segunda-feira, 7 de julho de 2025

Trump sai em defesa de Bolsonaro: "Estão a persegui-lo. Deixem-no em paz"... Donald Trump usou as redes sociais para fazer uma publicação em defesa de Jair Bolsonaro. Quem já reagiu foi a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, que aconselhou o presidente norte-americano a "cuidar dos seus próprios problemas".

© JIM WATSON/AFP via Getty Images   Carmen Guilherme com Lusa   07/07/2025 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu às redes sociais, esta segunda-feira, para defender Jair Bolsonaro, referindo que o Brasil está a fazer "algo terrível" com o ex-chefe de Estado e que este é alvo de "perseguição". 

De realçar que Jair Bolsonaro é suspeito de tentativa de golpe de Estado após perder as eleições contra Lula da Silva em 2022. 

"O Brasil está a fazer uma coisa terrível no tratamento dado ao antigo presidente Jair Bolsonaro. Eu assisti, tal como o mundo, ao facto de não terem feito outra coisa senão persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo", escreveu o republicano numa publicação na sua plataforma, a Truth Social, sem mencionar diretamente os processos judiciais nos quais o antigo presidente do Brasil está envolvido.

Na mesma publicação, Trump referiu que conheceu Jair Bolsonaro, "um líder forte" que "amava o seu país" e um "negociador muito duro no comércio". "Isto não é nada mais, nada menos, do que um ataque a um adversário político - algo que eu conheço muito bem", apontou.

Assim, recorreu à popular expressão que usou muitas vezes no seu caso - "caça às bruxas". 

"O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão a fazer com o seu ex-presidente. Vou acompanhar muito de perto essa caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, a sua família e milhares dos seus apoiantes. O único julgamento que deveria estar a acontecer é um julgamento pelos Eleitores do Brasil - Chama-se Eleição. Deixem Bolsonaro em Paz!", escreveu.

Quem já reagiu foi a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, que aconselhou Donald Trump a "cuidar dos seus próprios problemas". 

"Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil", começou por escrever numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

"Não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no estado democrático de direito, que Bolsonaro e seus golpistas tentaram destruir. O presidente dos EUA deveria cuidar de seus próprios problemas, que não são poucos, e respeitar a soberania do Brasil e de nosso Judiciário", rematou a governante brasileira. 

De recordar que o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil já deu por concluída a instrução do processo contra o ex-presidente brasileiro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. O juiz relator do caso, Alexandre de Moraes, encerrou a instrução do processo, que envolve oito réus, e determinou a intimação das partes para apresentarem as alegações finais.

Trata-se da última etapa na tramitação do processo, antes do seu julgamento. Concluída a fase de instrução, que incluiu depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos próprios réus, o juiz Alexandre de Moraes receberá primeiro as alegações do Ministério Público, que atua como parte acusadora.

Este órgão deve individualizar cada caso e declarar se acredita que os réus devem ser condenados ou absolvidos, após o que os advogados dos réus terão um prazo para apresentarem os seus argumentos finais ao tribunal.

Além de Bolsonaro, são réus neste processo o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha brasileira Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno,  o ex-assessor da Presidência e delator do processo Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto.

Todos os réus foram pronunciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.

De acordo com o Ministério Público brasileiro, o alegado plano golpista terá começado depois da vitória do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.


Leia Também: A presidência brasileira frisou hoje que o país não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja", depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que o Brasil está a fazer "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro.

Ex-ministro russo foi encontrado morto após ser demitido por Putin.... Roman Starovoit foi destituído do cargo após vários voos cancelados nos últimos dias por causa de ameaças de segurança causadas pela Ucrânia.

© MAXIM SHEMETOV/POOL/AFP via Getty Images Por noticiasaominuto.com  07/07/2025 

O ex-ministro dos Transportes russo, Roman Starovoit, foi encontrado morto horas após ter sido demitido por Vladimir Putin, avança a Reuters. 

O governante, que tinha sido demitido horas antes, terá tirado a própria vida após com recurso a uma arma de fogo.

Horas antes, tinha sido informado da sua destituição do cargo na sequência das centenas de voos cancelados em aeroportos russos, por causa de possíveis ataques de drones ucranianos.

O seu corpo foi descoberto na sua casa em Myakinino, região de Moscovo, com uma arma de fogo ao lado, que se acredita ser uma pistola que este recebeu como prémio de serviço e que lhe foi entregue pelo Ministério do Interior em 2023.

Recorde-se que drones ucranianos causaram o caos nos aeroportos russos, especialmente em Moscovo e São Petersburgo, onde foram cancelados e adiados mais de 2.000 voos nos últimos três dias devido a questões de segurança.

De acordo com a agência de transporte aéreo Rosaviatsia, foram cancelados 485 voos e adiados outros 2.000 voos desde sábado devido ao risco representado pelas aeronaves não tripuladas ucranianas.

A situação deixou milhares de passageiros retidos nos aeroportos, alguns dos quais tiveram de esperar mais de 24 horas para chegar ao seu destino, precisamente quando a época de verão está a começar no país, e provocou a demissão do ministro dos Transportes russo, Roman Starovoit, tendo o Presidente russo nomeado esta segunda-feira um substituto interino, Andrei Nikitin, até agora vice-ministro daquela pasta.

Na sequência do caos que se viveu, os bilhetes para os comboios de alta velocidade e noturnos que ligam as duas principais cidades do país, separadas por mais de 600 quilómetros, também esgotaram.

As linhas ferroviárias russas também têm sido alvo de ataques ucranianos, com constantes casos de sabotagem, incêndios e explosões.

As defesas aéreas russas abateram esta madrugada 91 drones ucranianos, oito dos quais se dirigiam alegadamente para a capital, segundo avançou hoje o Ministério da Defesa.

A Ucrânia atacou território russo no domingo com mais de 200 drones de asa fixa, tanto durante a noite como durante o dia.

