sexta-feira, 29 de abril de 2022
quinta-feira, 28 de abril de 2022
MEMÓRIAS DO PASSADO RECENTE - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, pediu hoje o reforço da Ecomib, força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), no país, após ter denunciado uma tentativa de golpe de Estado ...22 de outubro de 2019
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, pediu hoje o reforço da Ecomib, força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), no país, após ter denunciado uma tentativa de golpe de Estado.
"A Ecomib tem de ser reforçada. Não podemos constituir um fator de podridão para a sub-região", afirmou o primeiro-ministro guineense, em declarações à Lusa por telefone a partir do Senegal.
Aristides Gomes denunciou na segunda-feira à noite, numa publicação na sua página do Facebook, uma tentativa de golpe de Estado para tentar impedir a realização de eleições presidenciais.
Na publicação, o primeiro-ministro revela também que o autor daqueles atos "está devidamente identificado de forma inequívoca e chama-se Umaro Sissoco Embaló".
Umaro Sissoco Embaló, antigo primeiro-ministro guineense e dirigente do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), é candidato às eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.
Questionado pela Lusa sobre a denúncia que fez na sua página no Facebook, o primeiro-ministro guineense disse que há um áudio e que é um dos elementos que pode "constituir uma prova".
"A pessoa indicada diz abertamente que devia haver um golpe de Estado e o objetivo devia ser parar com tudo isso", afirmou Aristides Gomes, salientando que no áudio é ainda pedido para serem criados distúrbios e uma situação para se constatar que não havia condições para a realização de eleições presidenciais.
A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais a 24 de novembro, estando a segunda volta, caso seja necessária, marcada para 29 de dezembro.
"A maior parte dos guineenses não quer isto. A rebelião não leva a nada. Há uma desilusão sobre essa via", salientou Aristides Gomes.
O primeiro-ministro disse que o país tem imensos problemas de desenvolvimentos, retrocessos, mas os problemas não podem ser resolvidos com o "uso da violência".
"A nossa sociedade não iria seguir essa onda. As pessoas querem tranquilidade, querem que a esperança seja concretizada", sublinhou.
Aristides Gomes destacou também o papel das forças de defesa e segurança pela demonstração de "fidelidade" e disse que as autoridades estão a fazer um dossiê para ser entregue aos serviços judiciais.
"Não há represálias. O que há é a reposição da ordem constitucional", disse.
As forças da Ecomib estão na Guiné-Bissau desde 2012 na sequência de um golpe de Estado militar e têm a missão de garantir a segurança e proteção aos titulares de órgãos de soberania guineenses. A Ecomib foi autorizada a 26 de abril de 2012 pela CEDEAO.
O objetivo da força de interposição é promover a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau com base no direito internacional, na carta das Nações Unidas, do tratado da CEDEAO e no protocolo sobre prevenção de conflitos daquela organização.
por Lusa
RTP
PR da Guiné-Bissau confirma presença de militares da CEDEAO no seu país
© Lusa
Notícias ao Minuto 28/04/22
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, confirmou hoje na África do Sul, onde se encontra em visita de Estado, a presença em Bissau de militares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Referindo-se aos golpes de Estado e tentativas de golpe que têm ocorrido na sub-região, nomeadamente no Mali, Guiné-Conacri, Burkina Faso, Umaro Sissoco Embaló afirmou que a CEDEAO "arranjou soluções".
"Hoje na Guiné-Bissau tenho algumas tropas de países da CEDEAO. Nigéria, Senegal, Gana, Costa do Marfim e nós vamos fazer o mesmo para outros países", afirmou, em conferência de imprensa em Pretória, com o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, segundo um áudio divulgado pela Presidência guineense à imprensa em Bissau.
A CEDEAO anunciou o envio de uma missão militar de interposição para a Guiné-Bissau em fevereiro na sequência de um ataque contra o Palácio do Governo, quando decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participavam o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.
O porta-voz do Governo guineense e ministro do Turismo, Fernando Vaz, confirmou na quarta-feira que as forças já tinham começado a chegar ao país, mas remeteu mais pormenores para a cimeira dos chefes das Forças Armadas, que vai decorrer em maio no Gana.
Fontes militares confirmaram à Lusa na segunda-feira que a força de estabilização será composta "num primeiro momento" por 631 militares.
Nas declarações aos jornalistas na África do Sul, o chefe de Estado guineense também abordou a questão do tráfico de droga, salientando que a "má reputação" do país é por causa de "problemas do passado".
