quinta-feira, 17 de abril de 2025

A Rússia acusou hoje a Europa de querer que a guerra continue, numa altura em que representantes norte-americanos, ucranianos e europeus são esperados em Paris para reuniões sobre o conflito na Ucrânia.

Por LUSA 

Rússia acusa europeus de quererem prolongar a guerra na Ucrânia

A Rússia acusou hoje a Europa de querer que a guerra continue, numa altura em que representantes norte-americanos, ucranianos e europeus são esperados em Paris para reuniões sobre o conflito na Ucrânia.

"Infelizmente, o que vemos da parte dos europeus é um enfoque na continuação da guerra", disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência de notícia France-Presse (AFP).

Peskov disse também que os Estados Unidos "continuam a trabalhar na direção" da resolução do conflito "com os europeus e os ucranianos", segundo a agência de notícias russa TASS.

"Além disso, como é óbvio, esperamos que os europeus e os ucranianos demonstrem estar empenhados em encontrar uma solução pacífica", afirmou, antes de acusar a Europa de querer prolongar a guerra.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, recebe hoje em Paris o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, e o enviado especial dos Estados Unidos Steve Witkoff para conversações sobre o conflito na Ucrânia.

O Departamento de Estado disse na quarta-feira que Rubio e Witkoff vão manter conversações com os parceiros europeus para "avançar na meta do Presidente [Donald] Trump de pôr fim à guerra entre a Ucrânia e a Rússia e travar o derramamento de sangue".

Peskov recordou que o Presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu na passada sexta-feira em São Petersburgo com Steve Witkoff.

"Segundo sei, haverá discussões [em Paris] sobre os vários aspetos da questão ucraniana. O nosso Presidente teve recentemente uma longa conversa com Witkoff", disse, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Peskov referiu que o conteúdo da conversa de Putin com Witkoff "foi comunicado ao Presidente Trump".

Witkoff disse, após a reunião com Trump, que uma das questões-chave é o futuro das regiões ucranianas anexadas pela Rússia em 2022, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, e da Crimeia, anexada em 2014.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu que a integridade territorial da Ucrânia era uma "linha vermelha" para Kiev.

Em Paris, também estão o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, e os ministros ucranianos dos Negócios Estrangeiros, Andriy Sybiga, e da Defesa, Rustem Umerov.

Segundo Yermak, está planeado um programa de reuniões bilaterais e multilaterais com representantes da França, da Alemanha, do Reino Unido e dos Estados Unidos.


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O exército libanês deteve um grupo de pessoas ligadas ao disparo de foguetes contra Israel no mês passado, divulgaram os militares.

Por LUSA 

Líbano detém vários suspeitos de disparo de foguetes contra Israel

O exército libanês deteve um grupo de pessoas ligadas ao disparo de foguetes contra Israel no mês passado, divulgaram os militares.

Em comunicado divulgado na noite de quarta-feira, o exército disse ter detido várias pessoas, incluindo alguns palestinianos, que estiveram envolvidos no disparo de foguetes em dois ataques separados contra Israel no final de março, que desencadearam intensos ataques aéreos israelitas em partes do Líbano.

O grupo libanês Hezbollah negou na altura que estivesse por detrás dos disparos dos foguetes.

No comunicado, o exército informou que um veículo e outros equipamentos utilizados nos ataques foram confiscados e que os detidos foram encaminhados para as autoridades judiciais. 

O exército libanês disse ter efetuado rusgas em diferentes partes do Líbano para deter os suspeitos, sem dar mais pormenores.

Hoje, a agência noticiosa estatal National News Agency noticiou que o general Rodolph Haikal deu conta dos últimos desenvolvimentos da situação na reunião semanal do gabinete sobre a segurança ao longo da fronteira e a implementação em curso da resolução do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra de 14 meses entre Israel e o Hezbollah.

Três oficiais de segurança e um oficial de justiça disseram hoje à agência noticiosa Associated Press (AP) que quatro palestinianos ligados ao grupo Hamas estão a ser interrogados.

Um funcionário do Hamas avançou à AP que vários membros do grupo foram recentemente detidos no Líbano, mas libertados pouco depois, acrescentando que não estavam envolvidos no lançamento de foguetes contra Israel. 

Num dos casos, sublinhou, as autoridades detiveram um membro do Hamas que era portador de uma pistola sem a devida licença.

Todos os funcionários falaram sob condição de anonimato.

O Hezbollah começou a lançar ataques contra Israel um dia depois do início da guerra entre Israel e o Hamas, a 07 de outubro de 2023, com o ataque dos militantes palestinianos ao sul de Israel. 

A guerra que causou a morte de mais de 4.000 pessoas no Líbano e provocou grande destruição terminou no final de novembro com um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.

Desde que o cessar-fogo entrou em vigor no final de novembro, Israel tem efetuado ataques aéreos quase diários que causaram a morte de dezenas de civis e de membros do Hezbollah.

Na terça-feira, o gabinete do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou que pelo menos 71 civis, incluindo 14 mulheres e nove crianças, foram mortos por ataques israelitas no Líbano desde que o cessar-fogo entrou em vigor.