*Visita Presidencial aos EUA: Guiné-Bissau em busca de parcerias estratégicas*

CAP GB / Radio Voz Do Povo 

Bissau, 7 de julho de 2025 – O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, embarcou esta manhã rumo a Washington, nos Estados Unidos da América, para participar numa cimeira internacional de alto nível dedicada ao reforço das relações económicas entre África e os EUA. O encontro, promovido pelo Presidente norte-americano Donald Trump, reunirá cinco líderes africanos, incluindo o chefe de Estado do Senegal, Bassirou Diomaye Faye.

A cimeira, que decorre entre os dias 9 e 11 de julho, tem como foco a promoção de investimentos privados, a cooperação em matéria de segurança e o acesso a recursos estratégicos. Esta iniciativa marca uma viragem na política externa dos EUA para o continente africano, após o regresso de Trump à Casa Branca.

Antes da partida, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, Embaló destacou o prestígio internacional que Guiné-Bissau tem vindo a recuperar. “Este convite é um sinal claro do respeito que o nosso país voltou a merecer no cenário internacional”, declarou o Presidente, acrescentando que espera avanços concretos na reabertura da Embaixada dos Estados Unidos em Bissau, encerrada desde o conflito político-militar de 1998.

Durante a cimeira, os líderes africanos deverão abordar temas como comércio bilateral, inovação tecnológica, segurança regional e transições democráticas. A presença de Embaló é vista como uma oportunidade para Guiné-Bissau consolidar parcerias estratégicas e afirmar-se como um interlocutor relevante na nova fase das relações África-EUA.


Ucrânia/Rússia: Drones de Kyiv causam caos nos aeroportos russos... De acordo com a agência de transporte aéreo Rosaviatsia, foram cancelados 485 voos e adiados outros 2.000 voos desde sábado devido ao risco representado pelas aeronaves não tripuladas ucranianas.

© OLEKSII FILIPPOV/AFP via Getty Images  Lusa   07/07/2025

Drones ucranianos causaram o caos nos aeroportos russos, especialmente em Moscovo e São Petersburgo, onde foram cancelados e adiados mais de 2.000 voos nos últimos três dias devido a questões de segurança. 

De acordo com a agência de transporte aéreo Rosaviatsia, foram cancelados 485 voos e adiados outros 2.000 voos desde sábado devido ao risco representado pelas aeronaves não tripuladas ucranianas.

A situação já provocou a demissão do ministro dos Transportes russo, Roman Starovoit, tendo o Presidente russo nomeado hoje um substituto interino, Andrei Nikitin, até agora vice-ministro daquela pasta.

Embora a situação pareça estar a voltar ao normal, dezenas de voos continuam atrasados no Aeroporto de Sheremetyevo, em Moscovo, e mais de 100 no Aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo.

Esta situação deixou milhares de passageiros retidos nos aeroportos, alguns dos quais tiveram de esperar mais de 24 horas para chegar ao seu destino, precisamente quando a época de verão está a começar no país.

Por isso, os bilhetes para os comboios de alta velocidade e noturnos que ligam as duas principais cidades do país, separadas por mais de 600 quilómetros, também esgotaram.

As linhas ferroviárias russas também têm sido alvo de ataques ucranianos, com constantes casos de sabotagem, incêndios e explosões.

As defesas aéreas russas abateram esta madrugada 91 drones ucranianos, oito dos quais se dirigiam alegadamente para a capital, segundo avançou hoje o Ministério da Defesa.

A Ucrânia atacou território russo no domingo com mais de 200 drones de asa fixa, tanto durante a noite como durante o dia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou na semana passada ter feito acordos com os Estados Unidos e a Dinamarca para aumentar a produção de drones a fim de atacar infraestruturas estratégicas em território russo.

Por sua vez, a Rússia, que intensificou os bombardeamentos desde a bem-sucedida 'Operação Teia de Aranha' da Ucrânia - um ataque secreto com drones realizado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia no território da Rússia a 01 de junho -, lançou um dos maiores ataques combinados de drones e mísseis de toda a guerra entre quinta e sexta-feira.

Este último ataque aconteceu após uma conversa telefónica entre o líder russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que manifestou desapontamento pela recusa do líder do Kremlin em anunciar o fim das hostilidades.


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Guiné-Bissau: Um único hospital serve as 23 ilhas habitadas do arquipélago das Bijagós... O arquipélago das Bijagós, na Guiné-Bissau, com cerca de 33 mil pessoas divididas por 23 ilhas habitadas, conta com um único hospital, instalado em Bubaque, salientou à Lusa Élcio Marques Vieira, enfermeiro na ilha de Formosa.

© Lusa  07/07/2025

Élcio e dois outros enfermeiros trabalham no centro de saúde de Formosa, mas deviam atender de forma regular as populações das ilhas vizinhas de Tchedignha, Nghago e Maio, o que nem sempre conseguem devido à falta de meios de transporte.

Mesmo para casos graves de crianças ou grávidas, Élcio e a sua equipa sentem "muitas dificuldades" para transportar aqueles doentes para o hospital de Bubaque, contou à Lusa.

"Somos um centro de saúde tipo C para cuidados primários. Recebemos o doente e damos assistência durante três dias, se não melhorar teremos de o levar para Bubaque, onde existe um hospital regional", explicou.

Para estas e outras deslocações, a equipa de Élcio acaba por recorrer às canoas de pescadores, mesmo sabendo que "não têm as mínimas condições" para transportar doentes ou medicamentos em condições de segurança.

"Por exemplo, neste momento, não temos paracetamol em xarope, só vamos ter isso talvez para a semana", observou.

O enfermeiro gostava que o Governo ampliasse o centro de saúde de Formosa para albergar mais técnicos que atualmente praticamente partilham o mesmo espaço.

"É preciso ampliar o centro para criar uma pequena pediatria e também separar as salas das consultas para adultos e para crianças", defendeu Élcio Marques Vieira, que trabalha nas ilhas Bijagós há cerca de dez anos.

Antes de chegar ao centro de saúde de Formosa, Élcio trabalhou nas ilhas de Unhocume e Sogá.

