de 2025

Ex-colaboradora de Diddy acusa o rapper de a pendurar numa varanda do 17.º andar... A testemunha, Bryana Bongolan, também relatou outros abusos e ameaças por parte de Sean "Diddy" Combs. Este testemunho faz parte do julgamento de tráfico sexual contra o magnata do hip-hop.

Por Sicnoticias   05/06/2025

Uma antiga designer gráfica de Sean "Diddy" Combs testemunhou na quarta-feira que o rapper a deixou pendurada numa varanda do 17.º andar enquanto gritava profanidades, deixando-a traumatizada e com terrores noturnos.  

Bryana "Bana" Bongolan, de 33 anos, amiga da antiga namorada de Combs, Cassie, cantora de R&B cujo nome verdadeiro é Casandra Ventura, disse aos jurados que o rapper a levantou por cima do corrimão durante 10-15 segundos antes de a puxar para trás e a atirar para a mobília do pátio.

"Estava com medo de cair", disse Bongolan aos jurados no julgamento federal de tráfico sexual do magnata do hip-hop, em Manhattan.

A mulher disse que o ataque de setembro de 2016, no apartamento de Cassie em Los Angeles, lhe provocou uma nódoa negra na perna e dores nas costas e no pescoço.

Eduardo Munoz

"Tenho pesadelos e muita paranoia e costumava gritar muito durante o sono, mas isso dissipou-se um pouco", disse Bongolan, diretora criativa e de marketing da sua própria agência de arte.

Segundo a mulher, a paranoia inclui abrir portas com cuidado e espreitar para dentro dos quartos antes de entrar. O seu último pesadelo foi há apenas alguns dias, disse.

Uma das várias testemunhas que acusam Combs de violência

Os advogados de Combs afirmaram que Bongolan era uma grande consumidora de drogas e sugeriram que poderia estar drogada durante o alegado ataque, o que a testemunha nega.

A antiga designer tem uma ação judicial pendente contra Combs.

Jane Rosenberg

Bongolan depôs durante a quarta semana de testemunhos no julgamento de Combs, e foi um prelúdio para a próxima grande testemunha de acusação: uma mulher que usa o pseudónimo "Jane", que alega ter sido abusada por Combs e obrigada a participar em maratonas sexuais "anormais" alimentadas por drogas. Espera-se que deponha na quinta-feira.

A antiga designer é uma das várias testemunhas que acusam Combs de violência e testemunhou que também o viu a abusar de Cassie.

Cassie testemunhou, ao longo de quatro dias, que Combs lhe batia e a sujeitava a centenas de cenas de violência. Outras testemunhas descreveram ter visto abusos semelhantes.

Bongolan e Cassie tinham "um grave problema de droga"

Antes de Bongolan, o perito em vídeo forense Frank Piazza testemunhou sobre as imagens de segurança de Combs a bater em Cassie, num corredor de um hotel de Los Angeles, em março de 2016. Os jurados viram as imagens mais de uma dúzia de vezes. Piazza também analisou 10 vídeos sexualmente explícitos do dispositivo de Cassie. Estes não foram mostrados.

Combs, de 55 anos, declarou-se inocente das acusações de gerir o seu império empresarial como uma empresa de extorsão, alegadamente utilizando empregados para permitir e ocultar o abuso sexual e físico de mulheres ao longo de duas décadas. Se for condenado, poderá apanhar uma pena de 15 anos a prisão perpétua.

Bongolan, uma de pelo menos três testemunhas a quem foi concedida imunidade, reconheceu que ela e Cassie tinham "um grave problema de droga".

A testemunha disse que, por vezes, colocavam cocaína na marijuana - um "Coco Puff" - e que vendia droga a Cassie semanalmente.

Jane Rosenberg

Bongolan, que fez trabalhos de design para as empresas de Combs, disse que ele lhe deu drogas três ou quatro vezes, incluindo ecstasy e cocaína, e que uma vez consumiu ketamina com Cassie e Combs durante oito horas, durante uma festa de Ano Novo em Miami, em 2017.

"Eu sou o diabo e posso matar-te"

Também testemunhou que Combs a ameaçou numa sessão fotográfica: "Eu sou o diabo e posso matar-te".

Bongolan disse que a agressão na varanda aconteceu depois de ele ter aparecido no apartamento de Cassie sem avisar, batendo com raiva na porta. Bongolan, que estava a dormir no sofá com a ex-namorada por perto, escondeu a ex na casa de banho e foi para a varanda "para agir casualmente" e procurar marijuana. Quando acendeu ou estava prestes a acender o charro, Combs agarrou-a.

A designer disse que Cassie, que estava a dormir no quarto, saiu e perguntou a Combs: "Acabaste de a pendurar na varanda?". Informado de que a ex-namorada de Bongolan também estava no apartamento, Combs saiu rapidamente, disse Bongolan.

Cassie contou o episódio no seu testemunho no mês passado, dizendo aos jurados: "Vi-o trazê-la de volta para o parapeito da varanda e depois atirá-la para a mobília do pátio."


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Portugal: Número de mulheres que interromperam a gravidez aumentou 5,5% em 2024

 Por  Sicnoticias 

Os dados constam de uma monitorização da Entidade Reguladora da Saúde sobre o acesso à interrupção voluntária da gravidez no Serviço Nacional de Saúde entre 2022 e 2024.

O número de mulheres que optaram por interromper a gravidez nas primeiras 10 semanas de gestação aumentou 5,5%, para quase 18 mil, em 2024, ano em que 28 de 40 Unidades Locais de Saúde (ULS) realizaram este procedimento.