Umaro Sissoco Embaló afirmou que hoje essa "pandemia", referindo-se ao tráfico de drogas e aos traficantes, já não existem na Guiné-Bissau, porque foram combatidos para "voltarem de onde vieram".
O Presidente da Guiné-Bissau iniciou hoje uma visita de Estado à África do Sul, de quatro dias, com o objetivo de reforçar as relações bilaterais, políticas e socioeconómicas.
Umaro Sissoco Embaló lidera uma delegação que inclui a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, o ministro dos Recursos Naturais e Energia, Orlando Viegas, o ministro da Defesa, Sandji Fati, o ministro do Comércio, Tcherno Djaló, e o ministro da Saúde, Dionísio Cumba.
TECH UCRÂNIA/RÚSSIA - Internet da SpaceX mudou guerra a favor da Ucrânia, diz soldado
© Starlink
Notícias ao Minuto 28/04/22
Os comentários foram feitos ao jornalista David Patrikarakos, a cobrir o conflito a partir da cidade de Dnipro.
O fornecimento de equipamento da rede Starlink de Internet da SpaceX parece ter mudado o rumo da guerra a favor da Ucrânia. Pelo menos é essa a opinião de um soldado ucraniano de acordo com o jornalista David Patrikarakos, a cobrir o conflito a partir da cidade ucraniana de Dnipro.
“Quero dizer uma coisa: a rede Starlink do Elon Musk foi o que mudou a guerra a favor da Ucrânia. A Rússia esforçou-se para destruir as nossas comunicações. Agora não conseguem”, terá afirmado o soldado de acordo com a publicação que Patrikarakos partilhou na respetiva página no Twitter.
A Starlink, que fornece Internet a partir de uma rede de satélites em órbita, ativou o serviço na Ucrânia a partir do dia 27 de fevereiro - apenas três dias após o início da invasão. Elon Musk, o fundador e CEO da SpaceX, atendeu ao pedido do governo ucraniano para fornecer terminais desta rede de Internet.
UCRÂNIA/RÚSSIA - Zelensky diz que Guterres viu "genocídio" e destaca missão da ONU
© Reprodução
Notícias ao Minuto 28/04/22
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, está em Kyiv, onde esteve reunido com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, está em Kyiv para reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O português esteve antes em Moscovo - onde admitiu que as negociações com Vladimir Putin não correram tão bem quanto o esperado.
Em declarações ao jornalistas, findada a reunião, Zelensky diz que Guterres “já viu que aquilo que forças ocupantes russas fizeram aos cidadãos ucranianos é genocídio”.
O presidente pede um "tribunal internacional" contra a Rússia, bem como registo dos "crimes que estão a ser cometidos contra a humanidade", crimes estes que não testemunhávamos desde a II Guerra Mundial.
Zelensky refere que é imperativo evacuar da fábrica Azovstal os civil que lá permanecem, dizendo que a Ucrânia está pronta para negociar.
"Esta missão do secretário Geral da ONU está a ser bastante eficaz" e é preciso continuar a impedir a deportação ilegal de ucranianos para a Rússia.
O presidente Ucraniano e Guterres discutiram ainda a crise alimentar e o aumentos dos preços a nível mundial.
Fala depois Guterres, que diz ter testemunhado os crimes na Ucrânia, frisando que Mariupol "é uma crise dentro de uma crise". O Secretário-geral das Nações Unidas assegura que estão a fazer "todos os possíveis para retirar pessoas da Azovstal".
Guterres lamenta a violação dos direitos humanos e reitera que a ONU" vai procurar responsabilização" pelo que aconteceu nos arredores de Kyiv.
“É absolutamente essencial que TPI faça o seu trabalho no sentido de haver uma real responsabilização” pelos crimes cometidos na Ucrânia, disse o secretário-geral das Nações Unidas
"O Conselho de Segurança falhou em prevenir a guerra", apontou ainda.
“Continuo a acreditar que o senhor secretário-geral (…) e nós todos conseguimos obter o resultado pretendido: recuperar as pessoas com vida", disse Zelensky, em resposta aos jornalistas.
A escolha de reunir primeiro com Putin foi duramente criticada por Zelensky. Esta manhã, António Guterres esteve em Borodianka, acompanhado por soldados ucranianos e autoridades locais.