A enfermeira Tamara Fernandes Monteiro Sá trabalhou nas ilhas de Caravela, Bubaque e Uno entre 2014 e 2020, até regressar ao Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, mas não se esqueceu das dificuldades experimentadas para "resolver os problemas dos doentes, sobretudo das grávidas".

"Há ilhas perto de Bubaque a que não é fácil aceder, a não ser que a pessoa venha até Bissau e apanhar uma piroga", exemplificou Tamara Sá, enaltecendo os apoios que recebia de um projeto das Organizações Não Governamentais (ONG) que trabalham na zona.

A enfermeira considera as ilhas Bijagós como zona rica, mas onde existe "pouca produtividade" e "falta de tudo", nomeadamente transportes e agências de transferência de dinheiro, o que acaba por encarecer os produtos de primeira necessidade.

O arroz, base da dieta alimentar dos guineenses, é vendido quase ao dobro do preço em relação à zona continental do país, disse Tamara Sá, salientando que o produto vem de Bissau.

"Digamos que não há dinheiro em circulação nas ilhas" Bijagós, observou a enfermeira.

O pescador Ibraima Barros, baseado na ilha de João Vieira Poilão, está contente que o arquipélago dos Bijagós seja considerado Património Mundial Natural pela UNESCO, mas já vê com maus olhos a possibilidade de aumentar o interesse de mais visitantes à região.

"Haverá grande vantagem para o Estado da Guiné-Bissau, mas desde que não traga restrições na zona de pesca, porque isso poderá impactar negativamente nas nossas atividades", afirmou Ibraima Barros.

O jornalista da rádio comunitária Okimka Pampa, na ilha de Orango Grande, Domingos Alves não tem dúvidas sobre "a bondade" do reconhecimento para o arquipélago das Bijagós, mas já não tem certeza sobre se o Estado da Guiné-Bissau terá a capacidade para fiscalizar as atividades de pesca na zona envolvida, ilhas de João Vieira Poilão, Orango e Formosa.

Domingos Alves apontou como estratégia "a sensibilização contínua" das populações do arquipélago dos Bijagós.

As ilhas, consideradas um tesouro natural e cultural, fazem parte da lista de 32 sítios de todo o mundo candidatos a Património Mundial, que vão conhecer a decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a 11 de julho, em França.

A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre até 16 de julho, na sede da UNESCO em Paris, França.


Leia Também: Ilhas de Bijagós poderão integrar lista do Património Mundial

As ilhas dos Bijagós estão a poucos dias de poder integrar a lista do Património da Humanidade, naquela que será uma conquista histórica para a Guiné-Bissau, com o primeiro sítio reconhecido com o estatuto mundial.


EUA: Inundações no Texas já fizeram 82 mortos (incluindo 28 crianças)... O nível das água do rio Guadalupe, no Texas, EUA, aumentou oito metros em 45 minutos, apanhando muitos desprevenidos. O número de mortos continuam a aumentar, estando confirmados, até ao momento, 82 mortos.

© Getty Images/Desiree Rios for The Washington Post    Notícias ao Minuto com Lusa  07/07/2025

O número de mortos provocados pelas cheias no Texas, no sul dos Estados Unidos da América, continua a subir. Os dados mais recentes referem-se a, pelo menos, 82 mortos. As autoridades assumem que ainda há muitos desaparecidos e as fatalidades podem continuar a aumentar.

Os números foram confirmados pelo governador do Texas, Greg Abbott, este domingo, aumentando quase para o dobro o número de mortos que tinha sido anunciado no sábado, horas depois das cheias repentinas, que fizeram subir o rio Guadalupe oito metros em apenas 45 minutos.

Crianças em acampamento apanhadas desprevenidas

Entre as vítimas mortais, constam 28 crianças. Algumas das quais estavam a participar num acampamento cristão, nas margens do rio em causa, quando foram apanhadas de surpresa pela tempestade.

Onze raparigas e um mentor estão ainda desaparecidos. Cinco meninas, com idades entre os 8 e 9 anos, já foram dadas como mortas, bem como o responsável pelo acampamento ‘Camp Mystic’. No acampamento participavam 750 pessoas. 

Texas tem já historial de inundações

A forte tempestade que teve inicio na noite de quinta para sexta-feira não é a primeira a assolar a região do Texas. Segundo o Washington Post, a região já enfrentou inundações mortais anteriormente. Esta nova tragédia, no entanto, vem expor lacunas na sua capacidade de avisar as pessoas, nomeadamente porque o alerta de risco de inundação chegou atrasado ao condado de Kerr.

Esta publicação refere que o Texas é uma zona propensa a inundações repentinas, estando as autoridades cientes de que o terreno de Hill Country pode transformar rios lentos e pouco profundos em paredes de água. 

Contudo, quando as previsões meteorológicas começaram a indicar a possibilidade de chuvas fortes na quinta-feira, ficou patente uma falha: poucos, incluindo as autoridades locais, se prepararam para algo do género. Aliás, a publicação norte-americana acusa mesmo que todos estavam mais preocupados com as celebrações do dia 4 de Julho, Dia da Independência do país.

Quando a precipitação se intensificou nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, muitas pessoas não receberam ou não responderam aos avisos de inundação em acampamentos e cabanas ribeirinhas que se sabia estarem a acontecer.

O Serviço Meteorológico Nacional, recorde-se, alertou na quinta-feira para possíveis inundações e, em seguida, enviou uma série de alertas de inundações repentinas nas primeiras horas de sexta-feira antes de emitir emergências de inundações repentinas -- um alerta raro que notifica sobre o perigo iminente.

Donald Trump foi questionado se, após a tragédia, planeava eliminar gradualmente a Agência Federal de Gestão de Emergências, Trump disse que isso era algo sobre o qual iria "falar mais tarde", pois estava ocupado "a trabalhar".

O presidente foi também questionado se planeava recontratar algum dos meteorologistas federais despedidos este ano como parte das amplas reduções de despesas do governo.