Os dados constam de uma monitorização da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulgada esta quinta-feira sobre o acesso à interrupção voluntária da gravidez (IVG) no Serviço Nacional de Saúde (SNS) entre 2022 e 2024 e que concluiu que, nesse período, o número total de entidades a realizar este procedimento em Portugal continental manteve-se praticamente inalterado.

"No final de 2024, das 40 entidades hospitalares do SNS elegíveis para a realização de IVG, 28 encontravam-se a realizar o referido procedimento, mais uma do que em 2023", referem as conclusões do regulador, com base nos dados fornecidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na prática, foram 30 os hospitais do SNS a realizar IVG no final de 2024, uma vez que na ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro o procedimento foi efetuado nos hospitais de Vila Real e de Chaves e na ULS do Algarve nos hospitais de Faro e de Portimão.

A ERS adianta ainda que, no final de 2024, existia uma clínica privada com quem nove hospitais do SNS, que não efetuavam a IVG com recurso à sua capacidade interna, tinham protocolos estabelecidos para realização deste procedimento.

De acordo com o regulador, em 2024 foram realizadas 17.807 IVG por opção da mulher nas 10 primeiras semanas de gestação, o que representou num aumento de 5,5% em relação a 2023 e de 13% comparativamente a 2022.

Segundo os dados da ERS, o número de IVG subiu das 15.762 realizadas em 2022, para as 16.880 em 2023 e as 17.807 no último ano, a maioria das quais efetuadas nos hospitais do SNS, 67,2%.

Neste período de três anos, a maioria das utentes que recorreu a estabelecimentos do SNS para a realização de IVG fê-lo sem que tivesse havido referenciação de outra entidade, isto é, por iniciativa própria.

Em 2024, as IVG foram realizadas, em média, às 7,4 semanas de gestação, tendo-se registado uma ligeira diminuição nesse indicador face a 2022, refere ainda a ERS, ao adiantar que nos hospitais do SNS a quase totalidade dos procedimentos foi realizado com recurso ao método medicamentoso.

Os dados remetidos pela DGS à ERS indicam ainda situações em que o intervalo de tempo entre a consulta prévia da mulher e a interrupção da gravidez foi igual ou inferior a três dias, o que "constitui um indício do não cumprimento" desse período de reflexão.

"Para o acumulado do período analisado, identificaram-se 13.596 situações em que o tempo entre consulta prévia e a realização da IVG foi igual ou inferior a três dias, com a maioria dos casos a observar-se nos estabelecimentos oficias do SNS", alerta a ERS.

Já o tempo médio entre a consulta prévia e a intervenção da IVG foi de 6,7 dias em 2024, ligeiramente superior aos 6,5 de 2022 e aos 6,3 de 2023.

O acesso à (IVG) tem sido acompanhado por parte da ERS, que em 2023 determinou a abertura de um processo para monitorizar o cumprimento dos procedimentos em vigor para este tipo de procedimento.

Até 15 de maio, a ERS recebeu 37 reclamações sobre constrangimentos no acesso a IVG - 25 ocorridos em 2023, nove em 2024 e dois em 2025 - o que a levou a efetuar uma nova análise, através dos dados solicitados à DGS.

O acesso à IVG é um dos temas que serão debatidos nas jornadas que a ERS está a promover sobre os direitos e deveres dos utentes a cuidados de saúde com humanização.


Estudo alerta que stress de guerra na gravidez provoca abortos, doenças e morte prematura 


Dia Mundial do Ambiente centrado na poluição por plástico

Por LUSA 

O Dia Mundial do Ambiente centra-se hoje na luta contra a poluição de plásticos, um produto que já contaminou água, alimentos e ar e que cuja produção continua a aumentar, este ano 516 milhões de toneladas.

Marcado por uma mobilização global contra a poluição por plástico, o dia que hoje se assinala tem este ano como país anfitrião a Coreia do Sul e como lema "Combater a poluição por plástico".

O Dia Mundial do Ambiente acontece exatamente dois meses antes de uma nova reunião mundial para negociar um tratado global para acabar com a poluição por plásticos.

Na página oficial sobre a efeméride a ONU destaca que a poluição por plásticos está presente em todos os cantos do planeta mas também nos corpos humanos, sob a forma de microplásticos, e explica que o Dia tem como objetivo encorajar pessoas, organizações, indústrias e governos a adotarem práticas sustentáveis que conduzam a uma mudança sistémica.

"A poluição por plásticos está a sufocar o nosso planeta, prejudicando os ecossistemas, o bem-estar e o clima. Os resíduos de plástico entopem os rios, poluem os oceanos e põem em perigo a vida selvagem", diz o secretário-geral da ONU numa mensagem para o Dia Mundial do Ambiente.

A ONU destaca na página dedicada ao Dia Mundial do Ambiente a dispersão do plástico, ainda que não o diabolize, afirmando que o material trouxe benefícios inegáveis, desde a poupança de energia à conservação de materiais.

A coordenadora do Pacto Português para os Plásticos (PPP), Patrícia Carvalho, em declarações à agência Lusa também frisa que a luta não é contra o plástico mas sim contra a má utilização do plástico, um material que é útil em muitas áreas.

Otimista, considera que as pessoas estão mais informadas e atentas, e que se passou a fase de diabolizar o plástico para outra de entendimento de que é preciso agir. Mas "é preciso mais ação", é preciso mais reciclagem, uma área cujas metas não estão a ser cumpridas.

Em Portugal o dia é assinalado com iniciativas como conferências, apresentação de medidas ambientais ou mesmo o lançamento de um livro, sempre alertando para a degradação ambiental.

Aproveitando a data a organização "Apadrinha uma Oliveira", criada há dois anos, propõe precisamente o apadrinhamento de uma oliveira como forma de combater as alterações climáticas.