"Imagino a minha família numa dessas casas que estão agora destruídas e enegrecidas. Vejo as minhas netas a correr em pânico. A guerra é um absurdo no século XXI, nenhuma guerra é aceitável no século XXI", disse o secretário-geral das Nações Unidas.
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O secretário- geral da ONU, disse estar chocado com os recentes ataques, e que a cidade deve ser "sagrada" e "poupada".
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, está em Kyiv, onde esteve reunido com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Esta quinta-feira, em entrevista à RTP, pouco depois dos novos ataques a Kyiv, o secretário- geral da ONU, disse estar chocado com os recentes ataques, não por estar lá, mas porque a cidade deve ser "sagrada" e "poupada". "O ataque a Kyiv chocou-me", reiterou.
Após a conferência de imprensa de António Guterres e Volodymyr Zelensky, em Kyiv, a capital ucraniana foi palco de duas explosões. Os acontecimentos decorreram enquanto a conferência, que foi gravada, estava a ser transmitida pelas televisões.
Após a conferência de imprensa de António Guterres e Volodymyr Zelensky, em Kyiv, a capital ucraniana foi palco de duas explosões. Os acontecimentos decorreram enquanto a conferência, que foi gravada, estava a ser transmitida pelas televisões...Ler Mais
A organização Human Rights Watch alertou hoje que milhões de pessoas em África poderão passar fome devido aos impactos da guerra na Ucrânia no continente, onde muitos países já viviam uma crise alimentar devido ao clima e à pandemia.
"Muitos países em África já estavam em crise alimentar. (...) O aumento dos preços está a agravar a situação de milhões de pessoas atiradas para a pobreza pela pandemia, o que requer ação urgente dos governos e da comunidade internacional", disse a investigadora sénior da Human Rights Watch (HRW) Lena Simet, citada num comunicado da organização.
Na nota, a HRW recorda que a invasão da Ucrânia pela Rússia agravou a crise de segurança alimentar em muitos países africanos, que dependem fortemente do trigo, fertilizantes e óleos alimentares importados daqueles dois países em guerra.
Além disso, com a guerra, os mercados globais foram desestabilizados e os preços dos alimentos aumentaram ainda mais, pelo que mesmo países que têm importações reduzidas da Rússia e da Ucrânia são afetados indiretamente...Ler Mais
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse hoje que "uma guerra no século XXI é um absurdo", à chegada a Borodianka, nos arredores da capital ucraniana.
"Imagino a minha família numa dessas casas que estão agora destruídas e enegrecidas. Vejo as minhas netas a correr em pânico. A guerra é um absurdo no século XXI, nenhuma guerra é aceitável no século XXI", disse o secretário-geral das Nações Unidas.
António Guterres fez essas declarações aos jornalistas diante de casas em ruínas em Borodianka, acompanhado por soldados ucranianos e autoridades locais.
O secretário-geral da ONU chegou na manhã de hoje a Borodianka, localidade onde os ucranianos acusam os russos de terem cometido crimes durante a ocupação da região em março, relatou a agência de notícias France-Presse (AFP)...Ler Mais
O pedido surge quando a guerra na Ucrânia entra numa nona semana.
O presidente Joe Biden vai pedir ao Congresso mais 31 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia na sua guerra com a Rússia, disseram hoje dois funcionários da administração, informação confirmada pelo próprio em conferência de imprensa.
Em declarações aos jornalistas, Biden disse não haver dúvidas de que a Rússia é o país agressor, responsável por crimes de guerra perpetuados na Ucrânia.
"Precisamos deste financiamento para ajudar a Ucrânia nesta luta pela liberdade", disse o líder norte-americano...Ler Mais
O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse hoje que não deixará que a Rússia "intimide" os países europeus com ameaças de bloqueio de recursos energéticos e considerou "irresponsáveis" as declarações do Kremlin sobre uso de armas nucleares.
"Não permitiremos que usem as suas reservas de petróleo ou de gás para evitar as consequências da sua agressão. Estamos a trabalhar com outros países, como Japão, Coreia do Sul ou Qatar para ajudar os nossos aliados europeus, ameaçados por essas chantagens", prometeu Biden.
Esta semana, a Rússia bloqueou a venda de gás à Bulgária e à Polónia e ameaçou outros países que não aceitem pagar as faturas de energias em rublos.
