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Notícias ao Minuto 05/04/22
A Dinamarca e a Itália vão expulsar 15 e 30 diplomatas russos, respetivamente, anunciaram hoje os ministros dos Negócios Estrangeiros, um dia depois de vários outros países europeus terem tomado a mesma medida.
"Constatámos que os 15 agentes [russos] expulsos realizaram atividades de espionagem em solo dinamarquês", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Jeppe Kofod, à imprensa, adiantando que o país quer "enviar um sinal claro à Rússia: espionagem em solo dinamarquês é inaceitável".
Segundo o ministério dinamarquês, o embaixador russo foi informado hoje da decisão, ao mesmo tempo que a Dinamarca condenava fortemente "a brutalidade da Rússia contra civis ucranianos em Bucha" e sublinhava que "ataques deliberados contra civis são um crime de guerra".
Os diplomatas terão duas semanas para deixar a Dinamarca, referiu Kofod, acrescentando que "eles representam um risco para a segurança nacional".
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi Di Maio, referiu que o país decidiu expulsar 30 diplomatas russos por razões de "segurança nacional".
Na segunda-feira, a Alemanha declarou 40 diplomatas russos da embaixada de Berlim 'persona non grata', instando-os a deixar o país, enquanto a França avançou com a decisão de expulsar 35 diplomatas russos "cujas atividades eram contrárias aos interesses" do país.
De acordo com a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, os diplomatas russos visados são pessoas que "trabalham dia a dia contra a liberdade e contra a coesão social", representando um regime de "incrível brutalidade", como ficou "provado pelas imagens de crimes de guerra cometidos na cidade ucraniana de Bucha".
A França, por seu lado, explicou que a sua decisão "faz parte de uma abordagem europeia" e que o objetivo prioritário do país "é garantir a segurança dos franceses e dos europeus".
Também a Lituânia decidiu, na segunda-feira, expulsar o embaixador da Rússia e encerrar o consulado russo na cidade de Klaipeda, em resposta às ações militares de Moscovo na Ucrânia, como explicou o chefe da diplomacia lituana, Gabrielius Landsbergis.
A expulsão de diplomatas russos já tinha acontecido noutros países europeus, como a Bulgária ou a Eslováquia, e nos Estados Unidos, no âmbito da invasão da Ucrânia.
Em retaliação, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou, na segunda-feira, um decreto para restringir a concessão de vistos para países da União Europeia e para a Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, devido às suas "ações hostis" contra a Rússia.
As medidas de retaliação tomadas por Moscovo afetarão delegações oficiais e jornalistas, explicou o Kremlin, em comunicado, referindo que o decreto presidencial ordenou a suspensão parcial do acordo de simplificação de vistos assinado com a UE em 25 de maio de 2006.
Nos últimos dias, dezenas de civis mortos foram encontrados em Bucha, uma cidade a 60 quilómetros de Kiev que esteve várias semanas ocupada pelas tropas russas e foi recentemente reconquistada pelos ucranianos.
Muitos dos mortos estavam espalhados na rua ou em valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes.
Moscovo rejeitou em absoluto qualquer responsabilidade e disse que foi feita uma encenação por Kiev.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu que o caso seja levado à justiça internacional e várias organizações e países preparam-se para recolher e documentar evidências do que terá acontecido na cidade.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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Militares russos estarão a sujeitar mulheres ucranianas a agressões antes de matá-las.Émais um relato chocante dos abusos de que estarão a ser alvo as mulheres ucranianas e que, mais uma vez, são partilhados pela deputada Leslie Vasylenko.
A governante, que já havia anteriormente denunciado as "táticas medievais" usadas contra idosas ou o facto de as tropas russas estarem a disparar contra civis à 'queima-roupa' em Kyiv, faz agora um relato impressionante no Twitter sobre abusos sexuais sobre menores e violência contra mulheres.
"Soldados russos saqueiam, violam e matam meninas de 10 anos [que apresentam] ferimentos vaginais e retais. [Há] Mulheres com queimaduras em forma de suástica. Rússia. Os homens russos fizeram isto. E foram mães russas que os criaram. Uma nação de criminosos imorais", escreve a deputada do partido liberal Holos.
Uma imagem de um torso com uma suástica cravada foi também partilhada nas redes sociais. E embora não seja claro onde é que a imagem foi tirada, tudo indica que o crime terá sido cometido perto de Mariupol, relata o Daily Mail, com base em informações denunciadas pelo Batalhão de Azov, da Ucrânia.
Leslie Vasylenko fez esta partilha numa altura em que tropas russas abandonam território ucraniano junto a Kyiv, deixando para trás um rasto de destruição, com centenas de corpos abandonados. A Ucrânia acusa a Rússia de crimes de guerra e as imagens que foram partilhadas do local deixaram a comunidade internacional chocada. Já a Rússia alega que as imagens foram encomendadas pelos EUA e que visam, apenas, prejudicar a imagem da Rússia.
Deste modo, caso as mães sejam mortas e as crianças sobrevivam, alguém as poderá ajudar.Omedo das famílias ucranianas transparece através das redes sociais, onde é demonstrado o que o povo tem experienciado ao longo do último mês de guerra. Um dos sinais do grande desespero sofrido pelas famílias ucranianas pode notar-se na decisão de alguns pais que, temendo ser mortos, decidiram escrever contactos de parentes nos corpos dos filhos para que, caso lhes aconteça algo, as crianças possam ser ajudadas.
As fotos destas crianças estão a ser partilhadas não só pelos pais das crianças como também por diversos jornalistas ucranianos, como Anastasiia Lapatina, jornalista do The Kyiv Independent, que chamou à atenção para a situação: "Mães ucranianas a escrever contactos de familiares nos corpos dos filhos, caso sejam mortas e os filhos sobrevivam. E a Europa ainda está a discutir o gás"...Ler Mais