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Guiné-Bissau: Bubacar Turé não vai ser ouvido esta quinta-feira no Ministério Público

Por CFM

A audição do presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, pelo Ministério Público, não vai ter lugar esta quinta-feira (17.04) como pretendia aquela instância judicial guineense, soube a Rádio Capital FM.  

Na quarta-feira, o Ministério Público notificou Bubacar Turé para que comparecesse às 10horas desta quinta-feira perante um magistrado, para ser ouvido no âmbito da denúncia que fez há uma semana, sobre alegadas mortes no Centro de Hemodiálise do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM).  

No entanto, uma fonte da Liga Guineense dos Direitos Humanos disse à CFM que esta audição não terá lugar, devido a um requerimento que a organização deu entrada no Ministério Público, em que pediu o adiamento "sine die" da audiência, por questões de segurança e do tempo, entre a entrega da notificação e a audição.  

"Por causa de tudo que aconteceu nos últimos dias, a invasão da casa do presidente [da LGDH], obrigando-o a procurar um lugar mais seguro, e todas as movimentações à volta da sua pessoa, achamos que não há condições para Bubacar Turé comparecer no Ministério Público no dia e hora indicados", disse a fonte que acrescentou.  

"É preciso preparar bem a sua ida ao Ministério Público, garantindo a sua segurança, mas também para permitir que haja um tempo suficiente para preparar essa deslocação àquela instância", disse.  

O presidente da LGDH denunciou no passado 10 de abril, na abertura de um seminário de jornalistas, que "praticamente" todos os doentes submetidos ao tratamento de hemodiálise teriam morrido. A denúncia provocou uma reação contra, da direção do Hospital Nacional Simão Mendes, que ameaçou mover uma queixa-crime contra Bubacar Turé.   

Encontrados "indícios mais fortes até agora" de vida em outro planeta

Por LUSA 

A equipa da Universidade de Cambridge partilhou um estudo com base em observações feitas pelo telescópio James Webb.

Um estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters aponta para sinais promissores para a existência de vida no K2-18b, um exoplaneta localizado na constelação de Leão e que se encontra a cerca de 120 anos-luz de distância da Terra.

O estudo foi levado a cabo por uma equipa de investigação da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, com base em observações recolhidas pelo Telescópio Espacial James Webb. De acordo com a BBC, o K2-18b tem mais do dobro do tamanho da Terra e foram detectados sinais para a presença de moléculas que, no nosso planeta, apenas são produzidas por organismos.

“Estes são os indícios mais fortes até agora de um planeta potencialmente habitado para além do nosso Sistema Solar”, afirmou Nikku Madhusudhan,um astrofísico da Universidade de Cambridge.

Apesar disso, ainda há a necessidade de fazer mais observações e recolher mais dados, pelo que é prematuro considerar estes sinais como uma prova definitiva. “É um grande 'se’ que os dados estejam mesmo a apontar para vida. E não interessa a ninguém afirmar prematuramente que a detetamos”, notou Madhusudhan.


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"Este tipo está a destruir a economia dos EUA": Califórnia processa Trump para travar tarifas... O governador Gavin Newsom alega abuso de poder presidencial e danos financeiros ao estado e à nação. A ação contesta a legalidade da decisão sem aprovação do Congresso.

Por SIC Notícias  17/04/2025

A Califórnia interpôs na quarta-feira uma ação judicial para tentar bloquear as tarifas da administração de Donald Trump sobre os parceiros comerciais estrangeiros, acusando o Presidente norte-americano de abusar dos seus poderes e de infligir danos financeiros ao Estado e à nação.

O governador do Estado norte-americano, Gavin Newsom, contesta a legalidade da decisão sem o aval do Congresso e acusa o presidente dos Estados Unidos de abuso de poder.

A Constituição dos Estados Unidos atribui a autoridade para impor tarifas ao Congresso, e a lei que Trump cita como autoridade para as suas novas tarifas, a Lei de Poderes Económicos de Emergência Internacional, não permite que o presidente “tribute todos os bens que entram nos Estados Unidos por capricho”, disse o Estado na sua ação judicial.

As tarifas podem prejudicar os 12 portos da Califórnia, que recebem 40% das mercadorias importadas para os EUA e proporcionam uma receita fiscal estável para o estado. E as tarifas retaliatórias da China e de outras nações podem prejudicar as exportações agrícolas da Califórnia.

Esta não é a primeira ação judicial para tentar travar as tarifas

Em reação à ação judicial, o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, disse na quarta-feira que o governador da Califórnia deveria concentrar-se em resolver o problema da criminalidade, dos sem-abrigo e dos preços elevados no seu estado, em vez de tentar bloquear as tarifas de Trump.

Na ação judicial de quarta-feira, intentada no tribunal federal de São Francisco, Newsom e o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, ambos democratas, pediram a um juiz que impedisse o Departamento de Segurança Interna e a Alfândega e Proteção das Fronteiras de aplicar as tarifas.

A administração Trump já enfrenta três ações judiciais semelhantes - uma no Tribunal de Comércio Internacional de Nova Iorque, movida pelo grupo de defesa dos negócios Liberty Justice Center, que procura bloquear todas as tarifas, uma no tribunal federal da Florida, movida por um pequeno empresário que procura bloquear as tarifas sobre a China, e uma terceira movida no Montana por membros da Nação Blackfeet - uma tribo nativa americana que abrange o Montana e a província canadiana de Alberta - que contesta as tarifas de Trump sobre o Canadá.