"Acho que não. Isto foi algo que aconteceu em segundos. Ninguém estava à espera. Ninguém viu. Havia pessoas muito talentosas lá, e não viram", disse Trump. 

Buscas continuam até que todos sejam encontrados

As equipas de resgate continuam as buscas pelos desaparecidos. O xerife Larry Leitha prometeu continuar as buscas até que "todos sejam encontrados".

As cheias repentinas foram provocadas por chuvas torrenciais na parte central do estado na manhã de sexta-feira, Dia da Independência, que fizeram o rio Guadalupe subir oito metros em apenas 45 minutos. De repente, caíram quase 300 milímetros de chuva por hora, um terço da precipitação média anual.

O governador alertou no domingo que novos períodos de chuvas fortes até terça-feira poderiam causar mais inundações fatais, especialmente em locais já saturados.

Também no domingo, o presidente Donald Trump assinou uma declaração de grande desastre para o condado de Kerr, ativando a Agência Federal de Gestão de Emergências do Texas, e disse que provavelmente visitará a zona afetada na sexta-feira.

"Foi uma coisa horrível o que aconteceu, absolutamente horrível", afirmou.

Os socorristas usam helicópteros, barcos e 'drones' para procurar vítimas e resgatar pessoas presas em árvores e em acampamentos isolados por estradas destruídas pela água. As autoridades disseram que mais de 850 pessoas foram resgatadas nas primeiras 36 horas.


ONU: Norte de Moçambique regista crise humanitária "cada vez mais profunda"... A ONU alerta que o norte de Moçambique registou, em junho, uma crise humanitária "cada vez mais profunda", causada pela escassez de financiamento, desastres naturais e escalada de violência armada na província de Cabo Delgado.

© Lusa  07/07/2025

"A escalada da violência por parte dos grupos armados não estatais continuou a provocar novas deslocações, a perturbar os serviços essenciais, a restringir severamente os movimentos, a exacerbar a insegurança alimentar e a impedir a prestação de assistência vital", refere-se no relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigal em inglês).

A província de Cabo Delgado, situada no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

As novas movimentações de extremistas no norte de Moçambique incluem Niassa, província vizinha de Cabo Delgado, onde, desde a sua eclosão em 29 de abril, provocaram pelo menos duas mortes: dois guardas florestais decapitados.

De acordo com o OCHA, em 24 de junho, 568 pessoas, incluindo 324 crianças, fugiram dos ataques de grupos armados na aldeia de Quinto Congresso, no distrito de Macomia, em direção "à já sobrelotada" sede distrital, elevando o número total de deslocados pelo conflito para 48 mil desde um de janeiro, muitos necessitando urgentemente de alimentos, abrigo, bens de primeira necessidade e água potável.

"O conflito continua a ter impacto nas necessidades de proteção das pessoas. No início de 2025, Cabo Delgado viu um aumento de 22% nos casos de violência baseada no género relatados em comparação com 2024, devido à melhoria das denúncias e à crescente consciencialização, mas também ressalta o impacto do conflito específico de género", explica.

O documento acrescenta que o Governo facilitou o regresso das populações às suas zonas de origem nos distritos de Macomia, Metuge e Montepuez, em Cabo Delgado, e recentemente em Mecula, no Niassa, "em grande parte devido à inadequada assistência humanitária e à sobrelotação dos locais de deslocação".

Segundo o OCHA, a população que regressa não encontra nada nas suas áreas de origem, "uma vez que as suas casas, parcelas agrícolas e meios de subsistência foram destruídos e os serviços básicos não foram restaurados", e os que optaram pela reinstalação "verificaram que os locais propostos não dispunham de serviços essenciais".

A agência das Nações Unidas apontou ainda para a persistência das "necessidades e lacunas" pós-ciclone, explicando que, com as restrições de financiamento, as pessoas afetadas pelos três ciclones, que, além da destruição de milhares de casas e infraestruturas, provocaram cerca de 175 mortos, no norte e centro do país, "não receberam assistência adequada".

"As primeiras avaliações realizadas desde março nos distritos de Lalaua e Muecate em Nampula revelaram que um total de 70 mil pessoas foram afetadas pelos ciclones mas não receberam assistência desde março", avança.

Outro problema apontado pelo OCHA refere-se ao declínio em cerca de 26% no financiamento humanitário entre 2024 e 2025, caindo de 74 milhões de dólares (62,8 milhões de euros), para 55 milhões de dólares (46,7 milhões de euros).

"Como resultado, cerca de 260 mil pessoas ficaram sem acesso a serviços de higiene, enquanto 200 mil pessoas continuam sem abrigo adequado (..). Além disso, o programa de recolha de amostras laboratoriais, que servia 25 mil pessoas por mês, principalmente pessoas com VIH e tuberculose, foi abruptamente interrompido", acrescenta.


Musk a criar novo partido nos EUA? "Acho que é ridículo", atira Trump... O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou hoje como "ridícula" a decisão anunciada na véspera da criação de um novo partido político pelo multimilionário Elon Musk, seu antigo aliado.

Por LUSA 

"Acho que é ridículo lançar um terceiro partido. Estamos a ter um sucesso tremendo com o Partido Republicano", disse Trump, antes de embarcar no seu avião em Nova Jérsia para regressar a Washington.

O multimilionário Elon Musk, antigo aliado do Presidente norte-americano, com quem se desentendeu recentemente, anunciou no sábado, a criação da sua formação política, o "Partido América".

"Os democratas perderam o rumo, mas sempre foi um sistema bipartidário", acrescentou o Presidente norte-americano.

"Acho que lançar um terceiro partido só aumenta a confusão. Parece que foi realmente desenvolvido, mas os terceiros partidos nunca funcionaram", considerou.

"Portanto, ele pode divertir-se o quanto quiser com isto, mas acho que é ridículo", concluiu Trump.

A formação de novos partidos políticos não é incomum nos EUA, mas normalmente lutam para obter apoio significativo dos partidos Republicano e Democrata.