Se de repente 100.000 oliveiras desaparecessem seriam libertados para a atmosfera 300 mil toneladas de dióxido de carbono, diz a organização, que tem como objetivo recuperar oliveiras centenárias abandonadas, que já acumularam milhares de quilos de carbono. Já recuperou mais de 4.000 oliveiras.

O Dia Mundial do Ambiente foi criado pela ONU em 1972, na primeira conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento humano, em Estocolmo.

Segundo estimativas da organização até 2060 o consumo global anual de plástico deve atingir mais de 1,2 mil milhões de toneladas.


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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu à Rússia "apoio incondicional" na guerra contra a Ucrânia, que dura há mais de três anos, avançou hoje a imprensa estatal norte-coreana.

Por  LUSA 

Kim Jong-un promete "apoio incondicional" da Coreia do Norte à Rússia

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu à Rússia "apoio incondicional" na guerra contra a Ucrânia, que dura há mais de três anos, avançou hoje a imprensa estatal norte-coreana.

Kim falava num encontro com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, que visitou pela segunda vez a capital norte-coreana em menos de três meses, disse a agência de notícias oficial KCNA.

Na reunião, realizada na quarta-feira, o líder norte-coreano garantiu que Pyongyang "apoiará incondicionalmente a posição e a política externa da Rússia em todas as questões internacionais cruciais, incluindo a questão ucraniana".

Kim manifestou "a sua convicção de que a Rússia, como sempre, alcançará a vitória na sua causa sagrada de procurar a justiça", acrescentou a agência.

As duas partes concordaram em "continuar a fortalecer gradualmente" as relações, segundo a KCNA.

A embaixada russa em Pyongyang referiu na plataforma de mensagens Telegram que os dois líderes "trocaram opiniões sobre a situação em torno da crise ucraniana e na península coreana".

A visita à Coreia do Norte de Sergei Shoigu, antigo ministro da Defesa, ilustra a crescente aproximação entre os dois países.

Moscovo e Pyongyang reforçaram a cooperação militar nos últimos anos, com a Coreia do Norte a fornecer armas e tropas para apoiar a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Os dois países assinaram um acordo de defesa mútua durante a visita do Presidente russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte, em 2024.

Um contingente de soldados norte-coreanos participou, ao lado do exército russo, nos combates na região russa de Kursk, situada junto à fronteira com a Ucrânia. As tropas de Kiev tinham ocupado parte da região numa ofensiva surpresa no verão de 2024.

O Conselho de Segurança da Rússia, um importante órgão consultivo que se reúne regularmente com Putin, tinha anunciado anteriormente que as discussões lideradas pelo líder russo se concentrariam na "implementação de certas cláusulas" do tratado de parceria entre Moscovo e Pyongyang, bem como na homenagem a prestar aos "combatentes coreanos que participaram na libertação da região de Kursk".

Em abril, a Coreia do Norte confirmou pela primeira vez que tinha enviado tropas para a frente ucraniana ao lado do exército russo.

Em 29 de maio, os Estados Unidos e dez aliados afirmaram que a cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte viola flagrantemente as sanções da ONU e tem ajudado Moscovo a intensificar os ataques com mísseis contra cidades ucranianas.

As acusações constam do primeiro relatório desde que 11 países -- EUA, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Países Baixos, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Reino Unido -- se uniram para fiscalizar as sanções contra Pyongyang.

Donald Trump, proibiu a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de 12 países, entre os quais a Guiné Equatorial, para "proteger" o país de "terroristas estrangeiros", segundo uma proclamação publicada pela Casa Branca na quarta-feira.

Por LUSA 

"Terroristas". Trump proíbe a entrada nos EUA a cidadãos de 12 países

Donald Trump, proibiu a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de 12 países, entre os quais a Guiné Equatorial, para "proteger" o país de "terroristas estrangeiros", segundo uma proclamação publicada pela Casa Branca na quarta-feira.

A proibição assinada pelo Presidente dos Estados Unidos, que entra em vigor a 09 de junho, para além do estado membro Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), aplica-se ao Afeganistão, Birmânia, Chade, República Democrática do Congo, Eritreia, Haiti, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

"A entrada nos Estados Unidos de nacionais da Guiné Equatorial como imigrantes e não-imigrantes é totalmente suspensa", proclama Trump.

Sete outros países estão sujeitos a restrições, designadamente, o Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turquemenistão e Venezuela.

A proibição e restrições aplicam-se tanto à entrada de imigrantes como de não imigrantes, especifica a ordem executiva assinada por Trump e é divulgada poucos dias depois do atentado no Colorado.

No domingo, um homem lançou engenhos incendiários contra os participantes numa marcha semanal no Colorado em apoio aos reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza. Segundo a Casa Branca, o presumível autor do ataque encontrava-se em território norte-americano "ilegalmente".

"É política dos Estados Unidos proteger os seus cidadãos contra ataques terroristas e outras ameaças à segurança nacional ou à segurança pública", explica o documento.

"Os protocolos e procedimentos de rastreio e verificação associados à concessão de vistos e a outros processos de imigração desempenham um papel fundamental na aplicação dessa política", reforçando a capacidade do país "detetar estrangeiros que possam cometer, ajudar ou apoiar atos de terrorismo, ou que, de outra forma, representem uma ameaça à segurança", acrescenta ainda a proclamação.


Leia Também: Donald Trump justificou a proibição de entrada nos Estados Unidos a nacionais de 12 países, incluindo a Guiné Equatorial, com a determinação de impedir que aconteça em solo norte-americano "o que aconteceu na Europa". 

quarta-feira, 4 de junho de 2025

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, e o Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, fizeram uma declaração conjunta à imprensa, reafirmando o compromisso de fortalecer a cooperação bilateral.

Anwar Ibrahim expressou o desejo de ver a Guiné-Bissau como porta de entrada da Malásia no mercado africano, através da Zona de Comércio Livre Continental Africana.