Sobre as ameaças do Presidente russo, Vladimir Putin, de usar armas nucleares, Biden disse que as declarações são "irresponsáveis" e ilustram o "sentimento de desespero" de Moscovo na guerra na Ucrânia...Ler Mais
União Europeia coloca na agenda de trabalho na Guiné-Bissau
© Lusa
Por LUSA 28/04/22
A União Europeia (UE) colocou na agenda de trabalhos na Guiné-Bissau a prevenção do extremismo violento com o lançamento do projeto "No Sumia Paz", que visa promover a paz, cidadania e direitos humanos no país.
"Na realidade este projeto hoje apresentado é fruto de uma iniciativa ousada da União Europeia em trazer o tema da prevenção do extremismo violento para a agenda de trabalhos na Guiné-Bissau", afirmou a chefe da cooperação da UE, Simona Schdele, no lançamento do projeto.
O projeto "No Sumia Paz" (Nós Semeamos Paz) é financeiramente apoiado pela União Europeia e implementado pelas organizações não-governamentais Aida (espanhola), Associação dos Amigos da Criança da Guiné-Bissau (guineense) e a italiana Acra.
No discurso proferido na cerimónia, na Casa dos Direitos em Bissau, Simona Schdele recordou um estudo realizado pela União Europeia a nível regional, incluindo a Guiné-Bissau, sobre os riscos e fatores da radicalização e extremismo violento.
"O estudo veio mostrar em primeiro lugar que as carências no sistema educativo são vistas como um fator de vulnerabilidade suscetível de favorecer o surgimento de processos de radicalização, que podem conduzir ao extremismo violento", disse, salientando que foi recomendada a implementação de um programa de prevenção direcionado aos jovens.
"Este projeto constitui uma tentativa de fortalecer o acesso à educação em regiões consideradas prioritárias e promover os direitos humanos", referiu.
O projeto, que vai decorrer durante cinco anos nas regiões de Oio, visa apoiar as organizações da sociedade civil na promoção do diálogo e na prevenção do radicalismo do extremismo violento.
"Tentaremos em conjunto apostar numa abordagem ajustada às necessidades das populações ao mesmo tempo que tentamos trazer perspetivas novas à educação através, por exemplo, da formação multilingue e educação para a cidadania e a paz", explicou a chefe da cooperação da União Europeia.
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MINISTÉRIO PÚBLICO ORDENA PRISÃO DE UM CIDADÃO ESTRANGEIRO ACUSADO DE BURLA
O Ministério Público ordenou a prisão preventiva de um cidadão português acusado de ter recebido somas avultadas em dinheiro sob promessas de visto de viagem a Portugal.
Estas informações foram avançadas à Rádio Sol Mansi por uma fonte judicial que sustenta que os trabalhos foram conseguidos graças ao empenho do departamento de in formação policial e de investigação criminal com o Ministério Público conforme o termo de recebimento de cerca de 100 passaportes que já estão na posse das autoridades judiciais.
O suspeito, segundo a mesma fonte, cobrava entre um milhão a dois milões e meio de francos cfa para cada visto. A mesma fonte adianta ainda que estas promessas do suposto burlão nunca terão concretizado a promessa.
“Ele recebia esta avultada soma em dinheiro e não dava visto de viagem”, explica a nossa mesma fonte.
Além dos passaportes, o departamento de in formação policial e de investigação criminal do Ministério do Interior encontraram bilhetes de identidade, cédulas pessoais e cartões de vacina internacional dos presumíveis clientes e que estavam na posse do suspeito.
A fonte judicial conta-nos ainda que o Ministério Público e o departamento de informação policial e de investigação criminal estão a investigar o mesmo individuo que alega ser médico de profissão. No entanto, as autoridades judiciárias confidenciaram que, até neste momento, nada foi encontrado evidências que certificam que o suspeito realmente é um profissional formado na área da saúde.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
📣Impact Hub Bissau, com o apoio do PNUD Guiné-Bissau, no âmbito da Academia de Liderança da #Guiné-Bissau, lançou o primeiro programa “Semente Verde” para alunos de quatro instituições académicas da Escola Nacional de Administração (ENA).
Launch of the "Green Seed" program to promote entrepreneurship
www.gw.undp.org April 28, 2022Impact Hub Bissau, with the support of UNDP under the auspices of the Leadership Academy of Guinea-Bissau has launched at the National School of Administration (ENA) the first “Green Seed” programme for students of four academic institutions of Guinea-Bissau.