Mas, Musk, que gastou 270 milhões de dólares (229,2 milhões de euros) na campanha de Trump para a eleição de 2024, poderá causar impacto nas eleições intercalares de 2026, determinando o controlo do Congresso, se estiver disposto a gastar verbas significativas.

O homem mais rico do planeta, presença assídua na Sala Oval, após a eleição do republicano, liderou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que tinha como objetivo reduzir drasticamente a despesa federal.

O empresário deixou o DOGE em maio, para reassumir o controlo das suas empresas, nomeadamente a Tesla, especializada em veículos elétricos, cuja imagem e vendas sofreram em todo o mundo devido a esta colaboração, mas pouco depois, teve uma discussão dura e pública com Trump por causa do projeto de lei orçamental.

"Hoje, o Partido América foi criado para vos devolver a liberdade", escreveu Musk, no sábado, na sua rede social X (antigo Twitter).

Na sequência da aprovação do projeto de lei orçamental, que acusa de aumentar a dívida pública, Musk lançou uma sondagem sobre a criação da nova formação política na sua rede social na sexta-feira e 65% dos cerca de 1,2 milhões inquiridos responderam "sim" à pergunta se queriam que o "Partido América" visse a luz do dia.

"Quando se trata de arruinar o nosso país através do desperdício e da corrupção, vivemos num sistema de partido único, não numa democracia", continuou Musk.

O multimilionário passou a manhã de hoje no X a receber 'feedback' dos utilizadores sobre o partido e indicou que o partido participará nas eleições intercalares de 2026.

No mês passado, Musk ameaçou tentar destituir todos os membros do Congresso que votaram o projeto de lei de Trump e classificou o pacote de isenções fiscais e cortes de despesa como uma "abominação repugnante", alertando que isso aumentaria o défice federal, entre outras críticas.

As suas críticas ao projeto de lei e a sua iniciativa de formar um partido político marcam uma inversão em relação a maio, quando o seu mandato na Casa Branca estava a chegar ao fim e o responsável da empresa de foguetões SpaceX e da fabricante de veículos elétricos Tesla disse que iria gastar "muito menos" em política no futuro.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, que entrou em conflito com Musk enquanto dirigia o DOGE, disse no programa "State of the Union" da CNN, que os "princípios" do departamento eram populares, mas "se olharmos para as sondagens, Elon não era".

"Imagino que o conselho de administração não tenha gostado do anúncio de ontem [sábado] e irá encorajá-lo a concentrar-se nas suas atividades comerciais, e não nas suas atividades políticas", disse.

Natural da África do Sul, Elon Musk não poderá concorrer em futuras eleições presidenciais, uma vez que os candidatos têm de ter nascido nos Estados Unidos.


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A governadora da região de Gabú, Elisa Maria Tavares Pinto, elogia os trabalhos da empresa AREZKI sobre reabilitação das vias urbanas de Gabú em curso.

A TV Sintchan Occo, acompanhou hoje (07.07.2024) a visita de rotina efetuada pela Governadora, nas diferentes ruas da cidade a fim de avaliar a evolução dos trabalhos no terreno sobretudo nesta época da chuva.

domingo, 6 de julho de 2025

Líderes dos BRICS condenam "ataques militares" contra o Irão... Os chefes de Estado e de Governo do grupo BRICS condenaram hoje "os ataques militares" contra o Irão e mostraram preocupação com a "escalada da situação de segurança no Médio Oriente".

© Lusa   06/07/2025

"Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irão desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Médio Oriente", lê-se na declaração de líderes do grupo formado por 11 países do chamado sul global e que incluiu países como o Brasil, China, Rússia, Índia e, desde 2024, o próprio Irão.

Na declaração, na qual o nome dos Estados Unidos e de Israel não foi mencionado, os países do grupo expressaram "séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em violação ao direito internacional e a resoluções pertinentes da AIEA".

Para os membros dos BRICS, "as salvaguardas e a segurança nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em conflitos armados, para proteger as pessoas e o meio ambiente contra danos".

A declaração surge na sequência da guerra de 12 dias lançada em meados de junho por Israel contra o Irão, na qual os Estados Unidos participaram bombardeando três instalações nucleares iranianas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araqchi, que chefia a delegação do seu país, membro dos BRICS desde 2024, e encontra-se no Rio de Janeiro para participar da reunião dos BRICS.

Lula da Silva recebeu hoje no Rio de Janeiro líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, marcada pela ausência de presidentes como o russo, Vladimir Putin e do chinês, Xi Jinping, numa cimeira que conta com entre os cerca de 30 países representados e uma dezena de organizações internacionais.

O grupo BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.

A estes juntam-se, como membros associados, a Bielorrússia, a Bolívia, o Cazaquistão, Cuba, a Malásia, a Nigéria, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e o Vietname.


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Putin diz aos BRICS que modelo de globalização liberal "tornou-se obsoleto"... O presidente russo, Vladimir Putin, considerou hoje, numa intervenção por videoconferência na cimeira do grupo BRICS, que o modelo de globalização liberal "tornou-se obsoleto".

Por LUSA 

"A mudança na ordem económica mundial continua a ganhar força. Estamos todos a testemunhar que o modelo de globalização liberal tornou-se obsoleto", afirmou.

Como resultado, acrescentou, "o foco da atividade empresarial está a deslocar-se para os mercados em desenvolvimento, o que está a impulsionar uma grande onda de crescimento, incluindo nos países BRICS".

Putin sublinhou que os países BRICS representam não só um terço da superfície terrestre e quase metade da população mundial, mas também "40% da economia mundial".

"E o PIB total em termos de paridade do poder de compra já atingiu 77 biliões de dólares, de acordo com o FMI. Aliás, neste indicador, os BRICS ultrapassam significativamente outros blocos, incluindo o G7, que tem 57 biliões", disse.

Putin sublinhou que 90% das transferências entre a Rússia e os outros países do grupo são efetuadas em moedas nacionais e congratulou-se com o apoio do Brasil à iniciativa da presidência russa de criar uma bolsa de cereais, uma vez que os BRICS representam 44% da produção mundial de cereais.