O Chefe de Estado guineense considerou a visita histórica e frutífera, destacando os compromissos assumidos nas áreas da formação, agricultura, saúde e indústria.


Presidência da República da Guiné-Bissau

Migrações: Argélia repatriou mais de 16 mil pessoas para o Níger em dois meses.... A Argélia repatriou para o Níger, desde abril, mais de 16 mil migrantes africanos em situação irregular, incluindo mulheres e crianças, o que representa mais de metade das expulsões em 2024, anunciaram hoje as autoridades nigerinas.

© Reuters   Por  Lusa  04/06/2025

Desde 2014, os migrantes irregulares do Níger e de outros países africanos têm sido regularmente expulsos da Argélia, um ponto de trânsito para a Europa.

No domingo e na segunda-feira, um total de 1.466 migrantes chegaram a Assamaka, uma cidade na fronteira com a Argélia, disseram hoje as autoridades da prefeitura de Arlit, uma cidade no norte do Níger.

O primeiro grupo, que chegou no domingo, era composto por 688 nacionais de cerca de dez países da África Ocidental, incluindo 239 nigerianos, detalharam as autoridades.

O segundo grupo, de 778 nigerianos, incluindo 222 menores, chegou na segunda-feira em 13 camiões e uma carrinha, acrescentaram.

Entre 01 e 30 de maio, 8.086 migrantes (5.287 do Níger e 2.799 de outras nacionalidades africanas) tinham sido expulsos por Argel, segundo uma contagem das autoridades.

Em abril, outros 6.737 foram reconduzidos para o Níger, segundo as autoridades.

Estas expulsões representam mais de metade dos 31 mil migrantes que Argel terá repatriado durante todo o ano de 2024, muitas vezes em "condições brutais", segundo a organização não-governamental (ONG) local Alarme Phone Sahara.

Esta ONG denunciou recentemente uma "violação dos direitos humanos" e exigiu "o fim imediato das detenções e expulsões em massa" por parte da Argélia.

Em meados de maio, as autoridades nigerinas anunciaram que previam repatriar "mais de 4 mil migrantes" para o seu país de origem até julho, a fim de evitar "uma catástrofe humanitária" no norte do Níger, acelerando uma operação regular de repatriamento levada a cabo pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU.

No final de janeiro, o general Mohamed Toumba, ministro do Interior do Níger, declarou que esta situação "perturbava o equilíbrio da segurança" no país, governado por um regime militar

O Presidente da República, foi recebido com honras de Estado pelo Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, na residência oficial em Kuala Lumpur, assinalando a primeira visita oficial de um Chefe de Estado guineense à Malásia desde 1974.

Durante o encontro, as duas delegações abordaram o reforço das relações bilaterais, a cooperação económica e o papel dos dois países na Zona de Comércio Livre Continental Africana e na Nova Rota da Seda.

A visita culminou com a assinatura de um Acordo Geral de Cooperação nas áreas da agricultura, educação e comércio, consolidando o compromisso mútuo de aprofundar a parceria entre Guiné-Bissau e Malásia.

Presidência da República da Guiné-Bissau

Cabo Verde define regras para entrada de aviões de estado e estrangeiros... Cabo Verde alinhou hoje com o contexto mundial a lei que regula a entrada de aeronaves de Estado, acrescentando parâmetros para autorizar navios de guerra e outras forças estrangeiras, no seu território, à legislação datada de 1978.

 © Lusa  04/06/2025

"A organização político-militar do Estado, os compromissos internacionais assumidos e a integração de Cabo Verde em organizações internacionais" mudaram, tornando-se "importante" proceder à atualização das regras, justifica a introdução ao decreto-lei publicado em Boletim Oficial.

Além de atualizar "o anterior regime relativo à entrada de aeronaves de Estado estrangeiras em território nacional, em tempo de paz", o decreto preenche "uma lacuna existente no ordenamento jurídico nacional quanto a normas para regular a entrada de navios de guerra estrangeiros e, também, a entrada, permanência e movimentação das forças estrangeiras que se desloquem por via terrestre".

A lei estabelece ainda que "não é permitido aos submarinos estrangeiros entrar submersos ou imergir em território nacional".

O novo diploma disciplina também o transporte de mercadorias perigosas por via aérea, marítima e terrestre, tendo presentes as recomendações das Nações Unidas.

Os levantamentos aéreos, ou seja, recolha de imagem, som ou outros dados, realizada em voos, tripulados ou por "drones", devem ser encaminhados para a Autoridade Aeronáutica Militar (AAM), cuja criação foi também hoje publicada em Boletim Oficial.

"A AAM vem suprir uma lacuna no ordenamento jurídico nacional" depois da aquisição do primeiro meio aéreo da Guarda Costeira, apresentado em abril.

Cabo Verde pretende ter "um regime jurídico atualizado, coerente e ágil" para lidar com as movimentações de outras forças em tempo de paz, definindo os tipos de autorizações necessárias, exceções e respetivos procedimentos, informou.

Os decretos-lei aprovados pelo Conselho de Ministros entram em vigor na quinta-feira.



Guiné-Bissau: Setores da Saúde e Educação na Bissau anunciam greve geral de três dias... Os setores da Saúde e da Educação na Guiné-Bissau devem iniciar na segunda-feira, dia 09, uma greve geral de três dias, disse hoje à Lusa o porta-voz da Frente Social, que criticou alegados incumprimentos do Governo.

© Lusa  04/06/2025 

A posição da Frente Social, que engloba os sindicatos dos dois setores, é a resposta "à falta de cumprimento de um memorando" assinado com o Governo no passado mês de março e que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, prometeu "mandar fazer cumprir" no passado mês de maio, afirmou Yoyo João Correia.