The programme aims to promote the spirit of entrepreneurship amongst students and will involve training and guidance on the elaboration of business plans focused on the circular economy and the preservation of the environment.
Impact Hub Bissau is a newly created organization in the country representing the Global Impact Hub, the world's largest network for boosting the ecosystem of impact entrepreneurship, and is supported by UNDP and the Mava Foundation.
NAÇÕES UNIDAS: Limitação do veto no Conselho de Segurança pode travar "arbitrariedade"
© Lusa
Notícias ao Minuto 28/04/22
A resolução aprovada pelas Nações Unidas que procura reduzir o uso do veto no Conselho de Segurança pode travar "timidamente" a "arbitrariedade" dos membros permanentes, mas com impacto momentâneo, disse hoje à Lusa um especialista.
Para Rafael Mesquita, professor assistente no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Brasil, o poder de veto dos cinco membros permanentes - Estados Unidos da América (EUA), Rússia, China, França e Reino Unido - é "um motivo de inquietação para os países mais fracos" desde a génese da ONU, pelo que, ao longo dos anos, várias tentativas de mudança foram feitas.
"Por um lado, os países mais fracos frustram-se com a capacidade de um único membro permanente travar todo o Conselho de Segurança; por outro lado, certamente as grandes potências jamais participariam numa instituição como a Organização das Nações Unidas (ONU) sem essa garantia de que a organização não se voltaria contra elas", disse o investigador brasileiro, frisando que a invasão russa da Ucrânia criou o sentimento necessário para reacender esse debate na Assembleia-Geral da ONU.
Nesse sentido, a Assembleia-Geral aprovou na terça-feira por aclamação (sem necessidade de votação) uma resolução proposta pelo Liechtenstein, e apoiada por dezenas de países, que pretende reduzir o uso do veto no Conselho de Segurança, obrigando as cinco potências permanentes a dar explicações ao resto dos Estados-Membros cada vez que fizerem uso desse privilégio.
Embora essa proposta circule há mais de dois anos, a sua aprovação acelerou-se após a Rússia ter vetado resoluções contra a invasão da Ucrânia, apesar do apoio da maioria do Conselho de Segurança.
Contudo, para Rafael Mesquita, coautor de um estudo sobre a dinâmica de votação na ONU, há o risco de essa resolução cair em desuso com o passar do tempo.
"O texto proposto é inteligente pois prevê uma resposta regimental e, embora para quase todas as questões as resoluções da Assembleia não sejam vinculativas, no que tange a procedimento podem sê-lo. Assim, talvez a proposta consiga reduzir um pouco a arbitrariedade dos permanentes, mas creio que só muito timidamente", avaliou.
"Já vimos no passado manobras para aumentar a força da Assembleia sobre o Conselho, mas essas inovações acabam sendo respostas momentâneas que, passada a crise, caem em desuso - como foi o caso da resolução 'Uniting for Consensus'", observou o docente, referindo-se a um movimento que se desenvolveu na década de 1990 em oposição à possível expansão do Conselho de Segurança.
A existência do veto é uma das questões mais criticadas no funcionamento das Nações Unidas desde a sua criação, no final da Segunda Guerra Mundial.
Desde 1946, o veto foi usado cerca de 300 vezes, quase metade delas pela União Soviética ou pela Rússia, que herdou a sua cadeira.
Além da Ucrânia, Moscovo travou outras iniciativas nos últimos anos, incluindo várias resoluções relacionadas com a guerra na Síria, em várias ocasiões com o apoio da China -- o país que historicamente menos usou esse privilégio.
Nas últimas décadas, os EUA usaram-no sobretudo para bloquear textos críticos de Israel, enquanto a França e o Reino Unido não exercem esse privilégio desde 1989.
Na sessão de terça-feira, em que foi aprovada a resolução que procura reduzir o uso do veto, países como a França e o Reino Unido, membros permanentes do Conselho de Segurança, defenderam a limitação desse poder.
"A Carta da ONU confere aos membros permanentes o poder de veto. Esta é uma responsabilidade pesada, a ser usada no interesse de garantir a paz e a segurança que as pessoas ao redor do mundo procuram, e a ONU foi criada para fornecer", disse a embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, após a adoção da iniciativa de veto
"Não deve ser usado de ânimo leve. E não deve, acreditamos, ser usado sem responsabilidade. Não deve impedir o Conselho de cumprir o seu mandato -- razão pela qual apoiámos esta resolução", frisou a embaixadora.