O presidente brasileiro, Lula da Silva, recebeu hoje no Rio de Janeiro os líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, marcada pela ausência de presidentes como o russo, Vladimir Putin e do chinês, Xi Jinping.

Entre os líderes presentes estão os da Etiópia, Abiy Ahmed; da Índia, Narendra Modi, que foi o segundo a chegar e da Indonésia, Prabowo Subianto.

Estão também presentes presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, entre os cerca de 30 países representados e uma dezena de organizações internacionais.

Uma das principais ausências na cimeira é Putin, que recusou o convite de Lula da Silva por estar sob mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional por alegados crimes cometidos durante a guerra na Ucrânia, e será representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.

Mais surpreendente é a ausência de Xi Jinping da China, que tem sido um participante constante em cimeiras anteriores, e será substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang.

Hoje, os chefes de Estado e de Governo dos BRICS têm agendadas duas sessões plenárias, a primeira sobre "Paz e Segurança e Reforma da Governança Global" e a segunda relativa ao Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Económico-Financeiros e Inteligência Artificial".

Nesta última, deverá ser discutida a revisão das participações acionárias no Banco Mundial, o realinhamento de quotas do FMI e o aumento da representação dos países em desenvolvimento em posições de liderança nas instituições financeiras internacionais e a importância de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

Para além disso, e tal como tem vindo a acontecer durante as reuniões ministeriais dos BRICS ao longo dos últimos meses, deverá ser feita uma denúncia ao aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, numa referência às medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; assim como um apelo ao reforço da utilização de moedas locais no comércio entre os países do bloco.

No último dia, na segunda-feira, sessão plenária será sobre "Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global".

O grupo BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.

A estes juntam-se, como membros associados, a Bielorrússia, a Bolívia, o Cazaquistão, Cuba, a Malásia, a Nigéria, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e o Vietname.


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O presidente brasileiro, Lula da Silva, criticou o compromisso dos países membros da NATO em aumentar as despesas com a Defesa para 5% do PIB, no seu discurso de abertura da cimeira de líderes dos BRICS.


Número de mortos em inundações no Texas sobe para 59... As inundações no Texas, no sul dos Estados Unidos (EUA), fizeram 59 mortos, de acordo com um novo número provisório de mortos anunciado hoje pelo vice-governador daquele estado, Dan Patrick.

Por LUSA 

"Perdemos mais pessoas. Agora estamos nos 59", avançou o responsável estadual ao canal de televisão Fox News, acrescentando esperar que "este número aumente".

As cheias repentinas, que começaram antes do nascer do sol de sexta-feira no condado de Kerr, no estado norte-americano do Texas, causaram ainda um número desconhecido de pessoas desaparecidas, segundo as autoridades.

Entre os desaparecidos estão 27 raparigas do Camp Mystic, um acampamento de verão cristão ao longo do rio Guadalupe, naquele condado.

Mas, à medida que as autoridades iniciam um dos maiores esforços de busca e salvamento da história recente do Texas, estão sob crescente escrutínio sobre os preparativos e a razão pela qual os residentes e os campos de férias para jovens espalhados ao longo do rio não foram alertados atempadamente ou instruídos para abandonar os locais de perigo, avançou a AP.

Equipas aéreas, terrestres e aquáticas estão a realizar operações em busca de sobreviventes e corpos, tendo sido mobilizados cerca de 500 socorristas e 14 helicópteros, enquanto a Guarda Nacional do Texas e a Guarda Costeira enviaram reforços, segundo a AFP.

Movimentos palestinianos ameaçam atuar contra milícia inimiga em Gaza... Vários movimentos armados palestinianos, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica, ameaçaram hoje lutar contra os membros de uma nova milícia palestiniana liderada por Abu Shabab que atua em zonas da Faixa de Gaza sob controlo israelita.

Por LUSA 

O aviso surge depois de Abu Shabab ter admitido pela primeira vez, numa entrevista à estação de rádio israelita Makan, cooperar "a algum nível com Israel".

"Não teremos misericórdia com nenhum deles, nem com ninguém que siga o seu caminho de apoio à ocupação. Serão tratados como merecem os traidores e colaboradores", reagiram, num comunicado conjunto, vários movimentos armados palestinianos da Faixa de Gaza.

Para estas organizações, Abu Shabab é "um traidor a soldo" que, com o seu grupo, abandonou a nação.

"Foram completamente despojados da sua identidade palestiniana. Com o tempo, agarrar-se-ão às costas e aos tanques do inimigo como parasitas, quando o arrependimento já não lhes servir", acrescentam na nota.

Na entrevista à estação de rádio israelita Makan, Abu Shabab admitira também que não se coibirá de entrar em conflito direto com o Hamas, que chegou a incluir a sua rendição como uma das condições para um cessar-fogo com Israel, segundo a agência de notícias Europa Press.

Abu Shabab, 32 anos, nascido em Rafah, no sul do enclave palestiniano, foi condenado pelas autoridades do Hamas em Gaza por tráfico de droga, mas conseguiu fugir da prisão no início da guerra com Israel, segundo o 'site' Middle East Monitor.

O diário israelita Maariv noticiou recentemente que terá sido recrutado pelos serviços secretos israelitas para boicotar as operações do Hamas, cujo ataque a Israel, em 07 de outubro de 2023, desencadeou a guerra em curso em Gaza.

Netanyahu admitiu que financiava o grupo, a que chamou "Forças Populares", no início de junho, depois de o deputado e ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman ter declarado que o Governo israelita fornecia armas "a um bando de criminosos e malfeitores".

O ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023 causou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 57 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas uma organização terrorista.


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O bombardeamento do café Al-Baqa, na cidade de Gaza, pelo exército israelita na segunda-feira, que vitimou 33 pessoas, matou também um comandante e outros dois membros do grupo islamita Hamas, segundo um comunicado militar hoje divulgado.