Sissoco Embaló pediu, no dia 15 de maio último, que a Frente Social suspendesse a greve geral então convocada para que o Governo pudesse encontrar solução para as reivindicações dos sindicatos.

"Tendo em conta o não cumprimento por parte do Governo, mais uma vez a Frente Social é obrigada a entrar com um novo pré-aviso de greve, que deve iniciar na próxima segunda-feira, como forma de pressionar o Governo no sentido de cumprir com o memorando de entendimento", afirmou Yoyo João Correia.

O compromisso, disse o sindicalista, seria pagar, pelo menos, nove meses de salários em atraso aos profissionais da saúde "que já estão há um ano e meio sem salário, e continuar a pagar nos meses seguintes".

No caderno reivindicativo, a Frente Social denuncia que os chamados novos ingressos no setor da saúde estão há 17 meses sem receber salário, exige o cumprimento da lei para as nomeações de diretores de escolas e hospitais e ainda melhorias de condições de serviço.

As greves também têm como finalidade exigir o pagamento de um conjunto de subsídios consagrados na lei, mas que os profissionais de saúde e educação não têm recebido, segundo a Frente Social.

A plataforma exige igualmente que se esclareça a denúncia da Ordem dos Enfermeiros da Guiné-Bissau, segundo as quais vários profissionais daquele ramo da atividade médica teriam sido colocados no sistema sem estarem habilitados com carteira profissional.

O porta-voz da Frente Social exortou os funcionários dos dois setores a manterem a unidade para que possam, de uma só voz, pressionar o Governo e desta forma ter melhores salários e condições laborais.

"Só unidos é que podemos resgatar alguma coisa, que podemos ter melhores salários, melhores condições laborais, ver melhores salários a serem pagos, mas também podermos ter conquistas de outras condições importantes no mundo laboral", destacou João Correia.

A acontecer, a greve marcada para começar na segunda-feira será a quinta vaga de paralisações promovidas pela Frente Social nos últimos 16 meses.


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Reino Unido aumenta 10 vezes transferência de 'drones' para Kyiv... O Governo britânico anunciou hoje uma subida significativa do investimento no fornecimento de 'drones' à Ucrânia, prevendo aumentar dez vezes a transferência destes aparelhos para 100 mil este ano.

© Getty Images/Ben Birchall/PA Images    Lusa   04/06/2025

Trata-se de um investimento recorde de 350 milhões de libras (cerca 415 milhões de euros), segundo um comunicado da Defesa britânica, que indicou que esta iniciativa faz parte do pacote de apoio militar de Londres avaliado em 4,5 mil milhões de libras (5,344 mil milhões de euros) para este ano.

"Como as Forças Armadas ucranianas demonstram grande eficácia na utilização de 'drones' para se defenderem da invasão ilegal de [Presidente russo, Vladimir] Putin, o Reino Unido decidiu redobrar os seus esforços e aumentar os acordos com as empresas britânicas do setor, incluindo as pequenas e médias empresas", referiu o documento.

"As unidades ucranianas confirmaram que os 'drones' entregues pelo Reino Unido são úteis para estabilizar a linha da frente, interrompendo os ataques russos e ajudando a proteger as vidas ucranianas", justificou o Governo britânico.

O Governo salientou o impacto positivo na economia e no emprego no Reino Unido, no âmbito do "plano de mudança".

Além disso, anunciou que irá atribuir mais 247 milhões de libras (293 milhões de euros) à formação de soldados ucranianos em território britânico, no âmbito da "Operação Interflex", que possibilitou o treino de 55 mil recrutas até à data.

O secretário de Estado para a Defesa, John Healey, comentou que Londres "está a aumentar o seu apoio à Ucrânia com o envio de milhares de 'drones' adicionais ao longo do resto deste ano" e descreveu este contributo como um "importante ponto de viragem" no fornecimento de munições vitais.

"Estamos a aprender todos os dias no campo de batalha na Ucrânia, e esta situação levou as empresas britânicas a aproveitar esta oportunidade para desenvolver 'drones' mais avançados para proteger os civis ucranianos e reforçar a segurança nacional", acrescentou.

Na segunda-feira, o Reino Unido já tinha anunciado que vai construir até 12 submarinos de ataque nuclear e seis fábricas de munições. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, no âmbito do seu compromisso com o rearmamento face a ameaças como a russa.

Durante uma visita a Glasgow, na Escócia, o líder trabalhista detalhou a sua estratégia para tornar o Reino Unido numa nação "pronta para o combate" e equipada para as próximas décadas.

"A ameaça que enfrentamos hoje é mais séria, mais imediata e mais imprevisível do que em qualquer outro momento desde a Guerra Fria", declarou.

Starmer apontou a guerra em curso na Europa, novos riscos nucleares, ataques cibernéticos diários e a crescente ameaça russa nas águas e espaço aéreo do Reino Unido.

Entre as principais medidas anunciadas está a construção de até 12 submarinos nucleares equipados com armas convencionais, no âmbito da aliança militar AUKUS com os Estados Unidos e a Austrália, que irão substituir a atual frota até ao final da década de 2030.

Keir Starmer confirmou ainda que o Reino Unido vai gastar 15 mil milhões de libras (17,7 mil milhões de euros) no seu programa de ogivas nucleares.

Este anúncio faz parte do "fortalecimento da dissuasão nuclear como a garantia máxima de segurança" do seu país, justificou.

Ao mesmo tempo, anunciou a criação de seis novas fábricas de munições, que deverão gerar cerca de mil postos de trabalho.

No final de fevereiro, o primeiro-ministro britânico anunciou um aumento sem precedentes das despesas com a defesa desde o fim da Guerra Fria, passando de 2,3% para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2027, com a ambição de atingir os 3% na próxima legislatura.