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O “desacoplamento” entre EUA e China seria um divórcio complicado

Xi Jinping e Donald Trump  Por CNN, 17/04/2025

Mesmo que os sinais fossem evidentes há anos, terminar uma relação nunca é fácil. A China e os Estados Unidos raramente estão em sintonia, mas durante décadas concordaram, de forma geral, que era preferível serem parceiros comerciais do que adversários no comércio.

Esta aliança está agora por um fio. E os danos colaterais no mundo real já estão a acumular-se.

Os presidentes das duas maiores economias do mundo não parecem prontos para negociações sérias. A China indicou na quarta-feira que só estaria disposta a negociar se as conversações se basearem no “respeito” e numa maior “consistência e reciprocidade” por parte da administração de Donald Trump, disse uma fonte familiarizada com o assunto aos meus colegas da CNN. (Pessoalmente, não estou a suster a respiração).

Sem um recuo significativo, espera-se que o comércio entre os EUA e a China caia mais de 80% - uma magnitude “equivalente a um desacoplamento”, afirmou Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, que também divulgou esta quarta-feira um relatório sombrio sobre o comércio global. (Em suma: antes das tarifas impostas por Trump, previa-se que o comércio global crescesse 2,7% este ano. Agora, espera-se que recue 0,2%.)

Eis como a guerra comercial de Trump já está a afetar a economia:

  • As vendas a retalho nos EUA subiram 1,4% em março - impulsionadas sobretudo pela venda de automóveis e peças - à medida que os consumidores tentam antecipar aumentos de preços;
  • A Boeing, maior exportadora dos EUA e um importante empregador, terá sido impedida de fazer entregas a companhias aéreas chinesas;
  • Pequim impôs recentemente restrições à exportação de sete tipos de minerais de terras raras - componentes vitais para tudo, desde iPhones a veículos elétricos, sobre os quais a China detém quase um monopólio;
  • A Nvidia, líder norte-americana na produção de chips, anunciou um prejuízo de 5,5 mil milhões de dólares depois de Washington ter ordenado à empresa que suspendesse as vendas à China;
  • As empresas chinesas de moda rápida, como a Shein, e o marketplace Temu deverão aumentar os preços na próxima semana, segundo a Reuters;
  • As ações nos EUA caíram esta quarta-feira - penalizadas pelo bloqueio da Nvidia à China, pelo sombrio relatório da OMC e por declarações do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que alertou para um “cenário desafiante”, no qual as tarifas levam a uma combinação de menor crescimento económico, aumento do desemprego e aceleração da inflação - tudo ao mesmo tempo.

“Não existe uma experiência moderna para lidar com isto,” disse Powell num evento promovido pelo Economic Club de Chicago, esta quarta-feira. Seria de esperar que o presidente que escreveu The Art of the Deal (A arte do negócio, em tradução livre) estivesse ansioso por chegar a um acordo com a China. Mas, se Trump ensinou algo ao mundo, foi a esperar o inesperado.

“Pode haver outro plano em jogo”, afirmou Ed Yardeni, investidor veterano e presidente da Yardeni Research, num podcast com o investidor Louis Navellier, divulgado esta semana. “É possível que ele [Donald Trump] não tenha qualquer interesse num acordo com a China. É possível que os EUA tenham chegado à conclusão de que a China representa uma ameaça geopolítica... e que o que estamos a tentar fazer é arruinar a sua economia”.

E novas informações da Bloomberg parecem dar força a essa teoria. De acordo com o meio de comunicação, que cita fontes anónimas, a administração de Trump está a “preparar-se para pressionar outras nações a restringirem o comércio com a China”. Uma das opções em cima da mesa, segundo a Bloomberg, seria essencialmente uma sanção monetária, na qual os EUA pediriam a outros países que impusessem tarifas a nações com fortes laços comerciais com a China.

Se o objetivo for ou não chegar a um acordo comercial, “não é um espetáculo bonito de se ver”, reconhece Yardeni. “Ele [Trump] está a tentar usar o poder económico dos EUA para intimidar outros países... Mas vai ser muito difícil intimidar a China”.

Como muitos observadores já notaram, a China poderá estar em melhor posição para resistir a uma guerra comercial de retaliação, em parte porque mantém um controlo autoritário sobre praticamente todos os aspetos da sua economia. Mas talvez mais importante ainda, Pequim aprendeu com o primeiro confronto com Trump em 2017. O país já está a ir além das medidas “olho por olho” que caracterizaram a disputa anterior.

A suspensão das entregas da Boeing e as restrições à exportação de terras raras mostram que a China “aprendeu a transformar as suas importações numa arma de forma inovadora”, adianta Mary E. Lovely, investigadora sénior no Peterson Institute for International Economics, durante uma entrevista.

“A China ainda quer parecer um parceiro comercial respeitável” para países como a Austrália, a União Europeia e o Sudeste Asiático - regiões que o Presidente Xi Jinping visitou esta semana, continua Lovely. “Querem dizer: ‘A porta está aberta. Somos razoáveis, estamos apenas a reagir à agressão dos EUA.’ E estão agora a fazê-lo com um leque de ferramentas muito mais vasto”.