Muçulmanos xiitas celebram Ashura no meio de tensões com Israel... Milhões de seguidores do ramo xiita do Islão, maioritário no Irão e no Iraque, celebraram hoje a Ashura para recordar a morte, no século VII, de Hussein, neto do profeta Maomé.

© Lusa   06/07/2025

As celebrações realizam-se no meio das tensões entre os países árabes e muçulmanos do Médio Oriente e Israel.

A Ashura tem um profundo significado religioso e histórico para os xiitas, segundo a agência norte-americana Associated Press (AP).

Assinala a Batalha de Karbala, em 680, na qual o Imã Hussein, juntamente com a família e companheiros, foi morto depois de se ter recusado a jurar fidelidade ao califado omíada, cimentando o cisma entre o Islão sunita e xiita.

Considerado pelos xiitas como o legítimo sucessor de Maomé, a data da morte de Hussein passou a simbolizar a resistência contra a tirania e a injustiça.

No Irão, milhões de pessoas participaram em procissões por todo o país, um luto que se realiza todos os anos e que, nesta ocasião, foi marcado por um forte tom nacionalista, na sequência da guerra de 12 dias com Israel, em junho.

Em algumas celebrações, para além das orações, ressoou o hino persa "Hey Iran" e a leitura de poemas nacionalistas, algo pouco habitual nestes eventos, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, aproveitou uma cerimónia na véspera da Ashura, no sábado à noite, para aparecer em público pela primeira vez desde a guerra com Israel.

A guerra arrastou-se até 24 de junho, quando o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo.

Durante o conflito de 12 dias, Israel atacou instalações militares, nucleares e energéticas iranianas, bem como zonas residenciais em Teerão.

Matou pelo menos 30 comandantes militares de topo e 11 cientistas nucleares, enquanto o Irão respondeu com vagas de ataques de mísseis.

No Iraque, milhares de peregrinos árabes e de outros países entraram no país nos últimos dias, por via terrestre e aérea, para participar nas comemorações, informou o Ministério do Interior num comunicado.

O ministério disse que até agora não tinham sido detetados problemas de segurança.

Referiu que havia um grande afluxo de visitantes que fazem a peregrinação anual à cidade sagrada de Kerbala, no sul do Iraque, e a outros locais religiosos venerados para assinalar a morte do Imã Hussein.

"Todos os postos fronteiriços terrestres e aéreos do país registaram um elevado volume de chegadas nos últimos dias", declarou o ministério.

A mesma fonte assegurou que as autoridades estavam em "alerta máximo para fornecer todo o apoio organizacional e logístico" que garantisse que as celebrações decorreriam sem problemas.

Muitos dos fiéis assinalam a Ashura com rituais de automutilação.

A Ashura é celebrada todos os anos no 10.º dia de Muharram, o primeiro mês do calendário islâmico, mas tem um significado diferente para os muçulmanos sunitas, o ramo maioritário no Médio Oriente, e para os muçulmanos xiitas.

Nos países sunitas, a data assinala o dia em que Noé desembarcou da arca e em que Moisés separou as águas do Mar Vermelho, permitindo o êxodo dos israelitas do Egito, que é celebrado com jejum e orações nas mesquitas.

Para os xiitas, o martírio de Hussein foi um dos principais pontos de viragem na divisão entre os dois principais ramos do Islão, segundo a EFE.


Cérebro continua a produzir neurónios até quase aos 80 anos... Estudo confirma que a formação de novos neurónios no hipocampo persiste ao longo da vida adulta, uma descoberta que pode ter impacto em doenças neurodegenerativas.

Por  SIC Notícias

O cérebro humano não deixa de produzir neurónios com o passar dos anos. Um novo estudo revelou que a formação de novas células nervosas no hipocampo, região ligada à memória e aprendizagem, continua até, pelo menos, aos 78 anos.

O cérebro humano mantém a capacidade de gerar novos neurónios na idade adulta - uma descoberta que pode mudar a forma como olhamos para o envelhecimento cerebral e o tratamento de doenças neurodegenerativas. 

A conclusão é de um novo estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, agora publicado na revista Science.

Descoberta reforça estudo anterior

Há 12 anos, a mesma equipa de investigação já tinha mostrado que o hipocampo - uma região central para a aprendizagem e memória - mantém a produção de novos neurónios em adultos.

Essa descoberta baseou-se na medição dos níveis de carbono-14 no ADN de tecido cerebral.

O novo estudo vai mais longe: identificou diferentes estádios de desenvolvimento neuronal no hipocampo de cérebros humanos com idades até aos 78 anos. 

Os investigadores encontraram desde células estaminais, com potencial para se transformarem noutras células, até neurónios imaturos, alguns em fase de divisão.

“Conseguimos identificar as células de origem, o que confirma que há uma formação contínua de neurónios no hipocampo do cérebro adulto”, afirmou o coordenador do estudo, Jonas Frisén, citado em comunicado pelo Instituto Karolinska.

A equipa recorreu a técnicas de análise genética e celular para chegar a estas conclusões. As chamadas células progenitoras de neurónios, responsáveis pela formação de novas células nervosas, são semelhantes às encontradas noutros mamíferos como ratos, porcos e macacos. No entanto, há diferenças quanto aos genes que estão ativos. 

Esperança para novos tratamentos

O estudo mostrou ainda que a quantidade de células progenitoras neuronais varia muito entre indivíduos: alguns adultos apresentavam bastantes, outros quase nenhumas. Essa variação poderá ajudar a explicar diferenças na forma como o cérebro envelhece ou responde a doenças.

Para Jonas Frisén, os resultados são “uma peça importante” para compreender o funcionamento do cérebro ao longo da vida.

 “Podem também ter implicações para o desenvolvimento de tratamentos regenerativos que estimulem a neurogénese em perturbações neurodegenerativas e psiquiátricas”.


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Guiné-Bissau: Ilhas de Bijagós poderão integrar lista do Património Mundial... As ilhas dos Bijagós estão a poucos dias de poder integrar a lista do Património da Humanidade, naquela que será uma conquista histórica para a Guiné-Bissau, com o primeiro sítio reconhecido com o estatuto mundial.

