A missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo "não pode permanecer interminável", disse hoje a presidente do parlamento congolês, numa altura em que a população de Beni acusa as instituições de inação perante os massacres de civis.
"Há um mal-estar entre a presença, o custo da MONUSCO na República Democrática do Congo [RD Congo], e os resultados obtidos", referiu Jeanine Mabunda, em declarações à agência France-Presse, que considerou que "é legítimo que as populações questionem porque é que esta força persiste na RD Congo".
"Faz 20 anos que a MONUSCO está na RD Congo, deve ser uma das missões mais longas e mais antigas do mundo, são gastos quase mil milhões de dólares por ano", apontou Mabunda, em visita a Paris.
Mas, "são uma força de manutenção de paz e as características do seu mandato são limitadas na sua capacidade de resposta", acrescentou.
Manifestantes em cólera incendiaram hoje a prefeitura de Beni e depois atacaram dois campos das Nações Unidas para denunciar a inação após um novo massacre de oito civis durante a noite. No protesto pelo menos quatro civis morreram, segundo as autoridades congolesas.
Um total de 77 civis foram mortos desde 5 de novembro em Beni e arredores (Kivu do Norte), de acordo com as últimas estatísticas do barómetro de segurança de Kivu, o Grupo de Estudo do Congo (GEC).
Estes massacres são atribuídos ao grupo armado das Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla inglesa), originalmente rebeldes ugandenses muçulmanos hostis ao presidente Yoweri Museveni, retirado no leste da RD Congo desde 1995. Nos últimos cinco anos, este grupo matou centenas de pessoas na região.
NAOM
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