O Ministro dos Negócios, Cooperação Internacional e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira, presidiu hoje dia 16 de abril de 2025 a cerimónia de Abertura do IV Encontro dos Cônsules Honorário da Guiné-Bissau.

Por Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades

Sob o lema "Diplomacia Económica e Cooperação: O Papel Estratégico dos Cônsules Honorários no Desenvolvimento da Guiné-Bissau", o encontro de dois dias tem como objetivo, contribuir para uma maior coesão e eficiência no trabalho dos Cônsules Honorários, maximizando o seu impacto na promoção do desenvolvimento sustentável da Guiné-Bissau, reforçar o papel dos Cônsules Honorários na promoção da Guiné-Bissau no exterior.

Ainda, pretende-se facilitar o intercâmbio de informações e boas práticas entre os Cônsules Honorários e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, mobilizar apoios para a implementação de projetos estratégicos de desenvolvimento.

O Chefe da Diplomacia na sessão de abertura agradeceu a presença dos Cônsules presentes  neste encontro e realçou a importância dos mesmo na promoção e no apoio ao país.

A França quer que a cooperação bilateral no domínio comercial com a Guiné-Bissau seja dinâmica e mais frutífera. A saída de uma audiência com o Ministro do Comércio e Indústria, o novo Embaixador da França na Guiné-Bissau, Arnoud ROUX afirmou que a modesta relação comercial entre Bissau e Paris precisa de ser elevada para novo patamar.

A audiência se realizou no quadro dos preparativos para a próxima Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio- OMC.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Descoberto planeta com órbita perpendicular à das suas "estrelas"

Por LUSA 

Uma equipa de astrónomos, incluindo o português Alexandre Correia, detetou pela primeira vez um planeta extrassolar com uma órbita de trajetória perpendicular à órbita das suas duas "estrelas" hospedeiras, anunciou hoje o Observatório Europeu do Sul (OES).

O planeta em causa, denominado 2M1510 (AB) b, orbita um par de anãs castanhas jovens - corpos celestes maiores que planetas gasosos como Júpiter, mas demasiado pequenos para serem estrelas propriamente ditas.

A equipa descobriu o exoplaneta a partir de observações com o telescópio VLT, operado pelo OES a partir do Chile, quando "refinava os parâmetros orbitais e físicos" das duas anãs castanhas, detetadas pela primeira vez em 2018, segundo uma nota do OES.

Os astrónomos "observaram a trajetória orbital das duas 'estrelas' a ser empurrada e puxada de forma invulgar, o que os levou a inferir a existência de um exoplaneta com este estranho ângulo orbital", adianta o OES, assinalando que as duas anãs castanhas "eclipsam-se uma à outra quando observadas a partir da Terra", um fenómeno raro.

O trabalho, no qual participou Alexandre Correia, da Universidade de Coimbra (UC) e do Observatório de Paris, em França, foi hoje divulgado na publicação científica Science Advances.

O investigador e professor da UC disse à Lusa que a descoberta coloca em causa muitas teorias de formação planetária, que preveem que os planetas se formam num disco de gás e poeira que se encontra no mesmo plano da órbita das estrelas.

Alexandre Correia contribuiu, em particular, para "o estudo da estabilidade do sistema" 2M1510 e para "a derivação das equações matemáticas obtidas a partir das leis da física" que permitem compreender como se movimentam o planeta e as duas anãs castanhas.


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O Presidente da República, recebeu em audiência o Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Afonso Morais, que se encontra no país em visita de trabalho.

O encontro serviu para reforçar os laços de amizade e cooperação no âmbito do acordo de geminação entre os municípios de Bissau e Oeiras.

Angola: Líderes juvenis de partidos políticos e da sociedade civil angolana acusaram hoje o Governo de criar "leis securitárias" para "controlar e intimidar" cidadãos contestatários, nomeadamente leis contra o vandalismo e sobre a disseminação de informações falsas na internet.

Por LUSA 

Governo angolano cria "leis securitárias" para intimidar, acusam jovens

Líderes juvenis de partidos políticos e da sociedade civil angolana acusaram hoje o Governo de criar "leis securitárias" para "controlar e intimidar" cidadãos contestatários, nomeadamente leis contra o vandalismo e sobre a disseminação de informações falsas na internet.

O posicionamento foi manifestado hoje em conferência de imprensa pelos líderes juvenis dos partidos FNLA, PRS, Bloco Democrático, todos na oposição, e do Movimento dos Estudantes de Angola (MEA), em conferência de imprensa, em Luanda.

As referidas organizações, em posição conjunta sobre o "estado real da juventude angolana -- presente e futuro", consideraram que a educação e o ensino, emprego, formação profissional, saúde e habitação são os principais problemas que afetam hoje a juventude em Angola.

Apontam a existência de um número crescente de jovens em idade em escolar sem possibilidade de prosseguir os estudos, escassez de novos postos de trabalho, "crise habitacional que prejudica a maioria dos jovens" e a criminalidade juvenil pedindo soluções governamentais.

Recordaram que a população angolana é maioritariamente jovem e o seu crescimento deve continuar, apontando para a necessidade de se "contrariar atual de instrumentalização da juventude por parte do MPLA (partido no poder), bem como a ausência de politicas públicas para juventude".