"Quando somos diretamente ameaçados por Estados com forças militares avançadas, a forma mais eficaz de os dissuadir é estarmos preparados e, francamente, mostrar-lhes que estamos preparados para alcançar a paz pela força", argumentou.

No domingo, num artigo de opinião no tabloide The Sun, Starmer nomeou o Irão e a Coreia do Norte como países que representam uma ameaça, além da Rússia.

Londres pretende uma evolução das suas Forças Armadas integrando ainda mais avanços como os 'drones' e a Inteligência Artificial, e na semana passada anunciou a criação de um comando dedicado às capacidades cibernéticas, tanto defensivas como ofensivas.

A segurança europeia e o papel do Reino Unido na NATO estão no centro desta revisão da estratégia de defesa, reiterou Starmer, numa altura em que os Estados Unidos pressionam os seus aliados para investirem mais em defesa.

"A nossa política de defesa dará sempre prioridade à NATO", assegurou o chefe do Governo.


Leia Também: Rússia convoca embaixador do Japão por "ações irresponsáveis" ...  A Rússia convocou hoje o embaixador japonês, devido a uma série de manobras militares com fogo real perto da fronteira russa que representam "um perigo" para "a integridade dos cidadãos e a segurança dos transportes".

Explosão subaquática deixou estrutura da ponte da Crimeia "em estado crítico". Operação "levou meses a executar"

Ponte de Kerch (AP)   cnnportugal.iol.pt

Rússia insiste que a explosão na ponte da Crimeia não causou “quaisquer danos” na infraestrutura

O ataque ucraniano com minas subaquáticas que atingiu na terça-feira a ponte de Kerch, que faz a ligação entre a Rússia e a península da Crimeia, deixou a estrutura da ponte "em estado crítico", segundo um relatório do Instituto para o Estudo da Guerra, que cita os Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU).

De acordo com o SBU, agentes dos serviços "minaram os pilares de apoio subaquáticos da ponte de Kerch e detonaram o equivalente a 1.100 kg de TNT às 04:44 do dia 3 de junho", no âmbito de uma operação que "levou meses a planear e executar", sem adiantar mais detalhes sobre o planeamento da mesma.

Imagens geolocalizadas mostram uma explosão na base da ponte de Kerch e detritos a voar.

Como resultado, "a integridade estrutural da ponte está em estado crítico", refere-se no relatório do Instituto para o Estudo da Guerra, que cita o SBU. Apesar de a explosão não ter danificado a estrada, "a força da explosão fez projetar elementos estruturais para a estrada", acrescenta-se.

Os danos causados "prejudicam a capacidade da Rússia de reabastecer as unidades e instalações russas na Crimeia", indicou o porta-voz da Marinha ucraniana, o capitão Dmytro Pletenchuk, citado pelo think tank norte-americano. A explosão obrigou à suspensão temporária do tráfego rodoviário na ponte.

Já as autoridades russas insistem que a explosão na ponte da Crimeia não causou “quaisquer danos”.

“Houve de facto uma explosão”, admitiu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas. "Nada foi danificado. A ponte está a funcionar", garantiu.

MNE russo afirma que Ucrânia rejeitou trégua de curta duração... O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse hoje que a Ucrânia rejeitou a trégua de dois a três dias que Moscovo propôs na segunda-feira para recuperação de militares caídos em combate.

© EVGENIA NOVOZHENINA/POOL/AFP via Getty Images   Lusa   04/06/2025

"Penso que este é simplesmente um erro grave do regime de Kyiv, nomeadamente a recusa categórica e grosseira de [Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelensky em aceitar esta proposta", declarou Lavrov numa reunião governamental presidida pelo líder do Kremlin, Vladimir Putin, e transmitida pela televisão russa. 

A Rússia propôs um cessar-fogo parcial "de dois a três dias em certos setores da frente de batalha" para que os comandantes possam recuperar os corpos dos seus soldados, durante a segunda ronda de conversações entre as partes que decorreu na segunda-feira em Istambul.

"Isto será agora discutido pelos nossos especialistas militares com os ucranianos", indicou o chefe dos negociadores russos, Vladimir Medinsky, explicando que em certas zonas a situação sanitária é perigosa e existe "o risco de uma epidemia", pelo que curtas tréguas permitiriam que estes corpos fossem rapidamente retirados.

Nesse sentido, disse que os russos entregarão unilateralmente 6.000 corpos de soldados e oficiais na sua posse, o que foi confirmado pela delegação de Kyiv no final da reunião.

Como resultado do encontro em Istambul, Rússia e Ucrânia acordaram também a troca de todos os prisioneiros até aos 25 anos, bem como de todos os que estão doentes ou gravemente feridos.

A Rússia divulgou entretanto a sua proposta de paz, que inclui as suas exigências maximalistas de reconhecimento internacional sobre as quatro províncias que ocupa parcialmente na Ucrânia, além da Península da Crimeia, e a retirada das tropas ucranianas destes territórios antes de assinar um cessar-fogo.

Moscovo pretende também a rejeição dos planos de Kyiv de adesão à NATO e dos seus projetos de militarização.

A Ucrânia por seu lado recusa ceder a soberania sobre aqueles territórios e exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de avançar nas conversações.

O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, que chefiou a delegação do seu país na Turquia, pediu hoje um sinal de unidade da NATO para manter o seu apoio a Kyiv face ao que considerou ultimatos russos.

"A Ucrânia envia as suas equipas a todo o momento para negociações, mas vemos que, por enquanto, os ultimatos continuam", lamentou o ministro ucraniano, antes da reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia, que reúne 50 aliados militares de Kyiv.