Já a diplomata francesa Nathalie Broadhurst recordou que a França, juntamente com o México, promove há vários anos uma iniciativa sobre o uso do veto, que envolveria a suspensão voluntária e coletiva, por parte dos cinco membros permanentes do Conselho, do uso do veto em caso de atrocidades em massa.
Por outro lado, a Rússia e a China criticaram a resolução, com o diplomata russo Gennady Kuzmin a chamar o veto de "uma pedra angular da arquitetura da ONU" e alertou que "sem ele, o Conselho de Segurança se tornaria um órgão que se limita a carimbar decisões questionáveis impostas por uma maioria simples, cuja implementação dificilmente seria possível".
O representante da China, Jiang Hua, disse que o caráter automático da convocação da Assembleia-Geral, "na prática, provavelmente causará confusão e inconsistência processual".
Indonésia suspende exportação de óleo de palma por alta de preços
© Lusa
Por LUSA 28/04/22
A Indonésia, maior produtor mundial de óleo de palma, suspendeu hoje todas as exportações deste produto, o que poderá levar a uma subida dos preços dos alimentos a nível mundial.
A suspensão entrou em vigor à meia-noite (17:00 de quarta-feira em Lisboa), sendo que, horas antes, o ministro coordenador da Economia Airlangga Hartarto revelou que a medida abrange "todos os produtos", incluindo o óleo de palma bruto.
Na terça-feira, as autoridades indonésias tinham inicialmente dito que a suspensão só iria afetar produtos derivados do óleo de palma para a indústria alimentar.
O Presidente indonésio Joko Widodo sublinhou que o abastecimento da população de 270 milhões era "a maior prioridade".
"Como maior produtor de óleo de palma, é irónico que tenhamos dificuldade em obter óleo de cozinha", reconheceu Widodo, pedindo aos produtores que cooperem.
O abastecimento de óleo de palma, o principal óleo utilizado na culinária do arquipélago, é problemático desde o início do ano.
A população com menos posses tinha muitas vezes que esperar horas em longas filas em frente a centros de distribuição de óleo a preços subsidiados pelo governo.
A Indonésia sofre com problemas de distribuição e de reserva de óleo de palma, porque os produtores preferem exportar a sua produção para aproveitar ao máximo a alta dos preços.
Os preços do óleo de palma atingiram recordes no mercado internacional, à medida que os comerciantes procuram abastecimentos alternativos, na ausência de embarques de óleo de semente de girassol.
O Governo da Indonésia disse que irá retomar as exportações quando o preço do óleo de cozinha cair para 14.000 rupias (0,92 euros) no arquipélago, depois de subir 70% nas últimas semanas.
A Indonésia é responsável por cerca de 60% da produção mundial de óleo de palma, um terço do qual é consumido no mercado doméstico.
O país exportou no ano passado 34,2 milhões de toneladas de óleo de palma, utilizado não apenas na culinária, também no fabrico de uma ampla gama de produtos, de cosméticos a produtos alimentares.
"Os países mais afetados (pela suspensão) são a Índia, a China, o Bangladesh e o Paquistão" pelo seu consumo alimentar, disse Bhima Yudistira, economista do Centro de Estudos Económicos e Jurídicos (Celios), citado pela agência France Presse.
Yudistira ressaltou que a Indonésia corre o risco de ter que pagar multas por quebra de contrato ou até mesmo de enfrentar um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) se a suspensão for prolongada.
Ministra britânica ameaça China: quem ameaça a segurança perde acesso ao mercado global
Liz Truss
Cnnportugal.iol.pt 28/04/22
Liz Truss, chefe da diplomacia britânica, defende que G7 deve ser “uma NATO económica”. Coloca Putin e Xi Jinping no mesmo lado da barricada e lembra que a China “precisa do comércio com o G7”
A Ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, aproveitou o discurso anual do chefe da diplomacia de Londres na Mansion House, na quarta-feira, para lançar novos avisos à China - relacionados com a posição de Pequim em relação à guerra na Ucrânia, mas não apenas.
"Os países devem jogar de acordo com as regras. E isso inclui a China", disse Truss num discurso na residência oficial do mayor de Londres. O aviso foi claro: se a China não cumprir as regras globais, porá em causa a sua ascensão como superpotência.