Para estas organizações juvenis, Angola é um dos países que mais produz leis, defendendo, no entanto, que a conceção de leis deve ser acompanhada de programas práticos com reflexos na vida da juventude.

Neste seu posicionamento coletivo, os jovens criticaram a "ineficácia" dos programas de desenvolvimento da juventude dos últimos 12 anos, considerando que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) "fracassou" na sua implementação.

"O MPLA não conseguiu fazer a transição, [o programa de desenvolvimento da juventude] é um documento bonito, mas que não conseguiu sair do papel. Deixem de pensar pelos jovens, os jovens também têm pensamento. É preciso perguntar o que querem e quem tem missão de governar satisfazer as suas aspirações", consideram no comunicado.

Acusam igualmente o Governo de criar leis que visam "controlar os jovens que reivindicam e garantir a securitização contínua do Estado", nomeadamente as leis do Vandalismo de Bens Públicos, de Regulação das ONG, da Segurança Nacional e sobre a Disseminação de Informações Falsas na Internet.

Manifestaram ainda preocupação com a atual degradação socioeconómica das famílias angolanas, com o crescimento exponencial de abusos contra a mulher, a fome, pobreza e o aumento dos casos de cólera no país.

"A inexistência de saneamento básico como políticas públicas e a fraca capacidade do sistema nacional de saúde que nunca faz a transição de uma saúde curativa para uma saúde preventiva, agrava continuamente a situação sanitária no país (...)", lamentaram os jovens.

Garantiram mesmo continuar a advogar para que o executivo liderado pelo Presidente angolano, João Lourenço, "consiga construir a ponte que permita a transição do discurso público para a efetividade do interesse da população e, em especial, da juventude".

O Irão está perto de ter uma bomba atómica, alertou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), numa entrevista ao jornal Le Monde hoje publicada, poucas horas antes de uma visita a Teerão.

Por LUSA 

Irão perto de ter uma bomba atómica, diz Agência da Energia Atómica

O Irão está perto de ter uma bomba atómica, alertou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), numa entrevista ao jornal Le Monde hoje publicada, poucas horas antes de uma visita a Teerão.

"Écomo um puzzle: eles têm as peças e um dia podem juntá-las. Ainda há um longo caminho a percorrer antes de lá chegarem. Mas não estão longe, temos de admitir", disse.

"Não basta dizer à comunidade internacional 'não temos armas nucleares' para que acreditemos. Precisamos de ser capazes de verificar", acrescentou.

O diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, deverá chegar hoje ao Irão para discutir formas de melhorar o acesso dos seus inspetores ao programa de Teerão.

 A AIEA desempenhou um papel fundamental na verificação da conformidade do Irão relativamente ao acordo nuclear de 2015, assinado com cinco potências mundiais, e continuou a trabalhar na República Islâmica mesmo depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter retirado unilateralmente os Estados Unidos do acordo, em 2018.

Desde então, o Irão enriqueceu urânio muito para além dos limites permitidos pelo antigo acordo e conta agora com 274 quilos de urânio enriquecido com 60% de pureza, próximo dos 90% de grau militar, de acordo com a AIEA.

"A continuação do compromisso e da cooperação com a agência é essencial numa altura em que são urgentemente necessárias soluções diplomáticas", escreveu Grossi na rede social X.

Desde que regressou à presidência dos EUA, Donald Trump insiste em negociar com o Irão sobre o seu programa nuclear, ameaçando lançar uma ação militar contra os iranianos se não for alcançado um acordo.

Apesar disso, o chefe da diplomacia iraniano afirmou hoje que a questão do enriquecimento de urânio "é inegociável".

Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, há muito que suspeitam que o Irão deseja adquirir armas nucleares, apesar de Teerão rejeitar estas alegações e defender o direito à energia nuclear para fins civis.

O Irão e os Estados Unidos, que não mantêm relações diplomáticas desde 1980, mantiveram conversações no passado sábado, mediadas pelo sultanato de Omã, sobre o programa nuclear iraniano e deverão voltar a reunir-se no próximo sábado.

Ministro da Economia, Plano e Integração Regional fez um balanço positivo da visita ao setor de Cantchungo, na região de Cacheu, para acompanhar de perto os trabalhos preparatórios do IV Recenseamento Geral da População e Habitação.

Soares Sambú destacou a importância estratégica do recenseamento para a definição de políticas públicas baseadas em dados fiáveis e atualizados e, reafirmou o compromisso do Governo em realizar um recenseamento rigoroso, inclusivo e transparente.

Dois cidadãos do México, um colombiano e um cidadão do Equador foram "transferidos hoje para uma prisão dos Estados Unidos da América (EUA), à luz da cooperação judicial" entre os dois países, segundo informações avançadas à Lusa por fontes do Governo guineense e confirmadas pela defesa dos arguidos.

Por LUSA 

Bissau transferiu detidos por tráfico de droga para EUA sem acordo

Quatro estrangeiros condenados a 17 anos de prisão na Guiné-Bissau por tráfico de droga foram transferidos hoje de Bissau para os Estados Unidos da América, apesar de não haver um acordo de extradição, disseram fontes do Governo guineense.