Neste sentido, Umerov reiterou a sua gratidão para com os países que ajudam a Ucrânia no campo de batalha e expressou a sua expectativa de "anúncios positivos" dos aliados em relação a novos apoios.

"Esperamos alcançar a unidade e mostrar a nossa resiliência e um sinal de unidade mais uma vez", acrescentou o governante ucraniano, que, na véspera, já tinha pedido pressão para se alcançar uma "paz genuína e não um simulacro de negociações".

No mesmo sentido, o Presidente ucraniano referiu-se hoje igualmente a "um ultimato" de Moscovo, reiterando a proposta para um encontro tripartido de alto nível com os seus homólogos russo e norte-americano, Donald Trump, porque o atual formato negocial já "não tem sentido".


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Leia Também: O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta quarta-feira, que o país não teria lançado a operação 'Spider's Web' ('Teia de Aranha') se a Rússia tivesse aceitado os apelos de Kyiv por um cessar-fogo. 

Descoberta nova classe de antibióticos naturais no corpo humano... A descoberta, de uma equipa de cientistas liderada pela Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) e publicada na revista científica Molecular Systems Biology, pode abrir caminho para tratamentos "mais eficazes" contra infeções resistentes aos antibióticos convencionais, refere a Universidade Autónoma de Barcelona num comunicado hoje divulgado.

© Shutterstock  Lusa  04/06/2025 

Cientistas identificaram uma nova classe de peptídeos antimicrobianos em proteínas do corpo humano, uma fonte de "antibióticos naturais" capazes de eliminar bactérias multirresistentes responsáveis por infeções hospitalares graves.

A descoberta, de uma equipa de cientistas liderada pela Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) e publicada na revista científica Molecular Systems Biology, pode abrir caminho para tratamentos "mais eficazes" contra infeções resistentes aos antibióticos convencionais, refere a Universidade Autónoma de Barcelona num comunicado hoje divulgado.

O estudo centrou-se na análise de mais de uma centena de "proteínas de ligação a glicosaminoglicanos (HBP)", que normalmente ajudam em processos como a coagulação do sangue ou a inflamação.

O investigador do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UAB e coordenador do trabalho, Marc Torrent, explicou que a investigação se baseia numa observação curiosa: "Certas proteínas do nosso corpo que se ligam à heparina, uma molécula que regula processos como a coagulação e a inflamação, também podem reconhecer estruturas semelhantes encontradas na superfície de bactérias perigosas".

A partir dessa ideia, os investigadores identificaram e sintetizaram fragmentos dessas proteínas com "potencial antimicrobiano" e selecionaram cinco peptídeos que mostraram uma atividade potente contra bactérias responsáveis por infeções graves em hospitais.

Um dos peptídeos, ao qual chamaram 'HBP-5', revelou-se especialmente promissor, uma vez que não só elimina bactérias em laboratório de forma eficaz, mesmo em concentrações muito baixas, como também atua num modelo de sépsis em ratos infetados, no qual o tratamento conseguiu reduzir a carga bacteriana de forma significativa.

"Estes peptídeos destacam-se pela sua potência e especificidade, com uma toxicidade muito baixa nas células humanas, o que indica que podem ser seguros como base para futuros tratamentos", explicou Marc Torrent.

Segundo o investigador, com esta descoberta "abre-se a porta a uma nova família de antibióticos derivados de proteínas próprias do corpo, com a vantagem de poderem atuar especificamente contra bactérias resistentes sem afetar as células saudáveis".


OMS: Água potável responsável por 18% dos óbitos por diarreia em Portugal... A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou hoje que 5% da população portuguesa vive sem água potável segura e 7% sem saneamento seguro, alertando que essas falhas são responsáveis por 18% das mortes por diarreia.

© Shutterstock   Lusa   04/06/2025

Na atualização de 2024 dos indicadores de desempenho de Saúde e Ambiente para 194 países, hoje divulgada, a OMS não tem dados sobre o financiamento para a implementação do plano nacional para água potável, saneamento e higiene pessoal adequada.

O documento oferece uma visão geral dos valores ideais dos indicadores que os países devem alcançar, definindo prioridades para "criar populações mais saudáveis através de ambientes saudáveis".

Os quadros de pontuação dos países, lembra a OMS, são limitados pela disponibilidade de dados, podendo não incluir todas as áreas da saúde e do ambiente ou outras informações relevantes.

No panorama português, a OMS indica que a qualidade do ar, embora seja considerada segura para todos os cidadãos, tem impacto em 10% das mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e isquemia cardíaca.

A OMS observa que a poluição do ar provoca "muitas outras doenças e resultados adversos para a saúde", justificando que, para o quadro de Portugal, apenas o AVC e a isquemia cardíaca foram escolhidos.

O documento refere, no entanto, que Portugal segue as normas legais para a emissão de partículas finas (PM2,5) da União Europeia (UE), mas não tem políticas em conformidade com as Diretrizes de Qualidade do Ar da OMS.

Os combustíveis e as tecnologias limpas são aqueles que atingem os níveis de PM2,5 e monóxido de carbono (CO) recomendados nas Diretrizes de Qualidade do Ar da OMS (2021).

Os combustíveis limpos incluem a energia solar, elétrica, biogás, gás natural, gás de petróleo liquefeito (GPL) e combustíveis alcoólicos, incluindo o etanol.

Desconhecendo a avaliação e plano nacional e o compromisso de Portugal com o Programa de Saúde da cimeira sobre as alterações climáticas (COP26), a OMS salienta que são usados 69% dos combustíveis fósseis e da tradicional de biomassa no consumo final total de energia.

Sobre a biodiversidade, foi possível detetar que Portugal tem 17% da área terrestre e marinha protegida, mais de metade do proposto na meta global de 2030.

Quanto ao uso de químicos, Portugal regista menos de uma morte por envenenamento por 100.000 crianças menores de cinco anos por ano.