Num discurso muito marcado pela atualidade na Ucrânia, e no qual aproveitou para defender uma alteração da abordagem ocidental às políticas de segurança e defesa, Truss colocou no mesmo lado da barricada Vladimir Putin e Xi Jinping enquanto representantes da nova era do autoritarismo que parecia pronta para dominar o mundo. “Há três anos, Vladimir Putin disse que o liberalismo ocidental estava morto. No ano passado, o Presidente Xi argumentou que o Ocidente está em declínio. Em abril de 2022, as coisas parecem muito diferentes”, começou por afirmar a chefe da diplomacia de Londres.
“O acesso económico já não é um dado adquirido”
Entre muitos avisos ao Kremlin e apelos a que as democracias apoiem cada vez mais a luta das forças ucranianas, uma parte do discurso acabou por se focar na China, que continua a não condenar a invasão russa, e se recusa a levantar sanções contra Moscovo - pelo contrário, as palavras mais duras de Xi Jinping e da sua entourage têm sido contra as sanções económicas, não contra a guerra ou os massacres russos na Ucrânia.
“Estamos a mostrar que o acesso económico já não é um dado adquirido. Tem de ser merecido. Os países têm de jogar de acordo com as regras. E isso inclui a China”, alertou Truss, recordando que “Pequim não condenou a agressão russa nem os seus crimes de guerra” e que “as exportações russas para a China aumentaram em quase um terço no primeiro trimestre deste ano.”
Ao mesmo tempo que criticam as sanções à Rússia, Truss recordou que os chineses têm decretado sanções contra a Lituânia porque este país ousou estreitar as relações com Taiwan. Para além de “coagir a Lituânia”, Pequim “comenta sobre quem deve ou não ser membro da NATO. E está a construir rapidamente um exército capaz de projectar poder profundamente em áreas de interesse estratégico europeu.”
“A China não é impenetrável”
Razões de sobra, avisou a ministra dos Negócios Estrangeiros, para que a atitude da China mereça mais atenção das potências ocidentais. Até porque, notou, “a China não é impenetrável” - e o seu crescimento, aparentemente imparável, depende em boa medida da colaboração do Ocidente.
“Ao falar da ascensão da China como inevitável, estamos a fazer o trabalho da China por ela. Na verdade, a sua ascensão não é inevitável. Eles não continuarão a subir se não cumprirem as regras. A China precisa de comércio com o G7. Nós representamos metade da economia global. E nós temos escolhas. Mostrámos com a Rússia o tipo de escolhas que estamos preparados para fazer quando as regras internacionais são violadas. E demonstrámos que estamos preparados para dar prioridade à segurança e ao respeito pela soberania em detrimento do ganho económico a curto prazo. Não menos importante porque sabemos que o custo de não agir é maior.”
Para além do apoio velado de Pequim a Vladimir Putin, que Xi Jinping olha como um “aliado estratégico”, Truss aludiu, sem entrar em detalhes, ao progressivo crescimento da capacidade militar chinesa: com uma atitude cada vez mais belicista de Pequim em relação a vários países vizinhos - nomeadamente com conflitos territoriais no Mar do Sul da China e Mar da China Oriental - e o aumento da sua zona de influência e alcance militar, por exemplo, graças ao recente acordo assinado com as Ilhas Salomão. Neste quadro, a governante inglesa defendeu “uma NATO global”.
“Rejeitamos a falsa escolha entre a segurança euro-atlântica e a segurança indo-pacífico. No mundo moderno, precisamos de ambas. Precisamos de uma NATO global. Com isso não quero dizer alargar a adesão a membros de outras regiões. Quero dizer que a NATO deve ter uma perspectiva global, pronta para enfrentar as ameaças globais.”
E apontou para a necessidade de “prevenir as ameaças no Indo-Pacífico, trabalhando com os nossos aliados como o Japão e a Austrália para assegurar a protecção do Pacífico”, mas também para a importância de “assegurar que democracias como Taiwan sejam capazes de se defenderem”.
“O G7 deve agir como uma NATO económica”
Neste esforço, a ministra de Boris Johnson postulou uma aproximação do G7 à missão da NATO. “O G7 deve agir como uma NATO económica, defendendo colectivamente a nossa prosperidade.”
“Chegou a altura de sermos espertos. O acesso à economia global deve depender de se jogar segundo as regras. Não pode haver mais livre-trânsitos. Estamos a mostrar isto com o conflito Rússia-Ucrânia - a entrada da Rússia foi rescindida”, resumiu Liz Truss.