Dois cidadãos do México, um colombiano e um cidadão do Equador foram "transferidos hoje para uma prisão dos Estados Unidos da América (EUA), à luz da cooperação judicial" entre os dois países, segundo informações avançadas à Lusa por fontes do Governo guineense e confirmadas pela defesa dos arguidos.

As mesmas fontes reconheceram que não existe qualquer acordo de extradição entre os dois países, e os quatro prisioneiros foram levados para os Estados Unidos "a pedido" da DEA (Drug Enforcement Administration), a agência federal dos EUA para o combate à droga), uma medida que a defesa dos arguidos considera "uma aberração".

A DEA, que se reuniu várias vezes com as autoridades guineenses, desde janeiro, solicitou a transferência dos detidos, "por razões de segurança", reconhecendo que o sistema carcerário da Guiné-Bissau "tem debilidades para lidar" com aqueles presos, referiram ainda fontes do Governo de Bissau.

Neste processo foram detidos cinco cidadãos da América do Sul, em Bissau, a 07 de setembro de 2024, a bordo de um avião com cerca de 2,6 toneladas de droga, e a pretensão da DEA era que todos fossem reencaminhados para os Estados Unidos, mas um dos cinco morreu.

Trata-se do cidadão brasileiro Marlos Balcaçar, que morreu de doença, segundo as autoridades guineenses, no hospital Simão Mendes, em Bissau, no dia 03 de março.

A defesa dos cinco detidos na operação confirmou à Lusa que "efetivamente foram transferidos", mas afirmou que desconhece "por completo" as circunstâncias da medida, tendo alertado que a Guiné-Bissau não tem acordo de extradição com os Estados Unidos.

"Só pode ser uma medida política, cujos contornos são difíceis de entender", realçou um dos advogados que defendem estes cidadãos estrangeiros.

A mesma fonte indicou ainda à Lusa que o gabinete de advogados vai reunir-se ainda hoje para se debruçar sobre que medidas tomar perante o que diz ser "uma aberração", adiantando que a equipa se preparava para interpor, no Supremo Tribunal de Justiça, um recurso.

A defesa, que viu outro recurso rejeitado pelo Tribunal de Relação, não concorda com a decisão saída do Tribunal Regional de Bissau que julgou e condenou os cinco estrangeiros a 17 anos de prisão efetiva.

Os cinco condenados, foram acusados de crime de coautoria de "tráfico de substâncias estupefacientes agravado" e crime de "utilização ilícita de aeronave", em que fizeram transportar a droga do México até Bissau.

A DEA, a Interpol e o Centro de Operações contra Narcóticos e Analise Marítima (MOAC- N) colaboraram com a Polícia Judiciária guineense desde a operação da apreensão da droga no aeroporto Osvaldo Vieira de Bissau até à sua incineração, no dia 19 de setembro de 2024.


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O Governo  informa que, no âmbito da cooperação entre a República da Guiné-Bissau e os Estados Unidos da América, visando fortalecer o combate à criminalidade organizada transnacional, especialmente ao tráfico internacional de estupefacientes, procedeu-se hoje à transferência para os Estados Unidos da América de quatro pessoas condenadas no âmbito da "Operação Landing".  

É de lembrar que esta operação, desencadeada pela Polícia Judiciária da Guiné-Bissau, resultou  na apreensão de 2,6 toneladas de cocaína, no dia 07 de setembro de 2024. Os condenados transferidos enfrentarão processos judiciais adicionais nos Estados Unidos, em cumprimento de acordos de cooperação judiciária vigentes entre os dois países.  

Esta transferência evidencia a firme determinação das autoridades em combater eficazmente o tráfico de drogas e outras formas de criminalidade, e reafirma o seu total apoio às instâncias judiciárias e às forças de segurança nacional no desempenho da sua missão.  

Bissau, 16 de abril de 2025 

O Governo da República da Guiné-Bissau


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Em Espanha, há mais mulheres a serem mães aos 40 do que aos 25 anos

Por LUSA 

As condições de vida e laborais levam a que as mulheres tenham filhos cada vez mais tarde.

Que há cada vez mais mulheres a serem mães mais tarde, não é novidade. Porém, em Espanha, um estudo recente concluiu que já há mais mulheres a serem mães aos 40 (ou depois) do que antes dos 30 anos.

A maternidade tardia tem vindo a ser uma realidade cada vez maior na Europa e em Espanha, escreve o El Pais, porém, a novidade agora é a de que muitas destas mães, estão a dar à luz pela primeira vez com esta idade.

A falta de estabilidade nos contratos laborais, as relações instáveis, a falta de condições económicas ou problemas de saúde são os motivos pelos quais as mulheres adiam cada vez mais a maternidade, revela o mesmo estudo.

"As prioridades alteram-se e ser mãe é uma decisão cada vez mais ponderada", refere uma das mães de 40 anos, entrevistada pela publicação espanhola, acrescentando ainda que a maternidade 'mais tarde' é cada vez menos "um tabu".

Alto-Comissariado para a Peregrinação a Meca e o Ecobank assinam acordo de parceria para fornecimento de cartões pre-pagos aos peregrinos. O cartão Ecobank vai permitir aos peregrinos a movimentação de dinheiro durante a peregrinação aos lugares sagrados da Arábia Saudita.