Em relação à saúde ocupacional, a OMS diz que 3% dos trabalhadores estão expostos a jornadas de trabalho prolongadas.

Os indicadores de desempenho mostram que há uma média de 19 mortes por 100.000 pessoas em idade ativa por doenças resultantes de riscos profissionais e dois óbitos por lesões decorrentes de riscos profissionais, por ano.

Sobre os estabelecimentos de saúde sem serviços básicos, a OMS não encontrou dados.


“Os Estados Unidos continuarão a defender cada centímetro do território da NATO”... EUA garantem compromisso total com Aliança mas exigem investimento aliado

Por CNN 

O embaixador dos EUA junto da NATO, Matthew Whitaker, assegurou esta quarta-feira que o compromisso norte-americano com a Aliança "permanece total e inabalável", mas exigiu que os aliados europeus aumentem com urgência os gastos em defesa.

“Os Estados Unidos continuarão a defender cada centímetro do território da NATO”, afirmou Whitaker, numa videoconferência de imprensa na sede da Aliança, em Bruxelas, em que a Lusa participou, e onde falou das propostas que Washington vai levar à cimeira da NATO, deste mês, em Haia.

“É fundamental que todos os aliados assumam plenamente a sua responsabilidade. Cada aliado deve investir pelo menos 5% do PIB [produto interno bruto] em defesa e segurança, começando agora. Isto não é uma sugestão — é a base do nosso poder de dissuasão”, acrescentou Whitaker.

Para o representante dos Estados Unidos na NATO, a meta de 2032 para os aliados europeus atingirem os 5% do PIB, proposta pelo secretário-geral da Aliança, Mark Rutte, pode não ser suficiente, tendo em conta a urgência das ameaças com que a Europa lida.

Whitaker deixou claro que gostaria de ver o aumento de gastos em defesa acelerar já nos próximos meses e disse que vai levar essa proposta à cimeira de Haia.

A proposta norte-americana — impulsionada pelo Presidente Donald Trump — representa um salto ambicioso face à meta de 2% estabelecida em 2014.

Essa referência, frequentemente ignorada por muitos países-membros, tem sido “durante décadas um objetivo distante”, embora o embaixador tenha admitido que “hoje, graças à liderança inovadora da América, estamos a assistir a um movimento real” de avanço nesse setor financeiro.

Whitaker lembrou que, desde as eleições presidenciais norte-americanas de novembro passado, mais de 20 países aliados anunciaram aumentos substanciais nos orçamentos de defesa.

“Antecipamos que todos os aliados atinjam ou ultrapassem os 2% ainda este ano”, disse, mas advertiu que esse progresso “não é suficiente”.

Questionado sobre a razoabilidade da nova meta, Whitaker respondeu com pragmatismo militar.

“As ameaças à NATO estão a crescer, e os nossos adversários não vão esperar que nos preparemos. Precisamos de forças modernizadas e prontas para combater qualquer ameaça — seja ela convencional, nuclear, cibernética ou híbrida”.

Para Washington, o novo limiar de 5% não deve ser uma meta para a próxima década, mas um objetivo com caráter de urgência.

“Preferimos que os nossos aliados avancem com rapidez. Não podemos repetir erros como os de alguns países que apresentam planos que são promessas que só se cumprem daqui a 10 ou 11 anos”.

Whitaker reiterou que o compromisso norte-americano com o artigo 5.º do Tratado da Aliança — o princípio da defesa coletiva — continua firme, mas lembrou também o artigo 3.º, que define a responsabilidade individual de cada Estado-membro em manter a capacidade de defesa.

“É razoável esperar que os nossos aliados estejam igualmente comprometidos com as suas próprias obrigações”, considerou.

Um dos pontos debatidos com os jornalistas foi a capacidade de resposta da NATO a novas formas de guerra, em particular ao uso maciço de drones pela Rússia e por grupos apoiados pelo Irão.

Whitaker reconheceu que a proliferação de drones de baixos custos — tanto ofensivos como defensivos — está a mudar rapidamente a natureza dos conflitos armados e confirmou que os Estados Unidos estão a reforçar os investimentos em novos sistemas de defesa, também a partir da experiência em terrenos de conflito em que Washington está a financiar esforços de guerra.

“Estamos a aprender em tempo real com o campo de batalha da Ucrânia. Cada lição que podemos extrair da guerra moderna será incorporada no planeamento estratégico da Aliança”, acrescentou o embaixador norte-americano.

Sobre a invasão russa da Ucrânia, Whitaker insistiu na posição de Trump.

“A guerra tem de acabar”, disse o embaixador, sublinhando o custo humano do conflito, “milhares de mortos de ambos os lados, incluindo civis”, ao mesmo tempo que reconheceu que não haverá uma solução puramente militar.

“O Presidente Trump acredita que o fim da guerra só pode ser alcançado por via diplomática. Ambas as partes têm de estar dispostas a sentar-se à mesa e negociar”, disse o embaixador.

Interpelado sobre a ausência do Ártico nos novos planos de defesa da Aliança, Whitaker garantiu que a NATO adota uma abordagem de “360 graus” e as necessidades de defesa do flanco norte, incluindo Gronelândia e Canadá, estão a ser integradas nas revisões estratégicas.

“Trump está particularmente atento à segurança no ‘High North’. Levei mesmo mapas do Ártico às minhas audiências no Senado para sublinhar a importância desta região para a nossa segurança coletiva”, comentou o embaixador.

Sobre a possibilidade de a Rússia ser formalmente nomeada como “ameaça comum” na declaração final da cimeira da NATO em Haia, Whitaker escusou-se a confirmar, repetindo que o foco da cimeira será o reforço do compromisso com os 5%.M

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