A mesma coesão que as democracias de tipo ocidental têm mostrado no apoio à Ucrânia e na condenação da Rússia deve manter-se perante outras ameaças, como a ascensão da China.
“Ao sermos duros e unidos, ao trabalharmos juntos e expandirmos o comércio, podemos privar os agressores da sua influência e podemos reduzir a dependência estratégica”, defendeu a ministra britânica. “Se a economia de um parceiro está a ser alvo de um regime agressivo, devemos agir para os apoiar. Todos por um e um por todos.”
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© Reuters
Notícias ao Minuto 27/04/22
O porta-voz do Departamento da Defesa dos Estados Unidos falou sobre as declarações de Sergei Lavrov, que disse que havia risco de guerra nuclear era "sério" e "real".
O porta-voz do Pentágono classificou, esta quarta-feira, como "irresponsáveis" as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que disse que o risco de existir uma guerra nuclear era "sério" e "real".
"A retórica que continuamos a ouvir dos líderes russos - e, recentemente, do ministro Lavrov, que aumentou o espetro de confrontação nuclear - é irresponsável", disse John Kirby aos jornalistas.
O porta-voz acrescentou que esta situação "não era o que qualquer pessoas deveria esperar de um poder nuclear moderno".
A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos, mas manteve o alerta para a probabilidade de os números serem consideravelmente superiores.
O conflito, que dura há 63 dias, levou mais de 5,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, segundo a ONU.
Cabo Verde promete "solução" para pagar dívidas à CEDEAO
© iStock
Notícias ao Minuto 28/04/22
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, prometeu hoje encontrar "soluções" para regularizar as dívidas da taxa comunitária do país junto da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"Infelizmente, a situação económica e social provocada pela pandemia e as crises subsequentes criaram uma pressão muito forte sobre as finanças públicas e não permitiram operacionalizar o início da regularização dos atrasados dessa dívida provocada pelos atrasos no pagamento da taxa comunitária", lembrou.
O chefe do Governo cabo-verdiano falava, na cidade da Praia, em conferência de imprensa conjunta com o presidente da Comissão CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, que hoje iniciou uma visita oficial de dois dias ao arquipélago cabo-verdiano.
Mesmo sem precisar o valor em dívida, explicando que se contabiliza sempre que há cobrança da taxa nas alfândegas, o primeiro-ministro garantiu que o país vai encontrar uma solução para o pagamento.
"O compromisso é encontrarmos aqui uma solução, tendo em conta que há um acumulado de vários anos, para regularizarmos na base de um acordo estabelecido com a comissão", garantiu Ulisses Correia e Silva, que elogiou a "resposta pronta" da CEDEAO ao país após a crise provocada pela pandemia da covid-19.
E quando o país estava a lançar o plano de recuperação económica, o primeiro-ministro disse que o mundo está a braços com outra "crise grave" provocada pela guerra na Ucrânia, que levou ao aumento do preço da energia, de produtos alimentares e inflação generalizada e risco de rotura de fornecimentos.
O presidente da CEDEAO disse que a crise provocada pela guerra atingiu todos os países da região e informou que na quinta-feira vai discutir com as autoridades cabo-verdianas como a organização poderá contribuir para ajudar o arquipélago.
"Temos mecanismos que estão implementados a nível da CEDEAO, o nosso sistema de reserva que nos permite interferir como fizemos nas outras crises", garantiu Kassi Brou, reconhecendo "importantes esforços" já feitos pelas autoridades cabo-verdianas.
O presidente lidera uma delegação composta pelo comissário para o Comércio, Serviços Aduaneiros e Livre Circulação, Tei Konzi, o comissário para a Energia e Minas, Douka Sediko, o diretor Executivo da Agência Regional para a Agricultura e Alimentação, Ousseini Salifou, e o diretor de Finanças em exercício (interino), Molokwu Azikiwe.
Na quinta-feira, Jean-Claude Kassi Brou vai ser recebido pelo Presidente da República, José Maria Neves, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, e vai visitar instituições de ensino, entre elas o Centro de Energias Renováveis e Eficiência Energética (ECREE) da CEDEAO, que tem sede na cidade da Praia.
São Estados-membros da CEDEAO o Benim, o Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, o Gana, a Guiné, a Guiné-Bissau, a Libéria, o Mali, o Níger, a Nigéria, a Serra Leoa, o Senegal e o Togo.