Portugal: Alunos migrantes duplicam em dois anos e escolas pedem reforço urgente de recursos

Por. CNN Portugal.  16/04/2025

REVISTA DE IMPRENSA || Escolas pedem mais meios e criticam falta de impacto das medidas

O número de alunos estrangeiros no ensino português duplicou nos últimos dois anos, passando de 70 mil para 140 mil - quase 14% do total no Ensino Básico e Secundário, avança o Diário de Notícias.

Segundo o jornal, a maioria vem do Brasil e de países lusófonos, mas mais de um quarto tem um conhecimento muito limitado da língua portuguesa. As escolas, que continuam a receber novos alunos todos os dias, dizem estar no limite da sua capacidade de resposta.

Durante o segundo período letivo, o Ministério da Educação criou um nível zero de proficiência em Português Língua Não Materna, contratou mediadores linguísticos e facilitou a integração no Ensino Básico. 

No entanto, diretores escolares, sindicatos e professores alertam que as medidas foram tardias, insuficientes e com impacto ainda invisível no terreno.


Um estudo publicado no British Journal of Pharmacology revelou que a falta de vitamina D pode levar à disfunção erétil nos homens. Descobriram que a deficiência desta vitamina era algo que se verificava em homens com este problema.

Por LUSA 

Homens, atenção! Falta desta vitamina pode prejudicar vida sexual

Segundo um estudo do British Journal of Pharmacology, em causa estão os níveis de vitamina D. Perceba as razões.

Um estudo publicado no British Journal of Pharmacology revelou que a falta de vitamina D pode levar à disfunção erétil nos homens. Descobriram que a deficiência desta vitamina era algo que se verificava em homens com este problema.

O estudo foi feito em animais. Os que foram acompanhados e mostraram níveis mais baixos desta vitamina tiveram mais probabilidade de vir a ter a chamada doença de La Peyronie, que afeta o pénis e pode levar à disfunção erétil.

Descobriram ainda que a melhora dos níveis de vitamina D pode levar a uma melhor saúde óssea, melhor desempenho sexual e a uma melhor eficácia no tratamento da disfunção erétil.

Os investigadores revelam que são necessários mais estudos e verificar também se as conclusões podem ser aplicadas em humanos.


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Convite as manifestações de interesse como Banco de compensação do mercado regional de eletricidade da CEDEAO

 


Donald Trump está a preparar um novo programa para lidar com a imigração ilegal. Em entrevista a Fox News, explica que quer oferecer dinheiro aos imigrantes para saírem voluntariamente do país.

Por SIC Notícias

Trump quer pagar para imigrantes se "autodeportarem" dos EUA

Recorde-se que, ainda no mês passado, Trump disse que lançou a maior operação de combate à imigração da história dos EUA, descrevendo o estado do país que herdou do antecessor, Joe Biden, como um deserto cheio de imigrantes ilegais violentos.

Donald Trump está a preparar um novo programa para lidar com a imigração ilegal. Em entrevista a Fox News, explica que quer oferecer dinheiro aos imigrantes para saírem voluntariamente do país.

"Queremos ter um programa de autodeportação, que ainda nem sequer anunciámos. A única coisa que ainda não determinei é o que vamos fazer. Mas, vamos dar-lhes uma bolsa, dar-lhes algum dinheiro, e um bilhete de avião, e depois vamos trabalhar com eles. Se eles forem bons, se os quisermos de volta, trabalhamos com eles para os trazer de volta tão rápido quanto possível", anunciou o presidente dos Estados Unidos, em entrevista ao canal norte-americano.

Recorde-se que, ainda no mês passado, Trump disse que lançou a maior operação de combate à imigração da história dos EUA, descrevendo o estado do país que herdou do antecessor, Joe Biden, como um deserto cheio de imigrantes ilegais violentos, advogando que "uma nova era de ouro" está em andamento sob a sua liderança.

Missão Lucy da NASA completa o seu segundo encontro com um asteroide

Por LUSA 
A sonda espacial Lucy da NASA está a seis dias e a menos de 80 milhões de quilómetros do seu segundo encontro com uma rocha espacial, o pequeno asteroide Donaldjohanson, do cinturão de asteroides.

Este próximo evento representa um ensaio exaustivo para a missão principal de Lucy na próxima década: a exploração de vários asteroides troianos que partilham a órbita de Júpiter em torno do Sol.

 O primeiro encontro de Lucy com um asteróide --- um sobrevoo do pequeno asteroide Dinkinesh, do cinturão de asteróides, e da sua lua, Selam, em 01 de novembro de 2023 --- proporcionou à equipa a oportunidade de testar os sistemas que irão desenvolver durante o sobrevoo.

A maior aproximação de Lucy a Donaldjohanson --- que tem um diâmetro de 4 quilómetros --- terá lugar em 20 de abril, numa distância de 960 quilómetros.

Cerca de 30 minutos antes da sua maior aproximação, Lucy orientar-se-á para seguir o rasto do asteróide, durante o qual a sua antena de alto ganho se afastará da Terra, suspendendo as comunicações.

