© iStock Por Lusa 27/10/24
China condena venda de mísseis dos Estados Unidos a Taiwan
A China condenou a venda a Taiwan de sistemas de mísseis norte-americanos, denunciando uma ação que "prejudica seriamente as relações" com os Estados Unidos e "põe em perigo a paz" na região.
A venda de sistemas de mísseis terra-ar a Taiwan "viola seriamente a soberania e os interesses de segurança da China, prejudica seriamente as relações sino-americanas e põe em perigo a paz e a estabilidade" no estreito, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado divulgado no sábado à noite.
Pequim poderá tomar "todas as medidas necessárias para defender firmemente a soberania nacional, a segurança e a integridade territorial".
O negócio de 1,16 mil milhões de dólares (1,07 mil milhões de euros), aprovado por Washington na sexta-feira e que ainda tem de ser aprovado pelo Congresso, inclui vários sistemas antiaéreos e 123 mísseis, de acordo com a agência norte-americana responsável pelas vendas militares ao estrangeiro.
Outra venda anunciada na sexta-feira envolve sistemas de radar no valor total de 828 milhões de dólares (767 milhões de euros). O equipamento será retirado diretamente dos 'stocks' da Força Aérea dos EUA.
O Ministério da Defesa de Taiwan expressou, no sábado, "sincera gratidão" pela venda, que ajudará o exército a "continuar a melhorar a capacidade de defesa e a manter conjuntamente a paz e a estabilidade no estreito".
Os Estados Unidos não reconhecem Taiwan como um Estado e consideram a República Popular da China como o único governo legítimo, mas fornecem a Taipé uma ajuda militar substancial.
Pequim opõe-se regularmente ao apoio dos EUA a Taiwan e acusa Washington de se intrometer em assuntos que são do interesse da China.
A China considera Taiwan, com um governo autónomo, como como uma das suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.
Derrotados pelos comunistas, que fundaram a República Popular da China, os nacionalistas fugiram para Taiwan.
O Governo chinês afirma-se favorável a uma reunificação pacífica, mas reitera que não exclui a possibilidade de "recorrer à força", se necessário.
As relações entre Pequim e Taipé têm-se deteriorado desde 2016, altura em que Tsai Ing-wen se tornou líder de Taiwan. William Lai, que era vice-presidente na administração de Tsai, e que posteriormente assumiu a liderança do país manteve a posição de defesa da soberania do território.
A China acusou ambos de procurarem aprofundar o fosso entre a ilha e o continente. Em resposta, Pequim intensificou a pressão diplomática e a atividade militar em torno do território.
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