Yahya Jammeh deixa Banjul com destino a Malabo a 21 de Janeiro 2017
REUTERS/Thierry GouegnonLançada sábado em Banjul (21/10) uma campanha internacional para o julgamento por crimes de sangue e crimes económicos, cometidos pelo antigo Presidente da Gâmbia Yahya Jammeh refugiado na Guiné Equatorial desde Janeiro de 2017.
Reed Brody advogado da Human Rights Watch - HRW - ong de defesa de direitos humanos que integra esta campanha, acredita que à luz do que sucedeu com o antigo ditador chadiano Hissène Habré, condenado a prisao perpétua em Dakar, o julgamento de Yahya Jammeh é possível, mas será dificil.
A Guiné Equatorial é membro de pleno direito da CPLP e Reed Brody acredita que a pressão regional, internacional e "dos países mais democráticos de língua portuguesa, poderá ajudar" a criar um tal consenso em torno da necessidade do seu julgamento, que obrigaria o Presidente Teodoro Obiang a extraditar Yahya Jammeh, porque negá-lo teria "um custo político elevado".
Jammeh poderia ser julgado num tribunal da CEDEAO ou de um país anglófono, mas com apoio e participação da União Africana, tal como sucedeu com Hissène Habré, pois admite que a Gâmbia não tem para já capacidade para fazê-lo.
A HRW que foi uma das grandes impulsionadoras da acção colectiva que resultou no julgamento em Dakar de Hissène Habré, recolheu testemunhos de vítimas do seu regime e agora do de Yahya Jammeh, acredita que estes têm "mais peso e não têm leituras geo-políticas".
Na campanha para julgar Yahya Jammeh, além da HRW participam a ong suiça Trial Internacional e associações de vítimas gambianas, mas também senegalesas e ganesas.
Neste momento na Gâmbia, uma comissão de inquérito está a ouvir as vítimas, cujos testemunhos são difundidos na televisão e redes sociais.
Por Isabel Pinto Machado
Pt.rfi.fr
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