Guiada pelo seu sistema de seguimento, Lucy irá rodar autonomamente para manter Donaldjohanson à vista. Ao fazê-lo, Lucy irá realizar uma sequência de observação mais complexa do que a utilizada em Dinkinesh.

Ao contrário de Dinkinesh, Lucy deixará de localizar Donaldjohanson 40 segundos antes da sua maior aproximação para proteger os seus instrumentos sensíveis da luz solar intensa.

"Se estivesse sentado no asteroide a observar a sonda Lucy a aproximar-se, teria de proteger os olhos olhando para o Sol enquanto esperava que Lucy saísse do brilho. Depois de Lucy passar pelo asteroide, as suas posições vão inverter-se, pelo que precisamos de proteger os nossos instrumentos da mesma forma", explicou Michael Vincent, líder da fase de encontro no SwRI (Instituto de Investigação do Sudoeste), em comunicado.

Estes instrumentos são concebidos para fotografar objetos iluminados por uma luz solar 25 vezes mais fraca que a da Terra, pelo que olhar para o Sol pode danificar as câmaras.

Felizmente, este é o único dos sete encontros de Lucy com asteroides com esta geometria complexa. Durante os encontros com troianos, tal como acontece com Dinkinesh, a sonda será capaz de recolher dados ao longo do encontro.

Após a maior aproximação, a nave espacial irá "recuar", reorientando os seus painéis solares em direção ao Sol. Cerca de uma hora depois, a sonda restabelecerá a comunicação com a Terra.

NASA confirma que vento solar pode produzir água na Lua

Houston Chronicle/Hearst Newspap.  SIC Notícias / Lusa

A descoberta tem implicações para as operações dos astronautas no Polo Sul lunar no programa Artemis da NASA.

Uma simulação laboratorial da NASA confirma uma previsão de há 60 anos, de que o Sol é uma fonte dos componentes que compõem a água presente na Lua.

Segundo a teoria, quando um fluxo de partículas carregadas, conhecido como vento solar, atinge a superfície lunar, desencadeia uma reação química que pode gerar moléculas de água, noticiou na terça-feira a agência Europa Press.

A descoberta, escreveram os investigadores num artigo publicado na revista JGR Planets, tem implicações para as operações dos astronautas no Polo Sul lunar no programa Artemis da NASA.

Acredita-se que grande parte da água da Lua, um recurso crucial para a exploração, está congelada em regiões permanentemente à sombra dos pólos.

"O mais interessante é que, com apenas solo lunar e um bloco de construção do Sol, que está sempre a libertar hidrogénio, existe a possibilidade de criar água", destacou Li Hsia Yeo, investigadora do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, citada em comunicado.

O vento solar flui constantemente do Sol. É composto principalmente por protões, que são núcleos de átomos de hidrogénio que perderam os seus eletrões.

Viajando a mais de um milhão de quilómetros por hora, o vento solar banha todo o sistema solar. Evidências disso são registadas na Terra quando esta ilumina o céu com as famosas auroras boreal ou austral.

Medições de sondas espaciais já sugeriram que o vento solar é o principal responsável pela formação de água, ou dos seus componentes, na superfície lunar.

Uma pista importante, confirmada pela experiência da equipa de Yeo: a assinatura espetral da Lua está relacionada com as mudanças na água ao longo do dia.

Em algumas regiões, é mais intensa nas manhãs mais frias e enfraquece à medida que a superfície aquece, provavelmente porque as moléculas de água e hidrogénio se movem ou escapam para o espaço.

À medida que a superfície arrefece novamente à noite, o sinal atinge o seu pico. Este ciclo diário aponta para uma fonte ativa --- provavelmente o vento solar --- que reabastece pequenas quantidades de água na Lua todos os dias.

Para testar isto, Yeo e o seu colega, Jason McLain, um cientista investigador da NASA Goddard, construíram um aparelho feito à medida para examinar as amostras lunares da Apollo.

Pela primeira vez, o dispositivo albergou todos os componentes da experiência no seu interior: um dispositivo de feixe de partículas solares, uma câmara sem ar simulando o ambiente lunar e um detetor de moléculas.

A invençãopermitiu aos investigadores evitar ter de retirar a amostra da câmara, como ocorreu noutras experiências, e expô-la à contaminação da água no ar.

Utilizando pó de duas amostras diferentes recolhidas na Lua pelos astronautas da Apollo 17 da NASA em 1972, Yeo e os seus colegas assaram primeiro as amostras para remover qualquer possível água que pudessem ter recolhido entre o armazenamento hermético na Instalação de Preservação de Amostras Espaciais da NASA, no Centro Espacial Johnson da NASA em Houston, e o laboratório Goddard.

De seguida, usaram um pequeno acelerador de partículas para bombardear o pó com vento solar simulado durante vários dias --- o equivalente a 80 mil anos na Lua, com base na elevada dose de partículas utilizada.

Utilizaram um detetor chamado espetrómetro para medir a quantidade de luz refletida pelas moléculas de poeira, o que mostrou como a composição química das amostras mudou ao longo do tempo.

Por fim, a equipa observou uma diminuição do sinal de luz refletido do seu detetor precisamente no ponto da região infravermelha do espetro eletromagnético (cerca de 3 mícrons) onde a água normalmente absorve energia, deixando um sinal revelador.


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