© LUSA   06/07/2025 

As ilhas consideradas um tesouro natural e cultural fazem parte da lista de 32 sítios de todo o mundo candidatos a Património Mundial, que vão conhecer a decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a 11 de julho, em França. 

A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre entre hoje e 16 de julho, na sede da UNESCO em Paris, França, e a decisão sobre as candidaturas de sítios que desejam ser reconhecidos como Património Mundial está marcada para 11 de julho, de acordo com o programa provisório divulgado pela organização.

"Se o Arquipélago dos Bijagós for reconhecido como Património Mundial Natural pela UNESCO, será uma conquista histórica para a Guiné-Bissau e para o povo Bijagó", segundo o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), o organismo público guineense que coordenou a candidatura.

O arquipélago na costa ocidental de África é uma parte do território marinho e costeiro da Guiné-Bissau, composto por 88 ilhas e ilhéus, com uma extensão de 2,6 quilómetros quadrados, onde vivem, nas 23 ilhas habitadas, cerca de 33 mil dos dois milhões de habitantes da Guiné-Bissau.

As ilhas Bijagós já conquistaram várias distinções, também da UNESCO, concretamente Reserva da Biosfera, em 1996, Don a Terra, em 2001, e Sítio RAMSAR, em 2014, pela importância desta zona húmida a nível internacional.

Há mais de uma década, a Guiné-Bissau tentou elevar as ilhas a Património Mundial, mas a candidatura foi rejeitada.

Em fevereiro deste ano, foi entrega nova candidatura, que recebeu, no final de maio, parecer favorável para análise e decisão sobre a inclusão das exóticas ilhas da Guiné Bissau na lista UNESCO, do Comité de Avaliação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

A poucos dias da decisão final, o IBAP pede a união de todos os guineenses "em apoio a este marco importante" e assegura que "o estatuto de Património Mundial não impede o desenvolvimento".

"Pelo contrário, promove um modelo sustentável que respeita o ambiente, os direitos das comunidades e os saberes tradicionais, abrindo portas ao turismo responsável, à educação e ao financiamento internacional", defende.

A candidatura do "Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós -- OMATÍ MINHÕ" não abrange todas as ilhas, concentra o propósito da elevação a Património Mundial em três que são parques naturais, concretamente o Parque Natural das Ilhas de Orango, o Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão e a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok e a ligação entre esses três parques.

A diretora-geral do IPAB, Aissa Regalla de Barros, explicou à Lusa, na preparação do processo, que as restantes ilhas representam a zona tampão do bem candidato à UNESCO, que reconheceu o conjunto dos Bijagós como Reserva Mundial da Biosfera em 1996.

Os responsáveis guineenses querem conquistar o estatuto de Património Mundial concentrando-se na zona mais relevante do ponto de vista da biodiversidade nas ilhas e ilhéus onde desovam tartarugas, habitam hipopótamos e se alimentam aves migratórias.

Esta candidatura a Património Mundial é, segundo disse, "muito mais robusta" que a indeferida em 2013. 

Foram trabalhadas as 12 recomendações anteriores da UNESCO em relação ao limite do bem candidato, ao estatuto jurídico, à governação, ao desenvolvimento de outros setores e das ameaças, assim como ao envolvimento de todas as estruturas guineenses no processo de elaboração do dossiê.

Os três parques naturais abrangidos são apontados como "a parte central da biodiversidade", como "zonas que permitem uma grande produtividade, que têm impactos além-fronteira".

Servem de "zona de alimentação para as aves que vêm de longe, às comunidades, às pescas", e permitem "a reprodução de um ciclo importante da biodiversidade ameaçada, como as tartarugas marinhas, tubarões e raias".

Estão, também, na rota migratória de aves do Atlântico Leste.


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Satélite "zombie" da NASA emite sinal de rádio após 60 anos de silêncio... Um satélite dado como "morto" emitiu uma poderosa explosão de ondas de rádio, mas não sabem ao certo o que a terá provocado.

Por  sicnoticias.pt  06 jul.2025

No ano passado, os cientistas detetaram uma misteriosa e poderosa explosão de ondas de rádio vinda do interior da nossa galáxia. Os investigadores dizem agora que foi causada por um satélite da NASA desativado há muito tempo - mas não sabem ao certo como aconteceu.

O Relay 2 foi lançado em 1964, mas o satélite de comunicações ficou inoperacional em 1967, após uma falha nos seus dois transmissores-recetores de bordo. Quase 60 anos depois, em junho de 2024, o satélite produziu um sinal inesperado, afirmaram os investigadores num novo estudo pré-publicado, publicado a 13 de junho no servidor arXiv e ainda não revisto por pares.

"Este foi um sinal de rádio incrivelmente poderoso que ofuscou em muito tudo o resto no céu durante um período muito curto", disse o autor principal do estudo, Clancy James, professor associado do Instituto de Radioastronomia da Universidade Curtin, na Austrália, à New Scientist.

O sinal durou apenas 30 nanossegundos, o que não corresponde a nenhum dos sistemas do satélite inoperacional — descartando a possibilidade de uma transmissão deliberada. Em vez disso, James e os seus colegas acreditam que o impacto de um micrometeorito ou de uma acumulação de eletricidade desencadeou a explosão de ondas de rádio.

Os investigadores detetaram o sinal estranho enquanto examinavam o céu em busca de explosões rápidas de rádio (FRB) com o Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) - um radiotelescópio na Austrália composto por 36 antenas parabólicas idênticas.

As explosões de rádio são rajadas intensas de ondas de rádio que podem libertar tanta energia numa fração de segundo como o Sol emite em três dias. São geralmente provenientes de galáxias distantes e, em particular, de galáxias raras e massivas, de acordo com um artigo da Nature de 2024.

Mas o sinal que James e os seus colegas intercetaram em junho de 2024 não veio de uma galáxia distante - teve origem na Via Láctea, a cerca de 4 500–20 000 km da Terra, ou seja, na órbita baixa/média do Relay 2 .