© GettyNotícias ao Minuto 19/12/22
O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, apontou, no domingo, que a guerra entre a Ucrânia e a Rússia “envolve apenas um vencedor”, reforçando que “não haverá concessões” para com o regime de Moscovo, que “tem de perder, sair da Ucrânia e pagar as contas”.
“Este tipo de guerra envolve apenas um vencedor. Não haverá concessões ou novos ‘Minsks’ a favor dos assassinos russos”, começou por escrever o responsável, na rede social Twitter, referindo-se à capital da Bielorrússia, país aliado do presidente russo, Vladimir Putin.
Na verdade, o chefe de Estado russo deverá, esta segunda-feira, encontrar-se com o homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, para uma “visita de trabalho”.
As autoridades ucranianas temem que Putin tenha como objetivo pressionar o seu aliado a juntar-se a uma nova ofensiva contra Kyiv, depois de a Bielorrússia ter atuado como rampa de lançamento do conflito na Ucrânia, ainda que não se tenha juntado aos combates de forma direta.
“A Rússia tem de perder, sair da Ucrânia e pagar as contas... Esta é a única maneira de devolver segurança, estabilidade e previsibilidade ao mundo”, rematou Podolyak.
O conselheiro presidencial dirigiu-se também aos parceiros europeus, esta segunda-feira, salientando que “a Ucrânia não se renderá nem cumprirá os ultimatos da Federação Russa”.
“Decidam o que é mais lucrativo – permitir a destruição de transformadores ou fornecer [ajuda]”, atirou, considerando que “o fim da guerra só pode ser acelerado através do aumento do fornecimento de artilharia/tanques. Mesmo unilateralmente…”, disse.
De notar que Podolyak é um conhecido crítico de qualquer tipo de negociação entre a Ucrânia e o regime do presidente russo, considerando que qualquer conversação com Putin não traria paz, mas acumularia vítimas, ao representar a vitória do chefe de Estado.
Ainda assim, Podolyak indicou, noutra ocasião, que “a Ucrânia nunca se recusou a negociar”.
“A nossa posição de negociação é conhecida e aberta. Putin está pronto? Obviamente que não. Portanto, somos construtivos na nossa avaliação: falaremos com o próximo líder da [Rússia]”, disse, alertando que, para a porta das conversações ser aberta, a Rússia deverá retirar as suas tropas da Ucrânia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo dados os mais recentes da Organização as Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.755 civis desde o início da guerra e 10.607 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.